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A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco (OAB-PE) se manifestou na tarde desta sexta-feira (10), sobre o embate entre o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e o Governo do Estado. Por meio de nota, o órgão criticou a sugestão da justiça em fechar algumas comarcas, caso o corte do orçamento por parte do Poder Executivo se concretize, e ainda, sugeriu o diálogo para sancionar o impasse entre os dois poderes.

Nessa quinta-feira (9), o Governo e a Justiça se estranharam por meio de notas oficiais sobre um corte no orçamento do TJPE. O Poder Judiciário viu a decisão como desrespeito, comentou a possibilidade do fechamento de comarcas no interior e ainda divulgou se reunir com o colegiado na próxima segunda-feira (13). O Estado, por sua vez, negou o corte e esclareceu que o repasse do duodécimo mensal do Poder Judiciário, em que pese o contexto de crise econômica e financeira nacional, vem ocorrendo normalmente – sem nenhum corte – todo dia 20 do mês, de acordo com os valores aprovados pela Assembleia Legislativa de Pernambuco em 2014. Posteriormente, o Poder Judiciário rebate a informação do Governo Estadual.

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Confira a nota da OAB-PE na íntegra:

A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco, através de sua diretoria e "ad referendum" do seu Conselho Estadual, vem a público se manifestar a respeito do impasse observado entre os serventuários da justiça estadual, em seu legítimo pleito de implantação de Plano de Cargos e Carreiras, e a direção do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o que faz através da presente:

A valorização dos servidores do Poder Judiciário estadual é pressuposto essencial à boa prestação dos serviços jurisdicionais, se mostrando de grande importância a implantação de um Plano de Cargos e Carreiras, como forma de desenvolver e reter talentos profissionais em sua estrutura, que atualmente é menos atrativa do que outras congêneres, integrantes dos quadros funcionais do Ministério Público de Pernambuco, da Justiça e do Ministério Público Federais, do Tribunal Regional Federal, etc;

O atendimento das reivindicações dos servidores da justiça estadual não encontra amparo nas atuais disponibilidades orçamentárias do TJPE, previstas para despesas com pessoal, o que ensejou o movimento paredista iniciado há um mês pelo Sindicato e Associação dos Servidores, que vêm realizando paralisações de advertência por dois dias em cada semana;

O Poder Judiciário do Estado de Pernambuco, ao menos nos últimos 20 (vinte) anos, vem recebendo repasses orçamentários inferiores às suas necessidades institucionais e percentualmente menores quando comparados aos demais Tribunais estaduais do país;

Por outro lado, não se há de ignorar o ambiente de crise que o país enfrenta no corrente ano, com inevitáveis reflexos na queda da atividade econômica e, consequentemente, na arrecadação tributária, dificultando o alcance das metas fiscais planejadas por todos os gestores públicos para este exercício;

Em tais circunstâncias, ganha especial relevância o dever que pesa sobre todos os gestores públicos de definir e concretizar suas prioridades de acordo com suas efetivas disponibilidades orçamentárias.

A despeito do cenário adverso, informações oficiais dão conta de que o Estado de Pernambuco, através do Poder Executivo, vem executando regularmente seu orçamento, inclusive, repassando os duodécimos devidos aos demais Poderes na forma prevista na lei orçamentária em vigor;

Neste contexto, a advocacia pernambucana recebeu com grande preocupação a nota divulgada ontem (09/04/2015) pelo TJPE, sobretudo, quando se refere à possibilidade de se solucionar a questão promovendo-se a desativação de Comarcas, ao lado da redução ou paralisação dos já deficitários serviços jurisdicionais.

Tais medidas significariam retrocesso inaceitável, por implicar severos prejuízos a toda a sociedade, que já padece com a histórica carência material e pessoal do Poder Judiciário, agravada, no momento, pelo movimento paredista dos servidores;

Desdobramentos dessa ordem, inadmissíveis por parte da sociedade civil e certamente indesejados por parte dos Poderes Públicos, precisam ser evitados e, para tanto, reclamam atitudes concretas e urgentes de todas as instituições diretamente envolvidas.

A partir de tratativas diretas com os Chefes do Poder Judiciário e do Poder Executivo de Pernambuco, o Presidente da OAB/PE constatou existirem condições para se equacionar o impasse, mediante negociação conjunta, a exigir, do lado do Judiciário, a perspectiva de lançar mão emergencialmente de recursos de fonte própria de receitas e, por parte do Executivo, a consideração de incrementar, já nos próximos exercícios, os recursos orçamentários relativos a despesas correntes do TJPE, além da transigência que o reconhecido espírito público dos servidores fará prevalecer;

A OAB/PE, ao tempo em que reafirma a confiança na postura responsável e republicana dos Poderes Públicos e dos serventuários da Justiça, conclama todos à intensificação do diálogo como único caminho para solucionar o impasse, colocando-se uma vez mais à disposição para contribuir da forma que se fizer necessária.

Recife, 10 de abril de 2015.

 

As comarcas de Recife, Olinda, Caruaru, Garanhuns e Petrolina estão entre as 32 que terão o Sistema de Protocolo Integrado. O assunto foi debatido em reunião entre o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Jovaldo Nunes; o diretor do Foro do Recife, João Alberto Magalhães de Siqueira; assessores especiais do TJPE e representantes da Tecnologia da Informação. 

O Sistema possibilitará os advogados peticionarem em processos já existentes de qualquer uma das localidades integradas. O novo serviço, de iniciativa da Presidência do Judiciário estadual e da Diretoria do Foro do Recife começará a funcionar ainda este ano. 

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Inicialmente, o serviço vai beneficiar, apenas, os processos referentes ao 1º Grau. Atualmente, para ter acesso aos processos, os advogados precisam se deslocar até a comarca onde o documento está para anexar uma petição aos autos ou enviar pelos correios. A expectativa é que o procedimento reduza em até 10 dias esse tempo, já que é online. “Além de agilizar o andamento processual, ainda vamos facilitar a vida das partes envolvidas na ação”, disse o presidente Jovaldo Nunes.

As comarcas que têm capacidade para a transmissão online das petições são as que disponibilizarão o serviço, entre as quais: Recife, Olinda, Caruaru, Garanhuns e Petrolina. No entanto, a partir de janeiro, será realizado um estudo para a ampliação da capacidade de outras comarcas com expansão do serviço para mais cidades.

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