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A polícia americana prendeu nesta quinta-feira (30) um homem que havia ameaçado de morte funcionários do Boston Globe, jornal que considera "inimigo do povo", indicou o procurador federal de Boston.

Robert Chain, de 68 anos e originário da Califórnia, terá que prestar depoimento ante um juiz federal de Los Angeles nesta quinta à tarde, acusado de "comunicações ameaçadoras", que acarretam condenações de até cinco anos de prisão e de 250 mil dólares de multa.

Segundo o procurador, Chain fez 14 ligações ameaçadoras entre 10 e 22 de agosto ao jornal de Boston, capital do estado de Massachusetts.

As ligações do detido parecem estar relacionadas com a publicação de uma resposta assinada por esse jornal e outros 200 meios de comunicação aos múltiplos ataques contra a imprensa pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os jornais publicaram em 16 de agosto um artigo intitulado "Os jornalistas não são inimigos", no qual acusavam o presidente de "mentiroso" e lhe comparavam a um "charlatão".

O presidente americano acusa regularmente os meios de comunicação de desinformarem, e os qualifica de "inimigos do povo", um termo que Chain usou em suas ligações ao Boston Globe.

No dia da publicação da carta contra Trump, o detido ligou à tarde para o jornal e ameaçou atirar "na cabeça" de seus funcionários, segundo o procurador.

Centenas de abusos sexuais aconteceram durante décadas em várias escolas privadas do nordeste dos Estados Unidos e, em muitos casos, seus responsáveis reagiram tardiamente, após ignorar as acusações de mais de 200 supostas vítimas - revelou o jornal The Boston Globe, nesta segunda-feira.

A Justiça está a par de muitos desses episódios ocorridos na Nova Inglaterra, afirma o jornal, que menciona mais de 90 ações judiciais diferentes. Muitas delas já prescreveram e podem ser alvo apenas de demandas civis.

Mais de 67 instituições privadas foram alvo de acusações de abuso sexual, ou de assédio, desde 1991, segundo dados coletados pela equipe da Spotlight, a unidade de investigação responsável pelas revelações sobre padres pedófilos nos anos 2000. Alguns incidentes remontam à década de 1950, mas outros aconteceram bem depois, até o início dos anos 2000.

O Boston Globe cita o caso de um professor, cujos primeiros abusos de que se tem notícia datam de 1968. Ele teria ensinado em diversas escolas até 2003. A escola St. George, em Middletown, no estado de Rhode Island, é a principal instituição que aparece na investigação do Boston Globe.

Em 2003, um treinador dessa escola foi acusado por 11 estudantes de tocá-los e assediá-los. O profissional foi demitido, mas, depois de uma investigação, concluiu-se que os atos não constituíam abuso sexual e se optou por não reportá-los à Justiça. O treinador acabou sendo reintegrado ao cargo.

Depois, quando ele deixou a instituição por iniciativa própria, em 2011, St. George não relatou nenhum desses fatos ao estabelecimento que o contratou, a Taft School, uma escola em Connecticut.

Em dezembro, o Boston Globe havia revelado alguns dos supostos atos ocorridos na St. George, com ênfase ao caso Anne Scott, que recebeu pressões de sua escola para firmar um termo de confidencialidade a respeito de um estupro do qual diz ter sido vítima em 1977.

O jornal convida qualquer pessoa com informações sobre os episódios relatados na matéria a se pronunciar.

Em 2002, uma importante investigação do Boston Globe permitiu revelar como a Igreja católica local ocultou casos de abuso sexual cometidos por pelo menos 90 religiosos em Boston e seus arredores durante várias décadas.

A história serviu de base para o filme "Spotlight - Segredos revelados", que levou o Oscar de melhor filme em fevereiro.

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