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O mundo do vôlei teve um baque na última quinta-feira com a morte de Walewska de Oliveira, aos 43 anos, na cidade de São Paulo. Após parar de jogar em 2022, a atleta se dedicou a alguns projetos pessoais, lançou um documentário e um livro sobre sua vida. Autor da biografia da jogadora, Teco Condado conversou com exclusividade com o Estadão, e deu sua visão de como foram os momentos em que esteve com Walewska.

"O legado dela foi feito e vivido em vida, sendo essa pessoa pra frente, mostrando que queria viver. Me sinto um privilegiado por ter participado da vida dela neste momento importante. Ela queria o livro e se dedicou muito para isso. Foi um privilégio falar com ela nos momentos em que tivemos juntos, que foram mais de dez vezes. Comigo, ela sempre mostrou ser positiva, queria mais projetos, mais vida fora das quadras", comentou Teco ao relembrar os diversos encontros que teve com Walewska nos últimos meses.

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Após a morte da atleta, a questão do casamento com Ricardo Mendes passou a ter um pouco mais de atenção na mídia. De acordo com o depoimento de Ricardo para a polícia, o casal estava conversando sobre uma possível separação e isso poderia ter causado algumas crises no relacionamento. Questionado pela reportagem do Estadão se existia algum indício de qualquer problema entre o casal relatado por Walewska, o biógrafo explicou o que sabia.

"O que eu posso te falar (sobre divórcio) é que era algo já falado por eles há algum tempo. Ele (Ricardo) já tinha conversado sobre isso com ela algumas vezes muito antes da fatalidade. O único momento de todos os encontros que tive com a Walewska para o livro em que ela se emocionou foi ao comentar do casamento e dos mais de 20 anos de relacionamento com o Ricardo", se limitou a dizer Teco.

Em entrevista ao portal Uol, Ricardo explicou sua ausência no velório e enterro de Walewska, que aconteceu no último sábado. De acordo com o viúvo, a família da jogadora pediu que ele não estivesse presente para a preservação de todos. A reportagem do Estadão entrou em contato com a família da atleta e seu advogado e ambos preferiram não se manifestar neste momento.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL

A morte de Walewska está sendo investigada pela polícia. De acordo com o boletim de ocorrência, a jogadora caiu do 17º andar em cima da sacada de um apartamento do primeiro andar. Uma unidade de resgate tentou reanimar a atleta, mas a morte foi constatada no próprio local. Ela estava na área de lazer, que fica no 17º andar do condomínio. O local é de uso exclusivo dos moradores e seu acesso se dá por meio da biometria facial. O sistema de monitoramento gravou Walewska entrando sozinha na área de lazer, às 16h50.

Nesta segunda-feira, policiais do 78º Distrito Policial (Jardins), que investiga a fatalidade, convocaram testemunhas e pessoas que tiveram contato com a vítima para ouvi-las e coletar mais detalhes que auxiliem na elucidação dos fatos.

A nova biografia de Raul Seixas, “Não diga que a canção está perdida”, escrita pelo jornalista Jotabê Medeiros, nem sequer foi publicada e já está no centro de uma polêmica. Na última quarta (23), a Folha de São Paulo publicou uma matéria que destaca uma passagem do livro que versa sobre a suspeita de que o cantor teria entregado o escritor e amigo Paulo Coelho à ditadura militar. “O meu livro em nenhum momento diz que Raul Seixas delatou Paulo Coelho. Não há como sustentar uma afirmação dessas. A obra apenas examina o clima de suspeita despertado em Paulo após o episódio de sua prisão em 1974. Descobri que essa desconfiança existia, que angustiava o escritor (que a escondia)”, escreveu Jotabê, na última quinta (24), em sua conta no Facebook.

Paulo Coelho, no entanto, afirma que passou a “ter sérias dúvidas” dos documentos a ele enviados por Jotabê, “dizendo e insistindo que Raul tinha me denunciado (e-mails arquivados). O que se passou entre Raul e eu fica entre nós. Vou deletar o tweet da FSP. Acho que o cara quer apenas vender a porra (sic) do livro”, escreveu em seu Twitter. À Folha de São Paulo, Jotabê havia dito que “não tem a menor dúvida, hoje, após ver o documento (do Arquivo Público do Rio de Janeiro), de que Raul o entregou”.

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Questionado por um seguidor a respeito da fala, Coelho rebateu: “Invenção dele”. Sobre o referido documento, Jotabê discorre: “há um documento no qual um policial diz que, por intermédio de Raul, poderia localizar e prender Paulo Coelho e Adalgisa Rios (então mulher de Paulo). Vi que o documento, inconclusivo, pedia um exame à luz das datas e dos fatos encadeados, um encaixe histórico. Isso tudo está esclarecido no livro. Não é a voz de Raul que fala ali, é um policial”. O lançamento do livro está previsto para acontecer no dia 1 de outubro.

Exatos 196 anos antes de ser acometido por um incêndio, o antigo Palácio de São Cristóvão, que hoje abriga o Museu Nacional, foi local de um dos episódios mais marcantes da história brasileira. Naquele 2 de setembro de 1822, a princesa Leopoldina, então princesa regente, era a primeira mulher a governar o Brasil. Na ocasião, presidiu uma reunião com o conselho do príncipe regente Dom Pedro II, que resultou na recomendação da independência do Brasil.

"Eu não me conformo de ter sido no 2 de setembro. É meio icônico", diz o historiador Paulo Rezzutti, autor dos livros "D. Pedro: A história não contada" (Editora Leya) e "Domitila - A Verdadeira História da Marquesa de Santos" (Geração Editorial).

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Em processo de escrita de um livro sobre Dom Pedro II, Rezzutti iria participar de uma palestra sobre a Imperatriz Leopoldina no Museu Nacional neste feriado da Independência do Brasil. "A decadência do prédio era gritante. Logo na entrada você via que a construção não tinha um bom cuidado, pelo lado de fora mesmo, antes de entrar", conta.

Durante as pesquisas para seus livros, Rezzutti chegou a visitar locais que "não tinham condições de ter público". "Escrevi sobre duas gerações que moravam lá dentro. Se tivesse começado agora, não teria ideia de como foi o prédio. Mesmo hoje fico pensando no meu leitor, que terá essa referência agora só pelos livros", conta. "É triste, agora está tudo perdido. O que me dói mesmo é a parte das coleções", lamenta.

Dentre os itens, estão múmias egípcias que seriam originalmente vendidas em Buenos Aires. Como a Argentina estava em guerra, contudo, o navio que transportava as peças atracou no Rio de Janeiro, notícia que chegou a Dom Pedro I, que resolveu comprar os itens. "São as primeiras múmias que se tem notícia na América Latina", relata o historiador.

O acervo reunia também peças arqueológicas retiradas de escavações nas antigas cidades de Herculano e Pompeia, doadas pela imperatriz Teresa Cristina. De origem italiana, foi no jardim do entorno do museu, então Palácio de São Cristóvão, que ela ensinou as filhas, princesa Isabel e princesa Leopoldina, a fazerem os primeiros mosaicos noticiados no Brasil. As peças foram criadas com conchas e pedaços de porcelana quebrada.

Rezzutti também lembra que foi no Palácio, situado dentro da Quinta da Boa Vista, que nasceu o imperador Dom Pedro II e morreu a imperatriz Leopoldina. "Quando vinha gente de fora, nobres estrangeiros, a recepção era dada em uma mesa de jantar colocada no antigo gabinete da Imperatriz Leopoldina para mostrar as peças mineralógicas da coleção."

Depois, com a queda da monarquia, foi lá que se realizou a primeira assembleia constituinte da era republicana, de 1891. "A ciência também é muito ligada à família imperial. Foi Dom João VI que criou o museu (então chamado de Museu Real)", lembra o historiador. Originalmente na região da Praça da República, no centro, o Museu se mudou para a Quinta da Boa Vista após a proclamação da república.

"A única coisa que nos resta hoje é ter esperança. Sensação é de que hoje estamos vivendo um processo de luto", desabafa. "Não sei, a partir do momento em que assassina uma vereadora eleita (Marielle Franco) e você não tem um resultado. Se a vida humana é tratada desse jeito, uma peça de museu não é nada."

Para Rezzutti, museus ligados a instituições educacionais são alguns dos que mais têm carências no Brasil. "É o caso também do Museu do Ipiranga, que não acontece desgraça maior porque está fechado. Precisou alguém ver que o prédio iria desabar para ser fechado. Não existe investimento preventivo."

"São dois problemas no Brasil: a Educação e a Cultura. O investimento é muito pouco, é ridículo perto de outros lugares", ressalta. "O que tem de gente lamentando o que aconteceu e nem sabe o que é, que morador do lado do Museu e nunca foi. O brasileiro quer conhecer o Louvre, não o que tem em casa, quer conhecer a modinha."

Jogador mais caro da história do futebol ao ser adquirido pelo Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros (R$ 820 milhões, na cotação da época) em agosto do ano passado, provocou uma verdadeira revolução no futebol francês. A sua chegada a Paris despertou também a curiosidade de torcedores que pouco conheciam a trajetória do craque.

Foi, então, que a editora Solar, uma das maiores da França, resolveu contratar o jornalista Eric Frosio, correspondente no Brasil do jornal L'Equipe e da revista France Football, para escrever a biografia de Neymar e apresentar o craque aos franceses. Frosio foi a Santos e São Vicente e fez quase cem entrevistas com personagens como Carlos Alberto Parreira, Fred, Renato Augusto e Marquinhos. Ficou faltando só o pai de Neymar. "Ele chegou a marcar a entrevista, mas depois cancelou", conta.

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O prefácio do livro foi escrito pelo zagueiro Thiago Silva, companheiro de Neymar na seleção e no PSG. A data de publicação na França estava marcada para maio, mas acabou adiada devido à lesão sofrida por Neymar no quinto metatarso do pé direito. Agora, a previsão é que o livro, que ainda não tem nome definido, seja lançado depois da Copa do Mundo, em setembro.

Confira abaixo entrevista do autor ao Estado:

Entre as quase cem entrevistas que você fez, qual parte da vida do Neymar mais lhe chamou atenção?

Gostei de contar a infância dele através do testemunho de amigos da época em que ele jogava futsal. Achei essa parte muito bacana.

O que mais te chamou atenção na trajetória de vida do Neymar?

O que me surpreendeu foi o fato de as pessoas que convivem com ele, os amigos da seleção brasileira, pessoas com quem ele teve contato na infância, enfim, todo mundo, achar ele um cara generoso, do bem, que tem bom coração. Mas, a imagem que ele tem com o público é totalmente contrária, de um cara individualista, metido e arrogante. Então, isso quer dizer que existe algo de errado. Ou os caras estão exagerando nas qualidades do menino ou ele está, realmente, passando uma imagem diferente do que ele é de verdade.

O livro terá revelações exclusivas?

Durante a apuração, consegui informações dos bastidores do momento em que ele decidiu sair do Barcelona para jogar no futebol francês no segundo semestre de 2017. Conto ainda como ele esteve muito perto de sair do Barcelona um ano antes e quase foi para o PSG ainda em 2016. Também mostro como foram as negociações para ele ficar no Santos antes de seguir para a Europa, mesmo com o interesse de Real Madrid e Chelsea. A ideia foi tentar entender como o clube brasileiro conseguiu segurá-lo por mais tempo.

Como os franceses estão reagindo à chegada de Neymar ao Paris Saint-Germain?

Os franceses não estão acostumados a isso, realmente é uma novidade. Ainda há uma incompreensão da forma que o Neymar vive porque o Campeonato Francês tem poucas estrelas e o público não tinha muita noção do tamanho de um jogador como ele. Por enquanto, não há uma conexão dele com o público. Diria que esse casamento ainda não pegou muito bem. Não digo em relação à torcida do PSG, que, é claro, está do lado dele, mas o público francês, em geral, está em dúvida em relação a ele, ainda está perplexo.

Você diz que o público francês não está acostumado a grandes estrelas, mas o David Beckham jogou no PSG em 2013...

O Beckham ficou pouco tempo no PSG e se escondia em casa. De vez em quando, a gente ficava sabendo que ele tinha organizado um churrasco com os amigos, mas não saía nada nas redes sociais. E outra coisa, ele estava quase aposentado, era um homem de 38 anos. Neymar, apesar de ter 26 anos, parece um adolescente. Ele faz coisas de menino, garoto.

As redes sociais ajudaram na construção dessa imagem do Neymar?

Ele cresceu assim. Tudo o que fez de importante, ele divulgou nas redes sociais. Foi assim, por exemplo, quando saiu do Santos. Até o nascimento do filho, o David Lucca, ele anunciou no Instagram.

A princesa Diana enfraqueceu a família real ao revelar, em 1992, detalhes pouco lisonjeiros da vida do palácio ao escritor Andrew Morton, o qual assegurou à AFP que estas revelações ainda causam danos.

Em seu livro, de 1992, "Diana, sua verdadeira história", Andrew Morton reunia as confidências que Diana fez sobre seu casamento falido com o príncipe Charles, suas tentativas de suicídio e seu combate à bulimia, enquanto fornecia um retrato mordaz da vida no seio da família real britânica.

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O "best-seller" jogou luz sobre o futuro rei e continua levantando dúvidas sobre a capacidade de Charles de suceder a mãe, Elizabeth II, no trono: exatamente o que pretendia Diana, segundo Andrew Norton.

"Não há qualquer dúvida de que, em suas conversas comigo e, depois, com a televisão, quando falava que o príncipe não era preparado para ser rei, sempre considerava que o príncipe Williams deveria assumir o papel do futuro rei", contou o biógrafo à AFP durante uma entrevista em sua casa em Londres.

"Hoje, uma maioria prefere que a coroa vá diretamente para cabeça do príncipe Williams. Isso não acontecerá, mas é, em parte, o sentimento do povo, influenciado pela vida de Diana", considerou o biógrafo.

- Diana estava 'desesperada' -

Uma pesquisa do YouGov mostrou que as comemorações pelo 20º aniversário da morte de Diana afetaram a popularidade do príncipe Charles: 36% dos britânicos entrevistados consideraram que o príncipe era importante para a monarquia, frente aos 60% que tinham essa mesma opinião em 2013.

"O aniversário também reabriu velhas feridas por Camila, lembrando as pessoas do papel-chave que ela teve no fim do casamento, apresentado naquele momento como um conto de fadas", declarou Morton, que acaba de voltar a editar seu livro.

Segundo a enquete, somente 14% das pessoas pesquisadas desejam vê-la como rainha.

Diana, que causou grande rebuliço ao dizer que havia "três pessoas" em seu casamento, contactou Andrew Morton, correspondente real naquela época, através de um amigo, James Colthurst.

"Ela me contou histórias. A mais notável foi uma sobre como o príncipe Charles havia demitido seu secretário privado, que isso lhe deu uma sensação de controle e de poder e que ela gostava disso", lembrou.

"O que eu não me dei conta naquela época é que Diana estava simplesmente desesperada. Ninguém havia me preparado para as revelações que viriam depois", explicou.

- Preocupado com sua segurança -

Morton lembra o momento em que ouviu a primeira entrevista de Diana, gravada com James Colthurst, que desempenhou um papel de intermediário para que Lady Di pudesse continuar negando ter-se reunido com Andrew Morton.

"Fui convocado para um café popular de Londres [...], a gente comia ovos com bacon, falando sobre os resultados do futebol. Coloquei meus fones e fui transportado para outro mundo em que Diana falava de seus distúrbios alimentares, de seus desesperados pedidos de ajuda, de sua solidão, de sua infância, de sua vida principesca e do príncipe Charles", relembrou.

O biógrafo ouviu seis fitas repletas de confidências para escrever seu livro, que, entendeu imediatamente, tinha o poder de sacudir a monarquia.

"Estava preocupado com minha própria segurança e com o que poderia acontecer. Era incrivelmente estressante", admitiu.

Ele considera que, embora o livro tenha afetado a família real, a morte de Diana, cinco anos depois, obrigou a monarquia a promover mudanças necessárias.

"Você tem uma nova geração que assume as rédeas, Williams e Harry, e eles assumem muitas das qualidades e especificidades de Diana", avalia.

"Se tornaram mais humanos, mais acessíveis", completa.

"Depois da tragédia do incêndio de Grenfell, a primeira a lamentar foi a rainha", apontou, referindo-se ao incêndio de Londres que deixou 80 mortos em 14 de junho.

"De certo modo, a família real adotou a forma como Diana administrava as coisas", concluiu.

Imbatível neste ano, unanimidade entre os especialistas, Novak Djokovic vem conquistando o mundo do tênis aos poucos. Títulos, recordes e marcas importantes foram alcançados em uma temporada quase perfeita. Mas o número 1 do mundo enfrenta certa resistência da torcida, apegada aos ídolos Roger Federer e Rafael Nadal. Para o biógrafo de Djokovic, o também sérvio Blaza Popovic, não se trata apenas de preferência pelo suíço ou pelo espanhol. Na sua opinião, o líder do ranking ainda enfrenta preconceito, principalmente da torcida ocidental, em razão das atrocidades cometidas por sérvios na Guerra da Iugoslávia (1991-2001).

"Há muito preconceito contra a Sérvia ainda", diz o jornalista, em entrevista à Agência Estado, por telefone, de Belgrado. "Claro que não são todos os fãs dos outros tenistas que têm preconceito. Mas as pessoas acabam sendo influenciadas pela TV, pelo rádio, pelos filmes, pelas notícias da CNN."

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Para Popovic, autor de "A Biografia de Novak Djokovic" (editora Évora/Generale), a guerra traz consequências para a imagem da Sérvia até hoje. O conflito, com forte cobertura da TV, matou cerca de 140 mil pessoas e deixou milhares de desaparecidos e ao menos 2,2 milhões de refugiados.

A guerra civil teve inúmeras causas, entre políticas, econômicas, étnicas e religiosas, mas teve como estopim a busca pela independência da Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Macedônia. Estas pequenas repúblicas haviam sido reunidas para compor a nação comunista da Iugoslávia ao fim da Segunda Guerra Mundial, apesar das profundas diferenças históricas entre cada uma delas.

As divergências se ampliaram com a queda do Muro de Berlim, em 1989. E culminaram nos pedidos de independência a partir de 1991. Neste contexto de profunda animosidade, despontou o presidente sérvio Slobodan Milosevic, que rejeitou a independência das demais repúblicas e iniciou conflitos individuais com cada uma delas, com sérias denúncias de limpeza étnica.

O confronto ganhou contornos finais quando a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sob a liderança dos Estados Unidos, e a Comunidade Europeia intervieram na região. Destituído, Milosevic acabou no banco dos réus do Tribunal Penal Internacional, em Haia, sob diversas acusações, entre elas genocídio e crimes de guerra - morreu antes do veredicto.

Todo o conflito nos Balcãs foi marcado por ampla cobertura jornalística. Na avaliação do biógrafo de Djokovic, boa parte das notícias que chegavam à comunidade ocidental eram tendenciosas, o que acabou transformando a Sérvia em uma espécie de vilã aos olhos do mundo. "Há forte propaganda contra a Sérvia, ainda por causa da guerra, dos bombardeios", afirma o jornalista sérvio, que diz sentir ainda hoje o impacto do preconceito.

A imagem negativa do país acabou manchando também seus cidadãos, argumenta o biógrafo, que morava nos EUA na época dos bombardeios da Otan e acompanhou de perto a cobertura jornalística dos veículos locais. "O governo norte-americano satanizou tudo o que vinha da Sérvia."

Na sua avaliação, as provocações que Djokovic enfrenta nas arquibancadas em alguns torneios é prova de como a imagem dos sérvios ainda está manchada pela guerra. "Sempre há um grupo de torcedores que provocam Novak nas arquibancadas. Tentam distraí-lo, irritá-lo", afirma, argumentando que as manifestações não têm a rivalidade esportiva como causa. "Você nunca vê algo desse tipo acontecendo contra Nadal ou Federer."

RECORDES - Popovic, contudo, acredita que a resistência enfrentada por Djokovic nas arquibancadas deve mudar no futuro. Com os feitos que o sérvio vêm obtendo no circuito, é apenas questão de tempo para ele se tornar ainda mais famoso, contribuindo até para melhorar a imagem do seu país diante do mundo. "Novak está pronto para ser o número 1 do mundo por muito tempo. Ele está preparado para isso. E vai bater muitos recordes", prevê o biógrafo.

Ele aposta até que Djokovic deve superar o recorde de Grand Slams de Federer, dono de incríveis 17 títulos. "Acho que não será difícil bater o recorde de títulos de Grand Slam. Ele precisa de sete para empatar. E não vejo Federer vencendo mais algum. Em três temporadas, Novak com certeza vencerá nove. Acho que em quatro anos, no máximo, ele baterá o recorde", projeta.

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