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A Polícia da Bahia investiga se o ex-oficial da Polícia Militar do Rio Adriano Magalhães da Nóbrega, morto na Bahia no último domingo (9), mantinha um esquema de lavagem de dinheiro por meio de compra de terrenos e de gado no Estado.

Foragido da Justiça desde janeiro de 2019, ele estava em território baiano havia, no mínimo, um mês e meio. Era investigado no Rio por supostamente chefiar a milícia Escritório do Crime. A quadrilha, suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, explora comunidades pobres, promove extorsões e comete homicídios por encomenda, entre outros delitos.

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As autoridades também tentam chegar à rede de proteção que o Capitão Adriano, como era conhecido, teria mantido na Bahia durante o período em que se refugiou no local. Antes de ir para Esplanada, cidade do interior baiano onde foi encontrado pela Polícia e morto a tiros, Adriano estava em uma casa na Costa do Sauípe. Fugiu pelos fundos quando a polícia chegou. Deixou para trás uma identidade falsa e foi alcançado, dias depois, por policiais do Rio e PMs do Batalhão de Operações Especiais baiano.

O ex-PM teve a ex-mulher, Danielle Mendonça da Costa, e a mãe, Raimunda Veras Magalhães, contratadas no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual. Ambas são investigadas por suposta participação em esquema de rachadinha (desvio de dinheiro dos seus salários para o parlamentar). Também era ligado a Fabrício Queiroz, outro ex-assessor de Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Queiroz afirmou ter indicado Danielle e Raimunda para as vagas na assessoria do parlamentar. Flávio foi autor de projeto concedendo a Medalha Tiradentes, mais alta honraria do Legislativo fluminense, a Adriano.

A investigação já tem um preso: Leandro Guimarães, que organiza vaquejadas na fazenda Parque Gilton Guimarães, em Esplanada. Aberta em 2005 e registrada como empresa individual pelo dono, a empresa tem capital social de R$ 15 mil registrado na Receita Federal. Os torneios lá organizados, porém, oferecerem prêmios que chegam aos seis dígitos.

Adriano passou uma semana abrigado lá, depois de fugir, na última semana de janeiro, da Costa do Sauípe. Só saiu no sábado, véspera da morte, após saber que estavam atrás dele naquela região. Guimarães, que portava armas, foi preso no sábado e, em depoimento à polícia, alegou que escondeu Adriano por pressão dele. O fazendeiro está detido no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), em Salvador. O carioca, disse ele, teria se apresentado como alguém interessado em comprar terrenos no local.

Os investigadores, contudo, souberam que a relação entre os dois não começou depois que o miliciano fugiu da casa de luxo. "Ele tinha ido à Costa do Sauípe prestar algum tipo de auxílio, não sei se mantimentos... Mas que ele dava cobertura a Adriano aqui, dava", afirmou o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa. "Precisamos entender se é só esse auxílio ou se ele era usado como laranja para Adriano comprar gado, por exemplo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Morto após confronto com a polícia da Bahia, Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como capitão Adriano e acusado de chefiar um grupo miliciano, estava convencido de que queriam matá-lo, e não apenas prendê-lo. Nos últimos dias, ele e sua mulher atual relataram a pessoas próximas que tinham certeza de que havia um plano de "queima de arquivo" em curso contra ele.

O ex-capitão do Bope nunca havia falado diretamente com seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, até a quarta-feira passada. Foi quando, preocupado com os últimos movimentos da polícia, ligou para ele e relatou que tinha "certeza" de que queriam matá-lo para "queimar arquivo". A viúva do miliciano também fez o mesmo relato.

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"Eu estranhei ele me ligar, porque nunca havíamos conversado. Me disse que estava ligando porque estava muito aflito, que tinha absoluta certeza de que iriam atrás dele não para prender, mas para matar", disse o advogado ao jornal O Estado de S.Paulo.

Catta Preta afirmou que mantinha contato com familiares de Nóbrega. E que, por isso, não havia conversado diretamente com seu cliente até a semana passada. Ele nega que capitão Adriano tivesse uma pistola austríaca calibre 9 milímetros.

De acordo com a polícia da Bahia, o miliciano usou a arma para atirar nos policiais quando foi abordado na manhã de ontem. O advogado disse que tomará todas as "medidas cabíveis" para que a morte de seu cliente seja investigada de forma independente.

Outras pessoas próximas a Nóbrega, que preferem não se identificar, também relataram ao Estado o temor que o miliciano vinha demonstrando nos últimos dias de que poderia ser morto pela polícia.

A operação que causou a morte de capitão Adriano envolveu equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Bahia, da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública.

Foragido

Capitão Adriano era considerado foragido desde janeiro de 2019, quando a Justiça expediu 12 mandados de prisão como parte da Operação Intocáveis, que investigou um esquema de grilagem na zona oeste do Rio. Dos 12, apenas Nóbrega e Ronald Paulo Alves Pereira, foram identificados como integrantes do Escritório do Crime.

O grupo é acusado de assassinar pessoas que "atrapalham" seus interesses. Os dois prestaram depoimento como testemunhas na investigação do assassinato de Marielle Franco. A grilagem de terras na zona oeste, principal atividade dos milicianos, é apontada como pano de fundo para o assassinato.

Ex-governador do Ceará e ex-candidato a presidente nas eleições de 2018, Ciro Gomes (PDT) cobrou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, esclarecesse a morte do ex-policial militar Adriano Nóbrega, morto a tiros no último domingo (9), na Bahia. 

Capitão Adriano, como era conhecido entre milicianos, era considerado suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), e do motorista Anderson Gomes em 2018. De acordo com o jornal Estadão, antes de morrer ele já estava convencido de que seria assassinado por 'queima de arquivo'. 

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Para Ciro Gomes, caso o ministro não esclareça a ligação do miliciano com a família do presidente Jair Bolsonaro e de Fabrício Queiroz, além do assassinato de Marielle, vai se tornar cúmplice.

"Se Sérgio Moro não esclarecer cabalmente este estranhíssimo encadeamento de fatos que inequivocamente estabelece vínculos entre Bolsonaro, filhos e mulher, Queiroz, as milícias do RJ e o assassinato de Marielle e Anderson, terá se transformado em cúmplice", escreveu Ciro no Twitter. 

De acordo com o UOL, Adriano era amigo de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e chegou a receber homenagens do filho do presidente enquanto era deputado estadual do Rio de Janeiro. Além disso, Fabrício teria indicado a mãe e a esposa de Adriano para trabalharem no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. 

O ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como "capitão Adriano", foi morto em uma troca de tiros com a polícia na manhã deste domingo (9) em Esplanada, no interior da Bahia. Foragido desde janeiro do ano passado, ele é apontado como chefe do "Escritório do Crime", milícia suspeita pela morte da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, assassinados em março de 2018.

Adriano trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, o ex-assessor de gabinete de Flávio Bolsonaro, investigado por lavagem de dinheiro no esquema de "rachadinha" na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). A mãe e a filha de Nóbrega trabalhavam no gabinete do filho do presidente e teriam sido contratadas por Queiroz. Segundo o Ministério Público, o milicano ficava com parte do pagamento delas.

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