Tópicos | desigualdade salarial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta segunda-feira (3), o projeto de lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre homens e mulheres quando exercerem trabalho equivalente ou a mesma função. O PL 1.085/2023 foi aprovado no mês passado pelo Congresso Nacional e agora deverá ser regulamentado por decreto. 

O projeto, que agora foi transformado em lei, é de autoria do Executivo, e prevê aplicação de multa ao empregador que descumprir a igualdade salarial para mesmas funções e competências profissionais. A multa será equivalente a dez vezes o valor do novo salário devido. Em caso de reincidência, o valor será dobrado. Atualmente, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é prevista multa de um salário mínimo regional. 

##RECOMENDA##

"Nesse governo, o empresário que não cumpra [a equivalência salarial], vai ter que enfrentar a legislação brasileira, a lei", afirmou Lula durante cerimônia de sanção, ocorrida na Base Aérea de Brasília.

  Mesmo com pagamento da multa, a pessoa discriminada pode ingressar com pedido de indenização por danos morais. Para dar eficácia à nova lei, o governo federal instituiu canais de denúncia sobre o descumprimento da igualdade salarial por parte de empresas e entidades em geral.

As pessoas podem encaminhar os casos por meio de um portal do Ministério do Trabalho ou pelo telefone: Disque 100, Disque 180 ou Disque 158.

Desigualdade estrutural

No Brasil, uma mulher ganha, em média, 78% dos rendimentos de um homem, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso de mulheres pretas ou pardas, o percentual cai para menos da metade (46%) dos salários dos homens brancos. 

"Nós, mulheres, aguardamos por esse dia há pelo menos 80 anos. A obrigatoriedade do salário igual para trabalho igual entre mulheres e homens existe desde 1943 no Brasil, com a implementação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Desde então, houve pouquíssimo avanço nesse sentido", afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. 

De acordo com o Palácio do Planalto, não houve vetos ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo. Na tramitação no Congresso, os parlamentares fizeram algumas mudanças no texto original. Entre elas, a empresa fica dispensada da exigência de igualdade salarial quando adotar a previsão por meio de negociação coletiva, plano de cargos e salários, regra não estabelecida pela CLT. Pelo projeto, as empresas deverão apresentar relatórios para que fiscais possam comparar os valores pagos a homens e mulheres. 

Outras medidas previstas são a disponibilização de canais específicos para denúncias; promoção e implementação de programas de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho por meio da capacitação de gestores, lideranças e empregados e empregadas sobre a temática da equidade de gênero no mercado de trabalho, com aferição de resultados; e fomento à capacitação e formação de mulheres para ingresso, permanência e ascensão no mercado de trabalho em igualdade de condições com os homens. 

Outras medidas Durante a mesma cerimônia, o presidente Lula também sancionou a lei que garante, no programa Bolsa Atleta, a manutenção do pagamento da bolsa à atleta gestante ou puérpera. 

Outra medida sancionada pelo presidente foi a mudança da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia, para incluir o assédio moral, o assédio sexual e a discriminação entre as infrações ético-disciplinares no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Uma pesquisa anual sobre o uso do tempo realizada pelo Departamento do Trabalho dos EUA (Labor Department’s) mostrou que as mulheres norte-americanas estão trabalhando mais e tendo cada vez menos tempo para o lazer. O tempo de trabalho também inclui as atividades domésticas, designadas como responsabilidades das mulheres na maior parte do tempo. O levantamento também chamou atenção para a diferença salarial entre homens e mulheres, que no caso do sexo feminino, ainda é inferior. 

De acordo com o estudo, tal desigualdade pode estar ligada ao baixo índice de desemprego no país, que já é o menor desde 1969. Além disso, existe a questão da expansão econômica no Estados Unidos, cuja a mão de obra tem sofrido queda. 

##RECOMENDA##

Contudo, o maior motivo do crescimento das disparidades de gênero no mercado de trabalho ainda é o fato de que as mulheres tendem a assumir afazeres em casa e cuidar dos filhos, mais do que os homens. O departamento indicou que mesmo os homens se dedicando mais na última década com as ocupações domésticas, como fazer refeições, e limpar a casa, as mulheres gastam do próprio tempo três vezes a mais para realizar os mesmos serviços.

Segundo dados da pesquisa, o grupo de trabalhadores com maiores salários nos EUA (que tem os homens como maioria), é o que mais aproveita momentos de lazer, bem como para fazer, durante 30 minutos diários, exercícios físicos.

No quesito qualificação profissional: cerca de 29,5 milhões de trabalhadoras norte-americanas possuem diploma universitário, número que ultrapassou o sexo masculino este ano. 

O Escritório de Estatística da União Europeia (UE) divulgou um estudo que aponta as particularidades da desigualdade salarial na Europa. A análise mostra que, em média, a cada euro recebido por um homem, as mulheres ganham cerca de 84 centavos  – 16% a menos.

O relatório ainda aponta que a porcentagem varia de acordo com os países: na Romênia, a diferença é de 5%, já na Estônia, o número atinge 30%.

##RECOMENDA##

Entre os países que registraram desigualdades salariais abaixo dos 10%, estão: Romênia (5,2%), Itália (5,3%), Luxemburgo (5,5%), Bélgica (6,1%), Polônia (7,2%), Eslovênia (7,8%) e Croácia (8,7%).

Por outro lado, os países com desigualdades superiores a 20% são: Estônia (25,3%), República Tcheca (21,8%), Alemanha (21,5%), Reino Unido (21,0%) e Áustria (20,1%).

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando