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Os financiamentos para compra e aquisição de imóveis em 2014 deverão ter um crescimento mais moderado do que em 2013, de acordo com projeção divulgada pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), nesta terça-feira (21). A Associação estima alta de 15% nos empréstimos neste ano, totalizando R$ 126 bilhões. Em 2013, o crescimento foi de 32%, para R$ 109 bilhões.

Os resultados do ano passado foram impulsionados pelos financiamentos à pessoa física, que tiveram alta de 41%, totalizando R$ 76,9 bilhões. Já o crédito para empresas se recuperou e atingiu elevação de 15%, para R$ 32,2 bilhões. Em 2012, o crédito para consumidores havia subido 22%, enquanto para empresas teve queda de 20%.

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Os dados divulgados hoje também apontam inadimplência de 1,8% na carteira de crédito imobiliário. O resultado é o menor do sistema bancário, seguido por crédito pessoal (4,0%), veículos (5,3%) e cheque especial (8,1%). Até novembro, o crédito imobiliário representava 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ritmo de crescimento da economia brasileira em 2014 deve se manter no patamar de 2,5%, segundo análise conjuntural do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira, 19. A estimativa se refere à "velocidade atual de navegação", e repete o desempenho "fraco" projetado para este ano.

"Há uma redução da ambição da política econômica para acelerar o crescimento no curto prazo", avalia Fernando Ribeiro, coordenador de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea. Em 2013, segundo ele, as limitações de investimento em função do desequilíbrio fiscal levaram o governo a apostar na iniciativa privada para induzir o crescimento. "Por isso a urgência que temos visto para as concessões de infraestrutura", completou.

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Para o economista, entretanto, em 2014 o peso dessas variáveis sobre o PIB deve diminuir. A composição do investimento passará para a execução das obras de infraestrutura em detrimento da aquisição de máquinas e bens de capital. O item, que tem alta volatilidade, pesou sobre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que chegou a 6,5%.

"O consumo voltará a ter um peso maior para suportar o crescimento com a desaceleração dos investimentos. Ele vai comandar a dinâmica do crescimento nos próximos trimestres, mas não dá para esperar elevação significativa, como também não é possível afirmar ainda que o crescimento será abaixo dos atuais 2,5%."

Com esse perfil, a economia deve enfrentar algumas barreiras, como a menor geração de vagas no mercado de trabalho, menores aumentos reais sobre a renda do trabalhador, altos níveis de endividamento das famílias, sobretudo com habitação, e a "persistente" inflação. "A margem para ampliação virá, sobretudo, das transferências públicas de renda, item que mais tem crescido nas despesas do governo nos últimos trimestres. É uma opção política", pontuou.

Ribeiro também comentou a situação do mercado de trabalho, que atingiu o nível mais baixo de desemprego da série histórica, com 4,6%. "Parece ser um movimento estrutural, pois a população economicamente ativa também deixa de crescer. Há menos abertura de vagas, mas também menos pessoas entrando no mercado de trabalho, o que estabiliza os níveis de desemprego", conclui.

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