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Faltam 200 dias para o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. O Brasil está na contagem regressiva para a disputa, na qual terá delegação recorde. A estimativa da comissão técnica é embarcar para o Japão com cerca de 400 integrantes, sendo 250 atletas. Os números serão definidos no mês de maio, quando o Comitê Paralímpico do Brasil (CPB) enviará a pré-lista de inscritos.

Segundo levantamento feito pelo Estado, o País tem 90 vagas confirmadas. O número está longe do previsto porque ainda não estão definidos, por exemplo, os índices e o número de provas no atletismo e na natação. Nessas duas modalidades foram considerados somente os brasileiros que garantiram a vaga pelo título de Mundiais.

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Destaques para Petrúcio Ferreira, que em Dubai se tornou o paralímpico mais rápido do mundo entre todas as classes, e Daniel Dias, que buscará o 15.º ouro paralímpico na natação.

No esporte adaptado há a particularidade de avaliação de quantas classes de cada modalidade serão disputadas. É comum ocorrer a união entre duas classes próximas quando poucos atletas obtêm índice para uma prova. O Brasil aguarda também a disputa do pré-olímpico de rúgbi, em março. "Se classificarmos, participaremos de todas as modalidades menos o basquete, que não temos mais chances", disse Alberto Martins, diretor técnico do CPB.

Alberto chefiará a delegação brasileira pela quarta Paralimpíada consecutiva. Na opinião dele, a logística será semelhante à dos Jogos de Pequim. No momento, a comissão técnica está definindo qual será o trajeto da viagem. "Não é só questão de preço, mas de logística. Em alguns países é mais difícil fazer escala, porque tem de despachar a bagagem novamente, precisa de visto...", contou Alberto.

O Brasil deve enviar 80 cadeiras de rodas para o Japão. A delegação chegará em 4 de agosto em Hamamatsu, a 260 quilômetros de Tóquio, para início da aclimatação. Dia 18, vai para a Vila dos Atletas. Os Jogos Paralímpicos ocorrem entre 25 de agosto e 6 de setembro. A meta do Brasil é ficar entre o Top 10 no quadro de medalhas em Tóquio.

Para isso, terá de conquistar entre 60 e 75 pódios.

MULTIMEDALHISTAS - Alberto alertou que a Paralimpíada no Japão deve marcar o fim dos atletas que faturam quatro, cinco medalhas. Isso também significa que mais competidores subirão ao pódio. Essa mudança envolve uma série de fatores, entre eles a modificação na maneira como é feita a classificação e o aumento da competitividade no esporte paralímpico.

"Minha hipótese é que cada vez mais haverá especialização em uma prova. Até agora a gente viu na natação, por exemplo, o mesmo atleta disputar os 100m, 200m, e 400m, ganhando em todas elas. Acho que isso está mudando. Não vai dar mais para fazer prova de velocidade e meio fundo, por exemplo. A era dos multimedalhistas está fadada a diminuir ou acabar mesmo", comentou.

As reclassificações de classe geraram muita polêmica no ano passado, pois aconteceu no meio de um ciclo olímpico. Para diminuir a polêmica, o IPC já informou a comissão técnica brasileira que no início de 2021 fará nova análise das classes. "Aí tudo bem, porque será no começo do ciclo para os Jogos de Paris de 2024", disse Alberto.

A atleta goiana Shirlene Coelho, medalhista de ouro paralímpica, será a porta-bandeira da delegação brasileira durante a abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Shirlene foi ouro nos Jogos de Londres 2012 e prata em Pequim 2008, no lançamento de dardo, na categoria F37 (atletas com paralisia cerebral).

A medalha de prata foi conseguida logo em sua estreia em paralimpíadas, em 2008. Quatro anos mais tarde, tornou-se campeã na modalidade, cujos recordes mundial e paralímpico são seus. Na Rio 2016, Shirlene, que tem paralisia cerebral desde a gestação, disputará mais duas provas, além do lançamento de dardo: o arremesso de peso e o lançamento de disco.

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A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 será realizada na próxima quarta-feira (7), no Estádio do Maracanã, na zona norte da cidade.

As Paralimpíadas de Londres começam no dia 29 de agosto e vão até 7 de setembro, e os atletas brasileiros já embarcam para começar a fase de adaptação. O Brasil terá 182 representantes, em 18 das 20 modalidades disputadas, dos quais 163 embarcam nesta segunda-feira (13) para Manchester, noroeste da Inglaterra.

Antes do embarque, os atletas participarão, em São Paulo, de uma cerimônia com as ministras da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e da Secretaria de Diretos Humanos, Maria do Rosário, e o vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Luiz Cláudio Pereira.

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Entre os atletas que viajam hoje está a judoca, na categoria até 63kg, Daniele Bernardes Milan, que possui deficiência visual, e foi campeã no Campeonato Mundial de Cegos.  “Meu maior objetivo é o ouro, Estou confiante e espero que o Brasil torça por mim”, disse a atleta. Na natação, Letícia Oliveira Freitas, também deficiente visual, representará o país nos 50 metros livres, 100 metros livres e  200 metros medley. “Fiquei sabendo em junho que participaria dos Jogos. Estou feliz e darei o meu melhor”, disse Letícia.

Este ano, serão 4.200 atletas de 165 países. Em Pequim em 2008, o Brasil terminou no 9º lugar, com 47 medalhas – 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze. O CPB espera superar as conquistas e terminar os Jogos deste ano entre os sete primeiros no quadro geral de medalhas.

O embaixador André Corrêa do Lago, negociador chefe da delegação brasileira para a Rio+20, disse nesta quarta-feira que a reeleição de Barack Obama nos EUA "talvez seja mais importante" do que a presença do norte-americano na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, que será realizada em junho, no Rio.

Corrêa do Lago fez a declaração durante seminário para jornalistas ao comentar uma pergunta sobre o eventual impacto da ausência de Obama na reunião de cúpula prevista para os dias 20, 21 e 22 de junho. Para o embaixador, a reeleição do democrata "pode ter um impacto muito grande sobre os resultados da Rio+20". "É óbvio que a presença do Obama seria muito bem-vinda. Mas não há nenhum analista que não saiba que a prioridade absoluta do presidente Obama no momento é tratar da sua reeleição. No fundo, a reeleição do Obama talvez seja mais importante do que a presença do Obama", disse Corrêa do Lago.

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A presidente Dilma Rousseff conversou pessoalmente com Obama em Washington esta semana e reiterou o convite para a conferência. Na ocasião, ela defendeu indiretamente a reeleição do norte-americano: "Nós saudamos a melhoria ocorrida nos EUA. Tenho certeza de que esta será uma tônica nos próximos meses e anos, sob a liderança do presidente Obama".

Para Corrêa do Lago, é "evidente" que um governo como o de Obama daria segmento a decisões da Rio+20 "com muito mais empenho" do que o de um representante do partido republicano. "O governo do presidente Obama, de maneira muito transparente e direta, disse desde o início que fortalecia o multilateralismo, e a Rio+20 é uma reunião multilateral". Como contraponto, o embaixador citou o Canadá. "O Canadá atualmente está com um governo que não só não quis continuar no Protocolo de Kyoto mas, mais do que isso, também anunciou que não vai cumprir aquilo que disse que ia cumprir no primeiro período de compromisso de Kyoto. São questões internas que temos que aceitar", declarou. "Não há dúvidas de que há governos que são mais favoráveis ao multilateralismo do que outros. Isso não é uma questão de opinião, é uma questão muito clara".

Quinta-feira e sexta-feira, negociadores de 45 países que integram o G77 irão se reunir no Rio para uma discussão informal de temas do chamado rascunho zero do documento que será levado para a Rio+20. O encontro será fechado, sem a participação da imprensa. "Não será uma negociação formal, mas uma discussão para sentir como está o clima para a reunião de Nova York no fim de abril (quando será realizada mais uma reunião preparatória)", disse o embaixador. Após o último encontro na sede das Nações Unidas, no fim de março, ONGs criticaram a retirada de temas relacionados aos direitos humanos da pauta da Rio+20.

"Com o crescimento do documento, certas questões que pareciam razoavelmente tratadas tiveram sua relevância reduzida, e isso preocupa muito", comentou Corrêa do Lago. Segundo ele, se uma posição é aprovada pelo grupo dos 77, é muito difícil que não se consiga avançar e incluí-la no resultado final, ou pelo menos ter grande influência. "Não é o documento em si o grande resultado da Rio+20, mas o processo que será lançado". O embaixador também apresentou o site www.riodialogues.org/. O objetivo é convocar especialistas mundiais para definir recomendações práticas que serão levadas à conferência.

A Rio+20 vai abordar dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, além da estrutura da governança internacional para o desenvolvimento sustentável.

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