Tópicos | doenças negligenciadas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, nesta segunda-feira (30), um maior investimento no combate às doenças tropicais negligenciadas, que afetam mais de 1,6 bilhão de pessoas, principalmente, em países menos desenvolvidos.

Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) – como dengue, chikungunya e hanseníase – são frequentes em áreas onde há escassez de tratamento de água e no acesso a cuidados de saúde.

"Essas doenças são 'negligenciadas', porque estão quase totalmente ausentes dos planos de ações globais de saúde", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no Dia Mundial das DTNs.

Em 2021, cerca de 1,65 bilhão de pessoas precisaram de tratamento para algumas dessas DTNs, ou seja, 80 milhões a menos do que em 2020.

O número de pessoas que precisam de tratamento caiu na última década. Apesar das dificuldades, 47 países eliminaram pelo menos uma dessas doenças até o final de 2022. Esse tipo de doença inclui cerca de 20 condições que ocorrem, principalmente, em áreas tropicais, ou que afetam as comunidades mais pobres.

Essas patologias, como a doença de Chagas, a dengue e a hanseníase, decorrem de diferentes patógenos, como vírus, bactérias, mas também parasitas, fungos e toxinas. Esses quadros epidemiológicos são complexos e, muitas vezes, estão relacionados com as condições ambientais.

Nesta terça-feira (26), será divulgado o resultado de dois anos de atuação do Projeto Sanar, programa que visa combater às doenças negligenciadas como o Tracoma, Esquistossomose, Geo-Helmintíase, Doença de Chagas, Hanseníase, Filariose e Tuberculose. Evento acontecerá no auditório Guararapes do Centro de Convenções (Cecon-PE), a partir das 8h30, em Olinda.

O projeto percorreu 108 municípios pernambucanos considerados prioritários. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), todas as doenças mencionadas possuem tratamento e medicamentos conhecidos, mas ainda acometem uma representativa parcela da população, principalmente, a de baixa renda.

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Durante o seminário, cinco municípios selecionados irão apresentar suas experiências exitosas para controle das doenças. Santa Cruz fará explanação sobre a doença de Chagas; Venturosa sobre tracoma; Recife, filariose; Lagoa Grande em relação à hanseníase; e Jaboatão dos Guararapes sobre esquistossomose e geo-helmintíase. As localidades foram escolhidas por meio de concurso promovido pela Secretaria Estadual de Saúde.

Balanço prévio - Segundo o monitoramento do Programa, entre 101 mil pessoas examinadas para saber se elas estavam infectadas pela filariose, apenas 5 tiveram resultado positivo e logo foram encaminhadas ao tratamento. Com isso, o Estado já iniciou o processo de certificação da eliminação da doença junto a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). No Brasil, a filariose era considerada endêmica apenas nos municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista.

No caso da doença de Chagas, foram exterminados 2,5 mil vetores da doença, após inspeção em 29.149 residências. Por meio do Programa, também houve o aumento da oferta do exame sorológico, para confirmar os casos, nas 12 regiões do Estado, agilizando o diagnóstico e, caso necessário, o tratamento. Em relação ao tracoma, 98 mil crianças foram examinadas e 2,8 mil pessoas tratadas.

A Prefeitura do Recife lançou, na manhã desta quarta-feira (11), o Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas, denominado Sanar Recife. O objetivo do projeto é combater quatro doenças principais: hanseníase, tuberculose, filariose e geo-helmintíases, sendo o município pioneiro nesse programa no País.

Recife ocupa o segundo lugar em mortalidade de tuberculose entre todas as capitais nacionais e, em 2011, teve uma taxa de 45 por 100 mil habitantes para hanseníase. Quanto à geo-helmatíases teve uma prevalência maior a 20%, em 2012, em escolas da rede municipal. E, em relação à filariose, quatorze bairros recifenses são prioritários por apresentarem índice de positividade.

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Para que as doenças sejam combatidas, ações como assessoria das Unidades de Saúde, fortalecimento da assistência laboratorial e ações educativas de saúde farão parte do programa. A meta é reduzir a incidência de hanseníase, de tuberculose, de geo-helmintíase e eliminar a filariose até 2016, aumentando a capacidade de identificação e de tratamento dessas doenças.

O prefeito Geraldo Júlio falou sobre o programa e a sua importância para o Recife. “Não podemos deixar de lado o cuidado com esse tipo de doença que atinge exatamente aquela população mais vulnerável, e atingindo essa população mais vulnerável, deixa-as também sem condições de ascensão social. Então para combater a desigualdade é importante dar atenção a essas doenças. São doenças históricas que a gente precisa afastar aqui da nossa cidade”.

 

As doenças negligenciadas devem ganhar uma atenção especial por parte do Governo do Estado que pretende traçar um plano de atividades para o combate às enfermidades. As ações serão implantadas em Jaboatão do Guararapes e no Recife.

Ao todo, essas as duas cidades possuem quatro doenças que são tratadas como prioridade. Duas delas, hanseníase e tuberculose, que serão trabalhadas por meio de parcerias do Estado com as prefeituras municipais.

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Nesta quinta-feira (14), o secretário-executivo de Vigilância em Saúde da SES, Eronildo Felisberto, reúne-se com os secretários de Saúde Jaílson Correia (Recife) e Jessiane Paulino (Jaboatão) para traçar um plano de atividades. De acordo com o coordenador do Sanar, Alexandre Menezes, é natural que o maior número de casos de hanseníase e tuberculose, em Pernambuco, sejam nas duas cidades por causa do contingente populacional. 

Em 2012, foram 4.397 casos de tuberculose registrados em Pernambuco, sendo 1.493 no Recife e 390 em Jaboatão. Já no caso da hanseníase, foram 2.633 casos no Estado, com 684 no Recife e 225 em Jaboatão. Além das duas doenças, Jaboatão foi incluso no Sanar como prioritário para filariose e esquistossomose. Já Recife também trata como prioridade a erradicação da filariose..

SANAR – Em 2011, a SES lançou o Programa Sanar, que, até 2014, pretende reduzir ou eliminar sete doenças transmissíveis negligenciadas (tracoma, doença de Chagas, hanseníase, filariose, esquistossomose, helmintíase e tuberculose) que apresentam indicadores inaceitáveis no Estado, e que possuem maior incidência na população de baixa renda. O investimento é de R$ 5,6 milhões até 2014.

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