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Prova viva de que a música não tem limites nem fronteiras geográficas ou linguísticas, o músico, compositor e cantor paraense Edwaldo Henrique Lourenço sobe ao palco do espaço de arte e gastronomia Casa do Fauno nesta sexta-feira (15) para apresentar seu show Buscapé Blues, a partir das 22 horas, dentro do projeto Jazz N’Blues. O ingresso custa R$ 15.
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Pouca gente sabe quem é Edwaldo, mas em Belém, nos circuitos de arte e cultura da Marambaia à Cidade Velha, não há quem não conheça Buscapé, identidade artística assumida por ele há mais de 30 anos. E o artista, para variar, estará em ótima companhia: Lobo Jr., contabaixo; Jorge Furtado, guitarra; André Macleuri, teclados; e Mauro Vaz, bateria.
Embora não toquem somente blues, Buscapé e sua trupe musical prepararam um set da pesada com composições clássicas e também adaptadas à linguagem do gênero, cuja matriz é a cultura negra do sul dos Estados Unidos. “A direção do Fauno provocou a gente pra fazer um show de blues, e nós adoramos a ideia. Vamos fazer, então, um blues com pegada brasileira, isto é, com muito Celso Blues Boy, muito André Cristovam e um bocado de Cazuza”, adianta o músico.
O abrasileiramento do blues é bem a cara de Buscapé. Embora ame o gênero e seus primos-irmãos como o rock-and-roll, o soul, o jazz e todas as variantes da música popular universal, o artista admite tomar as próprias liberdades com as tradições vindas de outras culturas nacionais, musicais e linguísticas. “Só canto em português. Aliás, eu só componho em português também. Me desculpe, mas acho a poesia da nossa música mais rica que a de língua inglesa. Temos, em nosso baú, verdadeiras preciosidades de grandes letristas de todos os tempos”, defende.
A trajetória artística de Buscapé daria um romance pop e até um filme ao modo de Quentin Tarantino. Ele se envolveu com arte, particularmente com arte musical, em meados dos anos 1980, no bairro da Marambaia, onde havia um circuito cultural periférico – se assim pode dizer sem resvalar na dicotomia simplista, e às vezes preconceituosa, centro versus periferia – que tinha a praça Tancredo Neves como polo de atividades. E lá rolavam música, pintura, fotografia, poesia e outras artes e ofícios.
“Nessa época eu comecei a compor e a subir ao palco para me apresentar. A primeira vez que toquei em público foi num festival de heavy metal no Teatro Waldemar Henrique, em 1986. Pra você ter ideia, o baixista da banda tocava um instrumento não com quatro, mas com apenas duas cordas”, recorda, entre risos. Naquele tempo, os ídolos maiores eram (e jamais deixaram de ser) Ozzy Osbourne – famoso, dentre outras façanhas, por arrancar a cabeça de um morcego no palco, com os próprios dentes –, Black Sabbath, AC/DC, Van Halen, Queen, Led Zeppellin, Pink Floyd, Iron Maiden e Judas Priest; e, antes deles, The Beatles, The Rolling Stones, Credence Clearwater Revival, dentre outros.
Mas este era apenas o Lado B do primeiro Buscapé, posterior ao Lado A, que vinha dos anos 1970 e tinha matriz nacional, alimentada dentro de casa pelos LPs que tocavam na vitrola da família. Nesta, os alto-falantes reverberavam o som de Raul Seixas, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Secos & Molhados e de muita gente boa, além deles, que compunha e cantava no melhor português da Terra.
Serviço
Show: Buscapé Blues.
Artistas: Edwaldo Henrique Lourenço, Lobo Jr., Jorge Furtado, André Macleuri e Mauro Vaz.
Local: Casa do Fauno.
Endereço: Rua Aristides Lobo, 1061, Reduto, Belém.
Data e hora: 15 março de 2019, sexta-feira 22h.
Ingresso: R$ 15.
Informações: (91) 99808-2322.
Da assessoria do evento.