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Depois de muitos anos abandonada, a Prefeitura do Recife retomou as obras da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, mais conhecida como Ponte do Monteiro. A estrutura integra o projeto do sistema viário da região, que interliga os bairros da Iputinga e do Monteiro, sobre o Rio Capibaribe.

Segundo a prefeitura, o projeto orçado em R$ 38 milhões representa uma economia de 20% para os cofres públicos em cima do valor atualizado do projeto anterior - que era de R$ 48 milhões. A ordem de serviço já foi assinada pelo prefeito João Campos (PSB).

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Há nove anos que o projeto para a construção da ponte vem sendo empurrada pelo poder público. O primeiro contrato ocorreu em fevereiro de 2012, mas a execução foi suspensa em 2014. 

Em audiência pública nesta quinta-feira (30), a Câmara de Vereadores debateu sobre a obra e mostrou que, por conta das modificações estruturais no antigo projeto, os pilares levantadores nas duas margens em 2018 serão eliminados.

A nova licitação ocorreu em 2020 e a homologação para o novo processo das obras aconteceu em janeiro de 2021. Segundo a Câmara, com as alterações do projeto, é prevista a queda de gastos de R$ 63 milhões para R$ 53 milhões - números diferentes dos mostrados pela Prefeitura do Recife. O prazo para a realização das obras é de 24 meses.

"A gente vai conseguir ligar a Zona Norte à Zona Oeste da cidade, reduzindo em até 33% o tempo de deslocamento das pessoas que moram nessas duas regiões. Do que foi construído, a parte de cima, da superestrutura, a gente vai retirar; e vai utilizar a parte da fundação que já foi construída, porque o projeto está diferente, a ponte será um pouco mais baixa, com isso ela será economicamente mais favorável ao município”, detalha o prefeito João Campos.

Está prevista ainda a utilização de toda a estrutura possível de ser reaproveitada dentro dos critérios técnicos, aumentando a economicidade do novo projeto. Também não será mais necessária a demolição da Escola Estadual Silva Jardim, que atende as famílias da região, como previa o projeto anterior. Além disso, a Praça do Monteiro será preservada.

Preocupação com as famílias

Durante a audiência pública, o vereador Ivan Moraes (PSOL) apontou a sua preocupação com as cerca de 57 famílias que atualmente moram na Vila Esperança Cabocó, no bairro de Monteiro, Zona Norte do Recife.

"A gente espera que possa valer o bem-estar da população que hoje vive nesse lugar", revela o vereador. Ele salienta que essa população não pode ser removida de onde está há décadas recebendo "qualquer dinheiro". 

Segundo Ivan, a localização da Vila Esperança se trata de um local onde o custo do metro quadrado é caro. "As indenizações precisam ser adequadas ao valor mercadológico onde essas habitações estão. É importante que o poder Legislativo seja mediador entre a necessidade da prefeitura de construir a ponte e o direito das pessoas que hoje vivem no lugar onde a ponte vai ser construída", pontua Moraes.

Maria Helena, moradora da Vila Esperança Cabocó, afirmou que a comunidade teve sua Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) instituída em 1994, através da lei municipal 15.906, mas desde então a Prefeitura do Recife nunca regularizou as propriedades. 

"A prefeitura e a URB (Autarquia de Urbanização do Recife) chegaram em nossa ZEIS meses atrás para tratativas com os moradores. Marcaram as nossas casas sem comunicar o motivo, sem apresentar o projeto e sem apresentar as formalizações existentes no órgão", revela Helena. A moradora aponta ainda que solicitou as formalizações do projeto aos órgãos competentes, mas ainda não obteve o retorno desejado.

O diretor de Engenharia e Obras da Autarquia de Urbanização do Recife, João Batista, revelou que o título de propriedade está sendo tratado caso a caso e deve ser visto como prioridade na comunidade. Sobre como vai ser a retirada das famílias, Batista assevera que tudo isso está sendo atualizado juntamente com o projeto. 

"A gente vai fazer reuniões no local junto com a nossa equipe para poder esclarecer melhor e tirar as dúvidas da população do local. Ressalto que já houve reuniões de forma inicial com alguns condôminos e lideranças", diz.

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