Tópicos | Dia do Disco

Desde o ano de 1978, a data de 20 de abril é lembrada como o Dia do Disco no Brasil. A escolha de colecionadores dos tradicionais "bolachões de vinil" homenageou o dia da morte do cantor e compositor Ataulfo Alves (1909-1969).

Os discos, que saíram de circulação com o advento dos CDs e da tecnologia,  voltaram à moda em uma onda de nostalgia retrô. Para alguns, no entanto, o vinil nunca deixou de tocar na vitrola e no coração. Para a assessora de imprensa Natália Helen, de 33 anos, a infância em meio aos discos dos pais e da irmã mais velha foi a principal influência para que a música a acompanhasse desde os tempos de criança.

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"Meus pais trouxeram os clássicos do rock e minha irmã sucessos estrondosos do começo da década de 1990 como o Black Album (1991), do Metallica", conta. Colecionadora desde a adolescência, a jornalista ressalta que, além de ser fã de todas as vertentes do rock e de bandas como Bee Gees, algumas peculiaridades do vinil a conquistaram.

"Sempre gostei do som chiado proporcionado pelo disco de vinil, coisa completamente eliminada nos CDs. Parecia que eu estava vivendo aquela época em que o disco foi gravado", destaca. Casada há dez meses, Natália ainda não conseguiu levar a coleção de 300 exemplares para a nova casa, mas dá a sua dica para os leitores do LeiaJá para a trilha sonora perfeita no Dia do Disco: "por toda a revolução que causou na música e em uma geração, Nervemind (1991), do Nirvana.

Outro que segue a vertente do rock n' roll e coleciona raridades é o engenheiro têxtil Alessandro Pecego, de 47 anos. "Meus avós tinham o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) e o Magical Mystery Tour (1967) dos Beatles. Eu adorava aquela capa, então minha mãe me dava a capa e colocava o disco na vitrola da minha avó e eu ficava ouvindo", lembra Pecego.

Mesmo tendo que se desfazer de parte do acervo da família, o engenheiro conta que há pouco mais de 15 anos voltou a alimentar as prateleiras com vinis clássicos. "Na época o dólar estava num valor bacana, então quase toda semana eu batia na Galeria do Rock (espaço comercial na região central de São Paulo) e  comprava, tenho várias reedições dos vinis clássicos de 180 gramas e boxes maravilhosos", destaca.

Para afastar o tédio na quarentena, Pecego elabora sua playlist com o que considera de melhor na coleção. "Gosto muito do Eric Clapton, tem um disco dele ao vivo junto com o JJ Cale (1938-2013), esse disco eu toco direto. Posso citar o último trabalho solo do Bruce Springsteen, 'Western Stars' (2019), é um disco contemplativo, que me acalma bastante nesse período de reflexão e isolamento", considera.

Fã de bandas consideradas clássicas como Rush, Deep Purple e Whitesnake, além do trabalho mais recente da cantora estadunidense Beth Hart (War In My Mind), Pecego revela que tem um jeito especial de curtir o seu som. "Procuro pôr na sequência: Clapton, depois uma banda mais antiga, depois vou caminhando em ordem cronológica e eu ponho o disco inteiro, lado A, lado B, não fico pulando faixa, coloco o disco todo para ouvir", declara o colecionador, que recomenda o Western Stars como ideal para celebrar o Dia do Disco.

Já o cabeleireiro e DJ Charles Soares, de 56 anos, é colecionador de discos há mais de três décadas, mais precisamente desde o ano de 1986. "Comprava nas galerias, eu era aficcionado, via um sebo com discos e entrava, mesmo com a rinite atacada, para comprar", diverte-se.

Charles Soares é aficcionado pelo bom e velho vinil. Foto: arquivo pessoal

Adepto da discotecagem e da dança, Soares embalou pela vertente da Black e da Soul Music. "Eu gosto de escutar música, de discotecar, mas gosto de dançar também então eu sempre fui do Soul, naquela época era o Soul Music e era muito bom", recorda.

Em tempos de pandemia, Soares está inclusive reunindo-se com os amigos via Internet para tocar nas transmissões ao vivo. "A trilha sonora do isolamento é Disco Music, Black Music, Funk dos anos 1980, New Wave e bandas como Cool And The Gang, Smiths, Devo, algumas indicações são essas, tenho muita coisa", afirma o cabeleireiro.

Além de clássicos como  Elvis Presley (1935-1977), Kurtis Blow, Rick James (1948-2004), AC/DC, Madonna, Michael Jackson (1958-2009), Soares também registra seu trunfo para o Dia do Disco. "Eu vou indicar um, inclusive ele faleceu semana passada: Vaughan Mason (1950-2020) com o disco "Bounce, Rock, Skate, Roll" (1980).

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