A Revolta da Chibata foi um motim organizado por soldados da Marinha brasileira dos dias 21 a 27 de novembro de 1910. Liderada por marinheiros, o protesto armado aconteceu em embarcações da Marinha atracadas na Baía de Guanabara. A principal reivindicação dos marinheiros era a extinção dos castigos físicos a bordo.
O uso da chibata como forma de punição para os mais diversos comportamentos era uma característica que a Marinha brasileira herdou da Marinha portuguesa, durante o período colonial. Este tipo de castigo era dedicado somente aos postos mais baixos da força militar, ocupados, em geral, por negros e mestiços.
##RECOMENDA##A insatisfação dos marujos se ampliava em decorrência dos castigos físicos e do rigor da Marinha. Existem muitos relatos que apontam que, mesmo antes da revolta, em uma viagem próxima à costa chilena, os marujos já se organizavam para reivindicar por melhores condições. O estopim para o início da revolta ocorreu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas e não recebeu o direito de ser atendido por um médico.
O contato com marujos estrangeiros também foi um ponto muito importante na insatisfação dos tripulantes brasileiros. Nas Marinhas de outras nações essa prática foi extinta muito antes de sequer ser considerada em solo nacional.
O líder do motim, João Candido, viajou para a Inglaterra um ano antes do início da revolta, em 1909, e conheceu a história do Encouraçado Potemkin. Este relato trata sobre um grupo de marujos russos que rebelaram-se contra o governo de seu país.
A Revolta da Chibata não foi fruto apenas da insatisfação de marujos com as punições físicas. Em grande parte, os marujos eram oriundos de famílias pobres, muitas delas sofrendo com a desigualdade social gritante existente na Primeira República. Sendo assim, muitos historiadores consideram este motim como uma luta contra a desigualdade social e racial existente tanto na Marinha quanto em toda a sociedade.