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Por Felipe Mendes

Impacto. Talvez esta seja a melhor palavra para definir o que causou o jovem Chico Science quando, acompanhado da sua banda Nação Zumbi, foi alçado ao sucesso em meados da década de 1990. O primeiro disco da banda, Da Lama ao Caos, apresentou ao Brasil uma mistura e um vigor sonoros que impactou instantaneamente a cena pop do país. Mais do que a musicalidade única, Chico Science e Nação Zumbi traziam algo que há um tempo não se via: um conceito forte, bem amarrado, repleto de referências que rapidamente influenciaram outras áreas da cultura como a moda e o cinema.

O Brasil via a concretização do Movimento Mangue, ideia que Chico teve e que foi rapidamente incorporada pela turma de amigos e bandas que transitavam e conviviam naquele Recife do início dos anos noventa. Caranguejos com cérebro enfiaram sua parabólica na lama e afinaram o som internacional do funk e da música eletrônica com expressões culturais de raiz em Pernambuco, como o coco e o maracatu.

Com suas roupas que misturavam a estética de caboclos de lança com a de B'Boys, uma expressão corporal e presença de palco únicas, além do carisma excepcional, Chico Science rapidamente se transformou na cara daquela movimentação musical vinda da então "distante" cidade do Recife e seu expoente maior. Automaticamente milhares de jovens passaram a se espelhar no artista e fazer suas próprias bandas; os pernambucanos redescobriram e passaram a valorizar sua própria cultura popular ao vê-la encantando o Brasil e o mundo; e Chico se transfomou num ícone.

O músico teve sua carreira interrompida drasticamente em um acidente automobilístico em fevereiro de 1997. O ícone continua até hoje inspirando e emanando sua força criativa que mudou os rumos da música brasileira.

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