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Uma obra do artista Banksy que representa um rato com um lápis foi "roubada" do Centro Pompidou de Paris, anunciou nesta terça-feira o famoso centro cultural.

A obra surgiu em junho de 2018 na parte de trás do painel de entrada do estacionamento do museu e foi reivindicada pelo artista em sua conta no Instagram um dia depois.

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O artista britânico, cuja identidade mantém em segredo, escreveu em seu relato: "50 anos após os eventos de maio de 1968 em Paris. Foi aí que nasceu a arte da equipe moderna".

O Centro Pompidou indicou que o roubo ocorreu na madrugada de 1º de setembro e que na terça-feira havia apresentado uma queixa por roubo e degradação em um espaço que pertence ao seu perímetro.

Esperava que "as imagens de vigilância remota talvez ajudassem a identificar os autores e as condições exatas do roubo", segundo um comunicado.

Logo após o surgimento do trabalho, o Pompidou decidiu protegê-lo com uma placa de acrílico.

Em julho de 2018, agentes do centro frustraram uma primeira tentativa de "degradação ou roubo", diz a nota.

As obras do emblemático artista de arte de rua são roubados com frequência.

Um jornalista da AFP confirmou nesta terça-feira o desaparecimento de uma obra de Banksy que mostra um homem escondendo uma serra enquanto dá um osso a um cachorro com uma perna amputada no centro de Paris.

Essa obra também apareceu nas ruas em junho de 2018.

No final de janeiro, uma obra atribuída ao artista foi roubada da porta dos fundos do Bataclan, uma homenagem aos 90 mortos deixados pelo ataque jihadista em novembro de 2015 neste teatro.

O Centro Pompidou, um dos museus mais visitados de Paris, continuava fechado neste domingo (2), por causa de uma greve iniciada na última segunda-feira (27), de funcionários que rejeitam uma mudança em seu estatuto laboral. "Como os seguranças estão em greve, não podemos abrir o Centro", informou um porta-voz do museu, de arte moderna.

Cem dos 1,2 mil funcionários estão em greve para protestar contra uma medida que altera o estatuto que rege a atividade dos trabalhadores desde a inauguração do museu, há 40 anos. Os grevistas decidirão amanhã se mantêm a paralisação.

O Centro Pompidou, visitado por mais de 3 milhões de pessoas por ano, comemora em 2017 seu 40º aniversário, e propõe, entre outros eventos, uma exposição sobre o pintor americano Cy Twombly.

Cada dia de greve representa uma perda de entre 15 mil e 18 mil visitantes, incluindo os que frequentam a biblioteca do museu.

O Centro Pompidou foi o único grande museu parisiense cujo número de visitantes aumentou em 2016 (+9%), frente às quedas registradas pelo Louvre (-15%) e Orsay (-13%), mais afetados pelo impacto dos atentados jihadistas que deixaram 238 mortos e centenas de feridos na França desde 2015.

Dez anos após a morte de Henri Cartier-Bresson, o Centro Pompidou, um dos mais importantes museus de arte moderna de Paris, inaugura uma grande retrospectiva sobre o fotógrafo francês, cuja obra abrange boa parte do século 20. Mais de 500 fotografias, desenhos, pinturas, filmes e documentos ajudam a fazer uma releitura sobre o trabalho do fotógrafo.

Henri Cartier-Bresson (1908-2004) foi "constantemente visto como o homem de um único tipo de foto, aquela do 'instante decisivo'", explica à AFP Clément Chéroux, representante da exposição. "Nós queríamos demonstrar que existem vários Henri Cartier-Bresson", diz Chéroux. A mostra do Centro Pompidou é a primeira retrospectiva consagrada ao artista, na Europa, desde sua morte.

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Ainda jovem, Cartier-Bresson se aventurou na fotografia e se encontrou no surrealismo. "Em seguida aparece um fotógrafo que se alia politicamente aos comunistas e se interessa pelo cinema como meio de propaganda. O fotojornalista surge apenas em 1947, com a criação da agência Magnum", conta Chéroux, curador de fotografia no Museu Nacional de Arte Moderna.

Filho de um empresário da indústria têxtil, o jovem Cartier-Bresson adora pintar e desenhar. Ele passa a integrar o atelier do pintor André Lhote, onde adquire o gosto pela composição e pela geometria, e encontra René Crevel, que o apresenta aos surrealistas. Em 1930, ele vai para a África, onde vive um ano. Deixando de lado o apelo exótico despertado pelo continente, Cartier-Bresson fotografa o ritmo de vida africano.

"Olhar sobre a vida"

De volta a França, ele compra uma câmera Leica, "o instrumento perfeito para o desenho acelerado e o exercício do olhar sobre a vida", como explicou em 1986. "Eu revirava os lugares e saía por aí com esse aparelho. Mas, além disso, eu levava comigo uma bagagem literária e visual". Após compor, intuitivamente, fotos seguindo a proporção áurea e fazer imagens surrealistas que buscam captar a "beleza convulsiva" de André Breton, Cartier-Bresson se volta para um fotografia documental. Companheiro de luta dos comunistas, ele clicou a pobreza e as primeiras folgas remuneradas.

No cinema, ele dirige diversos documentários, um deles sobre a Guerra da Espanha. Preso pelos alemães no início da Segunda Guerra Mundial, ele foge e entra para a Resistência. Cartier-Bresson fotografa a libertação de Paris, em 1944, mas também dos campos de deslocados na Alemanha, onde faz a célebre imagem de uma delatora encontrada pela mulher que ela havia denunciado.

Com David Seymour e Robert Capa, Cartier-Bresson funda a cooperativa Magnum. "Queríamos ser testemunhas da nossa época". Na Índia, ele fotografou Gandhi um pouco antes de seu assassinato. Na China, ele viu a chegada dos comunistas ao poder. Na França, cobre a independência das colônias e maio de 1968. "Chegar com passos de lobo, ser discreto (...) se forçamos as pessoas, não temos nada", ensinava Cartier-Bresson.

Um pequeno filme dos anos 1960 permite compreender melhor sua maneira de trabalhar. Vestido de forma elegante, ele se mistura à multidão parisiense diante dos painéis de cartazes, Leica em mãos. Como um gato, ele olha em torno de sua prole antes de se misturar a ela, rápido como um flash. Com ele, nada de reenquadramentos nem de retoques. Ele não gosta da cor, que não tem "a força e a abstração" do preto e branco.

Em 1970, ele abandona a reportagem fotográfica para voltar a sua primeira paixão, o desenho. Encantado com o budismo, ele faz, então, fotos contemplativas.

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