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O candidato a governador de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB), solicitou, nesta terça-feira (9), que o adversário dele na disputa pelo Executivo, Paulo Câmara (PSB), esclareça “com amplitude” alguns itens quanto à compra, doação e o uso do jato Cesnna PR-AFA que vitimou, no último dia 13, o ex-governador Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas. Sem trazer fatos novos, Armando se baseou em informações já veiculadas na imprensa nacional e local para embasar as indagações. Entre os questionamentos, o mais enfatizado foi à concessão de incentivos fiscais a empresa Bandeirantes Companhia de Pneus LTDA, apontada como uma das responsáveis pela compra da aeronave. 

“Como entender a concessão de incentivos fiscais a uma empresa que estava sendo processada pela Receita Federal por sonegação, empresa que já era inidônea, no ponto de vista da sua posição fiscal?”, indagou durante uma coletiva de imprensa relâmpago. Em 2011, quando Câmara era secretário da Fazenda, Campos e ele assinaram o decreto de benefícios fiscais a Bandeirantes. “Ele (Paulo Câmara) sabia de quem era a propriedade do avião, quando usou o jatinho em julho? Qual a opinião dele sobre uma série de fatos revelados que envolvem a compra do avião?”, completou Armando. 

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Há alguns dias, a Folha de S. Paulo revelou que outra empresa envolvida na compra, a Câmara e Vasconcelos, teria recebido R$ 100 milhões do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal durante a Operação Lava-Jato. “Todo momento estamos sendo surpreendidos com informações que exigem esclarecimentos daqueles que integram este grupo político. A propriedade do avião não é assumida por ninguém, uma parte do avião foi pago por empresas laranja. Agora, documentos apontam envolvimento com o doleiro Yousseff”, observou o senador licenciado. Outro aliado de Armando, o candidato a vice-governador Paulo Rubem (PDT), fez a mesma indagação no último dia 1°, no entanto para a chapa as respostas não foram suficientes. 

Para o petebista, o processo de compra e doação da aeronave já deveria ter sido declarado nas duas prestações de conta à Justiça Eleitoral. Apontados como responsáveis pelas acusações feitas ao PSB, Armando defendeu os ataques feitos a presidente Dilma Rousseff (PT). “Nós queremos nesse momento repelir as acusações que foram feitas de forma descabida com a oposição. Os fatos foram todos eles trazidos”, disse. 

Pelo fato ter relação direta com o Governo de Pernambuco, o candidato foi interpelado pelos jornalistas se faria algum tipo de representação formal, solicitando informações sobre os fatos ao governador João Lyra Neto (PSB). No primeiro momento ele alegou não ver necessidades, mas depois afirmou que averiguaria a possibilidade. “A responsabilidade diz respeito a quem à época era secretário. João Lyra não teve qualquer participação nos atos que foram realizados à época. Tem que ser alguém que estava vinculado aos fatos. E hoje ele é candidato a governador”, frisou. 

Sobre este pedido de esclarecimentos ser uma resposta a queda dele na preferência eleitoral, de acordo com as últimas pesquisas, Armando negou. “Não há relações entre um fato e outro. Paulo Rubem fez um primeiro pedido de esclarecimento não havia ainda o quadro das pesquisas. É uma posição que devemos assumir. A sociedade de Pernambuco deseja saber. Não (politiza). Ele assumiu a posição de julgar e estas questões estão sendo trazidas por uma ação política. Estamos no interesse de um debate aberto, público”, esclareceu o petebista.

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