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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta sexta-feira (8) que "não será nenhuma tragédia" se, nas eleições presidenciais do ano que vem, o PSB tomar o lugar do PSDB na disputa de um eventual segundo turno com a presidente Dilma Rousseff, hoje a grande favorita da disputa. "Não acredito nessa possibilidade, mas se ela ocorrer não será nenhuma tragédia", afirmou FHC. "O que eu acho é que temos de ter alternância no poder. O PT está há muito tempo no poder".

Mas FHC advertiu que o governador Eduardo Campos, provável nome do PSB em 2014, "tem de se encorpar", porque "se ele não encorpar, não teremos segundo turno". A avaliação foi feita em entrevista ao blog do jornalista Kennedy Alencar. Mas o ex-presidente deixou claro, na conversa, que não acredita nessa possibilidade - a de o provável candidato tucano, Aécio Neves, vir a ser superado nas urnas pelo governador pernambucano. Segundo ele, Aécio "tem mais condições, porque a organização do PSDB é maior".

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Ele mencionou, então, os Estados de São Paulo, Minas, Paraná, que têm um grande eleitorado, e o Pará. "O Aécio tem um enorme apoio em Minas, enquanto o Eduardo só tem Pernambuco", completou. No cenário eleitoral por ele traçado, o apoio da ex-senadora Marina Silva "vai ajudar, e é bom que ajude mesmo" a fortalecer a candidatura de Campos. Mas o ex-presidente preferia mesmo, segundo observou, que houvesse quatro candidatos fortes na disputa - ou seja, que Marina tivesse conseguido registrar a sua Rede Sustentabilidade. "Tinha que ter quatro candidatos. Agora é mais complicado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O blues conquistou o público recifense. O ritmo tem hoje espaço em muitos bares, restaurantes e pubs da capital pernambucana, e os apreciadores dispõem de opções em todos os dias da semana para passar a noite embalados pela cadência típica do estilo. Casas como o Burburinho, Bazza e Casa da Moeda, além de restaurantes, abrigam shows de blueseiros, que formam uma das cenas mais ativas na cidade.

O Blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente do sul dos Estados Unidos, em estados como Alabama, Mississipi, Louisiana e Geórgia. Os escravos das plantações de algodão usavam o canto, nas chamadas worksongs, para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho. Essas cantigas são uma das origens do blues, um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas.

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O estilo exerce grande influência na música popular ocidental a partir do século 20, definindo e influenciando o surgimento de estilos musicais como jazz, rhythm and blues, rock and roll e a música country, além do rocksteady e da soul music e de influenciar a música pop convencional e até a música clássica moderna. Paul Olivier, pesquisador e uma das maiores autoridades sobre o blues, escreve em The story of the Blues: "O blues é um estado de espírito e a música que dá voz a ele. O blues é o lamento dos oprimidos, o grito de independência, a paixão dos lascivos, a raiva dos frustrados e a gargalhada do fatalista.” 

No Recife, a atual cena blueseira começou tímida há três anos e meio, com o Recife Blues Sessions, realizado toda segunda-feira na Estação da Moeda. Em seguida, o evento se mudou para o Caravella's, e depois para o Burburinho, todos localizados no Bairro do Recife. O movimento começou com a banda Bluestamontes, uma banda com ‘tendência a jam sessions’. "No começo não foi fácil, começou devagar, a gente foi conquistando. Fomos pioneiros desta nova cena, não do blues no Recife. O repertório é improvisado, por ser uma jam session, o barato é esse. Daqui surgem muitas ideias, outros eventos", explica Rico de Moraes, vocalista da Bluestamontes e produtor da Recife Blues Sessions. O blog Recife Blues, hoje inativo, também teve importância na divulgação dos shows e jam sessions. 

O repertório é bem diversificado na grande maioria das casas e passeia pela tradição blueseira: BB king, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughan, Howlin' Wolf, Buddy Guy, Etta James, Robert Johnson, Fred King, Jonhy Winter, Robben Ford, Celso Blues Boy, Nuno Mindelis e outros mestres são lembrados e tocados. A engenheira de qualidade Fernanda Fontenelle é uma frequentadora das casas que tocam blues no Recife. "Eu cresci escutando blues, rock, faz parte da minha história. É uma música que mexe com a alma. É uma música não só boa de escutar, mas também de sentir", confessa Fernanda.

Alexandre Santiago, um dos pioneiros do blues no Recife, já possui quinze anos de estrada. Lançou em 99 o primeiro CD de blues feito por uma banda pernambucana, a Morango Jungle. "O blues é uma música fácil das pessoas curtirem, envolve muito. Com três acordes você faz muitas variações, além de ter a gaita também. O blues consegue atingir as pessoas como uma coisa lógica, mas também de sentimento", explica Alexandre.

 

O músico tocou um bom tempo em jam sessions realizadas em pubs de Nova York e retornou ao Recife em 2009, quando começou a tocar com Rico de Moraes, que teve a ideia de montar um projeto de jam session. "O que deu impulso pra esse momento que está acontecendo no Recife foram as jam sessions. É o segredo desse cenário, a cereja do bolo. Acontecia como era em Nova York. Antigamente, cada um tocava sua música, ninguém dava canja no show do outro, era uma coisa muito individualista", comenta Santiago. Segundo o blueseiro, as pessoas compraram a ideia, perceberam que era uma coisa legal. Daí surgiu uma grande ‘brodagem’ entre os blueseiros do Recife, proporcionando o surgimento de outras bandas e muitas pessoas querendo tocar blues em outros locais: "O blues tá que nem pipoca", afirma.

O casal Patrícia Piacentini e Carlos Câmara, amantes do blues, se divertem com o ritmo. "Eu morei 15 anos nos EUA. Você procura escutar a mesma música com que você se identifica. O blues é uma maneira de me encontrar, de me identificar. Eu gosto de ouvir, da música mesmo”, comenta Patrícia. O analista de redes Anderson Barros raramente falta a uma segunda-feira do blues no Burburinho. "O blues é um ritmo pra quem gosta de música boa. No blues, a gente encontra linhas melódicas de contrabaixo e solos legais de guitarra, além de bons cantores, pra cantar blues tem que ter boa voz”, contou Anderson, que também vem por ser “Um ponto de encontro de amigos com o mesmo gosto musical".

Outra iniciativa que contribuiu para o estabelecimento deste circuito no Recife foram os eventos do projeto Oi Blues By Night, idealizado por Giovanni Papaleo, fundador e baterista da banda Uptowband. "O blues é o pai de toda música pop. É simples, mas não é fácil, e merece seu espaço por Recife ser uma metrópole. A cena aqui é tão forte quanto em outros Estados do Brasil, em relação aos músicos locais. Recife hoje faz parte do roteiro internacional de blues e está de parabéns", opina Giovanni.

Completa o pesquisador Paul Olivier: "O blues (...) é também uma música social: o blues pode ser diversão, pode ser música para dançar e para beber, a música de uma classe dentro de um grupo segregado. (...) O blues é a canção casual do guitarrista na varanda do quintal, a música do pianista no bar, o sucesso do rhythm and blues tocado na jukebox. É o duelo obsceno de violeiros na feira ambulante, o show no palco de um inferninho nos arredores da cidade, o espetáculo de uma trupe itinerante, o último número de uma estrela dos discos. O blues é todas estas coisas e todas estas pessoas, a criação de artistas famosos com muitas gravações e a inspiração de um homem conhecido apenas por sua comunidade, talvez conhecido apenas por si mesmo".

Confira o roteiro blueseiro do Recife:

Segundas

Recife Blues Sessions

22h

Burburinho bar e comedoria (Rua Tomazina, 106 - Bairro do Recife)

R$ 10

(81) 3224 5854

Terças

Motorciclano

21h

Casa da Moeda (Rua da Moeda, 150 - Bairro do Recife)

Gratuito

(81) 3224 6803

Quartas

Handmande Blues

21h

Bazza (Rua Sebastião Alves, 273 - Parnamirim)

R$ 10

(81) 3048 3126

Santiago Blues Power Trio

21h

Fiteiro Bar (Rua Capitão Rebelinho, 520 - Boa Viagem)

(81) 3035 6643

Quintas

4Blues

21h

Nez Bistrô (Praça de Casa Forte, 314 - Casa Forte)

R$ 20

(81) 3441 7873

Yolanda! "Pianíssimo"

21h

Rocket 48 (Rua Carneiro Vilela, 250 - SL 07 Espinheiro)

R$ 5

(81) 3204 4849

Sextas

Santiago Blues Trio

21h

Tapa de Cuadril (Av. Conselheiro Aguiar, 1089.

R$ 12

(81) 3326 0250

Sábados

Santiago Blues Trio

21h

Tapa de Cuadril (Av. Conselheiro Aguiar, 1089.

R$ 12

(81) 3326 0250

Domingos

4Blues

20h

Canela Gastrobar (Rua Caio Pereira, 100 - Rosarinho)

R$ 15

(81) 3241 5604

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tida como "feinha" e pouco fotogênica, São Paulo vai deixando de ser o patinho feio das telas de cinema. Novos cineastas, como Philippe Barcinski (que filmou Não por Acaso, filme paulistano por excelência), e Caito Ortiz (que filmou Estação Liberdade), vão derrubando o preconceito e descobrindo novos ângulos da cidade.

"De fato, há uma explosão aqui", diz Eder Mazini, presidente do Escritório de Cinema São Paulo City Film Commission, entidade da Prefeitura responsável por facilitar filmagens externas na maior metrópole da América Latina. Em 2011, haviam sido filmados 12 longas-metragens na capital. No final de 2012, esse número chegava a 21 longas, quase o dobro do ano anterior. "E, em 2013, a procura já está sendo maior do que a do ano passado", afirma Mazini.

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Em 2013, já foram filmados na pauliceia 3 longas-metragens, 3 curtas, 4 documentários e 1 telefilme. Muitos estão ainda em produção, como Jonas e a Baleia, de Lô Politi; Obra, de Gregório Grazioli; e Todas as Coisas Mais Simples, de Daniel Ribeiro.

O carinho dos estreantes para com a metrópole, gente como Daniel Ribeiro, tem ampliado o universo de filmagens externas na cidade. Diretor dos premiados curtas Eu Não Quero Voltar Sozinho e Café com Leite, Ribeiro filmou entre fevereiro e março quase todo seu longa Todas as Coisas Mais Simples em São Paulo, entre a Vila Mariana, Pinheiros (Escola Estadual Fernão Dias Paes e Praça do Pôr do Sol).

"Durante muito tempo São Paulo crescia e só piorava, enquanto as maiores cidades do mundo cresciam e melhoravam. Agora, mesmo com os problemas chegando ao limite da inviabilização, e talvez até por causa disso, dá pra sentir um movimento crescente de autoestima da população tentando a todo custo fazer da cidade um lugar habitável do qual se possa orgulhar, e isso se reflete no cinema", diz a diretora Lô Politi, que escolheu seu bairro natal, a Vila Madalena, para filmar o longa de estreia, Jonas e a Baleia.

Lô diz que cidades como Nova York, Paris e Londres incentivam que se filme nela, porque "sabem do poder da imagem mundo afora e o retorno positivo que isso traz pra cidade e pra população". São Paulo só está começando a pensar nisso agora, e as condições não são as melhores: é muito difícil e sobretudo muito caro filmar nas ruas. "É preciso que se crie mecanismos facilitadores efetivos pra que a cidade possa se mostrar para o mundo com a riqueza que ela tem. Isso volta pra cidade em investimento, turismo, negócios e principalmente em autoestima, moeda preciosa pro cidadão."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aumentar produtividade é o desafio da economia brasileira daqui para frente. A avaliação é do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, apresentada durante evento organizado nesta terça-feira pela FTI Consulting, na capital paulista, sobre perspectivas para este segundo semestre. "Entramos na fase em que o desafio é a produtividade, que é a prioridade nacional, como a Educação e a desoneração dos custos das empresas para induzir investimento."

De acordo com Meirelles, a economia do País entrou em um novo ciclo com a estabilização na década de 1990, a taxa média de crescimento aumentando e o índice de desemprego recuando de um patamar de 13%. Mais recentemente, no ambiente da crise de 2008, iniciada com a quebra do Bear Stearns em março, e que evoluiu para a quebra do Lehman Brothers em setembro do mesmo ano, o Brasil soube contornar os efeitos da escassez de crédito concedendo financiamentos internamente.

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Com o desemprego caindo para a taxa de quase pleno emprego, a economia brasileira, na visão de Meirelles, usufrui do bônus da estabilidade. Segundo ele, O Brasil passará agora a crescer a uma taxa menor e o mercado de trabalho não deverá mais se expandir a taxas tão expressivas. Além disso, o economista prevê queda no fluxo de capital, afetando o mundo e o Brasil ainda que de forma menos aguda.

Perspectivas

Para Meirelles, "o fato de termos que enfrentar um desafio agora não quer dizer que voltaremos atrás". Ele mencionou que o País tem hoje cerca de US$ 360 bilhões em reservas internacionais e a dívida cambial doméstica é quase inexistente. "O Brasil tem dívida pública externa substancialmente inferior às reservas. Temos trajetória de inflação ancorada. Então, a realidade do País é diferente."

A discussão atual, comenta Meirelles, foca na taxa de crescimento maior. "A taxa de crescimento hoje é de em torno de 2,5%. Uns falam mais outros menos. Para o ano que vem, em torno de 4%. A questão é qual taxa é sustentável. Faz diferença se situar em uma taxa de 3,5% ou 4,5%."

O economista acredita que é preciso separar os canais de transmissão da crise em fatores globais (conjunturais) e domésticos (estruturais). Quanto à China, o ex-presidente do BC sustenta que o gigante asiático está engajado em substituir o modelo de exportação por investimentos e aumento do consumo interno, o que afetará um pouco o Brasil. Em 2008, lembra Meirelles, ao contrário do México, que dependia quase exclusivamente dos Estados Unidos para exportar, o Brasil não foi tão pressionado pela crise porque suas vendas para o EUA estavam caindo, enquanto os embarques para a China aumentavam. Ele reitera que "isso agora vai diminuir".

A indústria brasileira enfrentou em abril um cenário de elevados estoques, queda da produção, atividade baixa e retração nas expectativas, conforme revelou a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de nível de produção ficou em 45,3 pontos no mês passado, o que representa uma queda de 9,3 pontos frente março, quando foi registrada a marca de 54,6 pontos. "É um quadro bastante negativo", resumiu o economista da CNI Marcelo Azevedo.

O economista explicou que era previsto um ligeiro recuo dos indicadores, depois de passados os efeitos da sazonalidade positiva de março. Ainda assim, admitiu, os resultados finais da Sondagem Industrial de abril foram mais negativos do que o esperado. Por enquanto, a confederação mantém a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) industrial de 2012 em 2%. Boa parte desse resultado, entretanto, deverá ser obtida no segundo semestre, pois os primeiros seis meses do ano estão bastante difíceis para o setor. "O melhor desempenho será sobre uma base ainda mais fraca que esperávamos", afirmou.

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Os indicadores apurados na pesquisa variam de zero a cem. Valores acima de 50 indicam aumento da atividade, do emprego, acúmulo de estoques indesejados e utilização de capacidade instalada acima da usual. Entre as várias questões pesquisadas, somente o indicador do nível de expectativas de exportação apresentou melhora em relação a março, alcançando 53,2 pontos (ante 52,1 pontos, em março). Apesar de a pesquisa não apurar os motivos que levaram a essa melhor percepção, Azevedo avaliou que pode ser um reflexo do novo posicionamento do câmbio, que favorece a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

Assim como caiu o indicador do nível de produção, diminuiu também o índice que mede o número de empregados, para 48,9 pontos em abril (ante 49,5 pontos, em março). O porcentual de utilização da capacidade instalada no mês passado ficou em 71% (72%, em março). O indicador que mensura o nível de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual foi reduzido para 42,6 pontos (ante 45,2 pontos em março), ou seja, ainda mais distante da linha divisória dos 50 pontos.

Os estoques também estão elevados, indica a Sondagem Industrial da CNI. O indicador sobre o estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 53,0 pontos (ante 51,6 pontos em março). Já o indicador sobre a evolução dos estoques ficou em 50,9 pontos (frente 49,8 pontos, em março). Nesse caso, marcas acima de 50 pontos representam acúmulo de estoques indesejados.

Estoques acima do esperado são um entrave a mais para o setor, pois quando houver recuperação da economia, primeiro será necessário esvaziar depósitos para somente depois dar novo impulso à produção. Ou seja, a recuperação da indústria, "quando vier, será lenta", explicou o economista da CNI. "O setor terá, primeiro, de diminuir os estoques para depois elevar a produção", disse.

Estímulos trarão efeitos positivos

Azevedo afirmou que as medidas de estímulo ao setor automotivo anunciadas na segunda-feira pelo governo devem provocar efeitos positivos não apenas sobre o segmento, mas irradiando otimismo para áreas fornecedoras de insumos. Mas esse resultado não será imediato, alertou o economista, pois será necessário tempo para haver reação.

A pesquisa divulgada nesta terça-feira informou que o indicador de nível de produção do segmento de veículos automotores alcançou 36,7 pontos em abril (ante 57,4 pontos em março), ou seja, bem abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Já o indicador de estoque efetivo de produtos finais em relação ao planejado subiu, ficando em 53,8 pontos em abril (ante 51,2 pontos, em março). A Sondagem Industrial mostra, portanto, que o segmento de veículos automotores está com estoques elevados e baixa produção.

A Sondagem Industrial foi realizada no período entre 2 e 15 de maio. Foram consultadas 1.924 empresas, das quais 671 de pequeno porte, 757 médias e 496 grandes.

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