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A deputada estadual Priscila Krause (DEM) denunciou que o governo estadual devolveu R$ 3,8 milhões à Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura, pela não execução de três convênios em prol da rede de bibliotecas públicas estadual. O montante foi reconduzido para o Minc entre os meses de novembro do ano passado e fevereiro deste ano. A informação foi apurada pela equipe técnica do gabinete da deputada no Portal da Transparência do governo de Pernambuco. Dos R$ 3,8 milhões devolvidos desde novembro de 2014, R$ 1,94 milhão foi repassado já no governo Paulo Câmara (janeiro e fevereiro).

De acordo com a democrata, a crise financeira que atinge o país desde o ano passado tem dificultado a liberação das chamadas transferências voluntárias por parte da União (repasses via convênios, por exemplo), fato que torna ainda mais grave a devolução dos R$ 3,8 milhões. “Nós estamos em meio a uma crise que tem justificado todos os atrasos e diminuição de ritmos de obras e ações do governo, portanto devolver recursos que havíamos conquistado para melhoria das bibliotecas é uma afronta ao povo pernambucano, é inaceitável”, criticou a parlamentar durante a sessão plenária dessa terça-feira (7).

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Segundo ela, dos três convênios, um reservava recursos para a reforma, estruturação e ampliação da Biblioteca Pública do Estado, no Recife, e outros dois vinculavam ações para a formação e qualificação dos recursos humanos que atuam nas bibliotecas públicas na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata Norte (Lagoa do Carro, Lagoa de Itaenga, Paudalho, Timbaúba e Vicência). “Perdemos recursos que iriam para a reforma da Biblioteca, que agora está sendo realizada com recursos próprios, e para a qualificação de milhares de profissionais, entre eles os chamados agentes de leitura. É preciso que o governo justifique esse retrocesso”, complementou.

Os três convênios foram firmados entre a Secretaria de Educação e a Fundação Biblioteca Nacional entre 2009 e 2013 e encontram-se, de acordo com o Portal dos Convênios do governo federal (Sincov), na fase de prestação de contas.

Será realizado, no dia 25 de setembro, o IV Encontro Escola Sesc de Bibliotecas Escolares. Este ano o evento traz como tema central a Gestão e Políticas para estes espaços. Bibliotecários, professores, gestores de escolas, estudantes de biblioteconomia e pedagogia podem participar. A proposta é criar uma reflexão sobre ações de melhoria na qualidade dos serviços de informação. 

Os principais assuntos dos debates são as questões relativas à implantação da lei 12.244/10, conhecida como Lei da Biblioteca Escolar, decretada em 2010, e o segundo levantamento realizado pelo movimento Todos pela Educação, em 2013, para cumprir a lei seria necessário construir 128 mil bibliotecas até o fim do prazo.  O encontro será realizado das 9h às 16h, na Escola Sesc de Ensino Médio, av. Ayrton Senna, 5677, Jacarepaguá, com entrada gratuita . As inscrições podem ser feitas no site do encontro.

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O uso das bibliotecas nas escolas cai conforme os alunos avançam de série, de acordo com dados da Prova Brasil 2011, que são os últimos disponíveis. Os registros da prova mostram que 57,4% dos alunos do 5º ano do ensino fundamental da rede pública utilizaram as bibliotecas e salas de leitura sempre ou quase sempre. Entre os alunos do 9º ano, esse percentual caiu para 29,9%.

Os dados foram disponibilizados pelo movimento Todos pela Educação, e podem ser acessados no site do Observatório do PNE [Plano Nacional de Educação]. Foram levados em consideração os questionários aplicados em escolas que ofereciam bibliotecas e salas de leitura à época, equivalentes a 37,9% dos 156.164 estabelecimentos públicos de ensino básico.

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Os dados mostram também que entre os alunos do 5º ano, 24,1%, frequentavam esses espaços de vez em quando, e 18,5% o faziam nunca, ou quase nunca. Entre os alunos do 9º ano, esses percentuais aumentaram, respectivamente, para 35% e 35,1%.

"Infelizmente, a gente conclui, com esses dados, que o incentivo à leitura vai caindo ao longo dos anos, e isso é muito ruim", diz o gerente de Conteúdo do movimento Todos pela Educação e um dos coordenadores do Observatório do PNE, Ricardo Falzetta. Os motivos para essa redução variam, segundo ele, a começar pela falta de espaços de leitura adequados, carência de acervo diversificado e ausência de profissionais qualificados para atender os alunos.

O levantamento mostra que 83,9% das bibliotecas e salas de leitura das escolas consideradas no levantamento tinham acervo diversificado, 14,2% tinham brinquedoteca, havia espaços para estudo coletivo em 56,4% delas e 75,8% dos espaços estavam instalados em lugares arejados e bem iluminados. Além disso, 78% das bibliotecas ou salas de leitura contavam com profissional responsável pelo atendimento aos alunos.

Outro fator apontado por Falzetta é o grande volume de conteúdo passado aos alunos dos anos finais do ensino fundamental e médio. "A questão do currículo, o volume de informações e pontos a serem cumpridos são meio absurdos, é uma quantidade muito grande, falta tempo para fazer uma leitura literária que, de fato, precisa de tempo", segundo ele.

Estudante do 9º ano, Nathália, de 14 anos, é uma das que sofre com a falta de tempo. "Eu gosto muito de ler. Quando era menor, lia mais. Hoje tenho mais deveres, mais cursos", diz. Nathália é aluna do Centro de Ensino Fundamental Cerâmica São Paulo, em São Sebastião, no Distrito Federal, que dispõe de biblioteca e tem um projeto para incentivar o uso do espaço.

A escola tinha uma espécie de depósito de livros, que em 2011 foi reformado. Segundo o vice-diretor, Pedro Romildo Pinheiro, os professores levam os alunos para a biblioteca e sugerem livros. Tanto os estudantes quanto a comunidade podem fazer cadastro no local e alugar as obras. "Percebo uma queda de leitura, mesmo com o incentivo. Os alunos do 6º ano leem mais que os do 9º. Isso vai diminuindo porque aparecem outros incentivos, como celulares, internet, TV, que afastam os alunos dos livros", acredita o vice-diretor.

A diretora de Educação e Cultura da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Ecofuturo, Christine Fontelles, explica que em um primeiro momento de promoção da leitura nas escolas a criança tem contato com textos literários e, pouco a pouco, isso vai se perdendo quando chega aos anos finais do ensino fundamental - 6º ao 9º ano - e no ensino médio, quando se passa a oferecer ao jovem uma leitura funcional, de modo a que a literatura é pouca e sempre atrelada a tarefas.

Christine ressalta que a leitura é necessária para auxiliar na construção de pensamentos, na inovação e expansão de vocabulário. Segundo ela, a ausência de bibliotecas e espaços de leitura na maior parte das escolas públicas é preocupante, até mesmo porque, segundo o Instituto Pró-Livro, 64% das pessoas que vão a bibliotecas frequentam bibliotecas escolares. Nas escolas em que há esses espaços, há problemas de uso. "Há uma ausência de consciência de que é preciso educar para a leitura", acrescenta.

O Plano Nacional de Educação estabelece a biblioteca como um dos itens de infraestrutura adequada que devem existir em todas as escolas públicas de educação básica até o fim da vigência da lei, que é de dez anos. Além disso, em 2010 foi aprovada a Lei 12.244, que estabelece a obrigatoriedade de pelo menos um livro por aluno em cada instituição de ensino, tanto de redes públicas como privadas.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia ligada ao Ministério da Educação (MEC), diz que o Programa Nacional Biblioteca da Escola oferece livros voltados para cada etapa de ensino a todas as escolas públicas. "O objetivo é oferecer livros de qualidade", explica Sonia Schwartz, do FNDE. Segundo ela, os livros chegam inclusive onde não há bibliotecas ou salas de leitura. Em 2013, quando foi feita a compra para os anos finais do ensino fundamental, foram adquiridos 10,2 milhões de exemplares por R$ 74 milhões, e os livros distribuídos ao longo do ano para as escolas, em todo o país.

Foi aprovado, nesta terça-feira (1°), na Câmara do Recife, o projeto de lei que prevê a instalação do programa “Adote uma Biblioteca”. De autoria da vereadora Priscila Krause (DEM), a matéria pretende que órgãos privados invistam na requalificação de espaços como a Biblioteca Municipal de Casa Amarela. 

Agora, o projeto segue para a sanção do prefeito do Recife, Geraldo Julio, que decide se aprova ou não a iniciativa. A matéria também permite que as bibliotecas instaladas nas escolas públicas da capital pernambucana sejam adotadas. 

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O projeto tem semelhanças com o programa “Adote uma praça”, criado na segunda administração do ex-prefeito Jarbas Vasconcelos (PMDB), em vigência até hoje (lei 15.906/94). No caso, as empresas se oferecem para manter praças em troca da publicidade do seu nome e marca. 

Com informações da assessoria 

CARUARU (PE) – Com uma população estimada em mais de 330 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Caruaru possui apenas duas bibliotecas públicas, a Álvaro Lins e a Aleixo Leite Filho, além de 30 bibliotecas escolares. Se todos os moradores tivessem interesse no local seriam 10 mil usuários por unidade, mas não é bem esse o cenário na cidade do Agreste pernambucano.

Atualmente a biblioteca Álvaro Lins, a maior do município, possui cerca de 12.300 títulos, entre livros de atualização, informativos, educacionais, literatura e exemplares em Braille. Ainda este ano, toda a rede deverá receber 52 mil livros, e nem assim o número de usuários é expressivo. De acordo com a coordenadora de bibliotecas do município, Ana Cláudia de Castro, a Álvaro Lins, no centro da cidade, possui pouco mais de 300 usuários por mês. Com as atividades realizadas para aproximar a população, como o Chá Literário, realizado a cada dois meses, anualmente o público da unidade chega a quatro mil pessoas.

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“É um avanço, não é o ideal, mas é bom. Esse número está em crescimento desde 2007. Nós temos atividades como o Chá Cultural, realizado a cada dois meses, com isso conseguimos aumentar muito o número de pessoas que passam pelo local”, comentou a coordenadora.

Se mofo ou poeira seria uma das desculpas para não se frequentar os espaços, esta justificativa já não pode ser mais usada. As bibliotecas passaram, este mês, por um processo de avaliação técnica para atualização, limpeza dos exemplares e descarte dos que oferecem risco à saúde do usuário.

“Os livros passam por critério de avaliação da equipe técnica. As que são raras vão para a limpeza e preservação devida. Já as obras desatualizadas que têm edições mais novas são recicladas e substituídas. Mas apenas aquelas que têm fungos e mofos que prejudicam a respiração, ou aquelas que estão rasgadas em péssimo estado”, informou Ana Cláudia sobre o processo de manutenção.

Apesar da preocupação com a conservação do acervo, a acessibilidade do local não é completa. A biblioteca Álvaro Lins funciona em um primeiro andar, com entrada através de uma escada, identificada apenas por uma faixa. Poucos cadeirantes conseguiriam chegar, com ajuda, no local.

Para fazer o empréstimo de um livro é necessário que o interessado vá a biblioteca, com duas fotos 3x4 ou 2x2, RG, CPF e comprovante de residências. As unidades ficam abertas das 07h30 às 17h, sem intervalo para almoço.

Serviço:

Biblioteca Municipal Álvaro Lins - Rua Coronel Limeira Rosal, 202, centro da cidade.

Biblioteca Municipal Aleixo Leite Filho - Rua Geraldo Luiz Damasceno, 11, Maria Auxiliadora.

Para contribuir no desenvolvimento e aprendizado dos alunos e, assim, dar apoio aos professores, o Senai/PE investiu mais de R$ 700 mil para renovar o acervo de livros nas bibliotecas das escolas técnicas da instituição. São cerca de 8.300 livros com títulos ligados às áreas de vestuário, eletrotécnica, eletromecânica e manutenção automotiva.

Os novos livros devem beneficiar mais de 4 mil estudantes dos cursos técnicos, além de muitos outros alunos de cursos de qualificação e aprendizagem que também têm acesso aos acervos das bibliotecas. A princípio, receberão os novos livros as Unidades Senai, de Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru, Santo Amaro, Areias, Cabo, Paulista e Petrolina, que desenvolvem cursos ligados a essas áreas do conhecimento.

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Toda a distribuição está sendo coordenada pelo Núcleo de Informação e Documentação (NID) do Departamento Regional.

A biblioteca é um espaço que ajuda no processo educacional dos estudantes e na sua própria formação deles como cidadãos. Afinal de contas, uma biblioteca bem estruturada e composta por livros em bom estado, proporciona conhecimento e novas ideias de mundo aos leitores. Pensando na importância desses espaços, na próxima sexta-feira (7), das 8h às 17h30, será realizado o I Workshop de Bibliotecas da Universidade de Pernambuco (UPE). O evento será no horário das 8h às 17h30, no Hotel Park, em Boa Viagem, zona sul do Recife.

O tema da atividade é a "avaliação de indicadores de desempenho em bibliotecas universitárias e suas perspectivas no cenário acadêmico". Na ocasião, serão realizadas palestras e mesas-redondas com convidados que debaterão sobre gestão, avaliação de desempenho e bibliotecas universitárias, além da qualidade em serviços de informação.

As informações sobre as inscrições para o evento podem ser conseguidas através da internet. Na mesma página virtual também é possível encontrar mais detalhes informativos sobre o workshop como um todo.
 

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