Tópicos | Conchita Wurst

A travesti austríaca Conchita Wurst, vencedora do concurso Eurovisión em 2014 vestida de mulher e com barba, revelou neste domingo (15) à noite ser portadora do vírus HIV. "Chegou o dia de me libertar para o resto da minha vida de una espada de Dâmocles: sou positivo ao HIV", explicou a diva barbuda de 29 anos em sua página no Instagram.

"Isso não tem interesse para a opinião pública, mas um ex-amigo ameaça revelar publicamente essa informação pessoal (...) Não dou a ninguém o direito de influenciar minha vida assim", acrescentou.

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Conchita Wurst, que depois de ganhar o concurso se transformou em um ícone da causa homossexual no mundo, disse ainda "esperar dar coragem e fazer um novo gesto contra a estigmatização das pessoas" portadoras do HIV.

Conchita, cujo nome de batismo é Tom Neuwirth, afirmou que sua família sabe "desde o primeiro dia" sobre sua soropositividade. "Estou bem de saúde e estou mais forte, mais motivado e mais livre do que nunca", assegurou, acrescentando que contraiu o vírus "há vários anos".

Vários deputados russos propuseram a criação de sua própria versão do festival de música Eurovisión, depois da vitória do travesti barbado Conchita Wurst, domingo, na capital dinamarquesa, Copenhague, desencadeando críticas no país. O deputado comunista Valeri Rashkin pediu que a Rússia deixe o Eurovisión para organizar uma competição paralela chamada "Voz da Eurásia".

"O resultado do último Eurovisión foi a gota d'água", disse Rashkin no Parlamento. "Temos que deixar esse concurso, não podemos aguentar mais esta loucura", acrescentou o parlamentar, citado pela agência Interfax. "Não querem nossas meninas porque não têm barba", ressaltou o deputado Oleg Nilov, do partido Rússia Justa. "Não gostam de nossas músicas", lamentou Nilov antes de entoar uma canção popular no plenário.

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A Igreja Ortodoxa russa considerou que a vitória do travesti no Eurovisión "foi um passo a mais na rejeição da identidade cristã na cultura europeia". Centenas de internautas e algumas celebridades russas protestaram contra a vitória de Conchita Wurst, publicando fotos em que se barbeiam. "Faça a sua barba também como protesto", escreveu um internauta junto à hastag #dokajichtotyneconchita ("prove que não é Conchita").

"Decidi me barbear porque a comunidade LGTB defendeu seus interesses", comentou o cantor russo Dominik Djoker ao jornal popular Tvoy Den. Também houve quem apoiasse Conchita Wurst, como a cantora de ópera Anna Netrebko. Os militantes dos direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais anunciaram uma Marcha de Mulheres e Homens Barbudos em Moscou no dia 27 de maio, para lembrar o 21º aniversário da descriminalização da homossexualidade no país. A comunidade GayRussia.ru indicou que está aguardando a autorização para o ato na capital russa.

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