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Autor das denúncias de corrupção investigadas pela Operação Porto Seguro, Cyonil Borges afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que Paulo Vieira, apontado como chefe do esquema, usou o gabinete da Presidência da República em São Paulo, em 2008, para uma reunião em que os dois discutiram dificuldades do setor portuário - área que concentrou parte das fraudes reveladas pelo inquérito.

O encontro teria sido o primeiro contato formal entre eles. No ano anterior, Cyonil, que era auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), havia emitido um parecer técnico contrário à ocupação de uma área do Porto de Santos pela empresa Tecondi, que Vieira tentava beneficiar, de acordo com as investigações.

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Em 2009, um ano depois da reunião no gabinete da Presidência em São Paulo, Vieira teria oferecido R$ 300 mil a Cyonil para que ele produzisse um parecer técnico a favor da Tecondi.

Segundo um documento de 12 páginas apresentado por Cyonil à Procuradoria da República em São Paulo, a que o Estado teve acesso, o delator do esquema teria sido convidado por Vieira ao gabinete - que era utilizado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros em viagens à capital paulista.

As investigações da Operação Porto Seguro revelaram que Vieira, à época ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq), tinha uma relação próxima com a então chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, indiciada por tráfico de influência, corrupção passiva e falsidade ideológica. Segundo a PF, ela recebia favores de Vieira em troca de reuniões com autoridades e indicações para cargos públicos.

O Estado apurou que Paulo Vieira usou o escritório da Presidência em São Paulo em outras ocasiões e que Rosemary estava no gabinete nos horários em que ele frequentou o espaço. Cyonil afirmou na denúncia feita por escrito aos policiais e aos procuradores que ficou "impressionado com a ‘desenvoltura’ do Sr. Paulo Vieira". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges de Faria Junior teve medo de ser morto pela quadrilha do diretor afastado da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, mesmo antes de delatar o esquema de corrupção que deu origem à Operação Porto Seguro.

Inseguro, ele fez uma procuração em nome da mulher, Vanessa de Faria, para o caso de algo de ruim lhe acontecer, de acordo com o depoimento dela à Polícia Federal. Ele também pediu que Paulo Vieira desistisse de lhe fazer algum mal, de acordo com e-mails interceptados pelos investigadores.

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Um ano antes de oferecer a notícia-crime à Superintendência da PF em São Paulo, o ex-auditor trocou mensagens com Paulo Vieira dizendo nunca antes ter se sentido tão mal na vida. Disse que já não dormia e que andava "muito preocupado com os últimos acontecimentos".

Casado com Cyonil há dez anos, Vanessa contou à polícia um episódio em que Paulo Vieira, em abril de 2010, interfonou diversas vezes para o apartamento do casal querendo subir. Ela pensava tratar-se do "editor de livros" do marido - que já teve três obras publicadas -, mas não sabia que, naquele caso, "livro" era um codinome para "propina".

Entre 2009 e 2010, estranhando o comportamento do marido, Vanessa vasculhou a casa em busca de algum indício de que Cyonil a traía. E encontrou um envelope com R$ 50 mil. Ela disse ter indagado o marido sobre o dinheiro e teve como resposta que se tratava de recebimentos por cursos que ele havia dado.

Vanessa contou à PF que pensou que o marido daria o dinheiro para alguma amante e em oito meses gastou, escondido, R$ 45 mil. Cyonil ficou furioso e ao receber a segunda parcela da propina sustentou para a mulher que a origem do dinheiro era o curso. O casal gastou todo o montante. Segundo ela, após a denúncia, Cyonil fez um empréstimo de R$ 100 mil para devolver à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O analista do TCU Cyonil Borges, que delatou a Operação Porto Seguro, afirmou que Paulo Vieira disse a ele que o dinheiro de propina (R$ 300 mil) seria pago pelo ex-ministro José Dirceu. Em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, nesta terça-feira (27), ele declarou. "Uma hora ele (Vieira) falava que o dinheiro vinha da empresa (Tecondi). Outra hora falava que era interesse do Dirceu, esse dinheiro adviria de José Dirceu."

O ex-ministro, em nota, afirmou que "não tem relação pessoal nem profissional com Vieira, nem com Cyonil". Segundo Dirceu, se Vieira usou seu nome em conversas com terceiros "o fez de maneira indevida". Ele disse que "não tem nenhum interesse nas atividades da Tecondi" e que se sente "caluniado".

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Remoção

A Justiça Federal determinou a remoção de Paulo Vieira do Presídio da Papuda, em Brasília, para São Paulo, onde ele deverá ficar em sala de Estado Maior, provavelmente no quartel do Regimento de Polícia Montada da PM 9 de Julho, na Luz. Vieira é advogado, o que lhe confere o direito a sala especial, sem grades, até eventual condenação com trânsito em julgado. A decisão judicial acolheu pedido do criminalista Pierpaolo Bottini, que defende Vieira.

A Justiça indeferiu pedido de revogação da prisão de Rubens Vieira, irmão de Paulo. O advogado Fauzi Achôa estuda ingressar com habeas corpus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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