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Líderes e moradores da comunidade do Coque, situada em Joana Bezerra, área central do Recife, se uniram a favor da localidade, através do Circuito Coque(R)Existe, projeto que tem como objetivo proporcionar mesas de debates e atividades voltadas para a discussão da problemática que o bairro está passando. Neste domingo (4), acontecem diversas rodas de diálogos, atividades físicas e lúdicas.
##RECOMENDA##“Esse evento é um movimento social e histórico que surgiu entre lideranças, entidades e associações, que tem como pauta evidenciar a dignidade dos moradores do Coque”, explicou o estudante de sociologia e um dos líderes da ação, João Vale Neto, de 28 anos. “O intuito é mostrar que a comunidade tem uma força histórica e não um lugar carente e de bandidos como é visto por muitas pessoas”, contou.
A desapropriação de famílias por conta da especulação imobiliária é o grande questionamento dos participantes do movimento e moradores, já que eles afirmam que o local é denominado como uma Zona de Especial Interesse Social (ZEIS), fazendo com que a retirada das casas seja ilegal. “Estamos aqui para mostrar para a sociedade e políticos que nós estamos atuando, e vamos repetir essas ações até a que haja uma mudança de verdade como a instalação de escolas e postos de saúde de referência no bairro”, concluiu João Vale Neto.
Além de moradores, a ação esta sendo promovida por organizações do bairro e mais 25 coordenações, coletivos e movimentos. O estudante de pedagogia, Cleiton Barros, 24, também compõe o grupo. “Moro no Coque desde nascido e cresci ouvindo meus pais que o local sempre foi ameaçado. As lideranças comunitárias contavam que a luta pela garantia da moradia é antiga e o movimento de hoje também tem a intenção de dar visibilidade a um novo Coque que existe e as pessoas não conhecem. Um local que promove atividades e ações de integração”, contou.
As ações acontecem em diversos pontos do bairro como a Biblioteca Popular do Coque, Igreja se São Francisco de Assis, NEIMFA, Praça da Piriquita Academia da Cidade, Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque e Praça Barreto Junior. “A grande dificuldade é o preconceito pelo estigma da violência, mas por causa disso as pessoas não se permitem a conhecer a comunidade e quando conhecem percebem que outra realidade”, explicou o morador Cleber Bezerra, 26, que conta a importância que esses movimentos têm. “Esse projeto mostra que o Coque vai além dessa barreira de prédios”, enfatizou.