Tópicos | Eduardo Bandeira de Mello

Vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee foi mais um dirigente da atual gestão do clube a criticar e rebater declarações do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, que recentemente havia afirmado que o incêndio no Ninho do Urubu, que matou dez jovens atletas das divisões de base em fevereiro de 2019, não teria ocorrido na sua gestão.

Em entrevista à Fla TV, o canal de vídeos do clube no YouTube, relatou como seu o processo de obtenção da documentação definitiva para o funcionamento do Ninho do Urubu depois do incêndio, apontando que foi obtida em pouco tempo, enquanto Bandeira de Mello não conseguiu fazer o mesmo na sua gestão.

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"Como gestor, ele recebeu críticas da autoridade policial porque não fez o TAC, que fizemos em três meses. Se comprometeu a melhorar, mas foi criticado. Nunca fizemos comentários sobre isso, não jogamos a culpa em cima dele. Continuamos assim. Achamos que deveria ter defendido sua inocência no processo", disse.

Dunshee apontou que Bandeira de Mello está entre os indicados pela Polícia Civil no inquérito entregue ao Ministério Público pelo incêndio no Ninho do Urubu. E avaliou que o ex-presidente foi oportunista, como fez o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz.

"Talvez tenha interesses pessoais. Jogou uma responsabilidade na nossa gestão que não existe. O peso maior está nas costas dele. Foi oportunista", afirmou, avaliando que Bandeira de Mello poderia estar se sentindo pressionado pelo indiciamento.

Flamengo e Palmeiras disputam uma "decisão" do Campeonato Brasileiro, neste sábado, às 19 horas, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, pela 31.ª rodada. E o clima não poderia estar mais agitado. Depois de o diretor de futebol do time paulista, Alexandre Mattos, e o técnico Luiz Felipe Scolari afirmarem que têm a "convicção" de que coisas estranhas estão ocorrendo nas últimas atuações dos árbitros nos jogos da equipe, agora foi a vez de Eduardo Bandeira de Mello, presidente do clube carioca, rebater as insinuações.

"Acho ridículo o Palmeiras falar que o Flamengo está sendo beneficiado pela arbitragem. Em 2015, lá na Arena, tivemos dois pênaltis, um no Pará e outro no Guerrero, que não foram marcados. Em 2016, o Márcio Araújo foi expulso injustamente no primeiro tempo. Em 2017, na Ilha do Governador, no 2 a 2, os dois gols do Palmeiras foram irregulares e o juiz ainda anulou um gol legítimo do Guerrero. E este ano teve Felipe Melo e camburão. Por isso, acho ridículo falar em favorecimento para o Flamengo", disse Bandeira de Mello.

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Os palmeirenses reclamam dos cartões amarelos aplicados a Lucas Lima, Mayke, Bruno Henrique e o vermelho dado a Deyverson na vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, no último domingo, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

"O Flamengo está sendo sistematicamente prejudicado neste campeonato. Foi contra Chapecoense, Vitória, Palmeiras, Ceará e até em jogos que vencemos como Cruzeiro e Atlético-MG", completou o presidente.

O Flamengo soma 58 pontos no Brasileirão, quatro a menos que o líder Palmeiras. Enquanto o time paulista joga o primeiro duelo contra o Boca Juniors, na Argentina, pela semifinal da Copa Libertadores, nesta quarta-feira, a equipe carioca só volta a atuar no fim de semana.

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, fez duras críticas a Eduardo Bandeira de Mello, mandatário do Flamengo, nesta terça-feira. Segundo o corintiano, o rival tentou tirar o técnico Fábio Carille e o meia Rodriguinho do clube. O treinador e o dirigente rubro-negro negam qualquer conversa.

"Eu venho aqui, me posiciono. Cadê ele (Bandeira)? Deve estar sondando o Carille, o Rodriguinho. Ele ofereceu R$ 1 milhão para o Carille. Não vai levar. Tentou tirar o Rodriguinho, não vai tirar. Dou 50% de desconto e não vai tirar. Ele vai sair e a conta vai ficar para o Flamengo", ironizou o dirigente corintiano, se referindo também ao fato de Bandeira não ter comparecido à votação que elegeu Rogério Caboclo como novo presidente da CBF, também nesta terça.

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Carille, na Argentina, onde o Corinthians se prepara para encarar o Independiente, pela Libertadores, negou que tivesse existido qualquer conversa com alguém do Flamengo e ainda brincou sobre o valor citado por Andrés.

"R$ 1 milhão por mês? Pego minha mala, a (rodovia) Dutra e tchau! (risos). Não chegou nada para mim. Pode ter sido para o meu agente, mas pra mim não. Estou bem aqui", disse o comandante corintiano.

O Estado apurou que, de fato, o Flamengo não chegou a formalizar nenhuma proposta para Carille e nem para Rodriguinho. O nome de ambos foram citados no clube como possíveis contratações, mas não chegou-se a formalizar uma oferta.

No Rio de Janeiro, Bandeira também negou ter feito proposta aos corintianos. "É um absoluto disparate. Nunca foi feito nenhum tipo de proposta nem pelo Carille e nem pelo Rodriguinho, ainda mais nesses valores. Tem alguém enganando alguém", afirmou.

A tão esperada eleição do novo presidente do Flamengo aconteceu nesta segunda-feira na Gávea. As chapas tinham Eduardo Bandeira de Mello, Wallim Vasconcellos e Cacau Cotta como candidatos, e no fim os eleitores optaram pela manutenção do trabalho que vinha sendo realizado nos últimos três anos. Atual mandatário, Bandeira de Mello foi reeleito para um novo triênio à frente do clube, até o fim de 2018.

A votação era bastante esperada por conta do equilíbrio. De acordo com as pesquisas anteriores à eleição, Bandeira de Mello, da Chapa Azul, e Vasconcellos, da Verde, disputavam cabeça a cabeça o cargo, com pequena vantagem ao candidato da situação. Só que nas urnas, esta distância se mostrou bem maior. O presidente foi reeleito com 1652 votos, contra 834 de Vasconcellos. Cacau Cotta, da Chapa Branca, teve 259.

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Em seu primeiro mandato no Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello teve como grande objetivo sanar as finanças do clube. Até certo ponto, alcançou esta meta, cessou as reclamações de salários atrasados, tão comuns em outras épocas, mas os resultados no campo não foram os esperados. A falta de grandes títulos, além da Copa do Brasil de 2013, aliás, foi a grande reclamação da oposição. Mesmo assim, o atual presidente recebeu uma segunda chance dos eleitores.

O resultado das urnas também deve definir a situação do banco de reservas da equipe. Com a saída de Oswaldo de Oliveira na reta final da temporada, o clube esperava a eleição para definir seu novo treinador. Wallim Vasconcellos chegou a garantir que tinha tudo certo com o argentino Jorge Sampaoli, mas a reeleição de Bandeira de Mello deve confirmar a chegada de Muricy Ramalho. O próprio técnico falou nesta segunda como novo contratado do clube, mesmo antes da realização do pleito.

Mesmo beneficiado por um erro do árbitro no lance do primeiro gol da vitória no clássico contra o Fluminense, no último domingo, no estádio do Maracanã, o Flamengo mostrou nesta segunda-feira o seu descontentamento com o que acontece na arbitragem dos jogos do Campeonato Brasileiro. Até o presidente Eduardo Bandeira de Mello reconheceu a ajuda ao seu clube. No primeiro gol do triunfo por 3 a 1, o zagueiro Wallace colocou o braço na bola dentro da área e ela sobrou para Emerson marcar.

Em entrevista ao canal de TV a cabo ESPN Brasil, nesta segunda-feira, o dirigente até ironizou quando falou dos lances que beneficiaram o Flamengo. "Em 23 rodadas, chegamos ao segundo erro de arbitragem a favor do Flamengo. O outro foi no jogo contra o Internacional (vitória por 2 a 1, em julho) que o Canteros estava em impedimento quando deu o passe para o Guerrero. Isso nos leva a crer que lá pela 35.ª, 36.ª rodada aconteça um outro erro a nosso favor".

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Mais tarde, em um nota oficial divulgada pelo clube em seu site na internet, a diretoria do Flamengo reclama que a arbitragem prejudicou o sucesso do clássico Fla-Flu e que no geral está atrapalhando o Brasileirão.

"O Clube de Regatas do Flamengo vem reiterar seu total descontentamento e repúdio a respeito da arbitragem nos jogos do Campeonato Brasileiro de 2015. No último final de semana, mais uma vez os torcedores presenciaram uma série de equívocos que mancham o espetáculo do futebol. Neste domingo (6.09), a arbitragem atrapalhou o sucesso do Fla-Flu, o clássico mais charmoso do Brasil.

Lamentamos os critérios e os erros que influenciaram diretamente no número de cartões amarelos anotados e na ausência de marcação de um toque de mão no primeiro gol rubro-negro. O Clube de Regatas do Flamengo ratifica sua posição contrária aos equívocos dos árbitros que têm sido tão comuns no Brasileiro", disse o clube, em uma das partes da nota oficial.

Por fim, o Flamengo pede ações da CBF e da Comissão Nacional de Arbitragem para o fim de toda a polêmica. "Amplamente visto pela sociedade, imprensa e autoridades como uma instituição transparente e que cumpre com todas as suas obrigações, o Clube de Regatas do Flamengo compreende que toda atividade exercida por homens e mulheres está sujeita a erros. Mas, novamente, não acreditamos que a ocorrência de tais erros venha a diminuir sem que alguma ação concreta seja tomada pela Confederação Brasileira de Futebol e pela Comissão Nacional de Arbitragem, de quem cobramos uma maior atenção à imparcialidade e à credibilidade do futebol brasileiro, outrora o mais admirado do mundo".

Com seu estilo pouco afeito a badalações e bravatas, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, vem conseguindo um resultado surpreendente nas finanças do clube. Em apenas dois anos, reduziu as dívidas de R$ 750 milhões para cerca de R$ 570 milhões. Nesta entrevista exclusiva, ele conta como "cortou na carne" para dar oxigênio ao clube e faz também uma análise crítica do debate sobre mudanças no futebol brasileiro.

Agência Estado - Qual o objetivo da comissão de clubes criada recentemente na CBF?

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Eduardo Bandeira de Mello - Na verdade, essa comissão já existia desde o ano passado com a finalidade principal de discutir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Neste período, nós não tratamos de nenhum outro assunto. No final de 2014, vários clubes trocaram de presidente, com o fim do mandato, a não reeleição, e também houve queda para a segunda divisão. Por isso, o futuro presidente da CBF, Marco Polo Del Nero (tomará posse em abril), resolveu reavivá-la. Somos oito clubes, mas os que vão participar mesmo não devem chegar a seis, sete. Nesta segunda, vamos ter a nossa primeira reunião de fato (no Rio).

AE - Como está a discussão, dentro da comissão, para que o Campeonato Brasileiro volte a ser disputado no sistema mata-mata?

Eduardo - Esse assunto não foi discutido. Se fizeram isso, não chamaram o Flamengo.

AE - Qual a posição do clube sobre eventual mudança no sistema de disputa do Brasileirão?

Eduardo - Se houver essa discussão, aí vamos reunir a diretoria para ter uma posição oficial. A minha opinião pessoal é pela permanência dos pontos corridos. Mata-mata na Copa do Brasil e pontos corridos no Brasileiro. Dois campeonatos com mata-mata acabam canibalizando um deles. Pontos corridos é mais justo.

AE - Há espaço para os clubes discutirem cotas de TV em conjunto?

Eduardo - A questão das cotas de TV não foi discutida nem vai ser. Não está em pauta. A negociação é feita pelo clube com a TV e valem os interesses da TV. A gente não imagina que esse caminho seja com todo mundo junto. Senão, vamos ter de chamar todos os 680 clubes brasileiros. Aí o Calouros do Acre vai dizer que quer ganhar que nem o Flamengo.

AE - Que avaliação faz da Medida Provisória enviada ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff, na quinta-feira, e que trata do refinanciamento da dívida fiscal dos clubes?

Eduardo - Muito positiva. É um ponto de partida para mudanças profundas no futebol brasileiro. Atacou duas urgências: um marco regulatório sério, que exige responsabilidade, uma gestão profissional dos clubes; e o próprio refinanciamento da dívida fiscal num prazo adequado para os clubes se adaptarem. A partir do momento em que você tem um marco zero, todos os clubes vão estar com suas dívidas parceladas em 240 vezes e a partir daí ninguém vai ter desculpa para não pagar o parcelamento e não recolher seus impostos. Então é mais do que justo que a partir daí os dirigentes sejam responsabilizados como pessoa física.

AE - Como deveria ser uma eventual punição a dirigentes?

Eduardo - Nesse ponto, eu concordo com a proposta do Bom Senso Futebol Clube. Eles defendem que seja por um órgão independente, porém com seus custos arcados pela CBF. Seria um conselho de acompanhamento independente que aplicaria as penas. Agora, tem de ser sobre coisas objetivas para evitar que isso vire uma discussão em tribunais. Para mim, a principal medida a ser tomada nessa área é a exigência da certidão negativa de débito, que é uma coisa objetiva, eficiente, que já funciona para você conseguir verbas do setor público há vários anos e não tem possibilidade de ser burlada. Um mês, um mês e meio antes do campeonato, os clubes deveriam apresentar a CND. Se não apresentassem, cairiam imediatamente para a divisão inferior.

AE - É a favor da criação de uma liga de clubes brasileiros?

Eduardo - Isso não está em pauta. Dada a nossa situação de litígio com a federação de futebol do Rio, nós estamos focados em resolver o problema emergencial do futebol carioca. Depois disso, quem sabe podemos pensar em mais alguma coisa? O problema no Rio é muito grave em relação aos outros.

AE - Então estaria em curso um movimento semelhante e restrito ao Rio, com os quatro grandes?

Eduardo - Não sei se com os quatro. O fato é que estamos rompidos com a federação. Estamos disputando o campeonato de 2015 sob protesto, em respeito à torcida, patrocinadores, televisão, imprensa. Tomamos essa decisão desde aquela sexta-feira fatídica (durante conselho arbitral da federação, em janeiro, o presidente da entidade, Rubens Lopes, ofendeu o dirigente rubro-negro, após a leitura de um manifesto assinado por Flamengo e Fluminense, no qual cobravam mudanças no campeonato). Temos de partir para novos caminhos e estamos estudando. Se vai ser uma liga ou outra coisa, ainda não sabemos. Só vai participar quem quiser. No momento, quem estuda isso é Fla e Flu.

AE - Seria para 2016?

Eduardo - Sim. Tem que ser o mais rápido possível. Só não é para 2015 porque não dá tempo. Não dá para conviver mais com algumas coisas. A federação do Rio é a única dos grandes centros de futebol que cobra 10% da receita bruta dos jogos, com mais algumas despesas. As outras cobram 5% com as despesas incluídas.

AE - O que pensa dos Estaduais?

Eduardo - Podem ser melhorados, ficar mais rentáveis. O Carioca é tão ruim que o Paulista é um modelo a ser seguido. O Mineiro também. O Flamengo quando joga no Maracanã leva entre 25% e 30% da receita, enquanto o Cruzeiro no Mineirão leva 70%.

AE - Alguns clubes consideram que o Brasil passa por um processo de "espanholização" de seu futebol, numa alusão a valores que Flamengo e Corinthians recebem da TV. O que acha disso?

Eduardo - Não concordo. O Flamengo sempre foi a maior torcida. Quando não tinha direito de televisão, a receita era de bilheteria. Hoje, a receita de TV é maior, o patrocínio também é maior porque a torcida do Flamengo é maior e nem por isso se está a assistindo à "espanholização" do futebol brasileiro. Há clubes que têm outras vantagens comparativas. O São Paulo, por exemplo, tem um estádio há mais de quatro décadas. Por competência, eles conseguiram fazer um trabalho de base. O do Flamengo se deteriorou. A nossa receita de venda de jogadores é ridícula. Nós nunca tivemos estádio, o nosso centro de treinamento está sendo construído agora e está ainda em uma situação precária em relação ao de outros clubes. Ou seja, eu não estou propondo que ninguém divida seu centro de treinamento nem estádio com o Flamengo. Cada um com suas vantagens.

AE - Como avalia o fair-play trabalhista (aprovado para o Brasileirão de 2015)?

Eduardo - É melhor ter isso que não ter nada. Não sei se inibe o calote, imagino que sim. A medida sinaliza que os clubes estão dando o exemplo e aceitam contrapartida. Em nenhum momento foi dito que essa é a contrapartida técnica que resolve todos os problemas.

AE - De quanto é a atual dívida do Flamengo e em quanto foi amortizada?

Eduardo - Contratamos uma empresa de auditoria internacional (Ernest & Young) para fazer a apuração da nossa dívida. Estava em torno de R$ 750 milhões, em 31/12/2012. No balanço de 2014, que ainda vai ser publicado, deve ficar aproximadamente em R$ 570 milhões.

AE - Como conseguiu essa redução?

Eduardo - Pagando as contas. Se não tinha condição de pagar a conta inteira, pegava um empréstimo, pagava parte e aí ia reduzindo o endividamento. Na nossa primeira semana de Flamengo tivemos de devolver o Vagner Love para o CSKA. Fizemos um ajuste dramático nos esportes olímpicos, com a saída de Cesar Cielo, Diego Hypolito, Daniele Hypolito. O que não significou que o Flamengo não estava dando importância aos esportes olímpicos. Pelo contrário. Hoje, a gente tem o orgulho de dizer que o esporte olímpico, antes totalmente dependente do futebol, e deficitário em R$ 10 milhões por ano, é autossuficiente. Graças às certidões negativas, leis de incentivo ao esporte e outros patrocínios. Não tinha outra saída. Você tem 40 milhões de torcedores e tem de dar exemplo para eles. Havia 13 prestações da Timemania em atraso. Várias parcelas de imposto de renda na fonte não recolhidas, casos claros de apropriação indébita, várias receitas penhoradas. Então a gente tinha de tomar uma atitude para mudar de rumo e adotar uma postura que sinalizasse outros princípios e valores éticos e morais. A gente sabe que bota em campo um time abaixo do que poderia.

AE - Quanto custa o futebol do Flamengo?

Eduardo - A folha do nosso departamento de futebol é de aproximadamente R$ 5 milhões. Nosso orçamento geral de 2014 foi de R$ 320 milhões. Para este ano deve ser de R$ 360 milhões. Em 2016, pela primeira vez, nosso faturamento anual vai ser superior à dívida.

O impasse entre o Flamengo e o Consórcio Maracanã, responsável pela administração do estádio carioca, deve seguir pelas próximas semanas. Pelo menos foi o que indicou o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, que anunciou um acerto verbal com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para fazer pelo menos mais seis jogos no Mané Garrincha e garantiu que não apressará um acordo para voltar a atuar no Rio.

"Talvez esse (acordo com o Consórcio Maracanã) seja o contrato mais importante da história do Flamengo. Não vamos assinar nada de qualquer maneira. As dificuldades em campo se resolvem em campo", declarou nesta terça-feira o mandatário, que exaltou a experiência tida no Mané Garrincha no sábado, quando quase 60 mil pessoas acompanharam o empate entre Flamengo e Coritiba, por 2 a 2.

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Nem mesmo uma má campanha no Mané Garrincha e o desgaste pelas viagens constantes parecem mudar a opinião de Bandeira de Mello. O presidente garantiu que o debate das condições do acordo com o Consórcio Maracanã será prolongado. "Vamos prolongar esse debate até chegarmos a um consenso. Como temos grande torcida pelo Brasil, podemos nos dar esse luxo."

A principal questão divergente entre o consórcio e o clube está na divisão das rendas das partidas, e não apenas com os ingressos. No acordo de tricolores e rubro-negros com o Botafogo pelo Engenhão, os mandantes tinham participação em toda a carga de ingressos, nos estacionamentos, nos itens de alimentação e na publicidade estática e do telão. O Consórcio Maracanã não quer dividir mais do que a receita de 43 mil assentos, dos mais baratos, atrás dos gols.

Desta forma, Eduardo Bandeira de Mello se mantém irredutível, mas admite que deseja um final feliz, em breve, para esta história. "Não podemos anunciar ainda um acordo, as duas partes estão em busca de um contrato que seja bom para ambos. Não dá para marcar quando o Flamengo volta ao Maracanã, mas esperamos resolver isso rapidamente", disse.

Novo presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello tomou posse na noite desta quinta-feira, em cerimônia realizada no salão nobre da Gávea. Vencedor da eleição realizada no último dia 3 de dezembro, ele recebeu o bastão de Patrícia Amorim, que lhe desejou sorte, deu-lhe um presente e pediu a conquista de um novo título mundial.

"Eu desejo, do fundo do meu coração, que tudo dê certo. Eu queria te dar um presente que tem tudo a ver com a importância que o Flamengo tem no cenário do futebol, então queria te passar o relógio que comemora exatamente os 31 anos do título mundial (de 1981). E que venha outro título mundial", disse.

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Além de Patrícia e Bandeira de Mello, estiveram presentes na solenidade o novo vice geral, Walter D'Agostino, e o presidente e vice do Conselho Deliberativo, Delair Dumbrosck e Rodrigo Dunshee de Abranches. Apesar da cerimônia, a nova diretoria só passa a comandar o clube efetivamente a partir do dia 2 de janeiro.

Emocionada, Patrícia Amorim fez questão de agradecer os funcionários do clube e relembrou sua trajetória no Flamengo, desde quando defendeu as cores rubro-negras como nadadora. "Aos funcionários do Flamengo, toda minha gratidão. Eu fui atleta do Flamengo, honrei o clube, fui funcionária, diretora, vice-presidente e presidente, sendo a primeira mulher. Agora chega a hora de finalmente largar a cadeira, desapegar. Eduardo, boa sorte, sucesso. A equipe vai ajudar, tenho certeza."

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