Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT) acusou, nesta quinta-feira (28), o senador Antônio Anastasia (PSDB) de cometer pedaladas fiscais e assinar mais de 100 decretos de suplementação orçamentária sem o aval do Legislativo entre 2011 e 2014, período em que o tucano foi governador de Minas Gerais. De acordo com o petista, documentos que comprovam as irregularidades do ex-governador mineiro foram entregues a ele na manhã de hoje.
Para o Humberto Costa, as ações desqualificam a atuação de Anastasia como relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) já que, segundo ele, o tucano cometeu as mesmas práticas de que acusa a presidente.
##RECOMENDA##"Ela [Dilma Rousseff], aliás, só responde por ter editado 6 decretos orçamentários. Anastasia assinou mais de 100”, crava Humberto. “O então governador Anastasia pedalou em 2012, 2013 e 2014. O trabalho dos auditores mostra que ele fez suplementação orçamentária sem aval do Legislativo, além de desrespeitar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ele não cumpriu a meta fiscal em todos esses anos", acrescenta.
De acordo com o pernambucano, Antônio Anastasia também descumpriu as metas definidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal para os investimentos em saúde e educação. “O descumprimento das normas causou um prejuízo de R$ 8 bilhões em cada uma das áreas, em valores da época. Os técnicos do Tribunal de Contas identificaram tudo isso e fizeram diversas recomendações para corrigir as más práticas”, registrou o líder do governo.
Humberto Costa apontou ainda que os governos do PSDB em Minas Gerais na última década foram alvo do Tribunal de Contas do Estado. Segundo ele, as gestões listaram até vacina de cavalo como gastos de saúde. “Vejam bem a visão tucana: vacina para cavalo como gasto de saúde. Eles criaram as cavalgadas fiscais”, afirmou Humberto.
O senador também disse que o então governador Anastasia lançou mão de fundos que estavam no Banco do Brasil, entre eles de servidores, para pagamento de outras despesas, o que se contrapõe, segundo Humberto, à chamada pedalada do Plano Safra, parte da denúncia contra Dilma. “A pedalada em Minas causou um prejuízo de R$ 7 bilhões. O Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais, hoje, é deficitário. Entre outros problemas, Minas Gerais ficou, durante vários anos, sem o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP)”, afirmou.