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O Partido Verde (PV) definiu, neste sábado (14), o médico e ex-deputado federal Eduardo Jorge como candidato da legenda na eleição para presidente da República, em outubro. A atual vice-prefeita da Bahia, Célia Sacramento, também do PV, complementa a chapa como vice.

Segundo Eduardo Jorge, que também foi secretário municipal de Saúde e de Meio Ambiente de São Paulo, além de deputado estadual, o PV quer se colocar como opção alternativa na disputa. “O PV é um partido do século 21. Os três partidos grandes [PT, PSDB e PSB] ainda estão no século 20. Eles continuam ligados naquele velho sistema capitalista e socialista, em que a questão do meio ambiente é considerada uma coisa secundária, quando não desprezível”, disse Jorge. O partido terá cerca de um minuto de tempo na televisão.

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Presidenciável do PV reforça o desejo de renovar o Brasil

Para ele, o atual momento do país e a “fragilidade das instituições” poderão ser diferenciais na campanha eleitoral. “A população está muito irritada e descontente com os atuais representantes e os partidos políticos. Querem lições novas, avançadas, de vanguarda, renovadoras, essenciais para a defesa nos nossos países do planeta e acho que vamos ter um trânsito grande nesse debate, nessa conversa com os cidadãos a partir de julho”.

Como principais pontos do programa de governo, Eduardo Jorge disse que o partido propõe o debate acerca da reforma política – com adoção do parlamentarismo, o sistema de voto distrital misto e facultativo –, implantação de políticas de desenvolvimento sustentável focadas na expansão da energia eólica e mudanças na condução da economia.

“Não podemos ficar como hoje, com o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e uma posição economicista, como uma verdadeira religião. Queremos que o critério da evolução econômica seja mais diversificado. Com a defesa do crescimento, mas qualificado, não um crescimento com bens e incentivo ao setor automobilístico. Um crescimento com produtos limpos”, disse Jorge.

“A candidatura do Eduardo Jorge e da Célia vai preencher o vazio nessa campanha. Abordamos temas que os outros candidatos têm medo de abordar, porque não têm coragem, porque acham que tira voto ou que não são do ideário dos seus partidos”, disse o líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA).

Baiano, radicado em São Paulo, e pais de seis filhos, Eduardo Jorge participou da fundação do PT, partido que se desfiliou em 2003 para entrar no PV.

De passagem pelo Recife, nesta quinta-feira (8), o pré-candidato a presidência da República pelo Partido Verde (PV), Eduardo Jorge, reafirmou o desejo dos partidos de oposição em “renovar” o poder predominante em Brasília, neste caso o governo do PT. Apesar de ser um dissidente petista e vê seu posicionamento como uma “critica positiva” ao partido, Jorge pontuou a necessidade do país voltar a ver o PT na oposição.  

“Nós temos quer ser francos, os últimos anos do PT em Brasília não estão dando certo, já no final do governo do Lula e praticamente durante todo o governo da Dilma, houve muito intervencionismo na política e o aparelhamento das empresas públicas, inclusive a Petrobras. Realmente é uma hora de renovar”, frisou ao mencionar a contribuição dos partidos para a redemocratização brasileira, em conversa com a reportagem do Portal LeiaJá. “Isso vai ser bom até para o PT, ele precisa passar um tempinho na oposição, para perder um pouco a obesidade que ele ganhou no estado este tempo todo”, acrescentou. 

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De acordo com ele, a postulação do PV contribui para que aja um segundo turno e a quebra da “polarização dos partidos” (PSDB e PT). Além de oferecer aos simpatizantes e ambientalistas uma opção para voto. “Existem muito que simpatizam com as nossas propostas revolucionarias e futuristas. É frustrante que um cidadão deste tipo não possa votar no partido que deseja, sendo ele diferente dos outros. E o PV precisa se apresentar como uma força consolidada e diferente da família socialista e capitalista”, cravou. 

Segundo ele, “quanto mais candidatos melhor para um segundo turno”. “Fiquei triste porque Marina Silva não conseguiu formalizar o partido dela (Rede Sustentabilidade), achava importante que ela concorresse, como também achava que José Serra deveria ter ido para o PPS, colocado Roberto Freire como vice e disputasse a eleição”, ressaltou. “O primeiro turno é para você votar com a cabeça e com o coração, voto no que eu mais gosto mesmo. Se meu partido não passa para o segundo turno voto com a cabeça”, observou.

Para o pré-candidato, tanto o PT, quanto o PSB e o PSDB formam uma “grande família”. “As três grandes candidaturas são uma grande família. Um social-democrata cor-de-rosa, a presidente, um vermelho de base marxista, e Eduardo Campos um socialismo carmim. A mesma família. Fico observando de longe e Eduardo Campos parece, às vezes, um pouco constrangido como se estivesse sendo tutelado por sua vice”, disparou. 

Marina Silva: a saída do PV e a “atitude egoísta” de 2010

A atitude da ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) de não se posicionar a favor ou contra um dos dois candidatos à presidência da República que passaram para o segundo turno em 2010 – José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) – foi classificada, por Eduardo Jorge, como algo “egoísta”. Para o presidenciável, ela “desprezou” o voto popular ao ficar sem preferência. 

“Se o PV não passar para o segundo turno vou me posicionar. O que não podemos fazer é lavar as mãos feito Pilatos, como a nossa campanha PV-Marina fez em 2010. Quem tem 20 milhões de votos não pode dizer ‘agora vou embora e não brinco mais, faça o que vocês quiserem’. Aquilo foi um absurdo. Uma manifestação de egoísmo e desprezo com o voto popular”, alfinetou. “Tinha que escolher. Era para se discutir e ver qual deles se incorporava mais as questões ambientais”, acrescentou.

Nos bastidores as especulações é que o PV, não disputando um eventual segundo turno, se unifique ao PSB (caso este esteja no pleito), mesmo com os imbróglios ligados a pré-candidata a vice-presidente pela chapa socialista, ou ao PSDB, já que algumas posturas de Dilma Rousseff (PT) não são aprovadas pelas diretrizes da legenda. Questionado sobre isso, Jorge desconversou. “Discutiremos isso se nós não passarmos. Antes de começar o campeonato não posso dizer que não vou ficar entre os quatro classificados. Não posso responder isso agora”, disse.

Indagado sobre a diferença, entre as eleições de 2010 e deste ano, pleiteadas pelo PV, o presidenciável pontuou que “cada eleição tem sua história” e relembrou a “coligação programática” feita com Marina. “Ela é uma grande liderança ambientalista. E que quando você faz uma aliança programática nem sempre o seu programa é 100% acolhido. Algumas partes do nosso programa não tiveram o destaque que nós gostaríamos por causa das posições dela. Foi uma espécie de composição PV e Marina que entrou nesta disputa polarizada e ganhamos aquela quantia de votos que surpreendeu a muitos”, afirmou. Acrescentando, “agora não, o PV se apresenta com o seu programa completo. É um programa puramente PV. Como isso vai repercutir em relação a eleitorado a gente não sabe, temos que esperar a eleição.”

O pré-candidato à presidência da República pelo PV e ex-deputado federal Eduardo Jorge chegará ao Recife na noite desta quarta-feira (7). O futuro postulante cumprirá agenda pública nesta quinta-feira (8) e entre as atividades pré-agendas estão visitas às empresas de comunicação e palestra no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Segundo o presidente estadual do PV em Pernambuco, Carlos Augusto, a primeira agenda do político nesta quinta será uma pedalada às 7h, na Orla de Boa Viagem. Após a atividade, Jorge concederá entrevista a uma rádio local e em seguida visitará redações de jornais pernambucanos.

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À tarde, por volta das 14h, o pré-candidato à presidência ministrará uma palestra no Monte Hotel, em Boa Viagem com o tema ‘Viver bem, viver melhor’. “Ele também irá listar as diretrizes da sua campanha lançada há um mês e meio atrás”, revelou Carlos Augusto. Até agora, o PV apresentou dez diretrizes programáticas do Partido Verde: Desenvolvimento Sustentável, Reforma Política, Mais Brasil e menos Brasília, Economia Verde, Energia, Previdência Segura, Saúde e Educação, Cultura de Paz, Combate à desigualdade e miséria e Internacionalismo.

Além do futuro postulante, o evento deverá contar também com a presença da militância do PV, simpatizantes da legenda e membros da executiva nacional. 

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