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Em um vídeo que circula nas redes sociais, o pastor Orisvaldo Nunes de Lima, presidente da Assembleia de Deus em Alagoas, surge pregando o relato de um suposto encontro com uma fiel, também assembleiana. Na lembrança, Orisvaldo diz ter encontrado uma “irmã” em um shopping center e notou que ela usava uma vestimenta proibida pela doutrina da denominação religiosa. O relato foi feito durante um Culto de Doutrina e publicado em páginas de conteúdo cristão. 

O ministro disse que, ao ver a irmã, ficou abismado pelo fato dela usar um short curto. No encontro, o pastor também revelou que o marido estava presente, e ainda cumprimentou com a 'Paz do Senhor'. 

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"Irmão, hoje em dia o povo se converte e continua andando seminua por aí a fora. Roupas escandalosas. Um dia desses, eu encontrei uma pessoa no shopping com um short, uma pessoa que diz que é crente, que é até metida a 'cantadeira', glória a Jesus, com um short, irmãos. Faz vergonha até dizer e o marido de lado: 'Paz do Senhor, irmão Orisvaldo'. Eu disse: mas que cabra besta”, declarou Orisvaldo. 

Para o presidente da Assembleia de Deus, o “verdadeiro crente aborrece”, no sentido de que, ao se converter, o protestante precisa abdicar do que o aproximava da vida “sem Deus”. Ele defendeu a sã doutrina e disse que o crente criado em uma doutrina santa jamais usa vestimentas “sensuais”. 

“Irmão, quando a pessoa se converte, ela aborrece. Não precisa pastor falar, não precisa pastor dizer. Eu sou de um tempo, das conversões, da pessoa aceitar Jesus e jogar fora sem ninguém mandar, aborrece. A carteira de cigarro, quem já viu? Alguém se converter e jogar a carteira no chão e pisar de pé? Quem já viu? Pessoas arrancarem adereços sem ninguém mandar, arrancar e jogar no chão. Pessoas pegar garrafas de uísque, já vi pessoas jogarem fora”, continuou o pastor. 

Ele acrescentou: “Porque quando a pessoa se converte, ela aborrece. Para quer você quer esse short? Para quer você quer essa frente única? Para quer você quer essa minissaia? Para quer você quer essa calça arrochada? Minha irmã, a bíblia diz que quando a gente se converte, a gente aborrece”. 

Na internet, são centenas os comentários que concordam com o ministro e relatam experiências similares ao se converter ao Evangelho. “Eu joguei tudo há onze anos atrás quando aceitei a Jesus!”, “o Evangelho é mudança de vida” e “Tá certo uai! Tá na igreja que tem o dogma tem que obedecer” foram alguns dos comentários em favor do sermão. 

Confira a pregação no vídeo abaixo: 

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“Tire os sapatos! Aqui só entra descalço, pois o solo é sagrado”, avisa a placa em frente ao terreiro. O som forte do tambor, os cânticos entoados e o cheiro de ervas convidam a entrar. O bairro é Vasco da Gama, Recife. Na parte interna da casa, velas de diversas cores, pratos de comida espalhados pelo chão e imagens de orixás e caboclos, completam o cenário. Gritos e gemidos saem de uma sala, algumas pessoas que estão no espaço começam a se debater, e a falar uma linguagem desconhecida. A cena descrita faz parte de uma cerimônia de umbanda, chamada gira, na qual as pessoas rezam, cantam, dançam e incorporam várias entidades.

Este mesmo ritual ocorre em todo o País desde a constituição da crença, datado de 15 de novembro de 1908. Há dois anos, a data foi oficializada como o Dia Nacional da Umbanda.  Porém, devido ao preconceito e o desconhecimento que o culto ainda carrega pouco se tem a comemorar. “Para muita gente a umbanda é sinônimo do mal, de ‘macumba’, despacho”, diz o engenheiro e funcionário público, Jairo Jogaib.

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Carioca, Jairo teve o primeiro contato com a religião há 14 anos, no Recife. “Eu era católico, assim como meus pais. Fui parar na umbanda por acaso. Minha esposa foi chamada por uma amiga para fazer uma consulta e fui acompanhar. Assim que cheguei senti uma coisa diferente e quando começaram a tocar os atabaques entrei em alfa. Depois disso não parei mais de ir”, relata.

Hoje, médium, o engenheiro ajuda a mãe de santo nos trabalhos realizados em um centro umbandista, localizado no Ipsep, zona sul da capital. “Na nossa casa tem a desobsessão, fluído terapia, um tratamento de saúde que é uma aplicação de luzes através da mente. Realizamos vários outros trabalhos sem cobrar nada por isso. É caridade pura, buscamos fazer apenas o bem”.

Discriminação, desconhecimento e medo

Sobre o preconceito, Jairo diz que costuma levar na brincadeira. “As pessoas ficam chocadas quando falo qual é minha religião. Trabalho no Tribunal Regional Federal e faço questão de dizer que sou umbandista. Nas quartas, aviso que vou para o centro. Quando vejo que alguém acha estranho, na mesma hora brinco que vou fazer uma macumba e que se no outro dia a pessoa for parar no hospital a culpa foi minha”, diz aos risos.

O funcionário público faz questão de completar a frase explicando o que é macumba. “É uma árvore africana enorme e por isso tem muita sombra. Era embaixo dela onde as pessoas cultivavam seus deuses. E era da madeira dessa espécie de onde saíam os tambores utilizados em cerimônias religiosas. Foi daí que veio o nome macumbeiro, e não tem nada de ruim nisso”, detalha.

Não é como a mesma naturalidade que a enfermeira Júlia Lins encara a intolerância religiosa. “Sou filha de santo, faço consultas, mas não é para todo mundo que revelo. Já fui vítima de muito preconceito”, desabafa. 

Júlia não entra na taxa dos 0,3 % da população brasileira que se declara seguidor da religião. “Prefiro falar que sou espírita, pois os próprios praticantes não conhecem a filosofia da crença, misturam com o candomblé (religião afro-brasileiras), a jurema (doutrina de matriz indígena). Nós não usamos sangue, não fazemos sacrifícios de animais. A nossa filosofia prevê a humildade e a caridade, mas boa parte dos centros, mais conhecidos como terreiros, cobram pelo trabalho. Essa não faz parte da minha crença”, argumenta.

Foto: Úrsula FreireA enfermeira completa falando sobre o medo que as pessoas têm da religião. “Existe, sim, o despacho com intuito de fazer mal as outras pessoas. E as negatividades. Mas não ocorre em todos os centros (terreiros) e só funciona para quem não é do bem. Todo mal que é feito para pessoas de coração bom, acaba voltando para quem fez”.

Outro ponto citado pela umbandista é a incorporação. “A maioria da sociedade pensa que ao entrar em um terreiro, vai ‘baixar um santo’ e perder a consciência. Não funciona assim. Não é qualquer pessoa que pode incorporar. Existe uma preparação para isso, e leva um tempo”, completa.

“As pessoas deveriam visitar um centro umbandista para conhecer. Não precisa seguir a religião, é só para não ficar tirando conclusões cheias de preconceito”, finaliza a filha de santo. 

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