Enquanto estudantes ocupam espaços do Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em protesto contra a PEC 241, começa a ganhar forma um movimento contrário às ocupações. No início desta semana, universitários que não concordam com as intervenções nos prédios da instituição de ensino criaram o movimento UFPE Livre, composto por alunos de vários cursos.
No Facebook, a página do UFPE Livre já conta com mais de 900 membros, além de exibir uma série de pautas para tentar justificar a posição contrária aos ocupantes. São elas: “Greves na UFPE não têm se mostrado eficientes no atendimento de suas reivindicações; Ocupações, quando impedem os professores de ministrarem aulas, são arbitrárias e ilegais; Greves e ocupações prejudicam a todos os estudantes, além de causar suspensão do transporte de alunos que vivem no interior e afetar comerciantes formais e informais do entorno da UFPE; As atuais manifestações têm sido fruto de um movimento político resultante do descontentamento com o governo atual, não sendo as ocupações a maneira mais eficiente de reivindicação”.
##RECOMENDA##De acordo com um dos representantes do UFPE Livre, Marcos Teisant, o grupo conta com estudantes de centros como CCSA, CAC, CE e CFCH. Um dos objetivos do movimento não é se colocar contra ou a favor da PEC, e sim mostrar que as ocupações atrapalham o direito de ir e vir de estudantes e professores.
“Muita gente que não concorda com as ocupações encontrou apoio no nosso movimento. O que se vê nas atuais ocupações são discursos políticos, por causa do descontentamento com o atual governo e por conta do impeachment. Queremos garantir o direito de ir e vir dos estudantes, além do direito dos professores de dar aula. A gente também quer debater o tema e esperamos contar com as participações de representantes de cada ocupação”, explicou Teisant ao LeiaJá. Ele ainda alega que muitos estudantes não conseguem ir às aulas por causa das ocupações.
Representantes das ocupações da UFPE alegam que a luta é pela educação e para garantir as conquistas acadêmicas, sem que ocorram cortes dos investimentos financeiros. Eles também alegam que as ocupações são por tempo indeterminado.
No Campus Recife da UFPE, o primeiro prédio a ser ocupado foi o Centro de Educação (CE). Depois, um grupo ocupou a Reitoria da instituição e nessa terça-feira (25) o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) passou a ser ocupado. Segundo balanço da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), mais de mil unidades educacionais estão ocupadas, entre escolas, institutos e universidades.
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