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O presidente Michel Temer editou decreto para dispor sobre o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como "Conselhão". O colegiado de assessoramento ao presidente da República foi instituído em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O grande destaque do grupo até então era a participação de representantes da sociedade, principalmente grandes empresários do País. Na gestão de Lula, o "Conselhão" foi mais ativo do que na gestão de Dilma Rousseff, que tentou retomar as atividades do colegiado em janeiro deste ano depois de um bom período de interrupção. Em janeiro, Dilma inclusive fixou em 92 o número de titulares membros do CDES, dois a mais que na formação original.

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O decreto de Temer não define o tamanho do colegiado nem traz os nomes de seus integrantes. O texto determina, no entanto, que o órgão será presidido pelo presidente da República, e composto pelo ministro da Casa Civil, que será seu secretário executivo, além "de cidadãos brasileiros, com maioridade civil, de ilibada conduta e reconhecida liderança e representatividade, designados por livre escolha do presidente da República para um período de até dois anos de atuação como conselheiros, facultada a recondução".

"A juízo do presidente do CDES, poderão ser convidados a participar das reuniões, sem direito a voto, pessoas de notório saber e representantes de órgãos e entidades públicas ou privadas", cita a norma. "O CDES reunir-se-á ordinariamente três vezes ao ano, ou, extraordinariamente, por convocação da maioria de seus membros ou de seu presidente", acrescenta.

O novo decreto revoga o Decreto 4.744, de 16 de junho de 2003.

Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff defendeu a continuidade dos programas sociais e econômicos e da parceria do governo com a iniciativa privada. Para ela, a execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além de outras iniciativas, trouxe uma marca nova para a gestão pública.

"O PAC tem o mérito de contribuir para consolidação de nova maneira de realizar grandes obras. Ampliamos a capacidade de planejar e executar, em algumas áreas de forma decisiva. Não é possível fazer grandes obras sem parceria do governo federal com Estados e municípios. Não é possível também fazer investimentos significativos sem parceria do setor público com o setor privado, seja de que forma for".

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Como costuma fazer em várias ocasiões, especialmente nos últimos meses, Dilma criticou as gestões antes do PT. “Durante anos nem fizemos os projetos, nem construímos arcabouço de planejamento para termos metas de médio e longo prazo. Retomamos o planejamento em 2007 com o PAC, e recomeçamos a repensar os investimentos no País", considerou.

Durante o evento, Dilma destacou os avanços sociais e comemorou o recorde no número de inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – que passou de nove milhões. Para ela, a alta procura mostra que o acesso foi ampliado e que a população hoje tem mais condições e oportunidades de estudar e melhorar a qualidade de vida.

Criado em 2003, o Conselho tem o objetivo de auxiliar o governo na elaboração de políticas públicas.

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No discurso, Dilma adiantou que a terceira edição do programa Minha Casa, Minha Vida prevê a contratação de três milhões de moradias em quatro anos. “Ainda iremos abrir consulta às empresas, aos movimentos sociais e aos estados que tenham interesse, mas acreditamos que três milhões é uma meta realista. É possível chegar aos quatro milhões se mantivermos o mesmo ritmo de trabalho, mas o objetivo inicial é três milhões”, disse. A presidente citou ainda que as duas fases do programa (MCMV1 e MCMV2) contrataram cerca de 3,750 milhões de unidades habitacionais.

Sobre a terceira edição do PAC e a segunda do Programa de Investimentos em Logística (PIL2) , Dilma explicou que a ação será mais voltada nos modais ferroviários e hidroviários, além da cabotagem. Segundo ela, o governo também deve manter os investimentos em rodovias e projetos de geração e transmissão de energia. Para a presidente, a fim de dar continuidade ao trabalho, novas medidas deverão ser tomadas. "Achamos que será necessário implementar medidas para que potencializem investimento público e privado, como a construção de modelos em que o próprio investimento seja considerado garantia".

Já era hora do almoço e a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) se arrastava, quando três ministros se levantaram e caminharam em direção à porta. Mais rápido, o chefe da pasta de Minas e Energia, Edison Lobão, saiu. Já os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, não tiveram a mesma sorte.

A tentativa de debandada foi percebida pela presidente Dilma Rousseff, que ainda não havia discursado. Ela chamou um assessor e cochichou algo. Este saiu rápido como uma flecha e conseguiu alcançar Mercadante antes de ele chegar à porta. Os dois chamaram Padilha. Toda a movimentação ocorreu sob um olhar de falcão da presidente.

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Padilha e Mercadante ficaram em pé, na lateral do salão, enquanto o assessor voltou a Dilma conversou com ela. Em seguida, o auxiliar dirigiu-se aos ministros. Esses tentaram voltar às cadeiras da forma mais discreta possível, caminhando em etapas, e ficaram até o final da cerimônia. A presidente citou ambos em seu discurso, ao falar de como o governo tem procurado atender aos reclamos das ruas.

Após a reunião, questionado sobre por que tentara sair antes do fim, Padilha disse que ele e seu colega da Educação estavam deixando o salão para atender à imprensa, mas receberam orientação em contrário da Secretaria de Comunicação e voltaram. De fato, se eles dessem entrevista àquela hora, provavelmente disputariam as atenções dos jornalistas com o discurso de Dilma. Não é usual ocorrerem entrevistas coletivas durante eventos, e sim ao final deles.

A assessoria de Mercadante deu uma explicação diferente. Disse que ele tentara sair porque tinha um compromisso ao meio-dia, uma reunião interna no próprio ministério, e já estava atrasado. Mas, a pedido da presidente, ficou até o fim.

De improviso, a presidenta Dilma Rousseff decidiu, em evento realizado ontem no Palácio do Planalto, que a seleção para o programa de bolsas no exterior Ciência sem Fronteiras não levará em conta apenas o mérito. Após ouvir cobranças de dois representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ela disse que as 75 mil vagas em cursos nas áreas tecnológicas e exatas serão distribuídas por Estados e uma parte será concedida de acordo com questões étnicas e de gênero.

No evento, Dilma pediu para os empresários bancarem outras 25 mil bolsas. Os dirigentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), da União Nacional de Cana-de-Açúcar (Única) e da Câmara Brasileira da Construção (CBIC), que estavam no encontro, não se pronunciaram. Apenas dois empresários, em decisões individuais, ofereceram recursos para a concessão de cem bolsas cada um.

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O programa de bolsas do governo é estimado em R$ 3,1 bilhões e tem como prioridade cursos de engenharia, além de outras áreas tecnológicas e de licenciatura em ciências exatas. A decisão da presidenta em abandonar a seleção totalmente por mérito surpreendeu assessores do governo.

Após o anúncio, Dilma tentou mostrar que não havia contradição. Enfatizou que o mérito será "crucial" mesmo na seleção das vagas por questões étnicas e de gênero, sem dar detalhes. "A partir desse primeiro critério, de mérito, teremos de aplicar outros critérios que podem contemplar toda a questão relativa a gênero, à questão étnica", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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