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Estreia nesta sexta (20) o mais novo filme do cineasta sul-africano Neil Blompkamp, autor de Distrito 9, que faturou R$ 480 milhões e foi indicado a quatro categorias do Oscar (incluindo melhor filme e roteiro). Intitulada Elysium, a película se passa no ano de 2154 e conta a história de duas classes de pessoas: os ricos, que vivem numa estação espacial chamada Elysium (em referência aos Campos Elísios da mitologia greco-romana) e os pobres que moram na Terra superpovoada e estão desesperados para escapar da criminalidade e da pobreza do planeta.

Protagonizado por Wagner Moura, Matt Damon e Jodie Foste, o longa é focado no personagem Max (Damon), ex-ladrão e atual operário, que sofre uma contaminação radiotiva no trabalho e faz um acordo com o bandido Spider (Wagner Moura) para conseguir sua viagem clandestina para Elysium, onde ele pode se curar através dos aparelhos ultramodernos que a estação espacial possui. Em meio a essa trama, a secretária de segurança de Elysium, Delacourt (Foster), planeja um golpe de estado cibernético. É através deste cruzamento de narrativas que o filme vai desencadeando sua história.

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O longa, que também conta com a participação de Diego Luna, Alice Braga, Sharlto Copley e William Fitchner, pode ser considerado um gênero ficção-científica – apesar de passar a impressão que não está preocupado em se embasar na ciência. Algumas questões levantadas ao longo do filme não têm explicação, como a razão dos moradores da Terra falarem castelhano, em Elysium francês e nos diálogos principais inglês, além da estação espacial ter atmosfera sem precisar de uma cúpula protetora.

Mesmo criticando as leis de imigração, as diferenças sociais e a políticas de saúde dos Estados Unidos, Elysium estreou em primeiro lugar nos EUA e faturou US$ 11 milhões só no primeiro final de semana. Devido à participação de Wagner Moura, que no longa colocam possui uma voz super esquisita, o filme é lançado no Brasil sob uma forte pressão de sucesso.

Apesar do uso exagerado da tecnologia na estação espacial, vale a pena ver o filme para refletir um pouco sobre como o mundo está sendo visto e também para se divertir com as bizarrices do mundo Elysium.

Confira o trailler:


No ano das ficções científicas, já tivemos algumas decepções como Depois da Terra e Oblivion, mas também contamos com agradáveis surpresas, tais quais a fita independente Europa Report, e os blockbusters Círculo de Fogo e Além da Escuridão – Star Trek. Ainda tem muita coisa para estrear esse ano, mas nesse final de semana, o que chama a atenção é Elysium, obra de Neill Blomkamp, que traz Wagner Moura e Alice Braga em seu elenco.

E aí, como a gente não perde uma oportunidade de fazer listas, seguimos o exemplo da semana passada, em que elencamos os melhores filmes de terror de todos os tempos, e decidimos fazer o mesmo com a ficção científica.

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"Star Trek: Into Darkness" liderou a bilheteria americana no fim de semana, desbancando "Homem de Ferro 3", segundo as estimativas da indústria.

A última versão para o cinema da série cult de ficção científica, estrelada por Chris Pine e Zachary Quinto, arrecadou 70,6 milhões de dólares no fim de semana de estreia, segundo a empresa Exhibitor Relations.

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"Homem de Ferro 3" ficou em segundo lugar com US$ 35,2 milhões, seguido por "O Grande Gatsby", com 23,4 milhões de dólares.

A página americana de 'streaming' na internet Netflix anunciou nesta quarta-feira ter encomendado uma série de ficção científica aos criadores do filme "Matrix", Andy e Lana Wachowski. A temporada de "Sense8", composta por 10 episódios, será exibida com exclusividade para assinantes do Netflix no final de 2014, afirmou o grupo em um comunicado.

Segundo o texto, esta será a primeira incursão na TV dos Wachowski. Os sites legais de 'streaming' nos Estados Unidos se lançam cada vez mais à produção de séries originais, algo que durante muito tempo foi reservado às emissoras de televisão.

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Uma das principais companhias do setor no país, a Netflix estreou no começo do ano a primeira temporada, com 13 episódios, da destacada "House of Cards", que reúne Kevin Spacey e Robin Wright diante das câmeras e o diretor de "Clube da Luta", David Fincher, atrás.

Conhecido por romances que influenciaram os trabalhos de muitos autores de ficção científica desde os anos 50, Ray Bradbury deixou um legado literário forte, com várias obras adaptadas para outras mídias. Bradbury escreveu mais de 400 contos publicados em antologias e coleções, realizou 21 peças e trabalhou como roteirista junto a Alfred Hitchcock e no seriado cult Além da Imaginação, além de ter um de seus contos adaptados para um longa-metragem no cinema, Um Som de Trovão.

Ele escreveu vários livros famosos tanto para a ficção científica como para a estética, sendo um dos pioneiros da idéia do futuro enquanto distopia. Seus trabalhos mais conhecidos são a coletânea de contos As Crônicas Marcianas (1950), Farenheit 451 (1953) e Something Wicked this Way Comes (1962). Seu último trabalho foi publicado em 2006, Farewell Summer.

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Ray Bradbury era um famoso por escrever seus contos diretamente na máquina de escrever, mesmo com a popularização do computador. "Escrevo mais rápido numa máquina de escrever do que você num computador. Bato 120 palavras por minuto, e isso é bem rápido", comentou uma vez em entrevista. Embora seus trabalhos retratassem o futuro, nem sempre abraçou a tecnologia no seu cotidiano e achava a internet uma perda de tempo.

Para o autor, a ficção científica era a mais importante forma de literatura. "Tem a ver com a história das idéias. Sonhar com elas, dar-lhes vida, projetá-las e torná-las um fato. Então, passamos para a próxima idéia. A história da ficção científica começou nas paredes das cavernas, vinte mil anos atrás. São resoluções de problemas através de idéias. Conhecimento científico primitivo, sonhos primitivos e projetos primitivos: resoluções de problemas", afirmou. Sua obra de mais de 60 anos, Farenheit 451, mostra uma sociedade vigiada onde o fluxo de ideias é controlado, livros são queimados e todos são vigiados para serem politicamente corretos e iguais. Esta história foi adaptada de forma direta por Francois Truffaut em 1966, e foi inspiração para várias outras obras sobre sociedade e controle, como o filme Equilibrium.

Ficha Técnica:
O Preço do amanhã
(In Time/ 2011/ 112min)
Roteiro: Andrew Niccol
Dir. Andrew Niccol
Elenco: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Olivia Wilde, Johnny Galecki.

 

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A famosa frase “tempo é dinheiro” chega ao extremo em O Preço do amanhã, novo longa roteirizado e dirigido por Andrew Niccol, que também assinou o roteiro de O Show de Truman (The Truman Show/ 1998). Em algum momento do futuro, a moeda de troca não consiste mais em metal ou em supervalorizados pedaços de papel. A aquisição de maior valor passa a ser o próprio tempo.

A sociedade está programada para parar de envelhecer aos 25 anos. Cada ser humano nasce com um relógio encorporado a um dos braços que conta com o saldo de um ano. Ao atingir a idade limite, o tal relógio inicia sua contagem regressiva e, caso o indivíduo não consiga mais tempo, o relógio fatidicamente chega à zero e a consequencia é a morte. Dessa maneira, a sociedade se move em torno da necessidade de ganhar tempo.

Trata-se de uma metáfora pertinente, uma vez que reflete questões importantes da nossa sociedade. Primeiramente, vivemos em um mundo obsecado pela beleza e pela juventude. Diariamente somos bombardeados pelo culto ao belo e ao novo e O Preço do amanhã acerta em cheio ao abordar essa temática mostrando como essa obssessão pode ser desastrosa. Além disso, o filme funciona como um paralelo entre a estrutura social disfuncional que rege o capitalismo, na qual poucos concentram muita riqueza, enquanto muitos vivem na miséria a fim de sustentar o luxo de uma menor parcela da população. Infelizmente, todo esse potencial se perde em uma obra forçada que, apesar de tentar discutir temas relevantes, acaba na superficialidade.

Will Salas (Justin Timberlake) nasceu em Dayton, gueto no qual a população luta e trabalha arduamente todos os dias a fim de conseguir pelo menos mais 24 horas. Lugar que, apesar das dificuldades, esbanja muita gente, cor e calor humano. Já Sylvia Weis (Amanda Seyfried) é herdeira de um magnata do tempo. O encontro entre os dois não seria natural, mas após ganhar mais de um século de um estranho, Will chega a New Greenwich, oposto de Dayton - Local onde moram os afortunados que jamais precisam correr e que têm tempo para esbanjar com tudo da melhor qualidade. Mas Will é acusado de cometer um assassinato e, ao sair do gueto e levar tanto tempo consigo, passa a ser alvo dos agentes do tempo, responsáveis pela estabilidade e pela ordem. Will e Sylvia acabam se envolvendo em uma grande perseguição que desemboca na possibilidade de subverter o sistema. O casal passa então a rever suas prioridades e conceitos, bem como a estrutura da sociedade.

Misturando ação, romance, fição e mensagem política, O Preço do amanhã acaba deixando a desejar ao perder a mão no equilíbrio desses elementos. Há muita perseguição, correria, uma pitada de romance que, na verdade, desenvolve-se quase que no automático, e questionamentos pertinentes que funcionam como pano de fundo da narrativa. Até mesmo a transformação dos personagens não se desenvolve bem na tela. Mudanças e transformações apenas se desenrolam, assim como a corrida frenética dos protagonistas. Em dado momento é como se Bonny, Clyde e Robin Hood se encontrassem no futuro em uma corrida contra o tempo.

No entanto, a química entre Justin Timberlake e Amanda Seyfried funciona bem. Ele que, após deixar a carreira musical de lado em favor da atuação, vem trilhando um bom caminho no cinema mesclando papéis em diferentes gêneros (atuou em filmes como o drama, A Rede Social - 2010 - e a comédia romântica, Amor ou Amizade – 2011), mais uma vez faz um bom trabalho que se encaixa bem ao dela que balanceia fragilidade e ousadia. Além disso, é interessante ver um elenco formado por atores basicamente da mesma faixa etária que precisa variar a atuação que reflete a idade dos personagens sem contar com auxílio de maquiagem.

Com o perdão do trocadilho involuntário, O Preço do amanhã passa o tempo, mas não acrescenta muito à ele.

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