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Um dos maiores fundos de private equity (que compram participações em empresas) do mundo, o Carlyle, dono de participações em importantes negócios nacionais - como CVC, Tok&Stok, Ri Happy, Rede D’Or e Uniasselvi - está em "compasso de espera" para fazer novos investimentos em 2016. Segundo Juan Carlos Félix, copresidente do fundo para a América do Sul, essa situação pode mudar muito rapidamente caso ocorra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"O impeachment deve provocar uma injeção de otimismo muito grande, com encurtamento da crise", afirmou o executivo ao jornal O Estado de S. Paulo.

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A seguir, os principais trechos da entrevista:

No momento atual, está sendo difícil fechar negócios?

É um momento interessante para fazer negócio. Por um lado, há várias empresas boas, que estão precisando de dinheiro e não têm crédito. O que complica são as incertezas políticas.

Com quais cenários o Carlyle trabalha?

Há uma incerteza política muito grande. Por isso, temos dois cenários. Em um deles, tem impeachment, o que deve provocar uma injeção de otimismo muito grande, com encurtamento da crise. No outro, sem o impeachment, seria um problema, uma vez que teria a possibilidade de o PT se perpetuar no poder em 2018. Aí a situação seria muito complexa.

Como os investidores estrangeiros têm visto o Brasil hoje?

Tem um grupo que acha que é um bom momento para investir. Quando se analisa os últimos 50 anos, as crises no Brasil geralmente são curtas. E, depois das crises, há recuperação muito rápida. As melhores safras de private equity no mundo, normalmente, ocorrem nos momentos de crise. O problema é que essa crise não é estritamente econômica, mas política. Não dá para ter certeza de uma reviravolta tão rápida. Há grupos de investidores mais céticos, que creem que a crise pode se prolongar mais.

Com a Operação Lava Jato, grandes grupos colocaram ativos à venda. E, ao mesmo tempo, há setores, como saúde e educação, com oportunidades. O momento atual é bom para investidor estratégico ou de private equity?

Há espaço para os dois. Hoje é um bom momento para o estratégico, porque ele tem um horizonte maior (de permanência com o ativo). E, segundo, porque o dólar ajuda (pois o ativo fica mais barato).

O mercado trabalha com a expectativa de votação do impeachment para o dia 17 de abril...

A tendência, obviamente, é esperar. Hoje, o mercado está paralisado.

Com qual perspectiva o Carlyle trabalha?

A gente tende a acreditar, como um consenso, que vai ter um impeachment. Pelo bem do País, acreditamos que isso vai acontecer.

O sr. acredita que o PMDB tem condições de conduzir as futuras mudanças?

A tendência é de mudança. Serão dois anos seguidos de crescimento negativo (2015 e 2016). A esperança do impeachment é de que traga uma condução de economia para o mercado, menos populista. Se depois do impeachment não houver uma mudança da economia, esse otimismo vai ser passageiro.

É importante que essa mudança seja rápida?

Sim, porque estamos vendo nas empresas, de maneira geral, escassez de crédito. O consumidor também não consegue mais comprar. O efeito será exponencial.

O Carlyle faz parte do grupo de investidores que está assustado com o atual momento do Brasil?

Estamos aqui pensando no longo prazo. O Carlyle não é oportunista. Tanto que temos um fundo dedicado à América Latina (de US$ 1,5 bilhão, dos quais foram feitos 12 investimentos, sendo nove deles no Brasil). Mas tem uma questão importante que é escolher muito bem os setores ou subsetores da economia que são menos afetados pela crise. Os setores de saúde, educação e de varejo especializado ainda têm crescimento orgânico, enquanto outros segmentos não crescem.

O Brasil viveu um boom da economia entre 2010 até parte de 2013. De repente, mudou da água para o vinho. É difícil de explicar o que está acontecendo ao investidor estrangeiro?

É difícil de explicar a complexidade dessa situação, porque é uma junção de uma crise econômica com uma bagunça política. Por outro lado, não é difícil explicar o ciclo econômico. O Brasil teve dez anos de crescimento expressivo, com a eleição do Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Hoje, vivemos um momento de desaceleração, que é natural dos ciclos econômicos. Os Estados Unidos tiveram um período de crise em 2008 e 2009, mas adotaram políticas de estímulo do consumo, reduzindo juros e impostos. Aqui, na crise, aconteceu o contrário.

O fundo está olhando mais outros países da América Latina?

A gente está olhando com muito interesse investimentos em outros países, especialmente o Peru, onde a economia é muito estável. Fizemos três investimentos lá e deveremos fazer mais dois neste ano. A Colômbia é um país que também nos interessa. Estamos começando a olhar Argentina, mas a grande pergunta é se o governo Macri vai conseguir fazer as mudanças necessárias.

O Brasil deixou de ser atraente para o Carlyle?

Não. É a maior economia da América do Sul, com um mercado doméstico desenvolvido, fundamental para o setor de private equity. Continua sendo muito importante.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa imobiliária Crown Acquisitions e a firma de investimentos Highgate fecharam um acordo para comprar um prédio de escritório de 27 andares, próximo ao Central Park, em Manhattan, na cidade de Nova York, por US$ 1,3 bilhões, a maior quantia já paga por uma propriedade comercial em mais de um ano.

O prédio, localizado na Avenida Madison, foi vendido pela fundo de "private equity" Carlyle Group (CG). A Crown, fundada por Stanley Chera, investe em bens imobiliários principalmente na área de varejo em Nova York, Miami e outras regiões da América do Norte. A Highgate é uma empresa de investimentos que comprou mais de US$ 7 bilhões em ativos imobiliários.

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O acordo é o mais recente sinal do forte apetite de investidores por propriedades comerciais em pontos privilegiados em Manhattan. A Carlyle vendeu a propriedade por mais de US$ 2,1 mil o metro quadrado. As informações são da Dow Jones.

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