Tópicos | coccidioidomicose

Três pessoas, um pai e dois filhos, estão internados no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife, com doença infecciosa até então nunca notificada no estado. Moradores de Serra Talhada, no Sertão pernambucano, os pacientes foram diagnosticados com coccidioidomicose, doença fúngica geralmente confundida com pneumonia comunitária ou tuberculose pulmonar. 

A doença é causada pelo fungo Coccidioides immitis e pode acometer tecidos moles, articulações, ossos e meninges. Ela é relatada no México e sul e no oeste dos Estados Unidos, em localidades como Califórnia, Texas, Utah, Novo México, Arizona e Nevada. 

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Os pacientes, todos agricultores, foram encaminhados do serviço de saúde de Serra Talhada para o HC, onde recebem tratamento com antifúngicos. O quadro clínico é estável e, após alta, eles deverão ser acompanhados por vários meses no ambulatório de infectologia da unidade.

Segundo o chefe do Serviço de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) do HC e professor da UFPE, Paulo Sérgio Ramos, a forma mais comum de contágio é pela inalação do fungo em suspensão no solo seco. Os internados são agricultores, lidam com o manejo da terra e praticam caça de tatus, o que pode ter contribuído. 

Geralmente, a doença é leve e limitada, exceto quando a pessoa possui comprometimento da imunidade. "A coccidioidomicose é uma doença emergente no nosso estado e devemos ficar atentos e vigilantes quando nos deparamos com pacientes que venham da área rural com quadros clínicos semelhantes", diz o chefe do serviço de DIP.  Na década de 1990, foram diagnosticados os primeiros casos no Brasil, sobretudo no Ceará e no Piauí. 

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