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O ressarcimento das despesas parlamentares pela verba indenizatória da Câmara chegou a R$ 235 milhões em 2016. O valor, que daria para pagar o salário dos 81 senadores por sete anos, é o somatório de uma lista curiosa de solicitações de reembolso apresentada pelos deputados. 

Entre elas, por exemplo, está a da deputada Luciana Santos (PCdoB). A comunista pediu para ser ressarcida de 604 abastecimentos feitos por seu gabinete. Uma média de 1,65 por dia, já considerando feriados e fins de semana. A informação é do site Congresso em Foco. Em resposta ao periódico, a assessoria dela disse que os gastos com abastecimentos estão dentro do que é estabelecido como limite pela Câmara e ponderou que utiliza o combustível para exercer seu mandato.

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Além deste, também foram registrados pedidos que variam desde uma única nota com o valor de R$ 184,5 mil até a compra de dois pãezinhos de queijo, por de R$ 1. A quantia de notas apresentadas pelos parlamentares também variam. O deputado Diego Garcia (PHS-PR) foi ressarcido em R$ 497 mil no ano passado após apresentar um total de 2.284 notas. Uma média de seis por dia. Segundo ele, a quantia de notas é relativa a locomoção do próprio parlamentar e da sua equipe pelo estado.

Regras de ressarcimento

O Cotão, como é chamado o ressarcimento, é disponibilizado para os deputados e senadores para custear as despesas provenientes das atividades políticas. Os recursos integram um benefício além do salário recebido por cada parlamentar e a disponibilidade deles provoca divergências entre os deputados. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não concorda com a existência da verba indenizatória.

O deputado federal Augusto Coutinho (DEM) é o parlamentar pernambucano que mais gastou os recursos referentes à cota de exercício para atividade parlamentar neste ano. O democrata usufruiu R$ 217.134,85 reais do chamado “cotão” que podem ser utilizados em diversos serviços como no uso de combustíveis, na locação de veículos automotores ou fretamento de embarcações, emissão de bilhetes aéreos e telefonia.

“Se você é deputado e tem a possibilidade de fazer um boletim do que você está fazendo, você não faria isso? É honesto, o que é que tem errado? Nada. Eu sou deputado, sou da oposição, não me vendi a governo nenhum, e só tenho esse mandato para fazer isso”, justificou o democrata. 

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De acordo com Coutinho, a utilização das verbas do "cotão" são utilizadas para mostrar aos seus eleitores sua atuação parlamentar. 

“Se eu tivesse ajudas empresariais ou vínculos corporativos eu não precisaria a rigor usar. Tem gente que tem governo, secretarias, empresas estatais, mas para mim não é muito importante”, justificou. 

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