Tópicos | Beatriz Ferreira

O desfecho do torneio de boxe de Strandja, na Bulgária, foi o melhor possível para o esporte brasileiro. Abner Teixeira já havia garantido um bronze para o país e, neste domingo (26), Bia Ferreira e Keno Marley somaram mais dois ouros para o Brasil. Com isso, o boxe nacional alcançou sua melhor performance em 74 anos de história da competição.

A primeira a subir no ringue foi Bia Ferreira, pela final da categoria 60 kg. A medalhista de prata nos Jogos de Tóquio venceu os três rounds diante da chinesa Yang Wenlu e foi consagrada vitoriosa por decisão unânime dos juízes. Este foi o terceiro título da baiana em Strandja.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Já Keno Marley teve pela frente um velho conhecido e recente carrasco. O equatoriano Julio Castillo havia derrotado o brasileiro na final dos Jogos Sul-Americanos em 2022, mas desta vez Keno se impôs, vencendo os dois primeiros rounds e sendo declarado campeão da categoria 92 kg também por decisão unânime dos juízes. Foi a primeira vez que um atleta masculino do país sagrou-se campeão em Strandja.

Com dois ouros e um bronze, o resultado em 2023 superou o de 2019, quando o Brasil voltou com um ouro e três bronzes. 

Com uma agressividade impressionante e muita velocidade nas pernas e braços, Beatriz Ferreira somou, neste sábado, na Desert Diamond Arena, em Phoenix, Arizona, estados Unidos, a segunda vitória na carreira profissional, ao derrotar a norte-americana Carisse Brown, por nocaute técnico, no segundo assalto.

Esta foi a segunda luta de Bia em um período de três semanas. No último dia 12, a brasileira vencera a compatriota Taynna Cardoso, por pontos, após quatro rounds, em duelo disputado em Cleveland, também nos Estados Unidos.

##RECOMENDA##

"Estamos muito satisfeitos com o resultado. A Bia estava ansiosa para vencer por nocaute. Acabou sendo nocaute técnico, acho que o juiz se precipitou um pouco, poderia ter dado mais um tempo para que conseguimos concretizar o nocaute, mas a Bia mostrou, diante de uma rival difícil, que está em um nível muito acima", disse o técnico Mateus Alves.

Bia, que completa 30 anos na próxima sexta-feira, soma duas vitóias no profissional, enquanto Brown, de 36 anos, perdeu pela terceira vez - a primeira por nocaute técnico -, após dez lutas.

Confira a luta:

[@#video#@]

Bia poderá voltar a lutar no profissional em fevereiro. Ela mantém a carreira olímpica e vai se preparar de forma paralela. Seu plano é disputar a Olimpíada de Paris, em 2024, e na sequência ficar apenas no profissional.

Foto: Reprodução/Instagram/cbboxe

A supercampeão Beatriz Ferreira vai estrear na carreira profissional em 12 de novembro, contra a compatriota Tayna Cardoso, em Cleveland, Estados Unidos. Medalha de prata na Olimpíada do Japão e no Mundial na Rússia, a brasileira tem contrato com a empresa Matchroom de Eddie Hearn, mas mantém carreira também no boxe olímpico até Paris/2024.

Bia, de 29 anos, deverá fazer uma segunda luta profissional, em 3 de dezembro, na preliminar de Juan Francisco Estrada e Roman "Chocolatito" Gonzalez, em Glendale, Estados Unidos, com rival a ser anunciada.

##RECOMENDA##

Bia recebe uma boa remuneração da Confederação Brasileira de Boxe, da Marinha do Brasil, do governo federal e de patrocinadores e vai continuar com isso pelo menos até a Olimpíada de Paris, quando vai tentar a conquista inédita do ouro olímpico para o boxe feminino do Brasil.

Desde 2016, os boxeadores podem ter carreira ‘híbrida’ ou seja: serem profissionais e lutarem nos Jogos Olímpicos. Bia é primeira atleta da nobre arte a ter esta atitude. Bia soma 36 pódios em 37 torneios internacionais. São 95 lutas amadoras, com 86 vitórias e nove derrotas.

"Acredito que será um grande show de estreia e ótimo para o boxe profissional do Brasil", disse Mateus Alves, que é técnico de Bia no amador e será também no profissional.

O boxe brasileiro pode ter nesta terça-feira o seu dia mais vitorioso. A peso-leve (até 60 kg) Beatriz Ferreira, o leve (até 63 kg) Wanderson Oliveira e o pesado (até 91 kg) Abner Teixeira estarão em ação na Kokugikan Arena. Este último já vai disputar a semifinal com a garantia de já ter conquistado a medalha de bronze, pois os no boxe olímpico não há a disputa pelo terceiro lugar e os perdedores sobem também no pódio. Já a lutadora e Wanderson estão nas quartas de final e precisam vencer para atingir o mesmo status.

A primeira a se apresentar será Beatriz, atual campeã mundial. Ela sobe no ringue às 5 horas (17h do Japão) para enfrentar a usbeque Raykhona Kodirova, nona no último campeonato do mundo. "Eu me preparei durante cinco anos para este momento. Chegou a hora de decidir", afirmou a lutadora, que venceu na estreia com facilidade a atleta Shih-Yi Wu, de Taiwan, em decisão unânime dos jurados (5 a 0).

##RECOMENDA##

"Todas aqui são minhas adversárias. Estou pronta para o que precisar. Amo o boxe e estou pronta para o que der e vier. Independentemente do combate que acontecer aqui, eu sei que será um grande espetáculo para a galera. Eu sei para o que me preparei, sei meu objetivo aqui e vou em busca dele, afirmou a boxeadora, de 28 anos e 1,62 metro de altura.

Wanderson, de 24 anos e 1,78 metro, vai ter pela frente, às 6h18, o cubano Andy Cruz, apontado como o melhor da atualidade nesta categoria. "É o número 1 deste peso, mas eu vou treinar bastante a tática que vou ter contra ele, rever a luta que tive com ele, rever os erros e o que tive de qualidade para fazer a estratégia", disse o brasileiro, após vencer seu segundo combate em Tóquio. Ele eliminou o sírio Wessam Salamana, da Equipe Olímpica de Refugiados, por 5 a 0 na estreia e depois o bielo-russo Dzmitry Asanou por 3 a 2.

Abner, que busca um pódio inédito para o Brasil entre os pesos pesados, terá como rival, às 6h50, também um representante de Cuba. Trata-se de Julio La Cruz, que foi campeão olímpico na Rio-2016 e quatro vezes campeão mundial, mas entre os meio-pesados (até 81 quilos). "Quero mudar a cor da medalha", disse o atleta, após derrotar o jordaniano Hussein Iashaish nas quartas de final. Ele também soma um triunfo nas oitavas frente ao britânico Cheavon Clarke. Ambos por 4 a 1. Ele tem 24 anos e mede 1,93 metro.

O boxe brasileiro acumula sete medalhas em olimpíadas, contando já os bronzes garantidos por Hebert Conceição e Abner. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão (prata), Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo (ambos bronze) subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016.

O Brasil levou para Tóquio sete pugilistas. Além dos três que se apresentam nesta terça, a nobre arte nacional ainda conta com o peso médio (até 75 quilos) Hebert Conceição. Ele é semifinalista e na quinta-feira vai desafiar o russo Gleb Bakshi, atual campeão mundial.

Três representantes nacionais foram eliminados em Tóquio. No feminino, a peso mosca (até 51 kg) Graziele Jesus perdeu para a japonesa Tsukimi Namiki na primeira rodada, enquanto Jucielen Romeu foi eliminada pela britânica Karriss Artingstall, também na estreia.

Já o meio-pesado Keno Marley (até 81 quilos) foi derrotado pelo britânico Benjamin Whittaker na segunda rodada, após vencer na estreia o chinês Daxiang Cheng.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou nesta sexta-feira a relação de concorrentes na categoria Melhor Atleta do Ano no Prêmio Brasil Olímpico. Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Beatriz Ferreira (boxe) e Nathalie Moellhausen (esgrima) são as concorrentes no feminino, enquanto Arthur Nory (ginástica), Gabriel Medina (surfe) e Isaquias Queiroz (canoagem velocidade) foram os indicados para a disputa masculina.

Os vencedores vão ser anunciados em 10 de dezembro, quando ocorrerá o Prêmio Brasil Olímpico, na Cidade das Artes, no Rio. Isaquias e Ana Marcela foram os ganhadores no ano passado e agora podem ser premiados novamente.

##RECOMENDA##

Em 2019, Ana Marcela conquistou dez títulos internacionais. No Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas, foi vice-campeã, mesmo vencendo cinco etapas - Doha (Catar), Setúbal (Portugal), Balatonfüred (Hungria), Ohrid (Macedônia), Nanton (Taiwan) - e sendo vice em outras duas - Ilhas Seychelles e Chun'na (China).

Beatriz Ferreira teve a marca de 24 pódios em 25 competições disputadas, sendo que o auge foi o ouro no Campeonato Mundial da Aiba, em Ulan-Ude, Rússia, na categoria até 60kg. Bia também fez história ao conquistar o primeiro ouro para o boxe feminino do Brasil em um Pan ao derrotar a argentina Dayana Sanchez na decisão em Lima.

Nathalie entrou para a história da esgrima e do esporte brasileiro ao conquistar o ouro na espada no Campeonato Mundial de Budapeste, na Hungria, com 12 vitórias em 12 combates. Nos Jogos Pan-americanos de Lima, conquistou o bronze na espada individual.

Nory faturou o ouro na barra fixa no Mundial de Ginástica Artística. No mesmo aparelho, foi prata nos Jogos Pan-americanos de Lima. No Pan também conquistou a prata no individual geral e o ouro por equipes.

Medina é o atual vice-líder do ranking mundial. Em 2019, venceu as etapas da África do Sul e do Ranch Pro, a piscina de ondas artificiais, em Lemoore, na Califórnia. E foi segundo no Taiti, na praia de Teahupoo.

No Mundial de Canoagem Velocidade, Isaquias foi ouro no C1 1000m e bronze no C2 1000 metros, ao lado de Erlon Silva, ambas provas olímpicas. No Pan, conquistou o ouro no C1 1000m.

OUTROS PRÊMIOS - O COB também anunciou que vai homenagear os atletas que foram medalhistas nos Jogos Pan-Americanos de Lima. "Na cerimônia em que o Prêmio Brasil Olímpico completará 21 anos, o COB vai celebrar a melhor campanha da história do país em Jogos Pan-americanos. Todos os 260 atletas que conquistaram nossas 169 medalhas na competição receberão uma homenagem especial", disse Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB.

No Prêmio Brasil Olímpico, seis ídolos do esporte nacional vão ser incluídos no Hall da Fama do COB: Joaquim Cruz, campeão olímpico dos 800m em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988; Magic Paula, campeã mundial de basquete em 1994 e prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996; e os já falecidos Guilherme Paraense, atirador, primeiro campeão olímpico do País na história dos Jogos Olímpicos, em Antuérpia-1920; João do Pulo, bronze olímpico no salto triplo em Montreal-1976 e Moscou-1980; Maria Lenk, nadadora, primeira mulher sul-americana a disputar os Jogos Olímpicos, em Los Angeles-1932; e Sylvio Magalhães Padilha, primeiro sul-americano a disputar uma final olímpica no atletismo, nos 400m com barreiras, em Berlim-1936.

O Prêmio Brasil Olímpico ainda vai premiar em outras categorias: Melhor Técnico Individual e Coletivo; Troféu Adhemar Ferreira da Silva; e Melhores Atletas nos Jogos Escolares da Juventude. A escolha do Atleta da Torcida será feita pelo público, em votação pela internet, com os candidatos sendo revelados no próximo dia 10.

O COB anunciou também o nome dos 56 melhores atletas em cada modalidade esportiva olímpica. Confira a lista completa:

Atletismo: Darlan Romani

Badminton: Ygor Coelho

Basquete 5X5: Erika Souza

Basquete 3X3: Jefferson Socas

Beisebol: Rodrigo Takahashi

Boxe: Beatriz Ferreira

Canoagem Slalom: Ana Satila

Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz

Ciclismo BMX Freestyle: Cauan Madona

Ciclismo BMX Racing: Paôla Reis

Ciclismo Estrada: Magno Nazaret

Ciclismo Mountain Bike: Henrique Avancini

Ciclismo Pista: Daniela Lionço - Wellyda Rodrigues

Desportos Na Neve: Michel Macedo

Desportos No Gelo: Nicole Silveira

Escalada Esportiva: Cesar Grosso

Esgrima: Nathalie Moellhausen

Futebol: Alisson Becker

Ginástica Artística: Arthur Nory

Ginástica Rítmica: Bárbara Domingos

Ginástica Trampolim: Camilla Gomes

Golfe: Alexandre Rocha

Handebol: Eduarda Amorim

Hipismo Adestramento: João Paulo dos Santos

Hipismo CCE: Carlos Eduardo Parro

Hipismo Saltos: Marlon Zanotelli

Hóquei Sobre Grama e Indoor: Mayara Eiko Ugochi Fedrizzi

Judô: Mayra Aguiar

Caratê: Valéria Kumizaki

Levantamento de Pesos: Fernando Reis

Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha

Nado Artístico: Luisa Borges

Natação: Bruno Fratus

Pentatlo Moderno: Iêda Guimarães

Polo Aquático: Gustavo Guimarães

Remo: Pau Vela Maggi - Xavier Vela Maggi

Rugby: Rafaela Zanellato

Saltos Ornamentais: Isaac Souza - Kaique Kauan De Morais Alves

Skate: Pamela Rosa

Softbol: Mayra Sayumi Akamine

Surf: Gabriel Medina

Tae kwon do: Milena Titoneli

Tênis: João Menezes

Tênis de Mesa: Hugo Calderano

Tiro com Arco: Marcus Vinicius D'Almeida

Tiro Esportivo: Leonardo Lustoza

Triathlon: Luisa Baptista

Vela: Kahena Kunze e Martine Grael

Vôlei de Praia: Agatha e Duda

Voleibol: Bruno Rezende

Wrestling: Lais Nunes

A brasileira Beatriz Ferreira fez bonito e conquistou, na madrugada deste domingo (13), o ouro no Mundial de Boxe, que está sendo disputado na Rússia, na categoria leve (até 60 quilos). Com decisão unânime dos jurados, ela superou a chinesa Cong Wang em combate realizado na cidade de Ulan-Ude, sagrando-se a segunda brasileira a ganhar o título na história.

A atleta de 26 anos repetiu o feito da pioneira Roseli Feitosa, que também foi campeã do mundo em 2010, só que na categoria meio-pesado (81 kg). Agora, Bia acumula 24 medalhas em 25 competições das quais participou desde o início da carreira e desde 2017 não sabe o que é ficar de fora de um pódio. Em agosto, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, ela também foi a primeira brasileira campeã do evento entre as mulheres no boxe.

##RECOMENDA##

Durante toda a luta deste domingo, que teve a duração de três rounds de três minutos, seguindo o padrão olímpico, a baiana, mais baixa e veloz que a oponente, mostrou muito mais iniciativa que a asiática, o que fez com que, ao final do embate, fosse declarada vencedora por cinco votos a zero na avaliação do júri.

Bia começou na nobre arte aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo, mais conhecido no boxe como Sergipe, dava aulas para crianças carentes da região.

Para chegar à decisão deste domingo, ela derrotou Keamogetse Kenosi, de Botsuana, por nocaute técnico no segundo assalto; a venezuelana Omailyn Alcalápor, após decisão unânime nas oitavas de final, e bateu a russa Natalia Shadrina em decisão dividida.

A medalha de ouro conquistada neste domingo, no entanto, não garante Bia Ferreira na Olimpíada de Tóquio no ano que vem, uma vez que A Associação Internacional de Boxe (AIBA) não é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) após investigações, crise financeira e afastamento do presidente. Com isso, Bia terá de buscar a vaga olímpica no Pré-Olímpico da Américas de Buenos Aires, Argentina, em março, ou no Pré-Olímpico Mundial, em maio.

Agora campeã do mundo, a soteropolitana segue para a China, onde, ao lado de Graciele Jesus e Jucielen Cerqueira, vai disputar o Mundial Militar.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando