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Um resultado que trará mais dinheiro para os empresários brasileiros que vivem da exportação dos produtos nacionais e, em contra-partida, prejudicará outros que vivem da importação ou que até mesmo pretendem viajar para fora do País. Essa seria a melhor traduçãopara definir a valorização do dólar frente ao real, ocorrida nesta quinta-feira (22), apóes um dia inteiro de oscilações.

Segundo o professor e economista da Faculdade Mauricio de Nassau Djalma Guimarães, a disparada da moeda norte-americana tem explicação. “O pacote econômico que o Banco Central Americano anunciou ficou aquém do esperado. Os investidores esperavam mais. As notícias ruins que vêm acontecendo no mundo, como a crise econômica na Europa, o crescimento do emprego nos EUA, entre outros fatores, está deixando o investidor com medo. Eles (investidores) estão retirando dinheiro do Brasil e comprando dólar, que ainda é a moeda mais segura. Com isso, temos a valorização do dólar em relação ao real”, explicou.

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Ainda de acordo com Djalma, essa desvalorização do real, em termos práticos, será benéfica para uns e prejudicial para outros. “Os produtores do Vale do São Francisco, por exemplo, que vivem da exportação serão beneficiados. Já para quem vai viajar para o exterior, vai ficar mais caro. Isso também terá um feito direto sobre a importação e a inflação”, pontuou o economista acrescentando que a mudança do atual momento econômico dependerá dos desdobramento dos fatos mundiais. “É impossível saber se o cenário irá mudar. Isso dependerá do desdobramento do que vem acontecendo no mundo. Mas, em longo prazo, existe a possibilidade de o real voltar a se valorizar frente à moeda norte-americana. Isso porque temos uma taxa de juros alta, que atrai os investidores”, finalizou.

 

O dólar no balcão rompeu para cima a marca de R$ 1,90, com os investidores voltando a fazer suas operações de proteção, após o retorno do Banco Central ao mercado de câmbio via leilão de swap. A moeda norte-americana no balcão subiu 3,52%, cotada a R$ 1,9100, a maior cotação desde 17 de julho de 2009, quando atingiu R$ 1,9280. Logo após abrir em disparada e cravar a máxima de R$ 1,952, alta de 5,80%, o BC anunciou o leilão de swap cambial e a moeda dos Estados Unidos perdeu fôlego. Na mínima, o dólar balcão desceu a R$ 1,8450.

A notícia foi bem recebida pelo mercado, que vinha há dias forçando a cotação da moeda para cima na tentativa de trazer a autoridade monetária de volta à arena. Mas a atuação do BC pela manhã não foi suficiente para conter a escalada do dólar. Segundo operadores, a tendência da moeda norte-americana continua sendo de valorização devido à onda de aversão ao risco que está varrendo o mundo. Apenas neste semana, o dólar balcão acumulou ganho de 10,40%. No mês, a valorização chega a 19,82%, e no ano, a 14,78%.

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Na BM&F, o dólar pronto fechou a R$ 1,8940 com alta de 2,35%. Na mínima, atingiu R$ 1,8440 e na máxima subiu para R$ 1,9030. Na semana, a divisa dos EUA se apreciou 9,76%, no mês, 19,04%, e no ano, 13,89%. O BC ofertou pela manhã 112.290 contratos de swap cambial (cerca de US$ 5,5 bilhões) em um leilão realizado das 10h45 às 11 horas.

No mercado internacional, o euro reduziu bastante as perdas ante o dólar após o Financial Times informar que a União Europeia tentará recapitalizar mais rapidamente 16 bancos do bloco. As instituições listadas na reportagem ficaram perto de falhar nos testes de estresse realizados em julho e são de médio porte.

O dólar comercial diminuiu o ritmo de alta após o Banco Central (BC) anunciar a retomada da oferta de contratos de swap cambial tradicional, que não era realizada pela autoridade monetária desde 26 de junho de 2009. Na máxima, a moeda americana chegou a subir 5,8%, a R$ 1,952, mas arrefeceu a valorização. Às 12h30, a moeda era negociada a R$ 1,8780, alta de 1,79%. Ontem, a moeda americana encerrou a R$ 1,84, na maior alta diária desde a crise de 2008.

O swap cambial é uma troca oferecida pelo Banco Central aos investidores por meio da venda de contratos em leilões no mercado. No swap cambial tradicional, o Banco Central oferece ao investidor receber remuneração em juro, em troca da remuneração em dólar.

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Esses contratos foram muito vendidos nas épocas de forte valorização do real. Como nos contratos de swap cada uma das pontas se compromete a pagar a oscilação de uma taxa, se a variação do juro for maior que a do câmbio no período de vigência do contrato, o investidor receberá mais do que precisará pagar.

Na Europa, o mercado de ações reage com pessimismo às últimas decisões Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano)) para reativar a economia do país. Ontem, a instituição deu mais um passo não convencional para tentar estimular a economia dos Estados Unidos, que flerta com a recessão, afirmando que vai aumentar a fatia de Treasuries (títulos) de longo prazo de sua carteira em US$ 400 bilhões até junho de 2012, num esforço para tornar o crédito mais barato e impulsionar os gastos e os investimentos.

O resultado prático das medidas tem efeito duvidoso. Muitos analistas dos Estados Unidos a reivindicaram não propriamente por contarem com efeitos milagrosos, mas por entenderem que alguma coisa o Fed tinha de fazer para passar a impressão de que enfrenta corajosamente a paradeira exasperante da economia americana e o drama de 14 milhões de desempregados (9,1% da força de trabalho).

As Bolsas da Ásia também recuaram forte, com baixas superiores a 2%. A Bolsa de Tóquio caiu fortemente nesta quinta-feira, com o índice Nikkei encerrando o pregão com perda de 2,1%, para 8.560,26 pontos. Na China, o índice Xangai Composto perdeu 2,8% e encerrou aos 2.443,06 pontos.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse hoje que as economias maduras devem coordenar esforços para controlar a crise de dívida soberana, a fim de evitar que a economia global entre em um processo de severa desaceleração. "O cenário econômico é extremamente complexo e, se não fizermos alguma coisa, irá se deteriorar ainda mais nos próximos meses", disse Tombini em conferência de bancos centrais de países de língua portuguesa.

Segundo Tombini, o ambiente internacional problemático atingiu o crescimento das economias emergentes. "Estamos claramente na segunda fase da crise financeira que começou em 2008", acrescentou. "Isso criou desafios para as economias emergentes, com os quais tentamos lidar rapidamente".

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Tombini participa da 21ª reunião de governadores de bancos centrais de países de língua portuguesa, que é preparatória para a assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que será realizada entre 20 e 25 de setembro, nos EUA. As informações são da Dow Jones.

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), negou que tenha havido ingerência do governo federal na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), da última quarta-feira, em reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual. "Legalmente, o Banco Central do País não é autônomo. Mas existe uma autonomia real do BC. Essa autonomia real subsiste em perfeita harmonia com o Ministério da Fazenda e a presidente da República", afirmou, em entrevista exclusiva concedida no início da tarde de hoje à rádio Estadão/ESPN. "O Banco Central exercita na sua plenitude aquilo que acha conveniente. A questão é levada sobre o foco técnico", complementou.

O vice-presidente afirmou também que o País encontra-se em uma situação "muito tranquila" para enfrentar a crise econômica global. Ele citou como exemplos de medidas que fortalecem o País o aumento das reservas internacionais, hoje em torno de US$ 350 bilhões, o Fundo Soberano e a redução de impostos. "Os planos que o governo vem fazendo, como o Brasil Maior, são muito importantes porque vão na mesma linha da estratégia de atuação na crise de 2009, de que vamos continuar a produzir e a consumir. Isso evitou uma crise de maiores proporções", frisou. (Equipe AE)

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu, pela primeira vez no ano, a taxa básica de juros (Selic). O índice foi definido nesta quarta-feira (31) em 12% ao ano, abaixo das projeções dos analistas de mercado ouvidos pela pesquisa semanal da instituição financeira.
 
Todas as sextas-feiras, o BC consulta os analistas para medir as expectativas da iniciativa privada em relação aos principais indicadores da economia. O Copom tomou a decisão de reduzir a Selic por 5 votos a 2, sem viés, ou seja, sem possibilidade de revisão até a próxima reunião, que ocorre em 45 dias.
 
Em nota, a autoridade monetária disse que "reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração consubstanciada em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos".
 
Essa foi a sexta reunião do Copom no ano. Nas cinco vezes anteriores, houve sempre revisão para cima, no total de 1,75 ponto percentual. Com isso, a Selic passou dos 10,75%, no final de 2010, para os 12,5% que vigoravam até a reunião passada, sob a justificativa da autoridade monetária de que a economia estava aquecida e era necessário conter as pressões inflacionárias.

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