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Na Itália, 40.944 pessoas, entre migrantes e refugiados, chegaram ao país em busca de abrigo no primeiro semestre de 2018. O número divulgado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), corresponde a menos da metade do registrado no mesmo período do ano passado (84.675) e 18,9% da movimentação estimada em 2016 (215.997).

O levantamento aponta uma diminuição no fluxo migratório na Itália, que se encontra na chamada rota do centro do Mediterrâneo, que liga o continente europeu ao oeste asiático, onde se localizam os países Israel, Líbano e Síria.

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 Ao comparar os primeiros 171 dias deste ano com o mesmo período de 2017, a OIM concluiu que o tráfego de pessoas nos portos italianos caiu 78%. Os ingressos no país foram, respectivamente, de 11.690 e 2.798 migrantes. Um fenômeno visto pelos autores do estudo como “uma reviravolta notável”, uma vez que a Itália tem acolhido anualmente cerca de 156 mil migrantes.

A queda no índice de migrantes pode ser explicada pelo aumento no rigor das medidas de admissão de pessoas que pretendem permanecer na Itália. Somente em abril de 2018, por exemplo, 12.689 migrantes e refugiados que chegaram ao país foram transferidos, a pedido do governo, para outros países. Ao verificar a circulação entre 1° de janeiro e 20 de junho, a agência da ONU contou 16.228 migrantes, entre homens, mulheres e crianças, sendo que no mesmo intervalo do ano anterior, o país recebeu 71.798 pessoas.

O número de migrantes que chegam pelo Mar Mediterrâneo supera o de pessoas que acessam o país por terra. Segundo os pesquisadores, em junho, 3.993 pessoas usaram trajetos marítimos e apenas 219 foram transportadas por via terrestre.

A evacuação do campo improvisado de migrantes de Idomeni, iniciada na terça-feira pela Grécia na fronteira com a Macedônia, terminou nesta quinta-feira, segundo anunciou à AFP uma autoridade policial.

No terceiro dia de operação de desmantelamento do campo, "transferimos 783 pessoas, e terminamos. Não há mais ninguém no campo, apenas as tendas das organizações humanitárias", indicou a fonte. As autoridades contabilizavam 8.424 refugiados e migrantes no campo na segunda-feira, na véspera do início da operação.

No total, a polícia embarcou desde terça-feira em ônibus para os centros de acolhimento na região cerca de 4.000 pessoas. As outras 4.000 "partiram por conta própria para esses centros ou se instalaram em hotéis ou locais da região", informou o responsável.

O campo de Idomeni ficou lotado depois que os países dos Bálcãs fecharam em fevereiro suas fronteiras para frear a entrada constante de multidões que fogem das guerras e da miséria no Oriente Médio, na Ásia e na África, em direção a países da Europa central ou setentrional. A enxurrada humana criou tensões na Europa sobre a maneira de enfrentar a pior crise migratória do continente desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Na terça-feira, a televisão pública Ert 1 e a agência estatal ANA mostraram imagens de migrantes esperando a transferência em ônibus. Alguns acenavam para as câmeras e muitos carregavam seus pertences em sacos de lixo ou os empilhavam em carrinhos de bebê. Uma refugiada, que se apresentou como uma professora síria, proveniente da cidade de Idlib, disse que saía por conta própria do campo para ficar perto da fronteira junto ao seu marido.

"Espero há três meses para integrar o programa de realocação" da UE. "Tentei milhares de vezes", mas não funciona, afirmou. "Acredito que é uma mentira para nos deixar abandonados na Grécia para sempre", declarou à AFP. "Tudo está indo bem, graças a Deus. Inclusive melhor que o esperado. Os imigrantes estavam cansados e provavelmente perceberam que a fronteira não seria aberta", estimou na terça-feira uma fonte policial.

A ONG Oxfam defendeu o direito dos migrantes de obter uma "informação completa" sobre sua situação e receber atendimento médico. "Pessoas vulneráveis (...) são tratadas como peões de xadrez", denunciou a Oxfam em um comunicado. Muitos migrantes são mulheres e crianças desesperados para se reunir com seus maridos e pais que partiram antes, pagando traficantes, com a esperança de se instalar em algum país da União Europeia com melhores perspectivas econômicas que a endividada Grécia.

Idomeni foi aberto no ano passado por grupos de ajuda humanitária para receber, no máximo, 2.500 pessoas em sua viagem para outros países da Europa. Mas o campo chegou a abrigar mais de 12.000 pessoas - principalmente sírios, iraquianos, iranianos e pessoas procedentes do Magreb -, após o fechamento da "rota dos Bálcãs". Nas últimas duas semanas, 2.500 pessoas já aceitaram deixar o local e cerca de 800 as imitaram no domingo (22) e na segunda-feira (23), quando já circulavam rumores sobre a iminência da evacuação.

O governo de esquerda do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tenta há meses persuadir os migrantes a abandonar Idomeni e insiste em enfrentar a crise evitando o uso da força. Segundo dados oficiais de Atenas, 54.000 migrantes estão atualmente bloqueados na Grécia.

Neste ano, 190.000 migrantes e refugiados chegaram por mar à Europa, pela costa da Itália, Grécia, Chipre e Espanha, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Outros 1.359 fizeram por via terrestre.

O acordo revisado com a Turquia para conter o fluxo migratório que chega à Europa e que foi apresentado nesta sexta-feira aos 28 líderes do bloco foi aprovado, anunciou o primeiro-ministro finlandês, Juha Sipila, no Twitter. A Grécia começará a devolver os migrantes à Turquia a partir de domingo (20), confirmou o primeiro-ministro tcheco, Bohuslav Sobotka.

"O acordo turco foi aprovado", escreveu o primeiro-ministro finlandês pouco depois que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reuniu os 28 para recomendar que aceitassem o acordo negociado pela manhã com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu.

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A Turquia havia feito uma proposta no dia 7 de março que contemplava aceitar de volta em seu território todos os migrantes que chegassem à Grécia, incluindo os refugiados sírios, sujeito a contrapartidas.

Este plano despertou muitas críticas, tanto por sua legalidade em relação à legislação internacional quanto pelas concessões que o governo de Ancara pedia à UE. Muitos governos europeus se inquietam diante do que consideram ações autoritárias de Ancara.

O acordo revisado "contém os pontos apontados na noite (de quinta-feira)", quando os líderes da UE traçaram as linhas vermelhas sobre as quais Tusk não deveria ceder a Davutoglu, acrescentou a fonte. "O acordo é aceitável para a parte turca", disse.

Segundo a versão revisada do acordo, explicou esta fonte, ficou explícito que a expulsão de migrantes será feita de acordo com a legislação internacional e europeia. Foi acrescentado que "é preciso respeitar o princípio de não devolução e que não podem ocorrer expulsões coletivas".

A preocupação da Turquia, segundo a fonte, era a lentidão no desembolso da ajuda humanitaria. Entraram em acordo para acelerar este trâmite e para identificar em uma semana os projetos concretos que serão financiados.

"A parte mais difícil, uma que satisfaça as duas partes, é a de impulsionar as relações entre a UE e a Turquia e abrir novos capítulos" nas negociações de adesão ao bloco, acrescentou.

A Igreja Católica pediu uma redução do número de refugiados acolhidos pela Alemanha, em uma entrevista publicada neste sábado pela imprensa alemã. "Precisamos reduzir o número de refugiados na Alemanha", declarou o presidente da conferência episcopal, cardeal Reinhard Marx, em entrevista divulgada pelo periódico regional "Passauer Neue Presse".

"A Alemanha não pode acolher todos os necessitados do mundo", acrescentou, pedindo que, neste caso, não se leve em conta apenas "a caridade, mas também a razão". A Alemanha anunciou no fim do mês novas restrições ao direito de asilo, para reduzir a chegada de refugiados na primavera.

O objetivo das medidas é preparar terreno para uma redução do fluxo migratório, após a chegada à Alemanha de mais de 1 milhão de imigrantes em 2015. O endurecimento progressivo acontece enquanto a Alemanha aparece na Europa como único destino para centenas de milhares de imigrantes.

Trinta mil refugiados sírios, iraquianos e afegãos continuaram tomando a rota dos Bálcãs em janeiro, segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM).

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