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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira, 18, que o Brasil operou de maneira correta, depois de 2008, ao colocar barreiras para o ingresso de capital estrangeiro.

Segundo ele, o Brasil continua recebendo esses fluxos, ao redor de US$ 65 bilhões por ano. "Nós tínhamos preocupação prudencial. Sabíamos que esse ciclo seria revertido. Nós sempre nos preocupamos com a capacidade da economia de absorver grandes fluxos", afirmou. "Difícil dizer como seria a situação do Brasil hoje se não tivéssemos desacelerado esse ingresso de recursos".

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Ajuda do câmbio

Tombini afirmou também que não está usando as reservas internacionais para defender um nível de dólar em relação ao real. Ele garantiu, depois de ser questionado se existia uma cotação ideal, que o regime cambial, no Brasil, é flutuante.

"Nosso regime é, por definição, o que nos ajuda a absorver choques externos. Não estamos usando as reservas para defender um preço, o câmbio é flutuante", afirmou.

Reação a crítica do Fed

O presidente do BC avaliou também que o relatório do Banco Central norte-americano (Fed) sobre a fragilidade da economia brasileira tem vários problemas. "Esses estudos têm suas fragilidades e isso não ajuda", disse, após ouvir críticas à política econômica do governo do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).

Segundo Tombini, a despeito da volatilidade de janeiro, a moeda brasileira tem se comportado bem ou melhor que várias outras moedas. O presidente do BC disse que o Brasil tem recebido fluxo. "Naqueles fluxos que dependem de visão de País, como renda fixa, os fluxos são fortes", afirmou.

Tombini também reforçou que os investimentos estrangeiros diretos (IED) estão financiando parcela expressiva do déficit em conta corrente. Na avaliação do presidente do BC, o momento atual é um processo de normalização das condições financeiras internacionais.

Segundo Tombini, o BC sempre atuou nesse ambiente de entrada e saída de fluxos. Ele lembrou que até 2007 e 2008, o BC acumulou um colchão de reservas que está em um padrão moderado pelo tamanho da economia brasileira. "Podemos transitar em vários cenários para suavização dos preços relativos. No passado, acumulamos essa liquidez que entrava no País. Se tiver reversão desse cenário, se voltarem fluxos mais fortes, aquela lógica volta", afirmou. Tombini ressaltou que o BC nunca disse que deixou a política de acumulação de reservas.

Dependência externa

O presidente do BC destacou ainda durante a audiência na CAE que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem uma dependência pequena de fontes externas de recursos, o que é fator de segurança. Segundo ele, esse porcentual não passa de 9%. O SFN opera com recursos domésticos.

"Não estamos dependendo do fluxo externo para girar o crédito interno. Por essas e outras é que temos uma postura de tranquilidade. Nossa tranquilidade não é desconhecimento dos desafios. O BC é um dos mais ativos nos mercados internacionais", afirmou.

Tombini disse que o Brasil tem um ativo que precisa ser preservado, que são as reservas internacionais, e que dão ao BC uma visão bastante granular do que se passa no mercados internacionais. "Isso nos permite avaliar os riscos e tomar decisões que sejam sólidas e se sustentam ao longo do tempo", disse.

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