Tópicos | Clélia Costa

Medalhista de bronze no Mundial de Boxe Amador do ano passado, Clélia Costa foi pega em exame antidoping surpresa feito em setembro e, julgada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Boxe, pegou apenas seis meses de suspensão. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que promoveu o teste surpresa, queria quatro anos de punição à boxeadora de promete recorrer até à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), na Suíça.

"Vamos recorrer sempre que necessário, inclusive levando ao CAS. A Wada (Agência Mundial Antidoping) está acompanhando junto conosco todos esses casos porque, como o país que recebe os Jogos, estamos sob o olhar internacional", diz Marco Aurélio Klein, presidente da ABCD.

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Clélia foi flagrada pelo diurético furosemida, usualmente utilizado para mascarar substâncias dopantes. Uma punição exemplar a ela, pelo que explica Klein, é importante para a credibilidade do trabalho antidoping realizado no Brasil. "Estão todos muito atentos e eles querem estar seguros de que estamos trabalhando. Várias das federações internacionais estão trabalhando conosco na preparação para que a gente possa testar inclusive atletas internacionais que vão passar pelo Brasil", conta.

Como a coleta foi realizada em 19 de setembro, a boxeadora fica oficialmente suspensa até meados de março. De acordo com Mauro Silva, presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBB), Clélia culpou a namorada pelo doping. "Ela explicou que a namorada dela que acabou colocando (o diurético) em uma bebida para ela tomar. Ela admite dessa forma." A Agência Estado não conseguiu contato com a boxeadora.

Mauro sempre foi um entusiasta de Clélia, titular da categoria até 49kg na seleção brasileira permanente. Mas até ele admite que a punição foi branda. "Analisando pelo lado de uma atleta que tem bastante conhecimento, tem acesso a informação, e observando o que o dispositivo da lei coloca, entendo que foi brando."

Na avaliação de Luis Horta, ex-presidente da agência antidoping portuguesa e do conselho dos laboratórios da Agência Mundial Antidoping (Wada) e agora consultor da ABCD, Clélia sequer demonstrou que não houve a intenção de se dopar. "Não houve evidência que pudesse garantir que não houve intencionalidade. Muito pelo contrário", comentou, lembrando que pesa contra ela o fato de que os diuréticos, por reduzirem peso, serem recorrentes no boxe.

Clélia já havia sido estranhamente retirada do Pré-Pan, evento classificatório para os Jogos Pan-Americanos, em junho. A versão oficial é que ela sentiu-se mal pouco antes da estreia e decidiu não lutar. Se subisse ao ringue e vencesse o combate, conquistaria vaga para o Pan.

Ainda que a punição de seis meses seja mantida, Clélia não deverá ter tempo para ser preparada para o Mundial de maio. Pelo modelo de seleção permanente, a CBBoxe só tem mais uma atleta para lutar na mesma categoria de peso: a também paulista Graziele Jesus. Erica Mattos, que defendeu o Brasil em Londres-2012 e se afastou do esporte para ter um filho com Robson Conceição, pode ser convocada no início do ano que vem.

A brasileira Clélia Costa foi eliminada neste domingo na semifinal do Mundial de Boxe, em Jeju, na Coreia do Sul. Com a derrota para a norte-americana Marlen Esparza, ela ficou fora da disputa pelo título na categoria até 51kg. Mas deixou a competição com a medalha de bronze - na modalidade, não há luta pelo terceiro lugar.

No boxe amador, todas as semifinalistas já garantem presença no pódio. Assim, Clélia subiu ao ringue neste domingo com uma medalha garantida - restava saber de qual cor seria. Se vencesse, disputaria a final do Mundial nesta segunda-feira. Mas acabou perdendo por decisão unânime dos jurados, que deram 3 a 0 para a norte-americana.

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Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, Marlen Esparza eliminou a pugilista brasileira e vai agora atrás do título mundial. Na final desta segunda-feira, a norte-americana enfrentará a inglesa Lisa Whiteside, que também se classificou neste domingo, ao vencer a italiana Terry Gordini por 3 a 0.

Na campanha em Jeju, Clélia teve três vitórias, diante da francesa Sarah Ourahmoune, da australiana Kristy Harris e da russa Saiana Sagataeva, antes de perder neste domingo. Assim, se tornou a terceira brasileira a ganhar medalha na história do Mundial, como Ana Paula Lúcio dos Santos (bronze em 2002) e Roseli Feitosa (ouro em 2010).

O Brasil levou sete pugilistas ao campeonato em Jeju. A principal aposta era Adriana Araújo, medalhista de bronze na Olimpíada de Londres, mas ela caiu nas quartas de final do Mundial. As outras brasileiras foram eliminadas antes: Graziele de Jesus, Taynna Cardoso, Jessica Carllini, Flavia Figueiredo e Andreia Bandeira.

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