Tópicos | Tóquio-2020

O judoca argelino Fethi Nourine e seu técnico receberam uma suspensão de 10 anos da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) por se recusarem a enfrentar um adversário israelense durante as competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Atleta da categoria até 73kg, Nourine estrearia na Olimpíada contra o atleta do Sudão, Mohamed Abdalrasool. No entanto, se vencesse a luta, teria como oponente na fase seguinte Tohar Butbul, de Israel. Segundo o argelino, seu apoio político à Palestina "tornou impossível" a ideia de competir contra Butbul. A Argélia, país árabe do norte da África, tem um povo majoritariamente muçulmano e não possui relações diplomáticas com a nação do Oriente Médio.

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Depois de retirar o credenciamento do judoca e do técnico, o Comitê Olímpico Argelino mandou os dois para casa. A Federação Internacional de Judô afirmou que eles usaram os Jogos como "uma plataforma para protestar e promover propaganda política e religiosa". Tal atitude violou o código de ética da federação e a Carta Olímpica. A punição inclui qualquer evento e atividade da IJF e é válido até 23 de julho de 2031. Nourine e o treinador podem apelar contra a sentença à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Em 2019, o atleta da Argélia já havia desistido de enfrentar um oponente israelense durante a realização do Mundial de Judô, em Tóquio. Três anos antes, na Olimpíada do Rio-2016, o egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão de Or Sasson, judoca de Israel que havia o eliminado na primeira rodada da categoria acima dos 100kg. Horas depois, ele decidiu abandonar o esporte.

Em abril, a IJF puniu o Irã por "repetidas e muito severas violações" do estatuto da organização depois que o país pressionou um de seus lutadores a não enfrentar um israelense. A suspensão foi anulada pela Corte Arbitral do Esporte. O tribunal reconheceu que o Irã cometeu "graves violações" das regras da Federação Internacional de Judô nesse caso e afirmou que o país merece sanções.

Mas o tribunal decidiu que a punição imposta - um banimento válido para todas as competições até as autoridades iranianas darem "fortes garantias e provas de que respeitarão os estatutos da IJF e aceitarão que seus atletas lutem contra atletas israelenses" - já foi longe demais.

O arremesso de peso completou muito bem o dia do Brasil no atletismo nesta sexta-feira. Wallace Santos conquistou a medalha de ouro, com direito a recorde mundial da classe F55, para quem tem lesão na coluna e compete em cadeira de rodas (o F é de field, ou seja, uma disputa de campo e não de pista). Além dele, João Victor Teixeira ficou em terceiro no arremesso de peso classe F37 (atletas com paralisia cerebral, que conseguem andar) com o bronze.

Wallace Santos marcou 12,63 metros no quinto e último arremesso, quando quebrou o recorde. A prata ficou com Ruzhdi Ruzhdi (12,19 metros), da Bulgária, e o bronze foi para Lech Stoltman (12,13 metros), da Polônia. O segundo colocado era dono do recorde.

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João Victor Teixeira conquistou a medalha com um arremesso de 14,45 metros. Ouro para Albert Khinchagov, do Comitê Paralímpico Russo, com 15,78 metros, e prata para o tunisiano Ahmed Ben Moslah, com 14,50 metros. Na prova, Emanoel Victor, outro brasileiro na final, ficou em sétimo, uma marca também bastante expressiva.

Ao SporTV, assim que acabou a prova, João Victor celebrou ter feito a melhor marca da carreira, destacando que havia treinado pouco tempo antes da Paralimpíada por causa de uma lesão no joelho que o incomodava. Ainda assim, conseguiu um ótimo desempenho.

Wallace Santos atravessou momentos complicados antes de competir em Tóquio. A treinadora do brasileiro morreu vítima da covid-19 e Wallace teve momentos declarados de depressão. Foi barra para ele. Com novo treinador, conseguiu garantir a classificação e chegar bem a Tóquio, no trabalho que agora terminou consagrado com o pódio.

As primeiras medalhas do Brasil no terceiro dia da natação na Paralimpíada de Tóquio-2020 não demoraram a chegar. Na segunda prova do dia, a disputa dos 100 metros costas da classe s12 (deficiência visual moderada), Maria Carolina Santiago chegou em terceiro e conquistou o bronze, com o tempo de 1min09s18. Pouco depois, Gabriel Bandeira levou a prata nos 200 metros livre classe s14, para atletas com deficiência intelectual.

O ouro na prova de Maria Carolina ficou com a britânica Hannah Russell e a prata com a russa Daria Pikalova. As três que subiram ao pódio dominaram a prova, em um ritmo muito superior às demais competidoras, e chegaram com pouca diferença entre elas.

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Já na de Gabriel Bandeira, o ouro ficou com o experiente Reece Dunn, que quebrou o recorde mundial. O britânico largou muito bem e chegou a ter grande vantagem, viu Gabriel se aproximar no fim, mas conseguiu segurar a vantagem e vencer. O bronze ficou com o russo Viacheslav Emeliantsev.

Em entrevista ao SporTV após a prova, Maria Carolina valorizou a preparação e o papel da comissão técnica. "Estou muito feliz, essa medalha representa muito para mim. A preparação fio bem dura e eu consegui fazer meu melhor tempo. A atmosfera está diferente de qualquer outra prova que já fiz, infelizmente não tem arquibancada lotada. O técnico mandou passar bem forte e eu pensei 'só vou parar quando chegar'", contou a nadadora brasileira.

"Foi uma prova muito forte, tanto eu quanto o britânico nadamos abaixo do recorde mundial; Não imaginava (esse desempenho), acho que agora estava colocando tanta energia nos 100m borboleta que as outras provas vão andar junto", disse Gabriel ao SporTV após sair da piscina.

Maria Carolina ainda disputa mais duas provas na Paralimpíada: os 100 metros livre na classe s12 e os 50 metros livre na classe s13 (grau menor de deficiência visual). Gabriel também tem mais duas disputas, nos 100 metros peito e nos 200 metros medley, ambos na s14.

A natação brasileira fechou o segundo dia da Paralimpíada de Tóquio-2020 com mais um bronze. Depois de Daniel Dias conquistar uma medalha da mesma cor na prova de 100 metros livre na classe s5, a equipe brasileira, formada pelo próprio Dias, ao lado de Patricia Pereira, Talisson Glock e Joana Neves chegou em terceiro lugar no revezamento 4x50 metros livre 20 pontos.

A prova opõe nadadores de diferentes classificações, cuja soma tem que dar 20. Por exemplo, dentre os brasileiros, Daniel Dias e Joana Neves são da classe s5 (amputados ou com má-formação congênita nos membros superiores e inferiores), Patrícia Pereira é da classe s4 (paraplégicos ou hemiplégicos) e Talisson Glock é da classe s6 (amputados de um membro).

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A prova foi vencida pela China, que levou quatro atletas da classe s5, teve grande vantagem para o segundo colocado e ainda obliterou o recorde mundial em quase três segundos. A prata ficou com a Itália. O Brasil fez o tempo de 2min24s82, apenas sete centésimos abaixo da Ucrânia, em quarto lugar.

A medalha foi a 27ª de Daniel Dias em Paralimpíadas, a terceira de bronze em Tóquio. No primeiro dia, o nadador já havia conquistado o bronze na prova dos 50m livre da classe s5. Os outros três membros da equipe, Talisson, Joana e Patrícia fizeram parte da equipe que conquistou a medalha de prata na mesma prova na Paralimpíada do Rio-2016.

Daniel Dias começou a sua última Paralimpíada com medalha. Na primeira final que disputou em Tóquio, o atleta de 33 anos, maior medalhista paralímpico brasileiro, conquistou um bronze nos 200 metros livres da classe S5 (para atletas amputados ou com má formação congênita nos braços) e chegou à 25.ª conquista. O ouro foi do italiano Francesco Bocciardo e a prata para o espanhol Antoni Beltrán.

A prova teve grande dominância de Beltrán, que venceu por boa vantagem e quebrou o recorde paralímpico com o tempo de 2min26s76. Da mesma forma, Beltrán teve grande diferença para os demais competidores, com a marca de 2min35s20. Daniel Dias conseguiu reduzir a vantagem para os dois primeiros no fim e marcou o tempo de 2min38s61.

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Daniel Dias ainda tem mais quatro chances de buscar aumentar a coleção de medalhas em Tóquio: compete nos 50 metros borboleta, nos 50 metros costas e nos 50 metros livre. Por fim, ainda pode disputar o revezamento 4x50 metros livre.

O nadador brasileiro compete desde a Paralimpíada de Pequim-2008 e tem uma coleção invejável: são 14 ouros, sete pratas e agora quatro bronzes. Em Mundiais, Daniel Dias tem 40 pódios, sendo 31 ouros, sete pratas e dois bronzes. Em Parapan-Americanos, são 33 medalhas de ouro em 33 provas.

Pouco antes da competição no Japão, Daniel Dias passou por um processo de reclassificação funcional e os seus adversários ficaram mais fortes - ele foi colocado em uma classe com menor deficiência do que antes. Apesar da dificuldade, ele já conseguiu a primeira medalha e vai em busca de mais.

A Paralimpíada de Tóquio-2020 terá atletas representando um total de 162 países, um número maior do que no Rio de Janeiro, quando 159 nações estiveram presentes. O número não é o recorde dos Jogos, marca que ainda pertence aos Jogos de Londres em 2012, que contou atletas de 164 países.

Apesar da pandemia, cinco nações estarão presentes na Paralimpíada pela primeira vez: Butão, Granada, Maldivas, Paraguai e São Vicente & Granadinas. Butão e Maldivas tem dois competidores no atletismo cada; tanto Granada quanto Paraguai tem um representante no atletismo e outro nas piscinas, e São Vicente & Granadinas terá um nadador em Tóquio.

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"Ter 162 nações competindo em Tóquio me faz ter muito orgulho. Os últimos 18 meses foram muito desafiadores para todo mundo ligado ao movimento paralímpico. O maior crédito deve ser dado aos Comitê Nacionais pela preparação de seus atletas. Foi um desafio épico e exaustivo para todos os envolvidos, incluindo a equipe de gerenciamento do IPC, mas que apresentou excelentes resultados", afirmou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).

"É sempre especial ver um país fazer sua primeira aparição nos Jogos Paralímpicos e, com todos os desafios criados pela pandemia, ver esses Comitês como parte da Cerimônia de Abertura em 24 de agosto será um momento especial e emocionante para todos", completou Parsons, que é brasileiro.

Por diversos motivos, 21 países não estarão presentes em Tóquio. Comores, Djibuti, Seychelles e Sudão estão suspensos pelo Comitê Paralímpico Internacional. Andorra, Antigua & Barbuda, Liechtsenstein e San Marino não têm atletas.

Outros ficaram de fora por razões alheias ao esporte: Kiribati, Samoa, Tonga e Vanuatu não conseguiram por conta da viagem durante a pandemia. Os governos locais de Brunei, Coreia do Norte, Turcomenistão e Timor Leste optaram por não mandarem atletas. Macau e Suriname não vão por decisão da comissão de atletas. E, por questões políticas locais, Afeganistão, Myanmar e Trinidad & Tobago estão fora.

Os organizadores dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 devem decidir nesta segunda-feira (23) sobre a presença de torcedores mirins nas disputas que começam nesta terça e se estendem até o dia 5 de setembro na capital japonesa. Embora tenha sido anunciado que a Paralimpíada não contaria com a presença de público, a exemplo do que ocorreu nos Jogos Olímpicos, os lugares das arenas esportivas podem ser preenchidos por crianças das escolas públicas da cidade.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, busca autorização para que os estudantes participem do evento, desde que os pais e as escolas apoiem a decisão. Cerca de 140 mil crianças em idade escolar teriam permissão para assistir as provas. O Japão se esforçou para usar a Paralimpíada como instrumento para discutir a aceitação de inclusão na sociedade, ainda um assunto difícil para os japoneses.

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A proposta não é tão simples de ser aceita. O Japão intensifica a sua batalha contra a covid-19. O país registra números altos de pessoas contaminadas. Não à toa, vive um momento de emergência em Tóquio e em outras regiões do país. Em Tóquio, foram relatados 4.392 novos casos somente ontem, após dias consecutivos com mais de 5 mil casos diários. Apesar disso, o Comitê Organizador apoia o plano de inclusão dos alunos como público da competição.

"Esta geração é aquela que sustentará nossa sociedade no futuro. Por isso, estamos absolutamente entusiasmados em oferecer esta oportunidade", disse Masa Takaya, um dos representantes do comitê.

O presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), o brasileiro Andrew Parsons, faz algumas ressalvas em relação ao projeto. "Apoiamos porque acreditamos que é um elemento importante do legado ao trazer crianças da escola para os Jogos. Mas é imperativo que essas crianças venham de maneira segura", disse. Os hospitais estão perto de lotação máxima para pacientes da covid-19.

Foram anos de dedicação até a tão sonhada glória olímpica. Agora, Rebeca Andrade começa a colher os frutos desse trabalho. Primeira atleta do Brasil a conquistar uma medalha de ouro e outra de prata em uma única edição dos Jogos, a ginasta de 22 anos recebeu uma homenagem do Comitê Olímpico do Brasil (COB) no Centro de Treinamento da Ginástica Artística (CTGA), localizado no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro: um painel com sua foto estampada dentro da arena.

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"Desde quando colocaram os painéis dos outros atletas aqui, eu queria ter uma foto minha também. Era um sonho muito grande, até maior que as medalhas. Porque eu sabia que precisava conquistar uma medalha olímpica ou no Mundial para ter uma foto aqui. Vai ser impossível esquecer tudo o que aconteceu em Tóquio, mas é sempre bom lembrar desses momentos", celebrou Rebeca.

"É uma homenagem justíssima porque a Rebeca inspirou a todos nos Jogos de Tóquio com sua história e seu exemplo. Eu me emocionei muito com o desempenho dela e fiquei imaginando a festa Brasil afora com essas conquistas. Tenho certeza que esse painel vai estimular muitos outros atletas que passam aqui pelo CT no dia a dia", disse o diretor geral do COB, Rogério Sampaio.

Iniciativa criada pelo COB em 2018, os painéis no CT de Ginástica Artística são uma forma de reconhecer e valorizar os atletas da modalidade que já conquistaram medalhas olímpicas ou em Mundiais.

Rebeca é a sétima ginasta a receber tal homenagem, juntando-se a Arthur Nory, Arthur Zanetti, Daiane dos Santos, Daniele Hypolito, Diego Hypolito e Jade Barbosa. A campeã olímpica, por sinal, escolheu a dedo onde sua imagem deveria ficar, entre os quadros de duas referências na modalidade.

"Escolhi a foto e o lugar que ela ficasse, ao lado da Daiane e do Zanetti. Ela me inspira até hoje pela atleta e pessoa que é. E admiro muito o Zanetti por tudo o que ele fez para conquistar a medalha dele. E a foto é linda. Apesar de ser uma pose simples, ela mostra tanta coisa: tem uma beleza, uma firmeza e uma certeza do que eu estava fazendo. Queria deixar essa imagem marcada para sempre no CT", revelou a ginasta.

Sem pausa nos treinos após os Jogos de Tóquio-2020, Rebeca Andrade estará de volta ao Japão em dois meses. A campeã olímpica disputa o Mundial de Ginástica Artística, entre os dias 18 e 24 de outubro, na cidade de Kitakyushu.

O Comitê Organizador dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 confirmou nesta quinta-feira (19) o primeiro caso de Covid-19 dentro da Vila dos Paratletas. Apesar de não divulgar a identidade da pessoa que testou positivo para o novo coronavírus, a organização informou que ela não é atleta e não reside no Japão. O registro no alojamento se soma a mais de 70 relacionados a competição, com organizadores e funcionários infectados.

Atletas brasileiros da esgrima em cadeira de rodas, natação, goalball e tênis de mesa entraram na quarta-feira pela primeira vez na Vila dos Paratletas. Ao todo, 66 atletas, além de parte da comissão técnica, médica e administrativa, já se acomodaram na nova casa brasileira no Japão.

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Dentre esse grupo, 62 atletas de três modalidades (natação, goalball e tênis de mesa) estão no Japão desde o último dia 6 e realizaram um período de aclimatação em Hamamatsu, cidade a 250 km de Tóquio. Já os da esgrima em cadeira de rodas saíram do Brasil.

Devido ao tamanho da delegação, que conta com 435 pessoas, o Brasil ocupará 120 apartamentos, sendo no total 336 quartos, entre quartos duplos e unitários.

Nesta quinta-feira, no Japão, foi a vez dos halterofilistas e cavaleiros se juntarem aos residentes da Vila dos Atletas. A equipe de hipismo realizou treinamentos e quarentena dos cavalos na Alemanha.

O Japão está em estado de emergência por causa da pandemia e decidiu na última segunda-feira que a Paralimpíada de Tóquio-2020 será realizada sem a presença de público, tal qual a Olimpíada, que teve seu encerramento no último dia 8. O evento será ainda mais rigoroso com relação a exceções e a organização pede que o público não compareça a eventos de rua.

A medida foi motivada pelo aumento de infecções pela covid-19 nas últimas semanas no Japão. O número disparou no país durante os Jogos Olímpicos e a organização tenta proteger os paratletas, que fazem parte do grupo de risco para a doença.

O início da Paralimpíada de Tóquio-2020 está marcado para a próxima terça-feira. Cerca de 4.400 atletas de aproximadamente 160 equipes vão participar da competição.

O Comitê Organizador dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 tomaram uma decisão definitiva e anunciaram nesta segunda-feira que o evento será realizado sem a presença de público, tal qual a Olimpíada, que terminou no último dia 8. A Paralimpíada será ainda mais restrita em relação a exceções e a organização pede que a população japonesa não compareça às competições de rua.

A medida tomada nesta segunda-feira tem como base o aumento de infecções pela covid-19 nas últimas semanas. O número disparou no Japão durante os Jogos Olímpicos e a organização tenta proteger os atletas paralímpicos, que fazem parte do grupo de risco da doença.

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No último domingo, o Japão registrou 17.902 novos casos de covid-19, com 10 mortes. O país tem até agora 49,6% da população vacinada pelo menos com a primeira dose contra o novo coronavírus.

A decisão foi oficializada após uma reunião entre o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), o brasileiro Andrew Parsons, a presidente do Comitê Organizador de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, e o ministro olímpico Tamayo Marukawa.

A Paralimpíada começa no próximo dia 24 e terá a presença de 4.400 atletas, menos da metade dos cerca de 11 mil presentes na Olimpíada. O evento vai até 5 de setembro. "Com o número de casos em Tóquio e no Japão, todos que vão aos Jogos precisam permanecer em alerta", disse Parsons logo após a decisão de não permitir a entrada de público na competição.

Os Jogos Olímpicos também não tiveram público na grande maioria dos eventos, exceto em alguns fora de Tóquio. A decisão sobre o público nos Jogos Paralímpicos foi empurrada para os últimos minutos para monitorar a evolução da pandemia do novo coronavírus, assim como aconteceu com a Olimpíada, cuja proibição do público só foi definida a poucos dias antes da cerimônia de abertura.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) informou nesta segunda-feira, através de um comunicado oficial, que dois membros da delegação brasileira que estão em Tóquio para a Paralimpíada testaram positivo para o novo coronavírus em exames realizados no Japão. Nenhum dos casos envolve atletas e ambos estão assintomáticos e isolados. Seus nomes não foram divulgados.

O primeiro caso positivo ocorreu em um exame de PCR no desembarque no Japão, na última sexta-feira. O membro da delegação estava assintomático durante toda a viagem e foi submetido ao mesmo teste três vezes nos sete dias anteriores ao embarque, conforme previam todos os protocolos.

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O segundo caso foi registrado após exame salivar em membro da delegação que se encontra em isolamento na cidade de Hamamatsu, onde a delegação brasileira paralímpica fará a sua aclimatação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, que acontecem do dia 24 deste mês até 5 de setembro. Esta pessoa foi igualmente submetida a cinco exames nos últimos nove dias e testou positivo no último domingo.

Antes do início da Olimpíada, em julho, a delegação brasileira de judô também fez aclimatação em um hotel em Hamamatsu, onde vários funcionários testaram positivo para a covid-19. Ninguém da equipe nacional foi infectado, permanecendo todo tempo sem contato com os funcionários e com o ambiente exterior.

O CPB segue as orientações do Comitê Organizador de Tóquio-2020 para que os referidos integrantes tenham toda a assistência possível neste momento. Os profissionais da área de saúde da entidade monitoram os demais membros da delegação com a realização de testes diários de RT-PCR, todos negativos.

Os primeiros atletas do Brasil embarcaram para a Paralimpíada na última quinta-feira. Representantes da natação, tênis de mesa, goalball e halterofilismo embarcaram com membros da comissão técnica, médica e administrativa, totalizando cerca de 130 pessoas.

Ao todo, a missão brasileira contará com 431 pessoas, sendo 253 atletas representando o país em 20 modalidades. A logística exige que os Comitês Paralímpicos realizem cerca de 900 testes para covid-19. Além disso, apenas de bagagem despachada serão 29 toneladas entre cadeiras de rodas, malas pessoais, uniformes reservas, implementos esportivos e equipamentos médicos.

A velocista belarussa Krystsina Tsimanouskaya, que deixou o Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 por enfrentar ordens de técnicos e dirigentes compatriotas, colocou em leilão nesta segunda-feira uma medalha que conquistou para arrecadar fundos e apoiar atletas de Belarus.

Tsimanouskaya postou a oferta, que tem nove dias de duração, no portal "ebay". Trata-se da medalha de prata que conquistou na prova dos 100 metros dos Jogos Europeus, realizados em 2019. O valor inicial é de 17 mil euros (R$ 104,7 mil na cotação atual).

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A Fundação de Solidariedade Esportiva Belarussa, que apoiou a velocista de 24 anos na decisão de abandonar a equipe nacional, deixar os Jogos Olímpicos e viajar para a Polônia, confirmou em comunicado oficial a decisão da velocista de leiloar a medalha.

"Em apoio aos atletas que sofreram com as ações do regime de (Aleksander) Lukashenko", disse o texto, em referência ao atual presidente de Belarus.

Na última quinta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou as credenciais de dois dos técnicos da equipe belarussa de atletismo - Artur Shimak e Yury Maisevich -, acusados de terem coagido Tsimanouskaya.

A velocista, que disputaria os 200 metros, afirma ter recebido ordem de voltar ao país de origem, no último dia 1.º, após reclamar em público de uma ordem que recebeu de mudar de prova e participar do revezamento 4x100 metros.

No Aeroporto de Haneda, em Tóquio, para onde foi levada com o objetivo de tomar um voo de volta ao país de origem, a velocista pediu proteção a policiais japoneses, segundo explicou em declarações à emissora de televisão japonesa NHK.

O Comitê Olímpico de Belarus, presidido por Viktor Lukashenko, filho do presidente do país, garantiu em comunicado oficial que a velocista teve que suspender a participação nos Jogos Olímpicos por decisão dos médicos devido ao "estado emocional e psicológico" que apresentava. Por sua vez, Tsimanouskaya negou a versão, que afirmou se tratar de uma "mentira".

Na última quinta-feira, a velocista chegou à Polônia, segundo o vice-ministro de Relações Exteriores do país, Marcin Przydacz, que garantiu que a atleta estava em local "seguro", em meio ao temor de represálias do governo belorusso.

A sede da Confederação Brasileira de Futebol, no Rio de Janeiro, está de cara nova. Neste domingo (8), a fachada foi envelopada com uma arte em homenagem aos campeões dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Com fotos de jogadores da equipe durante a campanha e da medalha de ouro conquistada, a arte cobre a parte frontal da Casa do Futebol Brasileiro e lembra a conquista no Japão.

A seleção brasileira conquistou o segundo ouro olímpico de sua história no último sábado. No estádio Internacional de Yokohama, no Japão, o Brasil derrotou a Espanha por 2 a 1, com gols de Matheus Cunha e Malcom, e assegurou o bicampeonato olímpico.

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A homenagem acontece em meio a uma polêmica causada na cerimônia de pódio da seleção de futebol masculino no último sábado. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) veio a público no domingo para "repudiar" a atitude da equipe de não usar o uniforme oficial do Time Brasil na hora de receber a medalha de ouro, após a final olímpica, e prometer "medidas" contra a CBF.

Após conquistar o bicampeonato olímpico neste sábado, os jogadores da seleção subiram ao pódio com seus agasalhos amarrados na cintura e vestindo a camisa de jogo. Pelas regras do COB, todos os atletas que estão nos Jogos de Tóquio, independentemente da modalidade, devem usar o material da Peak, patrocinadora da entidade, no pódio e nas cerimônias oficiais.

Mas os jogadores descumpriram esse acordo e vestiram apenas o uniforme de jogo, da Nike, patrocinadora da CBF. A reportagem do Estadão observou no estádio Internacional de Yokohama que oficiais da organização da Olimpíada pediram aos atletas que vestissem os seus agasalhos, ainda no túnel que dá acesso ao gramado. Além de ignorar a recomendação, teve jogador que chegou a ironizar o pedido.

"O Comitê Olímpico do Brasil repudia a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino", escreveu o COB, em comunicado oficial.

O COB indicou que deve buscar ações jurídicas diante do descumprimento do acordo que havia sido assinado pelos jogadores. "No momento, as energias do Comitê estão totalmente voltadas para a manutenção dos trabalhos que resultaram na melhor participação brasileira na História das Olimpíadas. Por este motivo, apenas após o encerramento dos Jogos o COB tornará públicas as medidas que serão tomadas para preservar os direitos do Movimento Olímpico, dos demais atletas e dos nossos patrocinadores".

Um dia depois da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, fez um pronunciamento nesta segunda-feira (9) para agradecer à população japonesa por ajudar o país realizar a Olimpíada com segurança, apesar das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus.

Suga ressaltou que os Jogos Olímpicos foram adiados por um ano e mantidos sob rígidas restrições, mas "acredito que fomos capazes de cumprir nossa responsabilidade como o anfitrião", disse o primeiro-ministro, agradecendo ao povo por sua compreensão e cooperação.

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A Olimpíada de Tóquio-2020, com duração de 17 dias, foi disputada principalmente sem espectadores nos locais de competição. Atletas ficaram em uma bolha de isolamento, rapidamente tinham que colocar máscaras fora de seu campo de jogo e tiveram que deixar o Japão logo após o término de suas participações.

Mas os Jogos Olímpicos foram um testemunho de perseverança, como Yoshihide Suga observou ao elogiar os atletas japoneses para o recorde nacional de 58 medalhas em uma edição de Olimpíada. "Alguns ganharam medalhas e outros não, mas todas as suas performances foram emocionantes", afirmou.

O primeiro-ministro falou sobre a Olimpíada em uma cerimônia em Nagasaki, nesta segunda-feira, que marca o 76.º aniversário do bombardeio atômico dos Estados Unidos na cidade japonesa. Ele foi criticado por forçar a realização do evento esportivo a um público japonês que não queria ficar isolado em suas casas durante a pandemia.

O Japão já contabilizou 1 milhão de infecções pela Covid-19 e mais de 15.700 mortes, se saindo melhor do que muitos países, mas a variante Delta está causando muitos casos recentes e acelerando a propagação do vírus.

Os novos casos diários de Tóquio mais do que dobraram durante a Olimpíada, com 2.884 registrados nesta segunda-feira para um total de 252.169 casos provinciais. Com hospitais de Tóquio ficando lotados de casos graves, quase 18 mil pessoas com casos leves são obrigados a se isolarem em suas residências.

Pesquisas de opinião pública mostram que o apoio ao governo de Yoshihide Suga está completamente declinando, uma trajetória que o partido do governo espera que o fim das Olimpíadas reverta antes das eleições que são esperadas em breve.

Depois de 100 anos, os Jogos Olímpicos vão retornar para Paris em 2024. A capital francesa, que recebeu o evento pela última vez em 1924, tem como objetivo sediar a Olimpíada mais sustentável de todos os tempos. O plano prevê 95% de instalações já existentes ou temporárias. Paris-2024 promete ainda uma estratégia inovadora de redução de emissões de gás para entregar uma pegada de carbono 55% menor em comparação, por exemplo, aos Jogos de Londres, em 2012.

A Vila Olímpica será uma vitrine de desenvolvimento sustentável com edifícios de baixo carbono e ecológicos, usando 100% de energia renovável e uma estratégia de política de zero resíduo. Será também uma edição mais compacta dos Jogos, sem grandes deslocamentos. Com 85% dos locais de competição situados em um raio de 10 km, a menos de 30 minutos da Vila Olímpica, por exemplo.

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Muitas modalidades, inclusive, serão disputadas na região central da cidade, em instalações montadas em cartões postais da capital francesa. Diante da expectativa de que até lá o mundo terá controlado a disseminação do novo coronavírus e suas variantes, os organizadores querem conectar os Jogos Olímpicos à população local, algo que Tóquio não conseguiu por causa da pandemia.

"Estou ansioso e animado para ver locais icônicos no meio de Paris se transformarem em um Parque Olímpico. São áreas que reúnem o melhor da cultura e vão reunir também o melhor dos esportes", disse Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris, durante a sua passagem por Tóquio para promover a próxima Olimpíada. "Nosso objetivo é levar os Jogos para fora dos estádios, para lugares onde as pessoas estão, como museus e praças públicas de Paris."

A Place de la Concorde, localizada no fim da Avenida Champs-Élysées, por exemplo, vai receber as provas de basquete 3x3, skate e BMX, além do breakdance, a nova modalidade que será incluída no programa olímpico em Paris. Já o Palácio de Versalhes será palco das competições de hipismo.

Outra novidade dentro do esforço de envolver o máximo de pessoas nos Jogos é que a cerimônia de abertura deverá ocorrer às margens do Rio Sena. O objetivo de ter um novo formato para o ato que abre oficialmente a Olimpíada, levando a festa para fora dos estádios, é permitir que milhares de espectadores participem desse momento simbólico do esporte.

Vale destacar ainda que, no mesmo dia da maratona de Paris, atletas amadores disputarão uma prova idêntica à dos corredores de elite. A diferença é que a "maratona pública" não começará ao mesmo tempo que o evento olímpico, mas o público vai correr no mesmo percurso e nas mesmas condições dos competidores profissionais.

SURFE NO TAITI - Justamente em uma edição dos Jogos Olímpicos que promete deixar o público mais próximo dos atletas, uma das modalidades mais esperadas pelos expectadores será realizada a 15 mil quilômetros de distância do centro de Paris. As provas do surfe serão no Taiti, na Polinésia Francesa, território ultramarino da França. Nunca uma medalha olímpica foi disputada tão distante da cidade-sede.

"Essa é uma decisão muito importante que tomamos. Queremos oferecer as melhores condições esportivas aos atletas e, todos os anos, em agosto, acontece um evento internacional no Taiti nas praias de Teahupo’o. Lá está a melhor onda do mundo. Então, unimos esses dois eventos para garantir que os atletas que competem lá também participem dos Jogos."

PLANEJAMENTO DO BRASIL - Antes mesmo do fim dos Jogos de Tóquio, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) já começou os preparativos para Paris. Membros do órgão fizeram duas viagens à França, chamadas de "precursoras", e uma terceira visita está programada para outubro.

Marselha, cidade portuária no sul da França, na costa do Mediterrâneo, será a base da vela, por exemplo. Parte do material utilizado pelos atletas da modalidade durante dos Jogos de Tóquio nem retornará ao Brasil e vai diretamente para a França com antecedência.

Dentro do planejamento montado pelo COB, Portugal deverá ser a maior base de treinamento e aclimatação do Time Brasil para os Jogos de Paris. "Vamos ter a base de suporte, numa dinâmica diferente do que tivemos no Japão. Nossa base principal deve ser em Portugal, porque temos uma relação muito boa entre os comitês", disse Jorge Bichara, sub-chefe da Missão Brasil em Tóquio.

No ano passado, no início da pandemia, mais de 200 atletas brasileiros foram treinar em Portugal, em Rio Maior, nas cidades de Cascais, Coimbra e Sangalhos. Foi uma solução encontrada pelo COB enquanto centros de treinamento estavam fechados no Brasil.

O Brasil, atual potência olímpica da América Latina, encerrou neste domingo sua participação nos Jogos de Tóquio-2020 com um total de 21 medalhas, sete de ouro, o recorde do país.

A delegação brasileira (301 atletas de 35 modalidades) deixa a capital do Japão com sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze, superando a marca histórica de 19 pódios (7-6-6) alcançada quando foi a sede dos Jogos Rio-2016.

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Com o desempenho, o Brasil terminou o quadro de medalhas na 12ª posição, uma colocação acima do resultado das Olimpíadas no Rio de Janeiro.

No último dia de competições, o país conquistou mais duas medalhas de prata: a boxeadora Beatriz Ferreira perdeu a final do peso leve (57-60 kg) para a irlandesa Kellie Anne Harrington e a seleção feminina de vôlei foi derrotada na disputa de ouro pelos Estados Unidos (3-0).

O sábado, no entanto, marcou o melhor dia do Brasil na história das Olimpíadas, quando o país conquistou três medalhas de ouro: a seleção masculina de futebol venceu a Espanha na final por 2-1 e faturou o bi olímpico, o boxeador Hebert Conceição conquistou o título do peso médio (69-75 kg) com um nocaute incrível sobre o ucraniano Oleksandr Khyzhniak e com o triunfo do canoísta Isaquias Queiroz na prova C1 1.000 metros.

O 12º lugar no quadro de medalhas deixa o Brasil na liderança entre os países da América Latina pela segunda Olimpíada consecutiva.

O Brasil conseguiu aproveitar a entrada de novas modalidades como o skate (três medalhas de prata) e surfe (uma medalha de ouro). Também registrou um avanço no desempenho das mulheres, responsáveis por nove medalhas em Tóquio-2020, contra cinco pódios nos Jogos Rio-2016.

E o país conseguiu seu melhor resultado nos Jogos Olímpicos mesmo com alguns resultados que ficaram abaixo do esperado, casos do surfista Gabriel Medina, das equipes de vôlei de praia e da seleção de vôlei masculino. Agora o desafio é manter o ritmo para os Jogos de Paris-2024.

Lista de medalhas do Brasil nos Jogos de Tóquio:

OURO

Boxe: Hebert Conceição (Peso Médio, até 75 kg)

Canoagem: Isaquias Queiroz (C1 1.000 metros)

Futebol: Seleção masculina

Ginástica Artística: Rebeca Andrade (Salto)

Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha

Surfe: Ítalo Ferreira

Vela: Martine Grael e Kahena Kunze (classe 49erFX)

PRATA

Boxe: Beatriz Ferreira (Peso Leve, 57kg-60kg)

Ginástica Artística: Rebeca Andrade (Individual Geral)

Skate: Pedro Barros (Park)

Skate: Kelvin Hoefler (Street)

Skate: Rayssa Leal (Street)

Vôlei: Seleção feminina

BRONZE

Atletismo: Alison dos Santos (400 metros com barreiras)

Atletismo: Thiago Braz (Salto com vara)

Boxe: Abner Teixeira (Peso Pesado, até 91 kg)

Judô: Daniel Cargnin (Categoria até 66 kg)

Judô: Mayra Aguiar (Categoria até 78 kg)

Natação: Bruno Fratus (50 metros livre)

Natação: Fernando Schffer (200 metros livre)

Tênis: Laura Pigossi e Luísa Stefani (Duplas)

Atual campeã mundial, a pugilista Beatriz Ferreira tenta colocar o ouro olímpico como o título mais importante de suas conquistas na categoria peso leve (até 60kg). A baiana de 28 anos entra no ringue neste domingo (8), às 2 horas (de Brasília), para enfrentar a irlandesa Kellie Anne Harrington, na Kokugikan Arena, nos Jogos de Tóquio-2020. É a primeira vez que uma mulher brasileira chega a uma final no boxe olímpico.

O retrospecto aponta certo favoritismo para Bia. Nos últimos cinco anos, a brasileira subiu no pódio em 29 das 30 competições que disputou. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia. Harrington foi campeã mundial em 2018. A final de Tóquio será o primeiro confronto entre as duas.

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"Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas infelizmente não chegamos a lutar. Ela é campeã mundial, tem todo o meu respeito e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai", disse.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo Ferreira, mais conhecido no boxe como Sergipe. Ele foi tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Acelino Popó Freitas, tetracampeão mundial em duas categorias diferentes de boxe.

Bia já tem a medalha de prata garantida, mas o objetivo repetir o feito de Herbert Conceição, que subiu no lugar mais alto do pódio neste sábado, 7, ao derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, pelo torneio masculino. "Estar no pódio é o objetivo final, mas separamos por metas. É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e estou feliz aqui, mas ainda não acabou. Tenho isso em mente", afirmou.

Na semifinal dos Jogos de Tóquio, Bia venceu a pugilista finlandesa Mira Potkonen por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 - três vezes - 29 a 28 e 30 a 26). A pugilista já havia emendado duas vitórias nas fases preliminares. Nas oitavas, venceu a taiwanesa Shih-Yi Wu; pelas quartas, venceu Raykhona Kodirova, do Usbequistão.

O início da carreira foi difícil por causa da falta de oportunidades para a lutadora. Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada porque já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma dura punição de dois anos. A Associação Internacional de Boxe proibia que as atletas participassem de torneios por outras modalidades.

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional.

Ao subirem no pódio para receber a medalha de ouro neste sábado (7) com os agasalhos amarrados na cintura e vestindo a camisa de jogo, os atletas da seleção brasileira masculina de futebol descumpriram regras da missão do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio e também um termo que os próprios jogadores assinaram ao fazer parte da delegação olímpica no Japão.

Isso porque o Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem contrato com uma empresa de material esportivo, a Peak. Já a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) possui acordo com a Nike. O acerto era de que todos os atletas que estão nos Jogos de Tóquio, independentemente da modalidade, usem o material da Peak no momento do pódio e cerimônias oficiais. Durante as disputas das provas e jogos em si, não há essa exigência.

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Neste sábado, foi possível observar, no túnel que dá acesso ao gramado do Estádio Internacional de Yokohama, oficiais da organização da Olimpíada pedindo para que os atletas vestissem os seus agasalhos. Além de ignorar a recomendação, teve jogador que chegou a ironizar o pedido. As seleções da Espanha (vice-campeã) e do México (medalha de bronze) subiram ao pódio ao lado do time brasileiro vestindo agasalhos dos seus respectivos comitês nacionais.

O descumprimento das regras da missão e do termo assinado pelo jogadores foi confirmado pelo COB ao Estadão. O Brasil conquistou até este sábado 19 medalhas (7 de ouro, 4 de prata e oito de bronze) em Tóquio. O time de futebol masculino foi o primeiro a não usar o agasalho da patrocinadora do COB.

Além do atrito entre o comitê e a CBF, há temor de que o ato dos atletas do futebol possa acabar na Justiça. Em 2016, quando o Brasil também conquistou o ouro no futebol, as duas entidades tinham o mesmo fornecedor de material esportivo, no caso a Nike, e os jogadores subiram ao pódio vestindo agasalho.

As declarações dos jogadores espanhóis, depois da derrota para o Brasil na final da Olimpíada de Tóquio-2020, foram em uma única direção de sentimentos. Segundo alguns dos que estiveram em campo, frustração e injustiça pelo resultado de 2 a 1 de virada, na prorrogação.

"Acho que durante o jogo tanto eles quanto nós teríamos sido vencedores merecidamente e dessa forma as penalidades teriam sido a coisa mais justa", disse Carlos Soler, autor da assistência que resultou no gol da Espanha feito por Oyarzabal.

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Mas para o jogador do Valencia, a prata ainda tem um gosto especial. "Temos que dar valor ao que temos, e isso vai acontecer com o tempo. É compreensível que jogadores e torcedores estejam frustrados, mas no fim das contas isso é algo que poucos jogadores espanhóis na história têm".

Jesús Vallejo, outro atleta da Espanha, também mencionou justiça ao ser indagado sobre uma análise em relação à final contra o Brasil. "Foi um jogo muito disputado, em que qualquer coisa poderia ter acontecido. O mais justo teria sido resolver nos pênaltis, mas o futebol não nos devolveu tudo que nós demos", afirmou o zagueiro do Real Madrid.

Esta foi a terceira medalha de prata da Espanha, que já venceu os Jogos Olímpicos em casa, na edição de Barcelona, em 1992. Já o Brasil conseguiu a sua segunda medalha de ouro consecutiva.

Persistência e confiança. Essas foram as palavras mais usadas por Ana Marcela Cunha na entrevista coletiva realizada neste sábado, no CT do Time Brasil, no Rio de Janeiro, pouco depois de sua chegada ao Brasil. O ouro na maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 era a medalha que faltava à baiana, um título sonhado e perseguido desde Pequim-2008, construído ao longo dos anos, apoiado na maturidade e na segurança do trabalho feito com o técnico Fernando Possenti.

"Em 2008 eu tinha pouquíssima experiência, era uma adolescente chegando ao parque de diversões. Faltou preparo para o que eu iria encontrar. Em 2016 eu era cotada para a medalha, mas tudo que aconteceu durante a prova poderia ter acontecido em Tóquio também. Acho que a maior diferença que vivi ao longo desses anos foi a maturidade que construí, a confiança no trabalho", disse a nadadora.

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"A pandemia fez a gente ganhar um ano, soubemos nos adaptar a isso, acreditei no trabalho e no planejamento. A convicção e a segurança que tinha antes da prova tem tudo a ver com o que a gente trabalhou para eu chegar lá e fazer o meu melhor", afirmou Ana Marcela, que disse ter aproveitado as mais de 30 horas de viagem para responder mensagens de fãs nas redes sociais.

Da largada para os 10km até a linha de chegada foram 1h59min30s8. Durante toda a prova, Ana Marcela se manteve entre as primeiras colocadas e, restando pouco mais de 1km para o final, imprimiu um ritmo forte, abrindo vantagem para a holandesa Sharon van Rouwendaal, campeã olímpica no Rio-2016, que ficou com a prata na Odaiba Marine Park.

"A vida do atleta é feita de persistência. Todo mundo sempre passa por altos e baixos, perdemos para vencer depois. Essa é a nossa vida. Precisamos aprender com isso, ser resilientes, continuar acreditando que é possível. E foi isso que eu fiz ao longo dos anos. Sempre acreditei, nunca deixei de persistir, o resultado uma hora tinha que vir", comentou.

O resultado em Tóquio coroa uma parceria de mais de sete anos. Fernando Possenti exaltou a estrutura que permitiu que a pupila se preparasse para os Jogos Olímpicos do Japão e destacou o sabor especial de uma conquista "100% nacional".

"Existe um ineditismo dessa medalha nos esportes aquáticos, a conquista de uma nadadora brasileira, treinada por um brasileiro, com um Centro de Treinamento no Brasil. Não precisamos sair do nosso país, tivemos tudo à disposição aqui mesmo, num CT que é legado do Pan do Rio (em 2007), dos Jogos de 2016 e, com o que nos proporcionaram, chegamos em uma medalha olímpica 100% nacional. Na linguagem do futebol, nos consideramos 'prata da casa'. Ou melhor, 'ouro da casa'. Isso dá muito orgulho", afirmou o treinador.

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