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O futebol feminino ainda vive às sombras do masculino no Brasil, mas a lei do Profut, que obriga os clubes a manterem a modalidade em funcionamento para disputar os torneios nacionais, pode trazer uma mudança no quadro. Entretanto, existe uma preocupação de que a imposição possa ter um efeito contrário no pensamento dos dirigentes que regem os times brasileiros.

"Eu vejo como uma medida pública, como se fosse uma política pública, sendo os clubes obrigados à realizar. Eu acho que tudo feito por obrigação corre o risco de ser mal feito. Mas vamos contar com o bom senso, a dignidade e caráter dos dirigentes para fazer um futebol feminino decente, como é no Sport", opina o treinador da equipe feminina do Sport, Jonas Urias.

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Não é que a ideia de garantir a existência da categoria nos clubes seja o problema, e sim a forma como se é cobrado de cada equipe, da menor até os gigantes da elite. "As leis são feitas para ser seguidas, mas exigem precedentes. Imagina só disputar campeonatos quem tem base, vai ser difícil. Uma equipe feito o Santos tem subsídios para este sistema, mas é diferente de um Vitória ou Sport", afirma o técnico do Vitória de Santo Antão, Diego Melo.

Mas ter como pré-requisito é uma medida que agrada. "Essa questão de obrigar é válida, mas atendendo as necessidades de cada clube. Quer jogar o Pernambucano masculino, tem que usar o feminino. Para jogar a Libertadores também, mas entendendo a realidade", completa o técnico do Vitória.

A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) aprova a medida e se mostra otimista quanto ao futuro do futebol feminino no Estado. "A Federação vem investindo há mais de cinco anos. O futebol feminino sempre foi visto e prestigiado por nossa gestão. Com essa alteração no Profut, tomou uma dimensão privilegiada e no próximo ano será ainda maior", garante o diretor de futebol amador da FPF, Jorge Vieira.

Vieira crê que a modalidade tende a passar de 'viável' para rentável. "Ele não é inviável em lugar algum. A intenção da lei é fazer com que a modalidade se torne mais rentável. Com o esforço que está sendo aplicado, em três ou quatro anos já teremos um cenário bem diferente", declara.

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Passado o Brasileiro, no qual Sport e Vitória de Santo Antão não seguiram para as próximas fases, e o Campeonato Pernambucano, decidido neste sábado (1º), os clubes pernambucanos agora buscam maneiras de seguir em atividade no segundo semestre deste ano. Como a Confederação Brasileira de Futebol criou as Séries A1 e A2 do Brasileiro e estendeu o torneio, a Copa do Brasil saiu do calendário do futebol feminino. Resultado: as equipes não terão jogos oficiais até 2018.

"Competições oficiais a gente não tem. Temos planos para campeonatos dentro do Nordeste, um já confirmado para novembro e outro para se confirmar em setembro. Infelizmente, o feminino vive um momento de transição positiva, mas ainda precisa de ajustes, um deles é o calendário", afirmou o treinador do Sport, Jonas Urias.

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Em uma situação financeira mais complicada, o Vitória ainda não tem nada confirmado e depende do esforço de seu presidente para se manter. O técnico Diego Melo espera que a repercussão da final ajude a conseguir mais atenção para a modalidade. Inclusive da própria Federação Pernambucana de Futebol, que ao ver do comandante ainda não é suficiente.

"A gente sabe que o calendário está parado até o ano que vem. Entrei em contato com o presidente para que possamos disputar campeonatos e não deixar as meninas paradas. E vamos torcer que as pessoas possam incentivar mais o futebol feminino, a gente viu um público grande. Por que não levar essa final para a Arena? Tem que haver mais atenção, a Federação tem que melhorar muita coisa, porque tem que começar de cima para os clubes terem força e crescer", comentou.

A solução para o hiato entre competições pode vir da própria FPF. De acordo com o diretor do departamento de futebol amador da federação, Jorge Vieira, é provável que um novo torneio seja realizado em Pernambuco. "Infelizmente nossos times ficaram pelo caminho no Brasileiro, mas estamos estudando realizar uma Copa ainda este ano, após setembro, para movimentar estas atletas. Seria algo curto, de dois meses para dar visibilidade às mulheres do nosso futebol", contou o dirigente.

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