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Com a infidelidade de deputados que integravam o bloco comandado por Baleia Rossi (MDB), indicado por Rodrigo Maia (DEM) para a sua sucessão na Câmara dos Deputados, tudo indica que Arthur Lira (PP), candidato apadrinhado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), saia vitorioso na eleição da Câmara que começou na noite desta segunda-feira (1º).

Partidos como PSDB e o próprio DEM, do Maia, saíram do barco nas últimas horas que antecederam a eleição. Eles declararam neutralidade, podendo os deputados votarem no Baleia ou no Lira. Essa ‘rasteira’ dada pelo seu partido pode resultar na saída de Maia do DEM ao fim da escolha do próximo presidente da Câmara. 

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PSL, PDT, PSB também são exemplos de partidos que estão no bloco de Baleia Rossi, mas que já tem deputados declarando o seu voto no candidato adversário. Bolsonaro mesmo já cuidou em destinar emendas parlamentares aos que sigam na infidelidade e ajude na eleição do seu apadrinhado. O presidente da República sabe da possibilidade de sofrer um impeachment e para isso não acontecer está influenciando para que Lira saia vitorioso já neste primeiro turno.

“Arthur Lira tem um grande favoritismo e a interferência do Planalto no processo eleitoral na Câmara dos Deputados sem dúvida pode fazer que o presidente Bolsonaro tenha um aliado no poder Legislativo. Inclusive, no quesito de evitar a abertura do processo de impeachment”, explica o professor da Universidade da Amazônia (UNAMA) e cientista político, Rodolfo Marques.

O especialista aponta que as movimentações ocorridas na semana anterior à eleição da mesa diretora da Câmara nesse biênio (2021-2022) mostram que a tendência é que Rodrigo Maia saia enfraquecido do processo. “No fim das contas, há um embate entre Rodrigo Maia e Bolsonaro. Como o presidente da República tem um poder maior e tem mais disponibilidade de recursos e cargos, essa queda de braços está sendo vencida pelo chefe do Executivo”, analisa Rodrigo.

A cientista política Priscila Lapa fala que o Palácio do Planalto colocou para fora o seu arsenal de barganhas políticas e tem tentado de toda forma vencer essa eleição porque entende que ter a Câmara como aliada é fundamental neste momento de segundo biênio de mandato. 

“O Palácio do Planalto investiu todas as suas fichas e contra isso é muito difícil de lutar, por mais que exista um discurso antibolsonarista no Congresso, que Rodrigo Maia seja um ator político gabaritado em articulações políticas, a força que o poder Executivo exerce é muito forte. Ser um deputado de oposição é difícil, então a tendência de adesão é muito grande e um candidato que não é aliado do Executivo tem muita dificuldade em vencer, o que não significa que é impossível a eleição do Baleia Rossi”, avalia.

Lapa reforça que já era esperado que ao longo do seu mandato, Bolsonaro se aproximasse do centrão, mesmo julgando a “velha política”. “No nosso modelo de presidencialismo de coalizão o governo precisa construir apoio a partir de uma agenda. Esse apoio não deve existir apenas na distribuição de cargos, mas também pela proposição de uma agenda, como foi o caso da Reforma da Previdência (em 2019)”, salienta.

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