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Foram quase dez meses de trabalho intenso com direito a reuniões diárias, tudo para aprimorar a aeronave que irá concorrer na 16ª Competição SAE BRASIL AeroDesign. Esta é a rotina compartilhada pela equipe Tenpest Aerodesign Team, formada por nove estudantes da Escola Politécnica de Pernambuco (Poli), que estão realizando os últimos ajustes para participar do campeonato, realizado em São José dos Campos, entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro.

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Os estudantes, de diversas graduações da instituição, levarão na bagagem uma aeronave que representará Pernambuco na categoria ''Micro'' da disputa, uma das mais importantes do setor de engenharia do País. Em São José dos Campos, eles competirão, pela primeira vez, contra 25 equipes brasileiras e do exterior.

Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma Classe Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores as pontuações ganham o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2015, nos Estados Unidos. 

O objetivo é que cada aeronave transporte o maior peso de carga durante o voo, de acordo com a categoria. No caso da equipe Tenpest Aerodesign Team, o avião precisa levar 14 bolas de tênis em seu interior, cerca de 2,3 Kg.

Apesar de ter grande facilidade com os números, o integrantes do time adimitem que não é fácil fechar a conta.

“Além de ter que decolar e pousar em distâncias limitadas, o avião precisa ser desmontável e ter em sua estrutura elementos muito específicos. É difícil porque em todo teste precisamos vencer novos desafios”, complementa o capitão da equipe, Vitor Raposo, de 23 anos, estudante do 10º período de engenharia mecânica industrial.

O desenvolvimento da aeronave começou em janeiro deste ano no programa CAD (desenho assistido por computador). Após montar o projeto, os estudantes começaram a construir o protótipo com materiais como madeira balsa, fibra de carbono e alumínio.

Em um pequeno laboratório dentro da faculdade, as ideias fervilham para por em prática os requerimentos da competição. Alguns integrantes, inclusive, precisaram abdicar de seus estágios para garantirem total concentração no projeto, confessa o estudante do 10º período de engenharia mecânica Vinícius Macedo, de 24 anos.

“Esse projeto vale muito mais do que qualquer estágio. Precisamos ter maturidade para realizar os testes, orçar os materiais e realizar outras atividades. Aqui a gente coloca o que aprende em sala de aula em prática, trabalhando como engenheiros ou diretores de uma empresa real”, pontua.

Vale ressaltar que a participação da equipe na competição é financiada, em boa parte, pelos próprios alunos. O professor da disciplina resistência de materiais e coordenador da equipe, Francisco Gilfran, acredita que este seja um modelo ideal de aprendizagem prática.

“É preciso administrar recursos, tempo e conflitos. Não é fácil. Dentro deste pequeno laboratório simulamos uma empresa. As pessoas aqui se doam totalmente ao conhecimento, já que não existe retorno financeiro. Tem que estar aqui porque gosta de aprender”, ressalta.

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