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Morreu na manhã deste sábado (26) o Arcebispo Emérito de Salvador, Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, aos 89 anos. A informação é da Arquidiocese de Salvador, que publicou uma nota de pesar nas redes sociais. 

O cardeal faleceu em Londrina, no Paraná, onde residia. A causa da morte não foi informada. A Arquidiocese de Salvador afirmou que em breve serão divulgadas as informações sobre a missa exequial e o local do sepultamento. 

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Dom Geraldo ajudou na fundação da Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1983, e participou do processo de beatificação de Santa Dulce, em 2011, tendo feito a leitura da carta apostólica, além de ter sido o autor da oração da santa. 

 

O padre Cícero Romão Batista, conhecido popularmente como Padre Cícero, ou Padim Ciço, pode se tornar "Herói da Pátria". O projeto que concede a ele esse título pode ser votado na terça-feira (8) pela Comissão de Educação e Cultura (CE). A reunião está marcada para as 10 horas.

O PL 10/2020, que inscreve o Padre Cícero no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, foi apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE) e aprovado pela Câmara em maio deste ano. O relator no Senado é o senador Cid Gomes (PDT-CE), que recomenda a aprovação do texto.

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No relatório, Cid Gomes lembra que o Padre Cícero já é considerado um verdadeiro "santo popular" por muitos fiéis católicos e exalta a trajetória do homem quem são atribuídos milagres. O início do processo de beatificação de Padim Ciço pela Igreja Católica foi autorizado em 2022. Antes, ele chegou a ter a ordem suspensa pela igreja.

Cícero Romão Batista nasceu na cidade do Crato (CE) em 1844. Desenvolveu trabalho pastoral por meio de pregações, aconselhamentos, confissões e visitas domiciliares. De acordo com Cid Gomes, o padre conquistou a simpatia e a confiança da população. Em 1889, foi atribuído a ele o milagre de transformar uma hóstia em sangue. Como a Igreja Católica não comprovou o milagre, os padres que acreditavam no fenômeno tiveram que se retratar publicamente e Padre Cícero teve a ordem suspensa.

"No dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos de idade, Padre Cícero veio a falecer. Não obteve em vida a reconciliação com a Igreja Católica, a qual só ocorreu em 2015, por meio do perdão oficial do Vaticano. Em 2022, foi autorizado o início do processo de beatificação, fato celebrado por milhares de pessoas", disse o relator.

Afastado pela igreja, Padre Cícero passou a se dedicar à luta pela emancipação política de Juazeiro do Norte (CE). Até hoje, todos os anos, milhares de romeiros chegam à cidade para visitar seu túmulo na Capela do Socorro. Além disso, em março, a Romaria de Padre Cícero inclui festejos e comemorações na cidade.

Fonte: Agência Senado

O papa Francisco destacou durante o Angelus deste domingo (11) o "valor da castidade" no mundo ao ressaltar a beatificação da brasileira Isabel Cristina Mrad Campos, em cerimônia que foi realizada um dia antes em Minas Gerais.

"Ontem em Barbacena, no Brasil, foi beatificada Isabel Cristina Mrad Campos. Essa jovem foi assassinada em 1982, aos 20 anos, por conta do ódio à fé por ter defendido a sua dignidade como mulher e o valor da castidade. Que seu heroico exemplo possa estimular em particular os jovens para tornar isso um generoso testemunho da fé e de adesão ao Evangelho", disse aos presentes no Vaticano.

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Aos fiéis, ainda pediu "um longo aplauso" para a nova beata católica.

A cerimônia de beatificação da jovem reuniu milhares de pessoas em uma celebração em Barbacena, que foi presidida pelo enviado da Santa Sé, o cardeal emérito de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis.

Campos foi assassinada com 15 facadas após um homem tentar estuprá-la para tirar sua virgindade em Juiz de Fora, também em Minas Gerais. Na época, ela era bastante devota da Igreja Católica, era estudante e tentava entrar no curso de Medicina.

Como sua morte foi um martírio, não foi necessário comprovar nenhum milagre. 

Da Ansa

A estudante Isabel Cristina, brutalmente assassinada, em 1982, em Juiz de Fora (MG), foi beatificada neste sábado (10), em uma cerimônia em Barbacena (MG), presidida pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP). A jovem foi morta aos 20 anos por um homem que montava um guarda-roupa em sua casa e tentou violentá-la. O Papa Francisco, em outubro de 2020, reconheceu seu martírio, mas a pandemia de Covid-19 adiou a celebração de sua beatificação.

Em sua homilia, Dom Raymundo Damasceno citou uma passagem evangélica da liturgia do dia em que Jesus diz a seus Apóstolos: "Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma", em referência ao martírio de Isabel. Citando Santo Oscar Romero, Bispo e mártir salvadorenho, disse: "O martírio é uma graça de Deus, que eu não mereço. Com o sacrifício da minha vida, espero que meu sangue seja semente de liberdade e sinal de que a esperança se tornará realidade".

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Os familiares e o irmão de Isabel, Paulo Roberto Mrad Campos, estavam presentes à cerimônia que reuniu cerca de 10 mil fiéis no Parque de Exposições de Barbacena. "O martírio de Isabel Cristina nos leva também a pedir a Deus a graça de que as mulheres sejam respeitadas em sua dignidade; que cessem a exploração e os crimes sexuais contra as mulheres; que cesse o feminicídio! Não tenhamos medo de romper as cadeias da violência e da opressão", afirmou Dom Raymundo Damasceno, de acordo com a Arquidiocese de Mariana.

Vida de fé

Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena. Mudou-se para Juiz de Fora (MG) em 1982, para se preparar em um curso pré-vestibular. Seu desejo era fazer medicina e tornar-se pediatra. Filha de uma família católica vicentina, levava uma vida normal e participava de atividades da igreja.

No dia 1º de setembro de 1982, um homem foi montar um guarda-roupa no apartamento para onde se mudara com seu irmão, Paulo Roberto. O homem tentou violentá-la. Ela levou uma cadeirada na cabeça, foi amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas. Isabel resistiu o quanto pode e foi morta com 15 facadas.

Pela forma violenta como morreu e por sua vida de fé, uma campanha por sua beatificação foi iniciada. A solicitação foi aceita pelo Vaticano e, no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. "Isabel Cristina afirmou: 'é preciso resistir ao mal, custe o que custar'. E custou a vida dela. Por isso, nós agradecemos a Deus o testemunho de fé desta jovem", disse o coordenador geral da cerimônia, Monsenhor Danival Milagres Coelho, de acordo com a Arquidiocese de Mariana.

Beatificação no Crato

Em outubro, outra jovem brasileira morta de forma violenta foi beatificada pela Igreja Católica. A cearense Benigna Cardoso da Silva foi beatificada no Crato, no sertão do Ceará, pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, que representa o papa Francisco. Benigna foi brutalmente assassinada aos 13 anos, em 1941, por um rapaz que a assediava. Ela é venerada por católicos como um mártir da pureza e da castidade.

Ainda com 12 anos de idade, Benigna começou a ser assediada por Raul Alves, quatro anos mais velho que ela. Os dois estudavam no mesmo colégio e o rapaz começou a persegui-la. Benigna recorreu ao então pároco da cidade, o padre Cristiano Coelho, para falar do assédio. Ele a aconselhou a ir estudar na sede do município e lhe presenteou com uma Bíblia que, segundo sua biografia, tornou-se o seu livro de cabeceira.

Em 24 de outubro de 1941, Benigna foi ao poço com seu pote para pegar água e Raul estava à espreita, perseguindo ela. O jovem tentou estuprá-la e, com a resistência de Benigna, a matou.

"Ela rejeitou por ver no ato uma ofensa a Deus e, em consequência, ele a golpeou várias vezes com facão, tirando a sua vida. Desde então, ela é invocada como mártir, heroína da castidade, mártir da pureza", disse Danilo Sobreira, coordenador de Pastoral da Paróquia Senhora Sant'Ana de Santana do Cariri, cidade natal de Benigna, à agência Vatican News.

Raul Alves foi preso, ficou numa casa para recuperação de menores em Fortaleza, até chegar à maioridade. Ele cumpriu pena e voltou ao local do crime 50 anos depois para pedir perdão à família de Benigna.

Ao fim da missa deste sábado (20), o bispo diocesano Dom Magnus Henrique anunciou que o Vaticano autorizou o processo de beatificação do Padre Cícero. Milhares de fiéis e romeiros comemoraram a notícia no Largo da Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

 Animado com os trabalhos pelo título religioso ao Padre Cícero, o bispo da diocese de Crato contou que a abertura do procedimento foi confirmada em uma carta enviada no dia de São João, pelo próprio papa Francisco.

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"É com grande alegria que vos comunico nessa manhã histórica, que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do Santo Padre, o Papa Francisco, uma carta datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorizaçao para abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista, que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", comunicou em meio a fogos e aplausos dos fiéis presentes.

 

Uma missa às 16 horas deste sábado (7), na Comunidade Bethânia, em São João Batista, a cerca de 80 quilômetros de Florianópolis, vai marcar o início do processo diocesano para a beatificação do padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira. Nascido em Biguá (MG), padre Léo morreu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos, vítima de câncer. Ele acumula manifestações de fiéis que alegam ter tido graças pessoais, como curas e conversões. A abertura do processo foi autorizada pela Congregação para a Causa dos Santos, do Vaticano.

"Esta é a primeira fase do processo, quando a Igreja reúne relatos de graças e supostos milagres e documentos da obra dele para enviar um dossiê a Roma", explicou o padre Lúcio Tardivo, que dirige o Instituto Padre Léo na Comunidade Bethânia, entidade fundada pelo religioso para trabalhar com pessoas carentes e dependentes químicos. "Na segunda fase, o Vaticano fará novo exame de todo o material enviado e dará um parecer sobre o caso", contou o religioso.

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Padre Léo era filho de uma família de 9 irmãos e desde criança gostava de encenar ritos católicos. Uma das graças a serem analisadas no processo de beatificação, etapa a ser percorrida para se transformar em santo, é a recuperação de uma menina vítima de parada respiratória. "Essa menina, do Rio, é um dos casos a serem estudados e analisados no processo", explicou padre Lúcio. O centro de acolhimento em São João Batista, criado por padre Léo em Timbezinho, conta com 170 vagas e já atendeu mais de 6,5 mil pessoas em tratamentos contra dependência de drogas.

Santa Catarina já tem uma santa, Madre Paulina, de Nova Trento, canonizada em 2002, além dos dois religiosos no caminho da santificação, a beata Albertina Berkenbrock, de Imaruí, beatificada em 2007, e o padre Aloísio Boeing, de Vargem do Cedro, que está em fase de análise no Vaticano.

PASSO A PASSO PARA SER SANTO

1. Fiel católico morre com fama de santo ou mártir

2. Bispo diocesano investiga a autenticidade

3. Bispo dá início à causa de beatificação

4. Conferência episcopal apoia o início da causa

5. Início do processo no Vaticano

6. Candidato a beato ganha o título de Servo de Deus

7. Comissões de especialistas examinam a causa

8. Vaticano reconhece virtudes heroicas do Servo

9. Servo ganha título de Venerável

10. O postulador escolhe um provável milagre que aconteceu após a morte do Servo de Deus

11. Instituído um tribunal do milagre

12. Período de investigação do milagre

13. Envio do resultado a Roma

14. Exumação de restos mortais e transferência para local de fácil visitação e Beatificação

15. Postulador escolhe um provável milagre ocorrido após a beatificação

16. Novo tribunal sobre o milagre

17. Investigação sobre o milagre

18. Envio de constatação a Roma

19. Canonização

Fonte: Igreja Católica

A Igreja Católica já estuda um milagre que pode tornar santo o padre Donizetti Tavares de Lima, beatificado oficialmente neste sábado, 23, em Tambaú, interior de São Paulo. Conforme o bispo dom Antônio Emidio Vilar, da diocese de São João da Boa Vista, que inclui Tambaú, é necessário que haja a comprovação pelos médicos, por meio de exames, de que se trata de algo extraordinário para a canonização. "Nós aguardamos os exames para essa comprovação", disse, sem dar mais detalhes.

O padre Anderson Godoi de Oliveira, vice-postulador da causa do beato Donizetti, confirmou que há vários relatos de milagres que teriam acontecido depois daquele que resultou na beatificação, mas é preciso cumprir as fases do processo de canonização. "Para o segundo milagre, a Igreja pede que seja documentado após a celebração da beatificação. É agora que vamos iniciar o processo e fazer a documentação. Esperamos que não demore tanto", disse. Segundo ele, o santuário de Tambaú espera receber a comunicação de outras graças alcançadas pela intercessão do beato Donizetti.

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A solenidade de beatificação do religioso, que incluiu missa campal, foi assistida por 20 mil pessoas, sob sol forte, neste sábado, em Tambaú. Para muitos, padre Donizetti já é santo. "Os milagres já existem, é só uma questão de tempo para que sejam reconhecidos", disse Terezinha Cândida Novaes, de 46 anos, que viajou mais de 400 km, desde Itapeva, para assistir a cerimônia.

O aposentado Domingos Antonio Somera, de 73 anos, quis relatar à reportagem o que ainda não havia contado a ninguém. "Quando eu tinha 5 anos, minha mãe me levou para tomar a bênção do padre. E ele me olhou e disse para ela me levar no médico, pois eu estava com apendicite. Ela me levou e descobriram que era um caso agudo e eu podia morrer."

Houve emoção e aplausos quando o adolescente Bruno Henrique Arruda de Oliveira, de 13 anos, que recebeu o milagre aceito pelo Vaticano para considerar o padre bem-aventurado, subiu ao altar com as relíquias de padre Donizetti. A imagem oficial do padre foi apresentada aos devotos sobre o altar.

O bispo dom Vilar cumpriu o rito de beatificação, pedindo ao cardeal Angelo Becciu, representante do papa Francisco, a inscrição do venerável Donizetti Tavares de Lima no número de bem-aventurados da Igreja Católica. Em seguida, o cardeal leu a carta apostólica na qual o pontífice acolheu o pedido. As letras apostólicas foram lidas em latim, a língua oficial da Igreja.

Na homilia, dom Vilar pediu "pelos governantes do Brasil e do mundo, a fim de que em tudo contribuam para a vida, para a solidariedade e a fé", e "por todos os que, a exemplo do bem-aventurado Donizetti, se colocam a serviço da justiça e da caridade".

O bispo lembrou que o padre, vivendo num período complexo da história do Brasil, não excluía ninguém "Para ele, todos os homens eram iguais, (ele) não olhava para a cor da pele, a cultura, a fé da pessoa. Foi um antecipador dos direitos humanos contra a desenfreada corrida imposta pelos interesses econômicos que destroçam a pessoa humana. Desafiou contrariedades e perseguições, arriscou a vida colocando-se na defesa dos doentes e operários."

Na coletiva à imprensa, o cardeal Angelo Becciu disse que o papa Francisco falaria sobre a beatificação de padre Donizetti, durante a cerimônia do Angelus, deste domingo. 24, no Vaticano. "O papa Francisco quer que ele sirva de exemplo para todos os padres, em toda a Igreja." Bruno e seus pais, Adriano Hilário de Oliveira, de 42 anos, e Margarete Rosilene Arruda de Oliveira, 46, deram testemunho do milagre e da mudança da vida deles depois do acontecido. "Sei que agora represento a esperança para muitas pessoas que estão doentes e acreditam que, como aconteceu comigo, Deus pode operar um milagre na vida delas", disse Bruno.

'Cura foi considerada inexplicável à luz da medicina'

Bruno nasceu com uma deformidade conhecida como pé torto congênito bilateral e não conseguiria andar. Seus pais eram devotos de padre Donizetti e a mãe, depois de tentar desentortar os pés de Bruno com as mãos, começou a chorar e pediu a intercessão do religioso. Ela prometeu levar os sapatinhos de Bruno à casa do padre, em Tambaú, caso fosse atendida.

No dia seguinte, ao acordar, ela pôs o menino em pé sobre a mesa e ele pisou com os pés retos, como se não tivesse a anomalia. Levado outra vez ao ortopedista, o médico constatou que ele não tinha mais nada nos pés e chegou a dizer que Deus tinha curado a criança.

Conforme o padre Anderson, os relatos e documentos referentes à cura foram juntados no processo de beatificação, que tramitava havia 24 anos, e foi decisivo para o decreto do papa. O Tribunal Eclesiástico que avaliou o caso considerou que a cura preenchia os requisitos exigidos pela Igreja para aceitar o fato como milagre.

"O pedido foi feito apenas ao padre Donizetti para que intercedesse junto a Nossa Senhora Aparecida. Se fosse dirigida a mais de um santo ou venerável, não seria aceito pela Igrejá. O menino apresentou cura instantânea, completa, sem deixar sequelas, e duradoura. Vejam como ele está muito bem até hoje. E a cura foi considerada inexplicável à luz da medicina", disse.

Padre nasceu em MG, mas dedicou 35 anos da sua vida a Tambaú

Tambaú não é a cidade natal do padre Donizetti, que nasceu em Cássia (MG), em 1882, mas foi a ela que o religioso dedicou os últimos 35 anos de sua vida. Foi ali que ele morreu e foi sepultado em junho de 1961, já com a fama de milagreiro. Na história oficial do município, consta que ele curou as pernas cheias de feridas de um vendedor de vinhos. O homem contou o milagre para comerciantes de cidades vizinhas e, em poucos dias, os romeiros começaram a chegar a Tambaú para receber as bênçãos do religioso.

A fama cresceu quando, em outubro de 1929, a igreja de Santo Antônio pegou fogo. O padre entrou nos escombros e saiu com a imagem de Nossa Senhora Aparecida nas mãos, intacta. A história relata que o menino Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, esteve na cidade em 1955 com seu pai e, durante o sermão, o padre teria dito que "há um menino aqui que se tornará um atleta não só conhecido no país, como no mundo".

Outra história, confirmada pelo protagonista, é a do jornalista Joelmir Betting, nascido em Tambaú, e que foi coroinha do padre. O então garoto Joelmir tinha um problema de gagueira, que desapareceu depois que o sacerdote rezou um Pai Nosso segurando em sua mão.

A cidade, de 23.207 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vive em função do padre. Cerca de 200 mil devotos por ano movimentam a economia local, injetando R$ 6 milhões no comércio e serviços, segundo o diretor municipal de Turismo, Edilson Faria. Somente em julho, mês em que o padre morreu, são 40 mil fiéis.

Segundo ele, os devotos procuram o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, onde fica o jazigo com seus restos mortais, a casa em que o padre morou, aberta à visitação, a réplica da igreja de São José e o mausoléu no cemitério - mesmo sabendo que, o túmulo está vazio desde 2009, quando os ossos foram transferidos para o santuário.

Brasil tem 37 santos e 50 beatos

A Igreja Católica considera que o Brasil tem 37 santos, incluindo os que nasceram em outro país, mas viveram e se santificaram aqui. Dois são nascidos no Brasil: Santo Antônio de Almeida Galvão, nascido em Guaratinguetá (SP), e a recém-canonizada Santa Dulce dos Pobres, nascida em Salvador (BA). Também são muito conhecidos São José de Anchieta (padre Anchieta), nascido na Espanha, e Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus (madre Paulina), nascida na Itália. A lista inclui 30 santos mártires do Rio Grande do Norte e três do Rio Grande do Sul.

Este ano, além do padre Donizetti, o papa Francisco autorizou também a beatificação da menina brasileira Benigna Cardoso da Silva, que morreu mártir aos 13 anos de idade e é chamada de "heroína da castidade". Ela nasceu em outubro de 1928 em Santana do Cariri (CE) e, em 1941, foi assassinada após recusar a ter relações sexuais com um adolescente.

O Brasil tem outros 50 beatos, alguns bastante conhecidos do povo, como Nhá Chica, como ficou conhecida Francisca de Paula de Jesus, morta em Baependi (MG), e a freira Lindalva Justo de Oliveira, que se tornou mártir em Salvador (BA).

Terminou, nesta quarta-feira (19), a "fase diocesana" do processo de beatificação e canonização de dom Hélder Câmara. Durante solenidade, houve o lacre das caixas de documentos e a remessa para o Vaticano.

O material agora será recebido pela Congregação da Causa dos Santos. Laudos, documentos, pareceres e testemunhas coletados vão ser analisados por comissões, sendo elaborado conjunto de documentos chamado "Positio", dando início à Fase Romana do processo.

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A expectativa do arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, é que uma resposta positiva chegue até 2020. Foi dom Helder quem ordenou Saburido sacerdote. "A nossa esperança se projeta para o ano de 2020, quando a Arquidiocese de Olinda e Recife sediará o XVIII Congresso Eucarístico Nacional. Temos fé na Santa Eucaristia, confiamos que, até lá, receberemos notícias positivas sobre a análise do processo de dom Helder na Congregação da Causa dos Santos", disse o religioso.

Dom Hélder Câmara foi arcebispo de Olinda e Recife no período de 1964 a 1985. Ele se destacou pela defesa dos mais pobres, dos direitos humanos e na proposição de novos caminhos para a igreja. Foi bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, membro atuante no Concílio Vaticano II e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Câmara recebeu a indicação para o prêmio Nobel da Paz em 1972. Seu processo de beatificação e canonização foi aberto em junho de 2015.

Fases do processo de beatificação e canonização:

Milagre rigoroso - Precisa ser comprovado por uma junta de médicos do próprio país e por uma comissão de médicos do Vaticano.

Início informal - Qualquer pessoa pode solicitar a abertura do processo ao bispo do local em que o candidato a santo morreu. Quando se inicia o processo, depois de ter recebido a autorização da Santa Sé, o candidato recebe o título de Servo de Deus.

Investigação das virtudes - O bispo local dá entrada com seu dossiê na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano. Depois, inicia-se a investigação das virtudes. O objetivo é passar ileso pela análise de comportamento durante a vida. Se o candidato viveu de forma exemplar, é declarado Venerável.

Exigência de um milagre - A Congregação das Causas dos Santos exige que o candidato a santo tenha operado um milagre e que este seja comprovado. Uma investigação é aberta no local onde o milagre ocorreu e os resultados são enviados a Roma para comprovação. Em caso de confirmação, o milagreiro é declarado “Beato” e pode ser cultuado na região em que já tem fama de santidade. Mártires, por sua vez, são dispensados do milagre e seguem automaticamente para a canonização.

Novo milagre - Na última fase, é preciso provar outro milagre. Vencida a etapa, o santo é apresentado pelo papa para o culto da Igreja mundial. É necessário confirmar inclusive a real existência do candidato a santo. Para isso, uma exumação do corpo é solicitada.

Com informações da assessoria

Um surfista que morreu pegando onda pode se tornar o primeiro santo carioca. Já corre no Vaticano o processo de beatificação de Guido Schäffer (1974-2009), o jovem médico e seminarista que adorava o mar e era conhecido em toda a zona sul do Rio de Janeiro por seu trabalho de atendimento aos mais pobres e sua pregação religiosa.

Em 1.º de maio - data que marcou os nove anos de sua morte -, uma missa rezada na Praia do Recreio dos Bandeirantes pelo cardeal arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, para mais de mil pessoas, comprovou a crescente popularidade da candidatura de Guido ao concorrido panteão dos santos católicos.

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Para que Guido seja proclamado beato será necessária a comprovação de um milagre - no caso, uma cura que não possa ser explicada pela ciência. Para a canonização, é preciso comprovar um segundo milagre.

Quem entra na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na zona sul, tem uma noção da importância de Guido na comunidade. Desde que os restos mortais do surfista foram transferidos para a igreja, em 2015, os fiéis se reúnem ali para agradecer as graças alcançadas. A quantidade de velas, flores e ex-votos (presente dado pelo fiel ao santo de devoção) dão a dimensão da popularidade de Guido. "Eu sou um dos grandes milagres de Guido", disse Tatiana Ribeiro, de 35 anos.

Ela contou que há três anos se submeteu a uma cirurgia bariátrica, sofreu uma complicação e quase morreu. Sua mãe sonhou com um jovem que apontava, num exame de imagem, o lugar exato onde havia uma fístula. A mãe de Tatiana não conhecia Guido e muito tempo depois, vendo um santinho, reconheceu o jovem que aparecera no sonho.

"Guido era um São Francisco do Rio", compara padre Jorjão, da paróquia da Nossa Senhora da Paz, amigo pessoal de Guido e autor do livro O Santo Surfista. "Ele reunia grupo de jovens médicos de todas as especialidades para atender aos pobres gratuitamente; resgatava a dignidade de pessoas que moravam na rua; atendia os drogados."

História. Guido nasceu em 22 de maio de 1974, em Volta Redonda. Filho do médico Guido Vidal Schäffer e da dona de casa Maria Nazareth Schäffer, mudou-se para Copacabana, na zona sul, onde passou a juventude entre a escola, a praia e a igreja. Guido seguia uma vida típica de jovem de classe média criado na zona sul do Rio nos anos 90: se formou em Medicina, começou a trabalhar e, namorando sério havia alguns anos, chegou a marcar a data do casamento.

Foi em 2000, durante excursão religiosa com a família a Roma, que Guido percebeu que deveria seguir o sacerdócio. Estudou filosofia e teologia e estava prestes a ser ordenado padre quando morreu pegando onda com amigos no Recreio, no feriado do Dia do Trabalho de 2009, aos 34 anos. Foi atingido na parte de trás do pescoço por uma prancha desgovernada. O golpe o fez desmaiar e ele acabou morrendo afogado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Vaticano devolveu, neste domingo, 13, os direitos sacerdotais de Padre Cícero Romão Batista. Considerado santo pelos nordestinos brasileiros, Padre Cícero tem, agora, o marco zero para sua reconsideração, beatificação e posterior santificação. O bispo diocesano de Crato, dom Fernando Panico, anunciou a reconciliação durante a missa dominical na Catedral de Crato, cidade onde Padre Cícero nasceu.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) comemorou por meio de sua conta no Facebook. "Recebi com muita alegra a informação da reconciliação da Igreja Católica com o querido Padre Cícero Romão Batista, nosso Padim. A reconciliação o primeiro passo para a reabilitação de Padre Cícero na Igreja Católica após as punições impostas há mais de um seculo", disse Camilo, completando: "felizes estamos o povo do Cariri, todos nos cearenses e os milhões de devotos de todo o Brasil".

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O Vaticano enviou uma carta à Diocese de Crato e aos romeiros de Juazeiro do Norte, em nome do papa Francisco, reconhecendo a importância de Padre Cícero para as evangelização. "E inegável que o Padre Cícero Romão Batista no arco de sua existência viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e por isso mesmo desde o início foi compreendido e amado por este mesmo povo"' destaca trecho da carta do Vaticano.

O processo de reabilitação demorou mais de dez anos. Foi enviado um dossiê de mais de dez volumes para o Vaticano ainda quando João Paulo II era papa.

Negro filho de escravos, o Padre Francisco de Paula Víctor será beatificado no dia 14 deste mês no sul do Estado de Minas, onde Nhá Chica (Francisca de Paula de Jesus) foi proclamada beata em maio de 2013.

A cidade de Três Pontas, com 57 mil habitantes, prepara-se para receber milhares de romeiros e devotos de Padre Víctor, muito venerado na região. Restos mortais e relíquias do novo beato serão expostos em urnas de acrílico para veneração dos fiéis. Padre Víctor nasceu em Campanha em abril de 1827 e morreu em setembro de 1905 em Três Pontas, onde foi pároco por 53 anos.

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O papa Francisco havia reconhecido em junho um milagre atribuído à intercessão do padre: o caso da gravidez de Maria Isabel de Figueiredo, que tinha retirado uma trompa após uma gravidez tubária e estava com a outra obstruída. Depois de rezar uma novena a Padre Víctor, a mulher engravidou e deu à luz uma menina, Sofia, hoje com 4 anos.

O Papa Francisco assinou neste sábado um decreto que autoriza a beatificação do monsenhor Melki, bispo da Igreja Católica síria assassinado por sua confissão em 1915, na Turquia, anunciou o Vaticano.

O Pontífice autorizou que a Congregação para a Causa dos Santos reconheça o "martírio do servo de Deus Flavien Michel Melki", primeira etapa para uma beatificação rápida, afirmou o Vaticano.

O bispo, nascido no ano de 1858, em Kaalat Mara (na atual Turquia), e membro da Fraternidade de Santo Efrém, morreu "por ódio à confissão, em Cizre (Turquia), em 29 de agosto de 1915", assinalou.

Segundo o portal de informações religiosas ACI, após ele ter sido nomeado cura pela Igreja Católica síria, a paróquia de Melki foi saqueada e incendiada nos massacres de 1895. Após isso, ele foi nomeado bispo de Mardin e Gazarta (atual Cizre).

Quando começaram os massacres de autoridades otomanas contra as minorias armênias, assírias e gregas, o bispo se negou a fugir. Foi detido em 28 de agosto, com o bispo caldeu Jacques Abraham, e ambos foram obrigados a se converter ao islamismo, o que se negaram a fazer.

O monsenhor Abraham foi assassinado com um tiro, e o monsenhor Melki foi agredido até perder os sentidos, antes de ser decapitado, segundo a mesma fonte.

A Turquia nega que o Império Otomano tenha organizado um massacre sistemático de sua população armênia, e rejeita o termo genocídio, usado na Armênia, por historiadores, e por 20 países.

O papa Francisco autorizou, na sexta-feira, 5, a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto de beatificação

do padre Francisco de Paula Victor, mineiro da cidade de Campanha, onde nasceu em 12 de abril de 1827. Ele era um jovem sapateiro quando se matriculou no Seminário de Mariana e, durante seus estudos, sofreu discriminação dos colegas, por ser negro e filho de escravos.

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Dedicou a vida aos pobres, ficou conhecido em sua região por sua caridade e morreu com fama de santidade em 23 de setembro de 1905. Nos três dias em que durou o velório, seu corpo exalava suave perfume, conforme relatos de testemunhas da época. O papa reconheceu a autenticidade de um milagre atribuído ao padre Victor, a cura inexplicável de um morador da cidade, analisada por uma junta médica do Vaticano e por uma comissão de teólogos. A beatificação, que dá aos beatos um culto restrito, é o último passo para a canonização, de culto universal.

Padre Victor, cuja beatificação será celebrada provavelmente em Três Pontas, será o segundo santo da Diocese de Campanha.

Em maio de 2013, Nhá Chica (Francisca de Paula de Jesus) foi proclamada beata em Baependi, onde viveu e está sepultada. Também negra e filha de mãe escrava, ela nasceu em 1808 em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João Del Rey. Morreu em 1895. O Brasil tem seis santos e 79 beatos reconhecidos pela Igreja.

O único santo de nacionalidade brasileira é Frei Antônio Galvão, nascido em Guaratinguetá. Padre José de Anchieta, canonizado em abril de 2014, era espanhol das Ilhas Canárias. Os outros quatro são Madre Paulina, italiana que emigrou aos nove anos para Santa Catarina, e três missionários jesuítas - o paraguaio Roque González e os espanhóis Afonso Rodriguez e João de Castilhos, martirizados no século 17 nas Reduções, atualmente território do Rio Grande do Sul.

Oscar Arnulfo Romero, o assassinado arcebispo de San Salvador, foi proclamado beato da Igreja Católica neste sábado, 35 anos após sua morte, em uma cerimônia que reuniu milhares de pessoas. A cerimônia de beatificação de Romero foi acompanhada por mais de 200.000 fiéis.

"Em virtude de nossa autoridade apostólica proclamamos que o venerado servo de Deus, Oscar Arnulfo Romero Galdámez, bispo, mártir, pastor segundo o coração de Cristo, evangelizador e pai dos pobres, testemunha heroica dos reinos de Deus, reino de justiça, fraternidade e paz, de agora em diante se chame beato", proclamou o cardeal Angelo Amato ao ler uma carta do papa Francisco.

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Após a declaração, os milhares de espectadores da cerimônia responderam com um prolongado aplauso, enquanto um coral entoava "teu reino é vida, teu reino é verdade".

Imediatamente foi exibido um gigantesco retrato de Romero em meio a gritos de saudações de uma multidão entusiasmada que cantava "vivas" a seu pastor. Amato proclamou o 24 de março como o dia de celebração da festa de Romero, "o dia em que nasceu para o céu", uma referência à data de seu assassinato.

O então arcebispo foi morto com um tiro no peito em 24 de março de 1980 por um atirador ligado à extrema-direita, depois de clamar por justiça social e o fim da repressão no país. O assassinato deu início a uma guerra civil de 12 anos que deixou 75.000 mortos. Ninguém foi condenado pelo crime.

"Expresso nosso mais profundo agradecimento ao sucessor do apóstolo Pedro, sua santidade o papa Francisco, pela beatificação do mártir monsenhor Oscar Arnulfo Romero, que derramou seu sangue em defesa da fé", exclamou o arcebispo de El Salvador, José Luis Escobar.

Romero foi chamado de "a voz dos sem voz" por suas denúncias da injustiça social e da repressão que sofria o povo salvadorenho.

Sua morte foi classificada pelo papa Francisco como um martírio "por ódio à fé", o que abriu as portas para sua beatificação.

O papa Francisco afirmou neste sábado que o momento é favorável para uma "verdadeira e própria reconciliação nacional" em El Salvador.

Em uma carta enviada ao atual arcebispo de San Salvador, José Luis Escobar Alas, o pontífice recordou a figura de Romero que, segundo ele, "convida à sensatez e reflexão" e mostra que é necessário "renunciar à violência da espada a do ódio".

"Monsenhor Romero, que construiu a paz com a força do amor, deu testemunho da fé com sua vida entregue ao extremo", escreveu o papa.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou a sua satisfação com a beatificação de Oscar Arnulfo Romero.

"Hoje me uno ao povo de El Salvador e de todo o mundo para receber com satisfação a beatificação do arcebispo Romero", afirma o presidente americano em uma nota oficial da Casa Branca.

Obama afirma que Romero foi "uma figura inspiradora para o povo de El Salvador e de todo o continente americano. Foi um sacerdote inteligente e um homem corajoso".

A Cúria Romana analisa o pedido feito pela Arquidiocese de Olinda e Recife para iniciar o processo de beatificação de dom Hélder Câmara. A expectativa agora está no posicionamento dos dicastérios, que são departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria.

Uma carta enviada à arquidiocese pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, explica que, caso seja dado o Nihil Obstat (Nada Consta), a Igreja em Olinda e Recife poderá iniciar o processo na diocese.

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De acordo com a arquidiocese, a primeira etapa do processo consiste em nomear dom Hélder Servo do Senhor. Em seguida, a partir da aprovação de estudos feitos por uma comissão jurídica, com base da análise de textos publicados pelo religioso e de testemunhos de pessoas que o conheceram, o papa concede o título de Venerável Servo do Senhor. Então, o passo seguinte é a beatificação.

Dom Hélder Câmara nasceu em 7 de fevereiro de 1909 em Fortaleza. Ingressou no seminário da capital aos 22 anos e teve uma vida religiosa marcada pela atenção aos mais necessitados.

Entre outras atividades exercidas por dom Hélder, destacam-se a passagem pelo arcebispado do Rio de Janeiro, onde foi bispo auxiliar na década de 40, com forte ação social, e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual foi secretário durante 12 anos (1952-1964).

Foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 12 de abril de 1964, poucos dias depois do golpe militar. Em agosto de 1969, foi acusado de ser demagogo e comunista por ter criticado a situação de miséria dos agricultores do Nordeste.

A partir desse episódio, dom Hélder passou a sofrer várias represálias. Teve a casa metralhada, assessores seus foram presos e sua indicação para o Prêmio Nobel da Paz foi boicotada pelo governo militar, já que ele denunciava a tortura praticada contra presos políticos. Dom Hélder recebeu, entretanto, vários outros prêmios internacionais pelo trabalho em defesa dos direitos humanos, como o Prêmio Popular da Paz, na Noruega, em 1974, e o Martin Luther King, nos Estados Unidos, em 1970.

Dom Hélder Câmara morreu no dia 27 de agosto de 1999 em sua casa, no Recife. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Catedral São Salvador do Mundo, em Olinda.

O Vaticano autorizou a abertura de processo para a beatificação de Guido Schäffer, médico e seminarista nascido em Volta Redonda, cidade no sul fluminense, e morto em maio de 2009, aos 34 anos. O pedido foi feito em maio deste ano pela Arquidiocese do Rio, que recebeu a resposta no fim de outubro e a anunciou nesta segunda-feira, 10. Agora a Arquidiocese vai instalar um tribunal para dar início ao processo.

Para conceder o título de beato a uma pessoa, a Igreja Católica exige, entre outros requisitos, a comprovação de um milagre relacionado ao candidato. Essa condição só é dispensada em caso de martírio. A beatificação é considerada um passo anterior à canonização, processo em que a pessoa é declarada santa. Para isso é necessário comprovar mais um milagre ligado ao candidato.

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Guido morava em Copacabana (zona sul do Rio) e era médico, seminarista e surfista. Havia cursado Medicina na Faculdade Técnica Educacional Souza Marques, de 1993 a 1998, e fez residência em clínica médica na Santa Casa, de 1999 a 2001.

Cursou Filosofia (2002 a 2004) e Teologia (2006 e 2007) no Instituto de Filosofia e Teologia do Mosteiro de São Bento, no Rio. Em 2008, ingressou no Seminário São José para concluir o curso de teologia e cumprir o período mínimo de vida no seminário necessário para a ordenação sacerdotal. Nesse tempo todo, Guido organizou diversos grupos de oração.

Em 1º de maio de 2009, ano em que concluiria o seminário, foi à praia da Barra da Tijuca (zona oeste) para surfar e comemorar com amigos o casamento de um deles, marcado para o dia seguinte. Numa manobra acidentada, a prancha atingiu a nuca de Guido, que morreu.

Desde a morte, começou a ser atribuída a Guido a fama de milagreiro. Seu túmulo no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul), costuma ser visitado por romeiros. A vida de Guido foi registrada no livro "O Anjo Surfista". Um site em sua homenagem recebe ao menos mil visitas por mês, segundo os organizadores.

D. Roberto Lopes, delegado episcopal para a Causa dos Santos da Arquidiocese do Rio, será responsável por reunir material que comprove o milagre operado por intercessão de Guido. Relatos de cura já chegaram ao conhecimento de d. Roberto, a quem caberá reunir as provas.

A Arquidiocese de Mariana, na região central de Minas Gerais, dará início nesta quarta-feira (27) ao processo de beatificação e canonização de d. Luciano Mendes de Almeida, cuja trajetória foi marcada pela defesa dos direitos humanos e das camadas mais pobres da sociedade. O processo de beatificação do religioso, cuja abertura foi autorizada pela Congregação Para Causa dos Santos, em maio passado, não tem prazo para ser concluído.

O procedimento será iniciado com uma missa solene que será presidida pelo atual arcebispo de Mariana, d. Geraldo Lyrio Rocha. O cargo foi exercido por d. Luciano de 1988 até 2006, quando ele morreu vítima de falência múltipla de órgãos. O pedido de abertura do processo foi feito em edital do próprio d. Geraldo diante dos "sinais de crescente fama de santidade de d. Luciano Pedro Mendes de Almeida".

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Segundo a arquidiocese, para que o religioso seja beatificado, será necessário comprovar, por meio de documentos e depoimentos, que durante sua vida ele defendeu e praticou virtudes cristãs como a fé e o amor a Deus. Após a primeira fase do processo, que será realizada toda em Mariana, o caso será enviado para o Vaticano. Caso a documentação seja aprovada, ele será decretado venerável pelo Papa Francisco e, após isso, pode ser beatificado com a comprovação de um milagre, ou santo, com a confirmação de um segundo milagre.

Ligado à Companhia de Jesus e doutor em Filosofia, d. Luciano foi bispo auxiliar de São Paulo em meados da década de 1970 e foi nomeado arcebispo de Mariana pelo Papa João Paulo II, morto em 2005. Entre outros postos, o religioso, nascido em 1930 no Rio de Janeiro, atuou, entre 1979 e 1986, como secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que presidiu de 1987 a 1994.

Durante a ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, d. Luciano foi uma das principais vozes pode reformas sociais e em defesa dos direitos humanos dos perseguidos pelo regime, principalmente de padres e outros religiosos presos e torturados por agentes do governo. Ele morreu em 27 de agosto de 2006, no Hospital das Clínicas de São Paulo, onde ficou internado mais de um mês lutando contra um câncer no fígado.

O papa Paulo VI será beatificado no dia 19 de outubro deste ano no Vaticano. O papa Francisco autorizou, em audiência particular, sexta-feira (9) à tarde, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, a divulgar a promulgação do decreto de aprovação de um milagre atribuído ao futuro beato e a anunciar a data da beatificação.

Giovanni Batistta Montini, que foi arcebispo de Milão e, em 1963, foi eleito sucessor de São João XXIII, canonizado em 27 de abril, governou a Igreja durante 15 anos, até 1978. Ele deu continuidade ao Concílio Ecumênino Vaticano II, encerrado em dezembro de 1965 e escreveu encíclicas de grande repercussão, entre elas a Populorum Progressio (O Desenvolvimento dos Povos) e a Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida).

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Na encíclica Evagelium Vitae, Paulo VI manteve a proibição da Igreja ao controle de natalidade, vetando o uso da pílula e outros métodos anticoncepcionais não naturais. A decisão foi um momento de grande angústia para o papa, porque ele assumiu uma posição tradicional e conservadora, apesar de uma comissão de teólogos ter se manifestado a favor da liberação.

Duas semanas atrás, informava-se em Roma que Paulo VI seria beatificado em Milão, provavelmente pelo arcebispo Angelo Scola, seu sucessor na arquidiocese. O fato de a cerimônia de beatificação ser marcada para o Vaticano significa que o papa Francisco, que presidirá o ato, pretende dar maior destaque à figura de Montini.

O Vaticano informou neste sábado que a cerimônia de beatificação do papa Paulo VI foi marcada para 19 de outubro, após o reconhecimento de um milagre atribuído a ele. Esse é o primeiro passo para a elevação do pontífice, morto em 1978, à santidade.

O aparente milagre identificado pela Congregação para as Causas dos Santos - órgão da Igreja Católica responsável pelos processos de santificação - foi a cura de um feto que estava com uma doença relatada pelos médicos como incurável.

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Paulo VI, nascido Giovanni Montini na Itália em 1897, governou a Igreja Católica entre 1963 e 1978. Ele foi o responsável por dar continuidade ao Concílio Vaticano II, encontro das autoridades eclesiásticas convocado pelo antecessor João XXIII e que tinha como objetivo modernizar o catolicismo.

O papado dele foi marcado por seus esforços para buscar laços mais estreitos com outras denominações cristãs, mas sua encíclica Humanae Vitae, de 1968, foi controversa em falar da proibição de todas as formas de contracepção artificial.

O trâmite da Igreja Católica exige que um milagre seja reconhecido para que haja a beatificação e dois milagres para a elevação à santidade. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Papa Paulo VI, que comandou a Igreja Católica de 1963 a 1978, será beatificado no final do Sínodo dos Bispos em outubro, indicou nesta terça-feira uma fonte próxima ao caso.

O Vaticano ainda não anunciou oficialmente a informação, que tem sido cogitada como provável há algumas semanas, com o Papa Francisco citando em várias ocasiões o seu predecessor italiano como uma de suas referências.

De acordo com a agência de notícias italiana Ansa, a cura inexplicável de um feto, atribuída ao Papa Paulo VI, foi confirmada pela Congregação para as Causas dos Santos como um milagre para a sua beatificação.

Giovanni Battista Montini, nascido em 1897, tornou-se Papa em junho de 1963 com o nome de Paulo VI.

Foi ele quem conduziu até a conclusão o Concílio Vaticano II, iniciado por seu antecessor, João XXIII, que abriu a Igreja Católica para outras religiões e para a sociedade.

Ele tem sido frequentemente citado pelo Papa Francisco e sua obra é constantemente reavaliada.

Em 27 de abril, os Papas João Paulo II e João XXIII foram canonizados durante uma cerimônia presidida por Francisco na Praça de São Pedro.

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