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A parceria entre Microsoft e a rede de livrarias Barnes & Noble pode levar ao desenvolvimento de um tablet ou e-reader baseado na plataforma Windows, e não apenas um aplicativo para o dispositivo Nook, avaliam especialistas.

Há três opções de sistemas para serem incluídos no aparelho: o Windows 8, o Windows NT ou Windows Phone 8, também chamado de Apollo. As duas companhias confirmaram que um APP do Nook para Windows 8 é planejado, mas foram vagos quando perguntados se um tablet, que envolveria uma terceira empresa, também está previsto.

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Independentemente da versão escolhida, tanto a Microsoft quanto a Barnes & Noble veem grande potencial no mercado de e-books, especialmente no segmento pouco explorado dos e-textbooks - livros e textos didáticos muito utilizados em colégios e universidades - afirma Alain Weirner, analista do instituto Gartner.

A gigante dos software poderia também agregar o Skype à ferramenta de leitura de textos, sugere Jack Gold, analista da J.Gold Associates, lembrando que tal recurso poderia unir estudantes em videoconferências para discutir detalhes do texto.

Em dois anos o mercado de livros didáticos, que ainda são majoritariamente publicados em papel, deve atingir 4 bilhões dólares, o que explica o interesse de muitas empresas pelo segmento. “O setor está aberto, e a Barnes & Noble possui 135 lojas de livros didáticos, o que a coloca em uma boa posição”, disse Weiner.

Outro fator importante, acrescenta o especialista, é que a Amazon ainda não demonstrou grande entusiasmo pela área, permitindo que quem invista pesado nela não enfrente a gigante em um primeiro momento.

Tendências
Se um tablet com Windows for desenvolvido como resultado da parceira, ele deverá fornecer aos estudantes a possibilidade de utilizar programas do Office. Seria um diferencial em relação ao iPad, pois o produto da Apple não possui aplicativos com os mesmo recursos que a famosa suíte da Microsoft dispõe.

“Eu não vejo o iPad como um aparelho irretocável para a educação, de modo que um conjunto de softwares para produtividade somado a uma loja virtual da Barnes & Noble, que tem ótimas relações com as editoras, seria muito interessante”, afirmou Weiner.

Outra possibilidade é que a companhia de Redmond desenvolva um e-reader com sua outra célebre parceira, a Nokia. Ele teria o Windows Phone 8 como SO, ou alguma variante futura.

De toda forma, a união da Microsoft com a Barnes & Noble serve como um reconhecimento do sucesso obtido pela Amazon com sua linha Kindles. “Eles querem um pedaço desse mercado, e ter conteúdo é crítico. O volume das vendas pode ser muito alto”, acredita Gold.

O analista também ressaltou que a Microsoft está acompanhando a investida da Apple no setor de livros didáticos. “Ela não pode sentar e acompanhar, pois cada e-book vendido no iPad pode levar a um movimento de migração do Windows para o OS X e o iOS”, previu. “A Microsoft precisa defender seu reino.”

O Bing é outro produto que poderá ser incorporado ao dispositivo da Microsoft e das Barnes & Noble. “A aposta no Bing foi alta e os serviços para livros poderiam tê-lo como um recursos adicional, assim como a Google tenta fazer”, concluiu Gold.

A Microsoft Corp. investirá um total de pelo menos Us$ 650 milhões na divisão Nook de livros digitais da rede de livrarias Barnes & Noble Inc. Com esse investimento, a empresa gigante do ramo de software entra para os negócios de e-books e rivaliza com o iPad, da Apple, e o Kindle, da Amazon.

A participação da criadora do Windows será de 17,6% numa nova subsidiária para livros digitais, em uma transação que irá colocar o valor da divisão na faixa de US$ 1,7 bilhões, segundo as duas empresas. Essa quantia é maior que o dobro do atual valor de mercado da Barnes & Noble, que é de US$ 791 milhões.

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A aliança ocorreu depois de uma briga entre as duas empresas, quando a Microsoft processou a Barnes & Noble por copiar suas patentes, acusação que a livraria interpretou como uma forma da gigante dos softwares de intimidar empresas pequenas que usam versões do sistema operacional do Google, como o Nook.

Como parte do contrato com a Microsoft, as empresas chegaram num acordo em relação ao processo de parentes, garantindo que futuramente a Barnes & Noble e a nova subsidiária contem com as licenças apropriadas para usar patentes da Microsoft no Nook. Também como parte das negociações, o Windows 8 virá com um aplicativo do Nook (junto com computadores e tablets com o novo sistema operacional).

Para a rede de livrarias, o investimento significa acesso maior aos mercados internacionais, devido ao uso do Windows em todo o mundo. Além do próprio Nook, aplicativos de compras de livros no formato do aparelho só estão disponíveis atualmente em iPads e em aparelhos Android.

Com sede em Nova Iorque, a Barnes & Noble teve que investir pesado no negócio de livros digitais para concorrer com a Amazon e a Apple. Em declaração feita em fevereiro, a empresa afirmou que a divisão digital causou um prejuízo de US$ 93,7 milhões, isso antes de pagar juros, impostos, depreciação e amortização de US$ 93,7 milhões no terceiro trimestre fiscal, quando já havia sofrido um prejuízo de US$ 50,5 milhões no ano anterior.

A necessidade de investir vem sendo apontada pela Barnes como a razão dos prejuízos. No fim do ano a empresa fez uma campanha publicitária agressiva, que resultou no impulsionamento das vendas em varejistas como a Target Corp. e a Wal-Mart Stores. "O investimento da Microsoft [na nova subsidiária] e nossa empolgante colaboração para levar conteúdo e tecnologias de leitura digital de nível mundial para a plataforma Windows […] permitirá uma expansão significativa do negócio", disse em comunicado o diretor-presidente da Barnes & Noble, William Lynch.

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