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Um dia após o menino Ênio Marcondes Ferreira de Brito, de 11 anos, ter morrido vítima de choque elétrico, a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) divulgou os números de acidentes fatais causados pela rede da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Desde 2008 até esta sexta-feira (10), foram registradas 113 mortes por choques em rede elétrica, em vias públicas do Estado. Nos últimos três anos foram 60 vítimas, sendo 2011 o ano com mais acidentes (31).

No caso de Ênio, a Companhia apontou uma ligação clandestina como o motivo da morte e alegou que a equipe da empresa só chegou ao local após o acidente. A criança, que morava em Itapetim no Sertão de Pernambuco, estava de férias na casa de uma tia, localizada em Pau Amarelo, Paulista, quando ao passar pela rua, pisou em um fio e foi eletrocutado. 

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Em 2013, tiveram outros casos de destaque, entre eles, o do músico Davi Lima Santiago Filho (morto ao encostar em um fio no dia 11 de junho, em Boa Viagem), Nilson Inácio Torres (que recebeu a descarga elétrica de um poste na avenida Abdias de Carvalho, em 21 de junho) e Davi Francisco Lopes de Freitas (levou um choque ao tentar resgatar uma pipa numa subestação da Celpe, no dia 9 de outubro).

Essas ocorrências renderam à Companhia, um procedimento investigativo pelo Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) para verificar o serviço prestado à população. Segundo a assessoria do órgão, o processo ainda está em tramite e caso a Companhia seja condenada, poderá pagar multa que chega ao valor de R$ 2 milhões.

Duas semanas depois que o advogado Davi Lima Santiago Filho morreu eletrocutado por um fio no bairro de Setúbal, amigos e familiares ainda comovidos com a perda tiveram a ideia de transformar a tristeza em força.

Na manhã desta terça-feira (25), cerca de trinta pessoas se reuniram em frente à sede da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), na Avenida João de Barros, para entregar uma carta ao presidente do órgão cobrando providências rápidas em relação à fiação do Estado, que já matou 32 pessoas eletrocutadas desde 2012.

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O advogado da comissão formada para protestar contra estes descasos, e também primo de Davi, Marconi Barreto, espera reunir assinaturas da sociedade para transformar em lei a proposta de embutir toda fiação em Pernambuco. “Vamos tentar colher assinaturas suficientes para que tenhamos uma fiação de primeiro mundo. Nós vamos às escolas, universidades, filas de cinema, vamos convocar a população para que mais mortes não existam. Nós queremos sanar o problema que existe que é exposição, a morte do cidadão do Recife através do cabeamento aéreo”, explicou Barreto.

Ainda emocionado, o pai do rapaz, Davi Lima Santiago, lamenta as mortes ocorridas no Estado por conta da fiação exposta. “Esse infortúnio está me dando forças para tentar resolver um problema que não atingiu somente a mim. Depois do meu filho já morreu mais um e no ano passado foram 31 mortes que ficaram no anonimato. Enquanto isso, a Celpe continua com um procedimento irresponsável, deixando que a sociedade seja exposta e praticando crimes, por que se fosse um caso isolado, fica impossível que se possa suportar isso”, relatou.

Durante o protesto, os familiares colocaram 32 cruzes no pátio da sede da Celpe simbolizando as mortes ocorridas em Pernambuco.

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