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O juiz Sérgio Moro mandou soltar o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Alvo da Operação Abismo, 31º desdobramento da Lava Jato que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cempes), Ferreira estava preso desde 23 de junho do ano passado. Em dezembro, Moro estipulou fiança de R$ 1 milhão para soltar o ex-tesoureiro, mas a defesa alegou que ele não dispõe dessa quantia.

Em janeiro, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro em férias, reduziu a fiança para R$ 200 mil, valor também não alcançado por Ferreira - seus advogados depositaram R$ 164,9 mil e ofertaram ainda um Citröen C4 Pallas 2.0.

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Nesta quinta-feira, 2, o juiz da Lava Jato confirmou o valor a ser recolhido em R$ 200 mil e mandou soltar o ex-tesoureiro. A quantia remanescente deverá ser depositada em 45 dias. "Concedendo ao acusado o benefício da dúvida, pois é possível que tenha gasto o valor que lhe teria sido repassado com consumo ou em outras finalidades, é o caso de liberá-lo desde logo", decidiu Moro.

Em seu despacho, Moro destacou que 'é um tanto discutível' o argumento do ex-tesoureiro de que não possui recursos para cobrir o valor da fiança. O juiz observou que o próprio Paulo Ferreira admitiu ter recebido 'valores vultosos' do lobista Alexandre Romano, o Chambinho, delator da Operação Abismo.

Em dezembro, durante audiência na 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Lava Jato, Paulo Ferreira confessou ao juiz Moro que 'o PT - e os outros partidos políticos - trabalha com recursos não contabilizados'. "Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio'", disse, na ocasião.

A segunda tentativa, desta quarta-feira (3), de fazer com que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, responda os questionamentos dos deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão está sendo frustrada. Isto porque o petista optou por fazer silêncio e não responder as perguntas dos parlamentares.

Nessa terça (2), o Supremo Tribunal Federal concedeu um habeas corpus permitindo que Vaccari Neto não respondesse ao interrogatório.

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A postura do petista foi duramente criticada pelos parlamentares. Sob a ótica do sub-relator de investimentos da CPI, Marcus Pestana (PSDB-MG), o silêncio do depoente é desrespeitoso e revela a cumplicidade do ex-tesoureiro com o esquema de corrupção denunciado pela operação Lava Jato.

“É um silêncio eloquente e revela falência de padrões éticos”, disse. Entre outras perguntas, ele questionou o papel do depoente no agendamento de reuniões entre empreiteiras e dirigentes de fundos de pensão e o papel do ex-tesoureiro na indicação desses dirigentes.

O deputado Rocha (PSDB-AC) também lamentou que Vaccari não tenha se mostrado disposto a colaborar com os trabalhos da CPI. Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) disse que o silêncio “é muito parecido com o de verdadeiros bandidos”.

Vaccari foi convocado para depor na CPI dos Fundos de Pensão porque, segundo presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB),  “há graves indícios de que exerceu tráfico de influência junto aos fundos de pensão para desviar recursos e atender a interesses políticos partidários”. O parlamentar disse ainda que o silêncio do depoente “poderá gerar presunção de culpa aos membros da comissão”.

O relator da CPI, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), apontou que Vaccari foi citado por delatores da Operação Lava Jato, como o lobista Milton Pascowitch, como um dos recebedores de pagamentos por parte da empreiteira Engevix, que teria pago propina para celebrar contratos com a Petrobras.

Souza acrescentou ainda que houve investimentos da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal) na Engevix. Entre outras questões, o relator questionou o ex-tesoureiro do PT se ele recebeu propina e se houve ingerência política juntos aos dirigentes da Funcef para que investimentos fossem aprovados.

*Com a Agência Câmara

O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, liberado pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal para exercer atividades profissionais enquanto cumpre a pena do mensalão, começou a trabalhar nesta segunda-feira (20). O petista vai atuar como assessor da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O salário será de R$ 4,5 mil.

Delúbio deve voltar para dormir na prisão no fim do dia, na CUT ele deve elaborar "estudos, diagnósticos e projetos” com relação aos temas “Educação e qualificação profissional”, “Emprego e relações de trabalho” e “Relações sindicais e organização sindical”.

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O ex-tesoureiro foi condenado, com o fim da Ação 470, a uma pena de seis anos e oito meses de prisão, em regime semiaberto, pelo crime de corrupção ativa.  No dia 16 de novembro do ano passado Delúbio foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Papuda, na última sexta-feira (17) ele foi transferido para o Centro de Progressão de Pena (CPP), unidade específica para o semiaberto.

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