A primeira decisão de um campeonato europeu de futebol em meio à pandemia da Covid-19 acontecerá nesta quarta-feira (17). Juventus e Napoli disputarão a final da Copa da Itália, no estádio Olímpico de Roma, com portões fechados e seguindo uma série de protocolos de prevenção à nova doença. Desta forma, o Estadão relembra a trajetória dessas duas equipes na competição e destaca o que esperar da celebração do primeiro campeão europeu, que deve comemorar o título de uma maneira sem precedentes.
A Juventus é a maior campeã da competição, com 13 títulos acumulados, sendo quatro deles nos últimos quatro anos. O Napoli, por sua vez, possui apenas cinco taças da Copa da Itália. A equipe foi a última a vencer a competição, em 2014, antes da rival de Turim emplacar uma sequência de quatro títulos seguidos.
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A partida desta quarta-feira será o 12.º confronto entre Juventus e Napoli na Copa da Itália. Nas 11 partidas que antecederam esse duelo, foram cinco vitórias para a Juventus, dois empates e quatro vitórias para o Napoli. Ambos não se enfrentavam na final dessa competição desde maio de 2012. Na ocasião, a equipe de Turim foi derrotada por 2 a 0.
A Juventus estreou na competição no dia 15 de janeiro, pelas oitavas de final, contra a Udinese. Sem Cristiano Ronaldo, que na época enfrentava uma crise de sinusite, venceu com folga a partida por 4 a 0 e seguiu para a próxima fase. O Napoli estreou na competição no mesmo dia contra o Perugia. Com dois gols do craque Insigne, a equipe do treinador Gennaro Gattuso venceu com tranquilidade e se manteve firme para a próxima etapa.
Na fase seguinte, a Juventus enfrentou a Roma. Sem grandes complicações, derrotou o seu adversário por 3 a 1. Cristiano Ronaldo balançou as redes pela primeira vez no torneio. Completaram a vitória Rodrigo Bentancur e o zagueiro Bonucci. O Napoli teve mais dificuldades. A equipe de Gattuso enfrentou a Lazio, do treinador Simone Inzaghi. Com um gol relâmpago de Insigne nos minutos iniciais da primeira etapa, venceu a partida.
Após vencer a Roma, a Juventus foi até Milão para enfrentar o Milan, no estádio San Siro, pela rodada de ida das semifinais. Pela primeira vez no torneio, a equipe de Cristiano Ronaldo teve dificuldades e empatou por 1 a 1, que, por sinal, foi conquistado nos acréscimos da segunda etapa.
Também em Milão, o Napoli enfrentou a Inter de Milão. Em uma partida bastante disputada, a equipe napolitana conseguiu uma vitória tímida por 1 a 0, com um gol de Fabián Ruiz no segundo tempo.
JOGOS DE VOLTA - Quatro meses depois, ambas as equipes retornariam aos gramados. Esse foi o tempo levado para que fosse seguro restabelecer o futebol na Itália. Após o país ter passado pela pior fase da Covid-19, a Copa da Itália foi retomada.
Sem público nos estádios e seguindo uma série de protocolos de prevenção à Covid-19, Juventus e Milan se enfrentaram pela segunda vez. Em um empate sem gols, após Cristiano Ronaldo perder um pênalti, a Juventus prosseguiu para a final da competição.
O Napoli, por sua vez, protagonizou uma partida emocionante. Com um gol relâmpago de Eriksen, a equipe de Milão saiu na frente, igualando o placar agregado em 1 a 1. Porém, nos minutos finais da primeira etapa, Mertens balançou as redes de Handanovic, em um gol histórico, que colocou o Napoli na final da Copa da Itália após seis anos.
O QUE ESPERAR DA FINAL? - A decisão da Copa da Itália será a primeira final de um campeonato europeu de futebol após o ápice da pandemia da Covid-19 na Europa. Outras decisões já aconteceram fora do Velho Continente e foi possível averiguar como as equipes campeãs se portaram durante suas comemorações.
Na final do Campeonato Nicaraguense, por exemplo, o Real Estelí, que conquistou o título nacional, ignorou completamente as medidas de prevenção à Covid-19 pré-estabelecidas pela organização da competição. A taça deveria ter permanecido nas mãos de um único jogador, mas foi passada para os membros da comissão técnica e para o restante da equipe. Além disso, quase ninguém utilizava máscaras de proteção e aqueles que utilizavam não portavam o item da maneira correta.
No Tajiquistão, os jogadores do Istiklol Dushanbe, campeões da Supercopa, também não se preocuparam em cumprir o distanciamento social no momento de erguer a taça. Aglomerados e sem máscaras os atletas da equipe festejaram a conquista do título.
Como se trata de ligas menores, não é possível levar ao pé da letra que Juventus ou Napoli irão desrespeitar os protocolos de prevenção durante a comemoração do título. A Itália foi um dos países que mais sofreu com a propagação incontrolável da Covid-19 e os resquícios dessa recente tragédia ainda permeiam a sociedade.
Em entrevista coletiva na véspera da final, Maurizio Sarri, treinador da Juventus, garantiu que seus jogadores darão o máximo dentro de campo, apesar de a interrupção das competições terem os afetados. "De um ponto de vista de intensidade, a condição física não pode mudar completamente, é um momento particular e todos os jogos são muito difíceis do ponto de vista físico e mental após um longo período de inatividade. Eu vou dizer aos meninos que jogamos 7 meses e fizemos mais três bloqueios para poder jogar esses jogos. Amanhã temos que dar o nosso melhor, o que talvez não seja 100%, mas 90% sim", disse.
Após o empate com a Inter de Milão, o zagueiro Koulibaly, do Napoli, destacou a importância de Gattuso para a equipe e se mostrou confiante para o confronto desta quarta-feira. "Gattuso nos deu muita confiança e, mesmo nos momentos delicados desta noite em campo, ele nos guiou. Trabalhamos bem nestes dias e estávamos totalmente concentrados em conquistar a final. Agora vamos voltar aos treinos e estaremos prontos para quarta-feira. A Juventus é um forte oponente, mas queremos estar à altura", declarou.