Tópicos | conviver

O ministro da Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, afirmou neste sábado (1º) que novas restrições na Inglaterra só serão impostas "como último recurso", apesar do grande aumento de casos, e considerou que seria necessário aprender a "conviver com" o coronavírus.

O Reino Unido, um dos países mais atingidos pelo vírus com mais de 148.600 mortes na pandemia, está registrando recordes de casos sucessivos, com mais de 189.000 diagnósticos em 24 horas na sexta-feira (31).

As hospitalizações também estão aumentando, apesar de as autoridades insistirem que a variante ômicron parece causar formas menos graves que a delta, a cepa predominante anterior.

"O número [de pessoas] nas unidades de cuidados intensivos se mantém estável e, neste momento, não acompanha a trajetória que vimos no ano passado neste mesmo período, durante a onda alfa", escreveu Sajid Javid em uma coluna publicada no jornal Daily Mail.

Com o país em "uma posição muito mais forte" graças a uma campanha maciça de doses de reforço da vacina anticovid, o governo decidiu não colocar mais restrições durante as festas de fim de ano.

Dando ênfase ao "enorme custo sanitário, social e econômico dos confinamentos", o ministro considerou suficiente a estratégia de vacinação aliada a um arsenal de tratamentos e testagem maciça da população.

Não obstante, admitiu que o sistema de saúde ficaria "inevitavelmente" sob pressão nas próximas semanas devido ao "forte aumento" das hospitalizações.

Adiantando-se a essa possibilidade, o serviço público de saúde, conhecido pela sigla NHS, anunciou que já tinha começado a montar estruturas temporárias com centenas de leitos para se preparar para o "pior cenário".

 Com o objetivo de combater a pandemia do coronavírus, a Universidade de São Paulo (USP) elaborou um guia prático de saúde para conviver com pessoas suspeitas ou acometidas pela Covid-19. As recomendações são feitas pelas pesquisadoras do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva na Escola de Enfermagem (EE) da universidade, Anna Luiza Lins Gryschek e Erica Gomes Pereira.

“Mesmo após o paciente ter tido avaliação médica e recomendação de isolamento domiciliar, é comum surgirem dúvidas sobre o que deve ser feito e os cuidados com alguém da família que apresentou os primeiros sinais da doença e convive no mesmo espaço físico de outras pessoas saudáveis”, afirma Gryschek.

##RECOMENDA##

Gryschek orienta ainda que os prontos socorros e os hospitais de referência devem ser as últimas opções a serem consideradas para se levar uma pessoa que apresente sintomas leves da covid-19. Segundo a pesquisadora, esses são lugares de foco de contaminação e transmissão também de outras doenças. A dica é procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) quando o paciente já apresentar desconforto respiratório associado com tosse e febre. Fora dos quadros acima descritos, o protocolo é ficar em casa pelo período recomendado pelas autoridades de saúde, isto é, 14 dias a contar da data de início dos sintomas, e tomar os devidos cuidados para não transmitir o vírus para outras pessoas que residam no local de isolamento.

Prontos socorros e hospitais de referência devem ser as últimas opções para quem suspeita estar com covid-19. (Pixabay)

Confira algumas recomendações da USP:

Quarto individual e ventilado

“Permanecer em casa em um cômodo isolado e que tenha boa ventilação: um quarto, por exemplo, ou se a casa for pequena, a sala. A ideia é que a pessoa não circule por todos os ambientes para não contaminar os demais da família. A cama não pode ser compartilhada (exceção: mães que estão amamentando devem continuar amamentando com o uso de máscara e medidas de higiene, como a lavagem constante de mãos)”.

Casa pequena

“Se a casa for pequena e tiver um único cômodo, o paciente deve manter distancia dos demais membros da família por pelo menos 1,0 m. As pesquisadoras lembram que, em alguns casos, o paciente poderá se encaminhado pelos profissionais de saúde das UBSs para hospitais de campanha caso ocorra evolução do quadro clínico. Limpar (mais de uma vez por dia) as superfícies que são tocadas frequentemente com solução contendo alvejante (1 parte de alvejante para 99 partes de água)”.

Banheiro

“Reservar banheiro para uso exclusivo da pessoa doente. No caso de haver apenas um banheiro na casa, toda vez que o paciente utilizá-lo é importante que ele esteja usando máscara cirúrgica e seja feita higienização com água, sabão e hipoclorito de sódio do vaso sanitário, da torneira, da maçaneta e de toda região que for tocada pelo paciente. Se possível, mantê-lo bem ventilado”.

Único cuidador

“Uma única pessoa na casa deve exercer a função de cuidador, de preferência quem está em boas condições de saúde e não tem riscos associados (não ser idoso nem portar doenças crônicas, por exemplo). O paciente não pode receber visitas e deverá sair de casa apenas em caso de emergência com uso de máscara cirúrgica, evitando multidões e quando possível o transporte público”.

Higienização das mãos

“Todas as pessoas da casa devem lavar as mãos com água e sabão por diversas vezes durante o dia, especialmente antes de comer, cozinhar e após ir ao banheiro. Em relação ao cuidador, o zelo com a higiene deve ser redobrado em caso de proximidade da pessoa doente, se estiver em contato com secreções (saliva, suor e catarro) e com áreas tocadas pelo paciente (cama, criado mudo, cadeira). Dar preferência ao uso do papel toalha para secar as mãos. Caso não seja possível, utilizar toalha de tecido e trocar sempre que estiver úmida”.

Pratos/talheres e roupas

"As refeições devem ser levadas ao paciente dentro do quarto. Pratos, talheres, copos, bandejas e demais utensílios domésticos não podem ser compartilhados e devem ser lavados separadamente. Roupas pessoais, toalhas, fronhas e lençóis devem ser colocados em saco plástico e também lavados separadamente com sabão e água entre 60 e 90ºC".

Regiões comuns

"Limpar e desinfetar áreas comuns e objetos e superfícies tocadas com frequência. Lenços descartáveis. É aconselhável o uso de lenços descartáveis para higienização nasal, em espirros e tosses. O cuidador e demais familiares devem evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos. Máscaras cirúrgicas O paciente deve utilizar máscara cirúrgica o tempo todo. Caso não tolere ficar por muito tempo com a máscara, realizar medidas de higiene respiratória com mais frequência; trocar a máscara cirúrgica sempre que esta estiver úmida ou danificada. O cuidador não pode tocar ou mexer na sua própria máscara quando estiver perto do paciente".

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando