Tópicos | descriminalização

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) dará início nesta quarta-feira, 19, ao julgamento de uma ação que pode resultar na descriminalização das drogas para consumo próprio no País. Os ministros vão analisar a constitucionalidade do artigo 28 da Lei nº 11.343, de 2006, que trata sobre drogas. O dispositivo define como crime o fato de adquirir, guardar ou portar drogas para consumo pessoal.

O recurso chegou ao Supremo em 2011 e tem repercussão geral, ou seja, servirá como base para decisões em casos semelhantes em todos os tribunais do País. A ação, proposta pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, contesta uma decisão do Juizado Especial Cível de Diadema - mantida pelo Tribunal de Justiça - que condenou uma pessoa por portar 3 gramas de maconha. A argumentação da Defensoria é o artigo 28 da Lei de Drogas "viola o princípio da intimidade e da vida privada" e seria inconstitucional.

##RECOMENDA##

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, disse na semana passada que a discussão se dará sobre se o porte de drogas para o uso é, de fato, uma infração. Ele afirmou que a lei de 2006, que trata sobre drogas, provocou resultado contrário ao esperado, aumentando o número de presos no País, em vez de reduzi-lo. O debate deve durar dois dias.

Vice-presidente jurídico da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Wladimir Reale é um dos inscritos como amigo da Corte no processo e sustentará que a descriminalização aumentaria o tráfico. "Do ponto de vista da segurança pública, será uma catástrofe. Vai aumentar o comércio ilícito e, por consequência, o tráfico de armas e a violência", diz ele.

Presidente da Associação Juízes para a Democracia, André Augusto Salvador Bezerra afirma que a descriminalização é um movimento importante para evitar a prisão de pessoas que não trazem prejuízos coletivos. "Temos de lembrar que um dos grandes fracassos de outros países é a guerra contra as drogas, que tem levado à criminalização de milhões no mundo."

Manifesto

Em manifesto divulgado na segunda-feira, 17, a Associação Brasileira de Psiquiatria, o Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação Nacional dos Médicos afirmam que o número de dependentes químicos vai aumentar, caso haja liberação para consumo próprio. "Não existe experiência histórica ou evidência científica que mostre melhoria com a descriminalização", diz o texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgará nesta quinta-feira, 13, uma ação que pode resultar na descriminalização das drogas para consumo próprio. Os ministros analisam a constitucionalidade do artigo 28 da Lei n. º 11.343, de 2006.

O recurso chegou ao Supremo em 2011 e tem repercussão geral, ou seja, servirá como base para decisões em casos semelhantes em todos os tribunais do País. A ação, proposta pela Defensoria do Estado de São Paulo, contesta uma decisão do Juizado Especial Cível de Diadema, na Grande São Paulo. A Justiça manteve a condenação de uma pessoa por portar 3 gramas de maconha. A argumentação apresentada pela Defensoria é de que o artigo 28 da Lei de Drogas "viola o princípio da intimidade e da vida privada" e é, portanto, inconstitucional.

##RECOMENDA##

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, classifica o julgamento como "um debate muito importante, que vai ter influência na definição da política de drogas no País". Contudo, o magistrado ponderou que este "não é um debate juridicamente fácil nem moralmente barato, mas precisa ser feito".

Barroso avalia que a abrangência da decisão dependerá da forma como o caso será apresentado ao colegiado pelo ministro relator, Gilmar Mendes. Caberá ao relator definir se a decisão valerá apenas para maconha - o caso concreto - ou para todo tipo de drogas ilícitas. Além disso, Barroso pondera que existem duas questões possíveis: "primeiramente saber se é constitucional ou não criminalizar o consumo de maconha"; e a segunda questão é "se é possível avançar num critério objetivo para que se distinguir o que seja consumo do que seja tráfico".

Na visão do ministro Marco Aurélio Mello, o problema de drogas deveria ser tratado do ponto de vista de saúde pública e não penal. Ele considera que a análise será restrita à questão sobre uso pessoal de drogas ser ou não crime. "Não dá para nós definirmos neste julgamento quem é usuário e quem é traficante", comentou. Para ele, essa distinção tem de ser feita caso a caso pelo juiz.

Para o ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB) Cézar Britto, embora a quantidade de droga que define usuário e traficante devesse estar presente em lei, ou seja, uma atribuição do Legislativo, o STF poderá modular o resultado, prevendo um limite para que uma pessoa seja considerada usuária. Já para o professor de Direito Penal da Fundação Getulio Vargas (FGV) Thiago Bottino, o ideal seria fixar quantidades. "A maior parte das legislações internacionais diferencia usuário de traficante na quantidade."

Saúde

Especialistas da área da Saúde divergem sobre a questão. Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antonio Geraldo da Silva afirma que, caso o Supremo decida descriminalizar o porte de drogas, o número de dependentes químicos no País, hoje na casa dos 20 milhões, vai aumentar. "Como médicos, nós não podemos ser favoráveis à facilitação do acesso a nenhuma substância que pode provocar uma doença", defende ele.

No caminho contrário, um grupo de pesquisadores das mais diversas áreas da Saúde e do Direito, reunidos por iniciativa do Instituto Igarapé, firmaram um documento em que defendem a descriminalização do porte de entorpecentes e propõem quais seriam as quantidades de drogas que diferenciariam um usuário de um traficante. "Não vejo nenhum sentido, nem prático nem ético, em criminalizar o usuário. Ele deve ser tratado pela Saúde, não pela Justiça penal", afirma Francisco Inácio Bastos, médico e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um dos signatários. (colaboraram Beatriz Bulla e Fabiana Cambricoli) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar se o porte de droga para consumo próprio deve deixar de ser considerado crime no País, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) posicionou-se na quarta-feira, 1, publicamente a favor da descriminalização. Vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz, com sede no Rio, é a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina.

"A nossa posição é muito clara: o direito fundamental inscrito na Constituição não permite a criminalização das pessoas enquanto usuárias. Achamos que o STF será muito sensível e esperamos que, de fato, demonstre que é inconstitucional a criminalização", afirmou o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, em entrevista durante o seminário Maconha: usos, políticas e interfaces com a saúde e direitos. Ele foi realizado pela instituição em parceria com a Escola de Magistratura do Rio.

##RECOMENDA##

Para Gadelha, que também preside a Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, o STF deve concluir que não há como criminalizar a opção que as pessoas tomam em sua vida íntima sem gerar riscos para outros. "O usuário que resolve usar uma droga é responsável por sua vida", disse.

Em palestra, o presidente da Fiocruz afirmou que "não existe qualquer tipo de evidência científica" que possa ser usada como fundamentação para distinguir as chamadas drogas lícitas e ilícitas. Ele citou os exemplos do álcool e da maconha para fazer a comparação. "É indiscutivelmente evidenciado que o álcool é muito mais prejudicial, do ponto de vista da saúde, seja no campo individual, seja no coletivo, com seus efeitos sobre a saúde pessoal, as interações sociais, a violência doméstica, os acidentes de trânsito."

Para Gadelha, a sociedade vive hoje momento de discussão de valores em meio a uma grave crise econômica e política com "exploração do medo e do desconhecimento".

O seminário, que termina na sexta-feira, 3, terá nesta quinta-feira, 2, a participação do presidente do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis do Uruguai, Augusto Vitale. Gadelha disse que as discussões serão importantes para a instituição definir posição sobre o cultivo de maconha para uso pessoal, prática já adotada em países como o Uruguai.

"Estamos aprendendo com várias experiências. Não temos modelos a serem copiados. Estamos centrando primeiro na tese de que a guerra às drogas fracassou e precisamos tratar esse tema vinculado à questão social mais ampla, dos direitos humanos e da saúde pública", disse o presidente da Fiocruz.

Mudança

Gadelha defendeu mudança em convenções internacionais sobre drogas no debate que a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) fará em 2016. "Ninguém com senso crítico e olhando para história vai imaginar que haverá eliminação do uso da droga por meio da repressão. Álcool é droga, tranquilizantes são drogas. No entanto, ninguém está propondo que se coloque polícia e prisão para quem usa tranquilizante ou álcool e prejudica sua saúde."

Representante do Ministério da Justiça no seminário, o diretor da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Leon Garcia, não quis se posicionar sobre o julgamento do STF, mas reconheceu que a subjetividade da lei possibilita a confusão entre usuários e traficantes. Ele afirmou que o governo tem "enorme preocupação com o fato de estarmos prendendo principalmente jovens pobres e negros". "Essa é uma situação que precisa mudar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados vai discutir um projeto de lei apresentado há mais de 20 anos para descriminalizar jogos de azar como jogo do bicho e cassinos. A criação de uma comissão especial para discutir o assunto foi anunciada esta semana pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

O requerimento de criação da comissão foi apresentado em março pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que disse querer discutir "todos os jogos do Brasil" para regularizá-los e tirá-los do "submundo". O deputado disse ter desengavetado o projeto apresentado pelo então deputado Renato Vianna (PMDB-SC) em 1991 atendendo a pedidos de prefeitos e governadores que amargam queda de arrecadação. "Estamos perdendo muitos impostos. Quero encontrar uma forma de regularizar o jogo e gerar impostos", afirmou Marquezelli.

##RECOMENDA##

A possibilidade da descriminalização da maconha divide médicos-psiquiatras. Nessa quinta-feira (19), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a discussão sobre a descriminalização da maconha e afirmou que a droga não transforma os usuários em "pessoas antissociais".O plenário julgava os recursos de duas pessoas contra as penas impostas pela Justiça com base na lei antidrogas. Barroso disse que os processos que chegam ao STF sobre tráfico de drogas envolvem, com regularidade, pessoas pobres e flagradas com pequenas quantidades de maconha.

O psiquiatra Dartiu Xavier, professor titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes (Proad), também defende a descriminalização da maconha há 30 anos sob o argumento de que estudos apontam que só 9% dos usuários da droga terão algum problema de saúde, como diminuição do raciocínio, da concentração, ou desenvolverão alguma dificuldade mental. "É a exceção, não é regra. O potencial danoso do consumo de álcool é muito maior", afirma.

##RECOMENDA##

Já o psiquiatra Valentin Gentil Filho, professor titular da Universidade de São Paulo (USP), é contra a descriminalização e afirma que os riscos à saúde existem, como depressão e psicoses, especialmente nas pessoas com alguma predisposição. "Quanto mais precoce, mais forte e mais frequente o consumo da maconha, maior o risco do surgimento de problemas de saúde, muitos deles irreversíveis, como quadro psicóticos de esquizofrenia", exemplifica o professor Gentil, que diz que o consumo de maconha não é mais seguro do que o de álcool.

Xavier diz acreditar que a liberação da droga não faria aumentar o número de dependentes. "No começo, aumentaria o consumo pela curiosidade das pessoas. Mas, com o tempo, a tendência é de queda", afirma. Já Gentil diz acreditar que haveria sim um aumento no número de dependentes e que o Estado gastaria muito mais para tratar a saúde deles. "Ainda assim, quanto você conseguiria reverter de uma esquizofrenia?", pergunta.

Os dois defendem que exista um amplo debate sobre o tema. Xavier diz que o fato de apoiar a descriminalização da maconha não significa que faz apologia ao uso da droga. "Ninguém vai parar de usar droga só porque ela é proibida." Gentil diz ser favorável ao debate amplo, e não apenas para resolver uma questão do Judiciário. "Não dá para, simplesmente, descriminalizar a maconha sem pensar no impacto disso na saúde das futuras gerações", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou nesta quinta-feira (19), em julgamento, que a maconha é uma droga que não transforma os usuários em "pessoas antissociais" e defendeu o debate sobre sua descriminalização. "Eu não vou entrar na discussão sobre aos malefícios maiores ou menores que a maconha efetivamente causa, mas é fora de dúvida que essa é uma droga que não torna as pessoas antissociais", afirmou durante a última sessão do ano do STF.

Em julgamento estavam dois habeas corpus que contestavam a definição de penas para duas pessoas presas portando entorpecentes. Em um dos casos, um homem de 28 anos foi preso com 70 pedras de crack. No outro, o homem preso portava 0,6 grama da mesma droga.

##RECOMENDA##

Barroso afirmou que, ao analisar os processos que chegam ao Supremo sobre tráfico de drogas, constatou que "boa parte das pessoas" presas são pobres que foram enquadradas como traficantes "por portar quantidades não significantes de maconha".

"E minha constatação pior é que jovens, negros e pobres entram nos presídios por possuírem quantidades não tão significativas de maconha e saem de presídios escolados no crime", afirmou o ministro. "Por esta razão que, em relação à maconha e nesse tópico penso que o debate público sobre descriminalização é menos discutir opção filosófica e mais se fazer escolha pragmática", argumentou.

Barroso disse que sua preocupação central relaciona-se o poder que a criminalização da droga garante aos traficantes em comunidades pobres e à prisão de jovens sem antecedentes criminais que, depois de cumprida a pena, terminam por praticar outros crimes. "Tenho essa compreensão de que boa parte dos presos do País incriminados com quantidades de maconha são pessoas não perigosas."

Um documento, assinado por sete ex-ministros da Justiça em favor da campanha que pretende descriminalizar o porte de entorpecentes para consumo próprio, deve ser entregue ainda nessa terça-feira, 16, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Na carta, as autoridades manifestam "sua posição pela inconstitucionalidade da repressão penal ao porte de drogas para uso próprio", argumentando que o Brasil é um Estado constitucional fundado na dignidade humana, na pluralidade política e na liberdade individual.

Os sete ministros - Tarso Genro, Márcio Thomaz Bastos, Aloysio Nunes Ferreira Filho, Miguel Reale Júnior, José Gregori, José Carlos Dias e Nelson Jobim - participaram dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

##RECOMENDA##

Segundo o movimento Viva Rio, autor do texto, o manifesto endossa recurso que está no Supremo e do qual Gilmar Mendes é relator. A decisão a ser tomada pelo plenário do STF terá de ser aplicada aos demais processos sobre o tema em instâncias inferiores.

No documento, os ex-ministros afirmam que experiências em países como Portugal, Espanha, Colômbia, Argentina, Itália e Alemanha demonstram que a descriminalização do uso individual de drogas foi "um importante passo para racionalizar uma política de combate ao narcotráfico que não transforme a principal vítima do produto ilícito no objeto da persecução".

A manifestação de apoio a campanha "Lei de Drogas: é preciso mudar" acontece na mesma semana em que deve ser votado o projeto de lei do deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) que pretende ampliar a pena para o tráfico de drogas. O grande problema desse projeto, segundo o Viva Rio, é que ele não especifica a quantidade de droga que diferencia um traficante de um usuário.

A nova proposta estabelece critérios objetivos de diferenciação entre traficantes e usuários e apresenta algumas soluções para modificar a lei 11.343, que regula a política de drogas no Brasil - como a descriminalização do consumo e o tratamento do dependente pela área da saúde e da assistência social. Ainda de acordo com o movimento, desde que a lei entrou em vigor no País, em 2006, o número de presos por crimes relacionados às drogas no país dobrou. "A maioria desses presos nunca cometeu outros delitos, não tem relação com o crime organizado e portava pequenas quantidades da droga no ato da detenção", afirma a organização em nota.

Sete ex-ministros da Justiça vão levar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, um documento assinado por todos em favor da campanha que pretende descriminalizar o porte de entorpecentes para consumo próprio. Na carta, as autoridades manifestam "sua posição pela inconstitucionalidade da repressão penal ao porte de drogas para uso próprio", argumentando que o Brasil é um Estado constitucional fundado na dignidade humana, na pluralidade política e na liberdade individual. Segundo informações do movimento Viva Rio, o documento será entregue pelo grupo ainda nessa terça-feira, 16.

Os sete ministros - Tarso Genro, Márcio Thomaz Bastos, Aloysio Nunes Ferreira Filho, Miguel Reale Júnior, José Gregori, José Carlos Dias e Nelson Jobim - participaram dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

##RECOMENDA##

A carta endossa recurso que está no Supremo e do qual Gilmar Mendes é relator. A decisão a ser tomada pelo plenário do STF terá de ser aplicada aos demais processos sobre o tema em instâncias inferiores.

No documento, os ex-ministros afirmam que experiências em países como Portugal, Espanha, Colômbia, Argentina, Itália e Alemanha demonstram que a descriminalização do uso individual de drogas foi "um importante passo para racionalizar uma política de combate ao narcotráfico que não transforme a principal vítima do produto ilícito no objeto da persecução".

A manifestação de apoio a campanha "Lei de Drogas: é preciso mudar" acontece na mesma semana em que deve ser votado o projeto de lei do deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) que pretende ampliar a pena para o tráfico de drogas. O grande problema desse projeto, segundo o Viva Rio, é que ele não especifica a quantidade de droga que diferencia um traficante de um usuário.

A nova proposta estabelece critérios objetivos de diferenciação entre traficantes e usuários e apresenta algumas soluções para modificar a lei 11.343, que regula a política de drogas no Brasil - como a descriminalização do consumo e o tratamento do dependente pela área da saúde e da assistência social. Ainda de acordo com o movimento, desde que a lei entrou em vigor no País, em 2006, o número de presos por crimes relacionados às drogas no país dobrou. "A maioria desses presos nunca cometeu outros delitos, não tem relação com o crime organizado e portava pequenas quantidades da droga no ato da detenção", afirma a organização em nota.

O governo colombiano apresentará perante o Congresso um projeto de lei para descriminalizar a posse de uma dose mínima de drogas sintéticas, anunciou nesta quarta-feira a ministra da Justiça, Ruth Stella Correa.

"Devemos aceitar que a Colômbia é um país consumidor, esta também é nossa realidade, e que não podemos colocar na prisão os consumidores, mas devemos atendê-los", disse a ministra à rádio local Blu.

A proposta "busca homologar a quantidade de drogas já permitida, com uma quantidade equivalente em drogas sintéticas", explicou.

Esta iniciativa, que envolveria drogas como o êxtase, será entregue em março ao Parlamento no âmbito de um novo estatuto antidrogas nacional preparado pelo ministério da Justiça.

Na Colômbia, o principal produtor de cocaína do mundo, a posse de doses pessoais de maconha (20 gramas) e de cocaína (um grama) foi descriminalizada em 1994.

Em julho de 2012, uma lei estabeleceu que o vício em drogas deve ser considerado um problema de saúde pública, e os consumidores tratados como pacientes, e não como delinquentes.

"Não podemos continuar colocando o consumidor na prisão, temos que atendê-lo, ressocializá-lo e dar a eles as oportunidades correspondentes", afirmou Correa, que antecipou que também será proposta a criação de centros de reabilitação e desintoxicação regulados pelo Estado.

A ministra esclareceu que as políticas proibitivas e carcerárias continuarão operando contra os produtores, traficantes e distribuidores de entorpecentes.

Por 50 votos a 49, a Câmara do Uruguai aprovou, no fim da noite de terça-feira (25), um projeto de lei que descriminaliza o aborto até a 12.ª semana de gestação. Em caso de estupro, o aborto poderá ser feito até a 14.ª; em caso de risco para a mãe, não haverá prazo limite. Para fazer o procedimento, a mulher terá de explicar sua decisão para um tribunal.

O texto muda a proposta que havia sido aprovada pelo Senado em dezembro. Por isso, o projeto volta ao Senado, onde não deve ter problemas para sua aprovação final, já que o partido governista da Frente Ampla tem maioria absoluta. Se o projeto for ratificado, o Uruguai será o primeiro país da América do Sul a descriminalizar o aborto.

##RECOMENDA##

A proposta do partido do governo foi rejeitada duas vezes. A última delas, a denominada Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, foi vetada pelo então presidente Tabaré Vázquez, em 2008, que citou a justificativa "razões filosóficas e biológicas", provocando uma crise partidária. O presidente José "Pepe" Mujica já anunciou que não vetará o projeto.

A Frente Ampla teve o apoio de um dos deputados do Partido Independiente (PI, de centro), Iván Posada, que compensou a perda do voto de um deputado governista, Andrés Lima, autorizado pelo partido a votar contra a matéria. Tanto a Frente Ampla quanto o Partido Colorado (de centro-direita) decidiram aplicar a disciplina partidária para o tratamento da matéria.

A medida fez com que vários deputados declarassem, antecipadamente, a decisão de se retirar do plenário na hora da votação, para serem substituídos por suplentes.

Para seus defensores, a lei dará à mulher "as maiores garantias" para realizar o aborto, como afirmou Posada. Já os contrários, como o Partido Nacional, evocaram o "direito à vida" e "a defesa dos direitos humanos". O texto estabelece que toda mulher "terá direito a decidir sobre a interrupção voluntária de sua gravidez durante as primeiras 12 semanas da gestação".

De acordo com o deputado governista Juan Carlos Souza, o projeto "não legaliza o aborto, mas abre uma instância importante para que as mulheres decidam livremente se vão abortar, com adequado apoio médico e legal, sem que sejam consideradas criminosas".

Tribunal

Para a líder do ONG Mulher e Saúde no Uruguai, Marta Aguñin, o projeto não descriminaliza totalmente a interrupção voluntária da gravidez porque obriga a mulher a se apresentar a um tribunal integrado por médicos e assistentes sociais para explicar sua decisão.

Aguñin diz que o tribunal "é moralizante" e determina que a mulher pense por cinco dias. Ela afirma que ninguém garante que o sistema de saúde público ou privado esteja em condições de oferecer os serviços no período determinado pela lei. Se o processo demorar mais do que o prazo estipulado, o aborto continuará sendo um delito e a mulher corre o risco de ser punida. Pesquisa divulgada na semana passada mostrou que 52% dos uruguaios apoiam a iniciativa; 34% são contrários. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Comissão de Juristas do Senado, que discute mudanças no Código Penal, aprovou nesta segunda-feira proposta para descriminalizar o porte de drogas para consumo próprio. Pelo texto, não haveria mais crime se um cidadão fosse flagrado usando entorpecentes. Atualmente, a conduta ainda é considerada crime, mas sujeita à aplicação de penas alternativas.

Os juristas, porém, sugeriram uma ressalva para a hipótese do uso de drogas. A pessoa poderá responder a processo caso consuma "ostensivamente substância entorpecente em locais públicos, nas imediações de escola ou outros locais de concentração de crianças ou adolescentes ou na presença destes". Nessa hipótese, o usuário ficará sujeito a cumprir uma pena alternativa,

##RECOMENDA##

se for condenado. A pena envolveria uma advertência sobre os efeitos do consumo de drogas, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

O relator da comissão e procurador regional da República, Luiz Carlos Gonçalves, disse que o colegiado deu um passo para propor o fim da dúvida sobre se o porte de drogas para uso próprio é um ato criminoso ou não. Ele disse que a legislação atual, a Lei 11.343/2006, não é clara o suficiente nesse aspecto. A comissão sugeriu que a quantidade estipulada para consumo próprio será aquela em que a pessoa se valeria para uso durante cinco dias.

Tráfico

Os juristas decidiram que, pela proposta, o simples fato de ser realizada venda de uma substância entorpecente seria considerado tráfico de drogas. "Se a pessoa é surpreendida vendendo, não importa a quantidade, é tráfico", disse o relator. A comissão vai discutir essa tarde se cria a figura de tráfico de drogas com maior ou menor potencial lesivo, com penas diferentes para variados tipos de substâncias.

O conselho tem até o final do mês de junho para apresentar uma proposta de reforma do Código Penal ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Caberá à Casa decidir se transforma as sugestões dos juristas em um único projeto ou as incorpora em propostas que já tramitam no Congresso.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando