Membro do trio clássico da sociologia, ao lado de Durkheim e Marx, Weber foi crucial para o desenvolvimento da teoria social. A leitura do alemão Max Weber (1864-1920), cuja morte completou 102 anos ontem, não é simples, pois sua obra abarca temas diversos. Desde análises de estruturas agrárias do Império Romano ao protestantismo irradiando em organizações culturais, penetrando em diferentes formas de manifestações culturais.
Partindo da premissa que as ideias determinam também as condições sociais e econômicas, a contribuição de Weber é fundamental para a compreensão do que é o capitalismo, sendo esse mais do que uma estrutura econômica, mas um novo tipo de sociedade. Sociedade essa que se destaca por sua administração burocrática e uma racionalização perversa de todos os setores da vida.
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Na matéria de hoje, separamos cinco leituras essenciais para a compreensão da obra de Max Weber, confira:
História agrária romana
Ao analisar as relações agrárias no Império Romano, Weber se ocupa de suas implicações jurídicas: formas de assentamento, proteção da propriedade da terra, divisão da posse e contatos firmados entre produtores e proprietários. O livro ajuda a entender as posteriores formas de transição das reformas agrárias europeias.
A ética protestante e o espírito do capitalismo
Weber estuda o impacto do protestantismo e do catolicismo na economia. Para o protestantismo, os homens são predestinados, mas só alguns vão para o céu. Por isso, cada homem se vê obrigado a encontrar algum alívio psicológico que lhe permita acreditar que é um dos escolhidos. Esse alívio era dado pela glorificação de Deus por meio do esforço produtivo. Ao contrário do catolicismo, que submete o homem à vida monástica, para o protestantismo a salvação depende do trabalho, que legitima a riqueza daí advinda. O espírito do capitalismo é a consequência não intencional do ascetismo protestante.
A política como vocação
É uma conferência de 1919, quando a política nacional socialista já começava a afrontar a liberdade de pensamento. Weber vê o Estado moderno como exercício do monopólio legítimo da violência e mostra como a ação política às vezes se desconecta de seu sentido original.
Economia e sociedade (capítulos relativos à sociologia jurídica)
Obra póstuma e densa. Weber analisa a passagem, no Ocidente, de um sistema social em que as normas eram impostas pela Igreja para um tipo de sociedade laica. Duas indagações são centrais nesses capítulos. De onde o direito extrai a sua obrigatoriedade? Quais são os fundamentos de validade da ordem jurídica?
Economia e sociedade (capítulos relativos à sociologia política)
Um dos destaques da análise é a burocracia, vista como forma de domínio. Ela atingiu seu mais alto grau de racionalidade no Estado moderno, graças à divisão de funções, seleção meritocrática de pessoal e ordem hierárquica. Segundo Weber, a burocracia impessoal permitiu ao capitalismo se desenvolver, mas fugiu ao controle.
Por Matheus de Maio