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O volume consolidado de energia vendida pela Cemig a consumidores finais caiu 2,26% no terceiro trimestre de 2013 em relação a igual período do ano passado, de 11,80 milhões de MWh para 11,53 milhões de MWh. Destaque negativo para a retração de 8,98% nas vendas aos clientes industriais no período em questão, para 6,0 milhões de MWh. "A redução de 8,98% na classe industrial se deve ao desaquecimento da atividade do setor, que foi compensada, parcialmente, pelo aumento nas classes residencial, comércio, serviços e outros", informou a estatal mineira em seu balanço.

Por sua vez, o consumo residencial cresceu 6,04% nesse mesmo intervalo de comparação, para 2,34 milhões de MWh. A demanda comercial, serviços e outros aumentou 5,78% no período, para 1,43 milhão de MWh. As vendas para a classe rural tiveram forte expansão de 10,15%, para 910,71 mil MWh. "Adicionalmente ao aumento na quantidade de consumidores na classe rural, houve um crescimento expressivo da demanda de energia para irrigação, em função de condições climáticas atípicas para o período úmido, com baixos níveis de precipitação nos meses de fevereiro, março, julho e setembro", disse a companhia.

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encaminhou ao Ministério de Minas e Energia (MME) requerimento feito pela Cemig de rescisão do contrato de concessão da usina hidrelétrica Itaocara. A informação consta de despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 16. No documento, a Aneel também informa ter dado "pronunciamento favorável ao acolhimento" do pedido.

O Conselho de Administração da Cemig aprovou a rescisão da concessão no início de agosto. Na ocasião, a concessionária divulgou que o projeto inicial da usina enfrentou restrições ambientais, com a determinação, inclusive, de arquivamento do seu processo de licenciamento, já que o Ibama decidiu por sua inviabilidade.

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"Entretanto o consórcio, ao longo dos últimos anos, de maneira determinada, buscou alternativas que viabilizassem ambientalmente o empreendimento e revertessem os impedimentos então existentes, o que culminou na alteração do projeto, que definiu uma capacidade instalada de 145 MW. Desta forma, somente em dezembro de 2011 foi obtida a licença ambiental prévia nº 428/2011, dando início à etapa seguinte de busca da licença ambiental de instalação, obtida finalmente em 29 de julho de 2013", informou a empresa.

A decisão de pedir a rescisão, no entanto, segundo a Cemig, foi baseada na impossibilidade de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, já que o MME negou requerimento para alteração de seu prazo de vigência. A empresa pleiteava contabilizar o início do prazo de 35 anos de concessão somente a partir da obtenção da licença prévia, em 2011. Como não conseguiu, a concessionária justifica que haveria perda de 12 anos no prazo da concessão, comprometendo o tempo de receita necessário para o retorno do investimento.

A Cemig registrou lucro líquido de R$ 617,238 milhões no segundo trimestre de 2013. O número representa alta de 2,15% ante o lucro de R$ 604,232 milhões anotados em igual período do ano passado. A geração de caixa medida pelo Ebitda somou R$ 1,252 bilhão, uma expansão de 3,15% frente a cifra de R$ 1,314 bilhão no segundo trimestre do exercício anterior.

A receita líquida da companhia somou R$ 3,438 bilhões, praticamente estável ante os R$ 3,463 bilhões anotados entre abril e junho de 2012.

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A Cemig participará do leilão A-5 de energia elétrica, marcado para 29 de agosto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas não entrará na 12ª rodada de áreas de exploração da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), dedicada exclusivamente a gás natural. Segundo o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Luiz Fernando Rolla, o grupo explora quatro áreas de gás natural, o que é suficiente para suprir novas usinas termelétricas a gás.

"Já temos volume suficiente", disse Rolla, após participar do Seminário sobre Energia Elétrica, promovido pela Apimec Rio, nesta terça-feira, 30. Segundo o executivo, por enquanto, a Cemig entrará sozinha no A-5.

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A Cemig tentará compensar com aquisições sua perda de 600 megawatts (MW) em capacidade instalada com a devolução de 18 usinas hidrelétricas ao governo federal, após rejeitar a renovação antecipada de concessões oferecida no âmbito da medida em prol da redução do custo da eletricidade.

A estratégia, explicou Rolla, começou, com a compra, junto à Petrobras, de 49% da Brasil PCH, cuja capacidade instalada é de 291 MW. "Vamos perder 600 MW, então temos que colocar no lugar." A ideia é usar a Renova Energia, da qual a Cemig é uma dos acionistas. O foco será a aquisição de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Segundo o executivo, no processo de aquisições, a Cemig pode até ampliar sua capacidade de geração para além dos 600 MW que serão perdidos com a devolução das usinas, em 2015. Perguntado sobre o quanto a companhia comprará em capacidade, Rolla respondeu: "Quanto o mercado puder nos atender".

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira que assinou com a Cemig Geração e Transmissão contrato de venda da totalidade acionária detida na Brasil PCH, o que equivale a 49% do capital votante, pelo valor total de R$ 650 milhões. De acordo com comunicado para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação faz parte do programa de desinvestimentos da companhia e foi aprovada nesta sexta-feira em reunião do Conselho de Administração da Petrobras e Cemig.

A Brasil PCH é uma associação da Petrobras com a Eletroriver, BSB Energética, Araguaia Centrais Elétricas e Jobelpa para a geração elétrica por meio de fontes renováveis. De acordo com a Petrobras, a empresa possui 13 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) operacionais com capacidade instalada de 291 MW. As centrais estão localizadas no Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Rio. A operação ainda depende de aprovação do Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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A nova versão do plano de recuperação judicial do Grupo Rede admite a entrada de outro sócio para a compra da companhia. Segundo consta no documento, a CPFL Energia e a Equatorial têm liberdade de incluir um parceiro no negócio, se desejarem. Isso confirma a informação que circulava entre os credores, na assembleia da última quarta-feira, 5. A Cemig chegou a ser apontada como o "sócio oculto" no processo, mas a estatal mineira negou participar da compra de ativos do Rede.

O documento informa aos credores que os investidores envolvidos na operação de compra das holdings do Grupo Rede são a CPFL Energia e a Equatorial, mas abre espaço para parceiros. O texto do documento autoriza "qualquer outra empresa do setor elétrico ou com interesse em investir no setor elétrico com comprovada capacidade econômico-financeira e técnica, que seja incluída por Equatorial e CPFL na transação objeto do compromisso". Esse parágrafo é muito diferente da versão original do plano, que só citava como investidores CPFL e Equatorial.

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A nova versão do plano de recuperação foi protocolada em 29 de maio, quarta-feira da semana passada, mas só foi disponibilizada na quinta, 6, pelo Grupo Rede na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A primeira assembleia dos credores da companhia ocorreu na última quarta-feira e a próxima foi marcada para o dia 3 de julho. Essa assembleia tende a ser decisiva sobre o futuro da companhia, uma vez que o prazo de proteção da Justiça se encerra no dia 15 de julho e o Grupo Rede poderia ter a sua falência decretada.

Além da CPFL Energia e da Equatorial, a Copel e a Energisa apresentaram proposta pelo Grupo Rede. A diferença é que a oferta de R$ 3,2 bilhões da estatal paranaense é para adquirir os ativos operacionais do grupo, e não as holdings, que estão em recuperação judicial. Vale lembrar que a CPFL e a Equatorial têm um acordo de exclusividade com o controlador do Grupo Rede, o empresário Jorge Queiroz, para compra de toda a empresa.

Uma indefinição sobre o tipo de gasoduto que será construído para alimentar a futura fábrica de fertilizantes em Uberaba, Minas Gerais, está atrasando a entrada da Cemig na distribuidora de gás natural canalizado Gas Brasiliano, que atua no interior do Estado de São Paulo. O problema estaria na falta de regras da Lei do Gás para a interligação de gasodutos de distribuição entre diferentes estados.

O diretor de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro, disse que o acordo firmado com a Cemig no início de 2012, no qual prevê que a Petrobras venda 40% de sua participação na distribuidora para a estatal mineira, foi atrelado à realização de investimentos pela Cemig. O projeto em questão seria a construção de um gasoduto ligando Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, até a Uberaba, de modo a levar o gás que circula no gasoduto Gasbol (Bolívia-Brasil) para Minas Gerais.

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"A Cemig irá realizar o investimento na construção desse gasoduto e, em troca, terá 40% de participação na Gas Brasiliano", contou o executivo, detalhando o acordo firmado entre as partes em 2012. O problema, segundo ele, é que a Lei do Gás não estabelece as condições legais para a interligação de gasodutos de distribuição situados em estados diferentes. O gasoduto a ser construído até Uberaba se conecta a um gasoduto localizado na área de concessão da Gas Brasiliano, entre as cidades paulistas de Boa Esperança e Ribeirão Preto.

"A Lei do Gás é omissa na questão dos gasodutos de distribuição entre estados", afirmou Santoro. O executivo explicou que o gasoduto de Ribeirão Preto até Uberaba seria o mais econômico, uma vez que aproveitaria uma infraestrutura existente e já amortizada. "Cerca de 90 quilômetros já estão prontos. Teriam de ser construídos outros 150 quilômetros de dutos", disse o executivo, reforçando que os gasodutos de distribuição são mais flexíveis e também permitiriam a criação de vários ramais de distribuição de gás ao longo do trajeto.

Opções

O diretor de gás da Petrobras comentou que, caso essa alternativa não se viabilize, a companhia tem outras opções para garantir o fornecimento de gás para a fábrica de fertilizantes. Uma delas seria construir um gasoduto de transporte de 250 quilômetros de extensão, projeto que mais caro. "Temos de decidir até julho se iremos construir um gasoduto de distribuição ou de transporte", comentou Alcides. Julho deste ano é a data em que a Petrobras espera abrir as propostas das licitações em andamento para implantação da fábrica de fertilizantes.

Alcides afirmou que a Petrobras e a Cemig já se posicionaram oficialmente sobre a questão junto ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "As conversas estão avançadas sobre essa questão", comentou o executivo, sem entrar em maiores detalhes. A construção do gasoduto de distribuição entre Ribeirão Preto e Uberaba precisaria de autorização da ANP e do MME.

O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, disse nesta quarta-feira que a empresa pretende participar dos próximos leilões de ativos de transmissão e de geração que serão realizados pelo governo. Sem dar detalhes sobre quais lotes de transmissão ou novas usinas hidrelétricas interessam à companhia, o executivo disse que a companhia "vai continuar disputando os ativos da mesma forma que vinha fazendo".

"Geração é segmento atrativo em função da experiência acumulada no desenvolvimento de grandes projetos", afirmou, durante teleconferência com analistas. Ele ponderou que a expansão da companhia será feita respeitando crescimento estratégico e estrutura de capital da empresa e garantiu que "com a sequência de decisões e de investimentos" a Cemig continuará crescendo no mesmo ritmo que vem registrando ao longo dos últimos 10 anos. "Não há possibilidade disso mudar", afirmou.

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Rolla também comentou que a Cemig está avaliando uma oportunidade de aquisição na área de geração, mas não relevou detalhes sobre a operação. "Não vamos nos endividar em excesso para seguir crescendo. Temos crescimento equilibrado, respeitando crescimento estratégico e estrutura de capital da empresa", acrescentou.

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Julião Coelho, defendeu a tese de que a Cemig tem direito de renovar a concessão das usinas de São Simão, Jaguara e Miranda por mais 20 anos, sem redução das tarifas. Essas usinas foram as únicas que nunca tiveram os contratos prorrogados, ao contrário das demais afetadas pelos efeitos da Medida Provisória 579. "A minha opinião pessoal é de que, se prorrogamos para todo mundo, seria razoável mantermos essa expectativa também para a Cemig", disse.

Na avaliação de Coelho, não apenas os contratos devem ser preservados, mas também as expectativas das empresas em relação aos atos do poder concedente. É por essa razão que ele defende o direito da Cemig à renovação automática. Coelho, no entanto, não soube dizer se há a possibilidade de o governo voltar atrás e reconsiderar a opção da prorrogação automática para a companhia mineira.

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Coelho não participou da elaboração do pacote de energia do governo, assim como os diretores da Aneel Edvaldo Santana e André Pepitone. Somente o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, e Romeu Rufino, também membro da diretoria do órgão, fizeram parte das discussões com o governo.

"Foi uma decisão do governo chamar os dois diretores para participar", minimizou Pepitone. "Eu mesmo externei essa questão à diretoria da Aneel", contou Santana. Ele lembrou, porém, que os atos que dizem respeito à MP 579 terão de ser referendados por toda a diretoria, durante as reuniões ordinárias, que acontecem semanalmente.

Embora o governo esperasse que a Cemig pedisse a reabertura do prazo para apresentar o pedido para renovar antecipadamente as concessões de três de suas usinas, a companhia insiste que têm direito a uma prorrogação automática das concessões de São Simão, Jaguara e Miranda por mais 20 anos ao fim dos contratos, entre 2015 e 2017.

O presidente da empresa, Djalma Morais, esteve nesta segunda-feira em Brasília e se reuniu com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. A Agência Estado apurou que o governo manteve sua posição, segundo a qual essa reivindicação alteraria a estrutura da Medida Provisória 579. Por essa razão, a solicitação foi rejeitada, e os prazos da MP estão mantidos.

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As empresas do setor elétrico têm até o dia 4 de dezembro para assinar os contratos que renovam as concessões. Elas tinham até o dia 15 de outubro para manifestar esse desejo. A Cemig apresentou pedido para prorrogar os contratos de 18 usinas e suas linhas de transmissão, mas não para essas três.

A concessão desses três empreendimentos nunca foi renovada, ao contrário de todas as demais usinas das empresas do setor, que tiveram os contratos automaticamente prorrogados por mais 20 anos, com a manutenção das tarifas. O governo alega que a renovação dos contratos sempre se deu "a critério do poder concedente". Por isso, as autoridades do setor elétrico consideram que esse critério, agora, é a MP 579, e não mais a legislação anterior.

Questionado pela Agência Estado, Morais afirmou que o assunto da reunião foi a participação da empresa nos próximos leilões de energia, A-3 e A-5, em dezembro, e possíveis formas de financiamento. A assembleia de acionistas da empresa terá de decidir no dia 29 se aceita ou não as condições propostas pelo governo para renovar seus contratos de geração e transmissão.

Os funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) fizeram nesta quinta-feira uma paralisação de 24 horas na tentativa de pressionar a companhia por um reajuste salarial acima dos 4,5% já oferecidos. Eles alegam que o porcentual não cobre nem a inflação acumulada de 5,9%. Por falta de acordo, a negociação foi parar na Justiça.

Outro motivo de discórdia entre patrões e empregados está na Medida Provisória 579, que endurece as regras dos contratos de concessão do setor elétrico ao mesmo tempo que prevê redução das tarifas pagas por empresas e famílias. De acordo com o sindicato, que reivindica 6%, a MP seria um dos argumentos da companhia para não conceder o reajuste.

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Os eletricitários também tentam chamar a atenção para o risco de corte de pessoal. Em divulgação recente do balanço, diretores da companhia chegaram a admitir a necessidade de ajustes operacionais, embora negassem a possibilidade de demissões. De acordo com o Sindieletro, que representa a categoria, a paralisação alcançou 70% dos trabalhadores. A Cemig, por sua vez, fala em 10%.

Em nota enviada à reportagem, a Cemig informa que "apresentou uma proposta respeitosa, consideradas as perspectivas de futuro para a empresa definidas a partir da MP 579". A nota diz ainda que, "uma vez que não houve entendimento da situação por parte dos sindicatos, a Cemig solicitou a mediação da Justiça do Trabalho, através de Dissídio Coletivo".

Diferentemente do que afirma o sindicato, a estatal alega que a proposta recompõe as perdas inflacionárias. Em relação à greve de 24 horas, a nota informa que as atividades da companhia não foram afetadas.

Ex-governador de Minas Gerais, Estado que controla a Cemig, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) praticamente monopolizou as atenções e chegou próximo de um bate-boca com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, durante audiência pública no Senado sobre os apagões do setor elétrico, realizada nesta terça-feira.

Aécio defendeu a posição da Cemig, que não apresentou pedido para renovar as concessões das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda, por acreditar que tem o direito de obter mais 20 anos de contrato nas condições da legislação anterior à MedP 579, sem redução das tarifas, mantendo as receitas atuais.

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O senador questionou a posição do governo, que não abre mão das condições impostas pela MP 579. Zimmermann, por sua vez, sugeriu que Aécio estava em defesa dos interesses da empresa e contrário à causa da modicidade tarifária.

Segundo Zimmermann, mantidas as tarifas atuais por mais 20 anos, essas três usinas renderiam R$ 30 bilhões em 20 anos para a Cemig. "Esses valores podem ser revertidos para a sociedade. E o senhor está defendendo que vão para o acionista da Cemig", afirmou.

Aécio respondeu que a Cemig é patrimônio do Estado de Minas Gerais e disse que estava em defesa do povo mineiro. "O principal acionista da Cemig são os cidadãos mineiros, já que parte dos dividendos da empresa são revertidos em obras para a população", afirmou.

Se depender do esforço da base aliada do governo no Congresso, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) não conseguirá manter por mais 20 anos e com as mesmas tarifas as concessões de três de suas usinas que nunca foram renovadas - Jaguara, São Simão e Miranda.

Emendas à Medida Provisória 579, que dispõe sobre as condições para renovação das concessões do setor elétrico, restringem a abrangência do texto aos empreendimentos que já tiveram os contratos prorrogados pelo menos uma vez, o que beneficiaria a estatal mineira.

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Mas, nos bastidores, os membros da comissão especial que vai analisar a MP 579 já adiantam: no caso da Cemig, o que houve foi "frustração de expectativas" e não "quebra de contrato". A empresa não apresentou pedido para continuar com as três usinas por entender que poderia obter uma prorrogação automática da concessão, a exemplo do que ocorreu com outras companhias, e conta com o apoio dos congressistas para fazer valer esse direito. Para o governo, as três usinas já tiveram seus custos amortizados e proporcionariam à Cemig um lucro de cerca de R$ 1,5 bilhão por ano.

Associações que representam o mercado livre também fizeram lobby no Congresso para receber, assim como as distribuidoras, cotas da energia mais baratas, gerada pelas usinas mais velhas. E há emendas que pedem a alteração do regime de incidência de PIS/Cofins para a conta de luz, o que poderia reduzir ainda mais o valor ao consumidor final.

Todas essas emendas devem ser descartadas, a exemplo das que entraram "de contrabando" - e pedem desde o fim da obrigatoriedade do exame da OAB para exercício da profissão de advogado até a redução dos gases que causam o efeito estufa.

A comissão da MP 579 recebeu orientação clara do governo: descartar tudo que não for relacionado ao setor elétrico e que altere a essência do texto, cuja principal intenção é reduzir a conta de luz para consumidores residenciais e para a indústria já a partir de 1.º de janeiro de 2013. Modificações profundas demandariam a publicação de novo decreto para regulamentar a MP.

O prazo da MP vence em fevereiro, mas a ideia é que ela tenha tramitação rápida e seja aprovada ainda este ano, para que produza rapidamente seus efeitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O governo federal deixou claro na terça-feira (17) que não vai ceder às pressões da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para renovar a concessão de três hidrelétricas com base nas regras anteriores. "Algumas pessoas esperavam uma renovação automática com manutenção de patamares de preços e tarifas vigentes. O que não é razoável", disse o ministro de Minas e Energia Edison Lobão, em discurso lido pelo secretário executivo Marcio Zimmermann, na terça-feira (17) em evento em São Paulo.

Segundo o secretário, a lei é clara: "O concessionário que não quiser aderir às novas regras (que vai reduzir o preço da energia) fica com o ativo até o fim da concessão. Depois a usina volta para o Estado, que decide se licita ou explora de outra forma o ativo". Com a mesma convicção, o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, diz que uma cláusula incluída no contrato de concessão em 1997 pelo então ministro Raimundo Brito lhe dá direito a uma segunda renovação das usinas.

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Com base nesse argumento, ele prometeu usar todos os instrumentos possíveis para proteger seus acionistas (Governo do Estado de Minas e Andrade Gutierrez). "Vamos esperar pelas mudanças que o Congresso pode fazer na medida provisória. Se não tivermos sucesso, vamos discutir que instrumentos usar. Mas uma coisa é certa: não podemos abdicar do direito de renovar a concessão de um contrato em vigência."

Na segunda-feira (16), a Cemig entregou o pedido para renovar a concessão de 18 usinas hidrelétricas e de uma série de linhas de transmissão, além das distribuidoras. A maioria desses ativos já teve o investimento amortizado e apenas tem custo de operação e manutenção.

No caso, de os investimentos ainda não terem sido recuperados pelo empreendedor, o governo pagará uma indenização. O que a Cemig não quer é que as três usinas, de cerca de 2.542 megawatts (MW), entrem nessa regra. "Energia cara é a energia que não existe. Desde o anúncio das novas regras, 5% dos novos investidores saíram. O País não pode prescindir de investimentos."

Pedidos feitos

Além da Cemig, outras 11 usinas não apresentaram pedido para renovação das concessões. De acordo com a lista divulgada pela Aneel, na área de geração, empresas que detém 109 usinas, de um total de 123 cujos contratos vencem entre 2015 e 2017, manifestaram interesse de continuar com a administração desses ativos. O levantamento da agência é preliminar e ainda pode sofrer acréscimos.

Se isso ocorrer, a previsão do governo federal de reduzir em 20% o preço da energia elétrica para o consumidor pode ficar comprometida. "O porcentual pode mudar dependendo do número de renovações", disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Apesar de as maiores companhias energéticas terem apresentado seus pedidos de renovação de concessões à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o processo de assinatura dos novos contratos tem grandes chances de acabar na Justiça, prejudicando o desconto nas contas de luz previsto pelo governo para o começo de 2013. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), por exemplo, deve lutar pela renovação de três importantes usinas ainda pelas regras antigas, que garantem uma eletricidade mais cara.

O prazo para que as solicitações de renovação fossem entregues ao governo federal acabou nesta segunda-feira (15), e os empresários tiveram que apresentar a documentação exigida mesmo sem saber ainda o tamanho da queda nas tarifas ou a indenização que receberão pelos investimentos feitos em cada uma das usinas. A Aneel só divulgará esses dados no dia 1º de novembro, data a partir da qual as companhias terão 30 dias para decidirem se assinam ou não os novos contratos. O governo conta com a renovação para baixar as tarifas no ano que vem.

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De acordo com a Aneel, serão afetadas 123 usinas de geração, 85,326 quilômetros em linhas de transmissão e 44 contratos de distribuição.

Essa medida, combinada com a eliminação de algumas taxas do setor que eram cobradas na conta de luz, proporcionarão uma redução média de 20,2%.

A Cemig avisou que não aceitará a aplicação das novas regras - impostas pela Medida Provisória nº 579 - para as usinas de São Simão, Jaguara e Miranda, que estão entre as cinco maiores hidrelétricas da empresa, com uma potência somada de 2.542 megawatts (MW), equivalente 36,5% da capacidade total de geração do grupo (de 6.964 MW, incluindo os ativos da Light).

Para o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, os contratos dessas usinas deveriam passar por uma primeira prorrogação conforme as normas antigas. O entendimento do governo, porém, é o de que os contratos previam essa possibilidade, mas "a critério do poder concedente" - e esse critério mudou com as regras fixadas na MP 579.

Como os documentos não foram entregues, a Aneel deve recomendar ao Ministério de Minas e Energia que as concessões não sejam prorrogadas e sejam relicitadas. Pedidos de renovação das outras 18 usinas da Cemig, cujos contratos vencem entre 2015 e 2017, foram encaminhados.

A Cemig e praticamente todas as outras empresas do setor que entregaram as solicitações fizeram ressalvas que poderão desistir da renovação caso as condições calculadas pela Aneel não preservem a viabilidade dos seus negócios.

"Ninguém vai resolver nada no escuro", disse ao Estado o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner. Ele observou que, antes da edição da MP 579, as concessionárias de energia precisavam manifestar seu interesse em renovar ou não suas concessões com três anos de antecedência. "E ninguém reclamava de falta de dados para decidir." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi condenada a pagar quase R$ 6,5 milhões de indenizações, além de pensões, a 27 familiares de vítimas de um acidente que matou 15 pessoas e deixou mais de 50 feridos durante um evento pré-carnavalesco em Bandeira do Sul, no sul do Estado, em fevereiro do ano passado. Na ocasião, três cabos de média tensão se romperam e atingiram foliões que participavam do Carnaband. As vítimas, que estavam na rua e em cima de um trio elétrico, receberam descarga de quase 8 mil volts.

O juiz Flávio Branquinho da Costa Dias, da comarca de Campestre, concordou com os argumentos dos familiares das vítimas, de que houve omissão por parte da Cemig. Segundo a ação, a rede elétrica da cidade é "antiga", "precária", "extremamente frágil" e sem proteção. Ainda de acordo com a ação, havia "sobrecarga no momento dos fatos", faltou um "sistema mais seguro" para impedir que os cabos continuassem energizados ao se romperem e a empresa sabia do evento, mas não adotou nenhuma medida preventiva ou de orientação aos foliões.

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A principal suspeita foi de que serpentinas metalizadas tivessem causado o curto-circuito que causou o rompimento dos cabos, o que levou à proibição da venda desse tipo de material em Minas Gerais. A Polícia Civil chegou a abrir inquérito para apurar o acidente, mas o caso foi arquivado, com a concordância do Ministério Público Estadual (MPE), com o entendimento de que não houve crime.

Em sua defesa, a Cemig negou que a rede seja precária e afirmou que não tem responsabilidade porque a rede estava abaixo da capacidade no momento do acidente, tem um sistema de proteção "eficiente" para o caso de rompimento de cabos e que não há equipamento que desative a energia no instante de um curto-circuito. Alegou ainda que o acidente ocorreu por "culpa exclusiva de terceiros" e que a responsabilidade é da pessoa que jogou a serpentina na fiação.

Segundo o advogado Edilberto Acácio da Silva, que representa as famílias das pessoas que morreram no evento, independentemente da causa do curto-circuito, "a responsabilidade da Cemig é objetiva" porque ela deixou de investir na renovação e segurança da rede elétrica. No entanto, ele afirma que pretende recorrer ainda esta semana da sentença de primeira instância, por entender que o juiz se equivocou ao negar o pagamento de pensão às famílias das pessoas que morreram no evento.

Em sua sentença, Flávio Branquinho determinou o pagamento de indenização por danos morais de R$ 255 mil, atualizados desde a época do evento, a 26 familiares de vítimas e condenou ainda a Cemig a pagar pensões com valores variados a alguns dos parentes - incluindo um que não recebeu indenização. O magistrado negou, porém, pagamentos de pensão aos familiares de crianças envolvidas no acidente entendendo que, como elas não trabalhavam, não houve perda financeira para a família.

"Dinheiro nenhum paga a dor dessas famílias. A Cemig teve faturamento de R$ 11 bilhões em 2011. Se for condenada a pagar indenizações pequenas, não vai mudar sua forma de agir. Temos que mexer no bolso da empresa, para que ela mude sua atuação e assuma sua responsabilidade", declarou Acácio. A reportagem procurou a Cemig, mas a assessoria da empresa disse que apenas o departamento jurídico poderia se manifestar, o que não ocorreu até o início da noite desta terça-feira (11). A empresa pode recorrer da sentença.

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