As provas de Ciências Humanas, redação e Linguagens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 foram aplicadas no último domingo (17) e, nesta segunda (18), o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar quesitos da prova que o desagradam. Ele criticou um dos itens do Enem que abordou questões de gênero comparando os salários do jogador de futebol Neymar e de Marta, que também foi uma estrela da Seleção Brasileira de futebol.
“Você vê as provas do Enem, o banco de questões do Enem não é do meu governo, é de governos anteriores. Tem questões ridículas ainda, tratando do assunto, comparando mulher jogando futebol e homem: "Porque que a Martha ganha menos que o Neymar?”, questionou o mandatário.
##RECOMENDA##Para Bolsonaro, os salários não deveriam ser comparados pois o futebol feminino “não é uma realidade no Brasil” e a culpa da diferença salarial não seria fruto de machismo e sim da iniciativa privada.
“Não tem que ter comparação. Futebol feminino ainda não é uma realidade no Brasil. O que o Neymar ganha por ano, todos os times de futebol juntos não faturam por ano. Como é que vai pagar para Marta o mesmo salário? Isso chama-se iniciativa privada. É ela que faz o salário, que mostra para onde o mercado deve ir. Então, (o Enem) faz questões absurdas sempre pregando igualdade, mas por baixo”, afirmou o presidente na saída do Palácio do Alvorada, onde ele costuma falar com apoiadores.
Apesar das críticas ao exame, Bolsonaro não fez comentário algum a respeito da abstenção recorde que foi constatada no primeiro dia de aplicação das provas. Na noite de domingo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que a prova teve uma abstenção de 51,5%.
Aulas no ensino superior
Bolsonaro também falou sobre possibilidades de retorno às aulas presenciais em cursos superiores. Ao ser questionado por um rapaz que afirmava ser aluno da Universidade de Brasília (UnB), ele afirmou que “O problema não é eu [sic] não. Tem uma justiça aí que muitas vezes é contra. Chama-se autonomia universitária”, completou ele.
O homem que questionou o presidente afirmou, em seguida, que a autonomia deveria acabar. Em resposta, Bolsonaro disse que “Passa pelo Parlamento isso aí, tem que ser uma emenda constitucional.”
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