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Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT) afirmou, nesta sexta-feira (29), que os argumentos expostos pelos juristas Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foram “frágeis” e “vazios”. Os dois autores do pedido que endossa o processo contra a petista foram ouvidos pela comissão especial do senado que analisa o caso durante uma sessão que durou mais de oito horas nessa quinta (28). 

Para Humberto Costa os dois juristas fizeram um discurso “completamente político, de militantes anti-petistas, em que falaram sobre política econômica, e não se ativeram aos fatos da denúncia”. De acordo com o senador, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal reforçaram a tese de que não há qualquer crime de responsabilidade - condição prevista no art. 86 da Constituição Federal para impedir o chefe de Estado do exercício do mandato – cometido por Dilma. 

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“Foi uma lástima a acusação, que ficou nua com suas denúncias vazias. A senhora Janaína nega que seja partidária, mas com suas visões ideológicas, que já discursou ‘para limpar o país dessa corja’, referindo-se ao PT, mostra claramente que o seu objetivo é absolutamente político”, analisou o líder, observando que a sessão teve choro, menção a bailaria e a criancinhas, menos aos fatos e argumentos técnicos. 

O senador ainda acusou Janaína Paschoal de incitar a violência e a intolerância com palavras de ódio contra o PT. “Nada técnico foi apresentado durante toda a exposição. Eles dizem que a presidenta Dilma deve ser impedida ‘pelo conjunto da obra’. Como assim pelo ‘conjunto da obra’? Estamos aqui para analisar um pedido de impeachment que contém fatos que não configuram crime de responsabilidade. Para mim, o PSDB, um dos signatários do pedido, não cansa do golpe”, cravou Humberto. 

O pernambucano também criticou o ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, Miguel Reale Júnior, por ter se retirado da sessão logo após a sua fala inicial, sem ouvir as perguntas previstas pelos senadores membros da comissão. “Ele, denunciante, vem à comissão, faz discurso político e sem embasamento técnico. Após isso, diz que vai embora porque tem voo. Isso não pode ser sério”, lamentou.

“Estamos discutindo uma denúncia de uma presidente da República. Crime, tipicidade, se teve conduta, se teve dolo. E o objeto foi muito bem delimitado aqui pelo Supremo Tribunal Federal, que são duas coisas: seis créditos suplementares e pedaladas fiscais no Plano Safra, em 2015. Não é possível que eles tenham tocado nesses assuntos apenas superficialmente”, acrescentou.

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